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Ficha Informativa

Assunto: Os minerais das rochas metamórficas

Nas rochas metamórficas podem ser encontrados muitos dos minerais vulgarmente presentes nas rochas
magmáticas, como o quartzo, os feldspatos, as micas, as anfíbolas e as piroxenas, no entanto, há minerais que são
típicos e exclusivos destas rochas.

Os minerais presentes nas rochas metamórficas podem ser incluídos em dois grupos:

Grupo 1 Grupo 2

Quartzo 6. Grupo das Granadas


Feldspatos 7. Estaurolite
Moscovite (Sericite - variedade) 8. Andaluzite (Quiastolite - variedade)
1. Anfíbolas (Horneblenda) 9. Epídoto
11. Calcite 10. Silimanite
Dolomite 12. Cianite
2. Piroxenas Magnetite
3. Clorite 13. Grafite
4. Serpentina 14. Turmalina
5. Talco 15. Vesuvianite

1. Grupo das Anfíbolas - Horneblenda: NaCa2 (Mg,Fe,Al)5 (Si,Al)8 O22 (OH)2


Dentro das anfíbolas (Inossilicatos), a horneblenda é a mais comum e ocorre vulgarmente em rochas
magmáticas (sienitos e dioritos) e metamórficas.
O nome anfíbola (do grego amfibolos, que significa ambíguo, incerto, duvidoso) foi originalmente cunhado
pelo mineralogista René Just Haüy para incluir a tremolite, a actinolite e a hornblenda. O uso do termo foi
depois estendido a todo o grupo dos silicatos de dupla cadeia. Este mineral é comum em rochas de grau
médio de metamorfismo.

2. Piroxenas – Augite: Ca (Mg,Fe) Si2 O5


O nome piroxena deriva do grego pyros, que significa fogo, e de xenos, que significa estrangeiro, estranho. A
escolha do nome resulta do facto deste mineral ser comum em lavas vulcânicas, onde aparecem como
pequenos cristais embebidos na massa vítrea. Assumiu-se então que as piroxenas eram impurezas (estranhas)
que resistiam ao fogo daí o nome de estranho ao fogo. Hoje sabe-se que são simplesmente minerais que
cristalizaram antes ou durante a erupção, ficando embebidos na rocha resultante do arrefecimento.
A augite é a mais comum das piroxenas e estas são muito comuns nas rochas vulcânicas (com destaque para
os basaltos) embora também ocorram, com alguma frequência, em rochas plutónicas e, com menor
frequência, em rochas metamórficas.

3. Clorite - (Mg,Fe)3 (Al Si3 O10) (OH)6


Designação que inclui um grupo de silicatos (Inossilicatos) hidratados de ferro, magnésio e alumínio e que
deriva da palavra grega chloros = verde (este mineral caracteriza-se pela cor verde típica e hábito micáceo).
È um mineral frequentemente encontrado em rochas metamórficas (principal componente do xisto clorítico)
e indicador de baixo a médio grau de metamorfismo.

4. Serpentina - Mg6 Si4 O10 (OH)8


Filossilicato cuja designação provém do termo inglês serpent = serpente, referindo-se ao aspecto deste
mineral, com aspeto de pele dp serpente. È um mineral encontrado em rochas magmáticas e metamórficas.
5. Talco – Mg3 Si4 O10 (OH)2
O talco é um filossilicato de cor branca ou verde-escura, de brilho nacarado ou gorduroso, com uma
densidade entre 2,7 a 2,8 e com dureza 1 na escala de Mohs.
O seu nome é antigo e vem do árabe talk , e chegou-nos através do latim talchus, no século XVII.
É um mineral de origem essencialmente metamórfica, formado por alteração de rochas ricas em magnésio,
nomeadamente de minerais como a olivina, piroxenas e anfíbolas (mineral secundário).
É untuoso ao tacto (aspecto de sabão) e, quando granulado e compactado, é conhecido como pedra de
sabão.O talco na forma de pó é usado como lubrificante, como material de enchimento em papel, tintas e
borrachas, sendo também usado em cosméticos, na cerâmica e para giz francês (giz dos alfaiates).
A sua margem de vitrificação é muito ampla e forma silicatos viscosos com os vernizes. É também utilizado
como aditivo alimentar (E553b) e em produtos farmacêuticos

6. Grupo das Granadas ( Piropo: Mg3 Al2 Si3 O12 Almandina: Fe3 Al2 Si3 O12 Grossularite: Ca3 Al2 Si3 O12 )
Grupo de silicatos (nesossilicatos) cujo nome foi atribuído por Alberto-O-Grande em 1250. É o nome latino da
romã (Malun granatum), dada a sugestiva semelhança da forma e a cor dos seus cristais com os bagos deste
fruto (“granatus” = como grãos). Neste grupo incluem-se o Piropo, a Almandina e a Grossularite; a título de
curiosidade, o nome da granada alumino-magnesiana piropo vem do grego pyropos, “semelhante ao fogo”,
atribuído por Alberto-O-Grande em 1250 e surge muitas vezes associado ao diamante nos Kimbelitos (rocha).
São minerais duros e comuns nas rochas metamórficas (micaxistos, xistos horneblêndicos e gnaisses) e são
usados frequentemente como minerais-índice destas rochas (Grau de metamorfismo baixo a elevado).

7. Estaurolite - Fe2 Al9 O6 (SiO4)4 (O,OH)2


A designação deriva do grego stauros = cruz + lithos = pedra, alusão à sua forma de dupla cruz, sendo por isso
conhecido por Cruz de Santo André. Conhecido em França por “Cruz da Bretanha”, era chamado pelos suíços
de Taufstein, isto é, “pedra baptismal”, por ser usada nos baptismos.
Este mineral é típico do metamorfismo e pode ser encontrado em xistos e gnaisses, formando-se durante o
metamorfismo regional de rochas ricas em alumínio.
É usado geralmente como mineral-índice de grau médio de metamorfismo, embora surja associado, muitas
vezes, com a granada almandina em rochas com elevado grau de metamorfismo.
Em Portugal, é comum nas orlas de contacto entre os granitos e os xistos no Norte (Serra da Freita e
Fânzeres) e centro do pais.

8. Andaluzite – Al2SiO5
Nesossilicato descoberto pela primeira vez na província espanhola de Andaluzia.
Forma-se tipicamente nas auréolas de contacto de rochas argilosas com intrusões magmáticas, sendo
abundante em gneisses, xistos micáceos e em alguns pegmatitos. Em Portugal, é muito frequente no contacto
dos granitos com os xistos das Beiras, do Douro e de Trás-os-Montes.
A variedade quiastolite apresenta uma tonalidade escura, que resulta do facto deste mineral conter inclusões
de carbono, dispostas regularmente em forma de cruz, ao ponto de ter sido usada na Idade Média, em
Santiago de Compostela, como amuleto (“Pedra-cruz”) .

Figura 1. Quiastolite

9. Epídoto – Ca2 (Al,Fe) Al2O (SiO4) (Si2O7) (OH)


É um sorossilicato que pode ser encontrado em rochas magmáticas (associado às piroxenas, albite e quartzo)
e é um mineral próprio do metamorfismo. O seu nome vem do grego e significa “aumento” porque a base do
prisma deste mineral tem um lado mais comprido que o outro.
10. Silimanite – Al2 SiO5
Designação do mineral polimorfo da cianite e da andaluzite, cujo nome foi atribuído em honra de Benjamin
Silliman (1779-1864), mineralogista americano e professor de Química da Universidade de Yale (EUA).
Mineral próprio do metamorfismo de alta temperatura, quer regional quer de contacto, é importante
matéria-prima no fabrico de refractários e pode ser usada como gema.

11. Calcite – Ca CO3

Mineral raro nas rochas magmáticas e muito importante nas rochas sedimentares, sendo nas rochas
metamórficas o constituinte essencial dos mármores.

12. Cianite - Al2SiO5

A cianite é um silicato de alumínio de bela cor azul e o seu nome deriva do grego kyanos, que significa azul
(cor deste mineral). Também conhecido por distena, pelo facto da sua dureza apresentar o valor 2 (do grego
dis que significa dois e stenós que significa dureza), possui dois minerais polimorfos, a silimanite e a
andalusite.
È um mineral raro nas rochas magmáticas mas abundante nas rochas metamórficas de grau médio a elevado
(micaxistos e gnaisses) ou em rochas sedimentares ricas em alumínio.
Usa-se principalmente em produtos refractários e cerâmicos, incluindo porcelana e utiliza-se no fabrico de
utensílios de electricidade, de cimentos especiais e equipamentos resistentes aos ácidos. A cianite também
pode ser usada como pedra preciosa graças ao seu anisotropismo, que a dota de brilho.

13. Grafite – C

Referida no passado como “mica dos pintores”, em virtude do seu aspecto lamelar e por deixar um traço
negro e fácil sobre o papel, o seu nome actual reflecte o significado do termo grego graph, que traduz o acto
de escrever. Lineu deu-lhe o nome de Lapis pilosophorum e daí a palavra lápis ter sido atribuída a este objecto
à base de grafite (a “mina”, isto é, o mineral).
É um mineral pouco duro e de fácil clivagem (daí ser usado nos vulgares lápis, misturado com argila).
Mineral essencialmente metamórfico (metamorfismo regional sobre rochas ricas em carbono, como os
carvões), é untuoso ao tacto e pode ser usado também em electrotecnia, reactores nucleares e na metalurgia
do ferro.

14. Grupo das Turmalinas – (Na,Ca) (Li,Mg,Al)3 (Al,Fe,Mn)6 Si6O18 (BO3)3 (OH)4

Ciclossilicatos com boro, de cores variadas, cujo nome deriva do termo cingalês (Ceilão, actual Sri Lanka)
turamali, que significa “pedra que atrai a cinza” e que designava as gemas importadas desta ilha.
Estes minerais ocorrem em rochas magmáticas (pegmatitos granitícos), em rochas metamórficas, como o xisto
e o mármore, e são utilizados em aparelhos de precisão devido às suas propriedades piezoeléctricas e
piroeléctricas.

15. Vesuvianite – Ca10 (Mg,Fe)2 Al4 (SiO4)5 (Si2O7)2 (OH)4

Sorossilicato de alumínio, cálcio, ferro e magnésio, típico das auréolas de contacto de calcários dolomíticos
com intrusões magmáticas.
Este mineral foi descoberto no material ejectado pelo Monte Vesúvio (Itália) e nos blocos dolomíticos do
Monte Somma (França) e foi proposto por Werner, em 1795.

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