Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MINERALOGIA E PETROGRAFIA
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 03
CAPÍTULO II – ESTUDO DO MAGMA ............................................................................................ 10
CAPÍTULO III – ESTUDO DAS ROCHAS MAGMÁTICAS ................................................................. 11
CAPÍTULO IV – ESTUDO DAS ROCHAS METAMÓRFICAS .............................................................. 17
CAPÍTULO V – ESTUDO DAS ROCHAS SEDIMENTARES ................................................................ 19
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................. 31
2
MINERALOGIA E PETROGRAFIA
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
Minerais são substâncias inorgânicas fisicamente homogêneas que se encontram
naturalmente na crosta terrestre.
Rochas são agregados de minerais.
A parte sólida da Terra é formada por minerais e rochas.
Não devemos confundir minerais com rochas; pois as substâncias só recebem o nome de
minerais quando ocorrem isoladas. Podemos exemplificar assim: o quartzo quando ocorre
isolado é simplesmente um mineral; quando ocorre associado ao ortoclásio, vai juntamente com
este constituir uma rocha.
De um modo geral os minerais têm a terminação ita, como por exemplo: biotita,
muscovita, fluorita, etc.
Os minerais são substâncias sólidas excetuando-se o mercúrio, e a água (para alguns
autores).
Os minerais podem ocorrer na natureza sob a forma de poliedros convexos, caso as
condições de formação sejam propícias, não sendo, no entanto, estas formas as mais comuns.
Os minerais podem ser substâncias cristalinas ou amorfas. São cristalinas aquelas que
apresentam uma estrutura interna homogênea, isto é, os íons, átomos ou moléculas ocupam
posições definidas. As substâncias amorfas apresentam estrutura interna desordenada, como
ocorre na opala, limonita, etc.
A maioria dos minerais são substâncias cristalinas, tais como: quartzo, feldspatos,
micas, turmalinas, etc.
Como dissemos acima, os minerais podem ocorrer sob formas poliédricas, sendo que
todas estas formas são grupadas nos seguintes sistemas de cristalização: cúbico, hexagonal,
tetragonal, ortorrômbico, monoclínico e triclínico. Cada um destes sistemas engloba um certo
número de formas poliédricas, sendo o sistema representado pela sua forma mais simples.
Os minerais e as rochas que formam a parte sólida da Terra podem ser de origem:
magmática, metamórfica ou sedimentar.
1. DUREZA – é a resistência apresentada pelos minerais ao risco. A dureza relativa dos minerais
é dada pela escala de Mohs. Nesta escala os minerais estão colocados em ordem crescente
de resistência ao risco, sendo o talco e o diamante os minerais de menor e maior dureza,
respectivamente.
3
ESCALA DE MOHS
1. Talco
2. Gipsita
3. Calcita
4. Fluorita
5. Apatita
6. Ortoclásio
7. Quartzo
8. Topázio
9. Coríndon
10. Diamante
Quando não se tem a escala de Mohs, usa-se o seguinte método prático: os minerais de
dureza 1 e 2 são riscados pela unha; os de dureza 3, 4 e 5 são riscados pelo vidro ou canivete e
os de dureza 6, 7, 8, 9 e 10 riscam o vidro.
4. COR DO TRAÇO DO MINERAL – é uma característica importante, visto ser a cor do traço
constante para uma determinada espécie mineral. Por exemplo, o quartzo pode ocorrer na
natureza com cores diferentes, no entanto a cor do traço é constante, para todas as
variedades.
Para se determinar a cor do traço do mineral, basta atritá-lo contra uma superfície de
porcelana vitrificada.
OBS.: a cor do traço do mineral deve ser efetuada usando-se superfície recém feita.
5. BRILHO – o brilho dos minerais pode ser: metálico, adamantino, vítreo, resinoso, perláceo,
sedoso, etc.
Na prática distinguimos os minerais de brilho comum e os minerais de brilho metálico.
6. COR – a cor, embora seja uma característica importante, não é decisiva na caraterização das
espécies minerais. Este fato decorre de existirem na natureza minerais idiocromáticos e
alocromáticos. Os minerais idiocromáticos apresentam cor constante como se observa nos
minerais de brilho metálico. Nos minerais alocromáticos a cor é variável, isto é, uma mesma
espécie mineral pode ocorrer com várias tonalidades. Em geral, existem várias tonalidades
na composição do mineral, devido a causas de natureza física. Estes minerais quando puros
são incolores ou acróicos. Podemos citar os seguintes exemplos:
4
Fluorita Incolor, amarela, rósea, verde ou violeta.
Turmalina Incolor (acroita), rósea (rubelita), verde (esmeralda brasileira), azul
(indicolita), preta (afrisita).
Berilo Incolor, verde (esmeralda), azul – esverdeado ou azul (água
marinha), rósea (morganita), amarelo (heliodoro)
OBS.: Quando se vai observar a cor e o brilho dos minerais, deve-se usar uma superfície
fresca, principalmente quando se trata de minerais de brilho metálico. Maiores detalhes das
propriedades serão vistas nas aulas práticas.
Este grupo é o mais importante pela sua grande ocorrência na crosta terrestre , onde se
encontra com a porcentagem de 60%, sendo um dos grupos de maior interesse petrográfico.
Quimicamente o grupo dos feldspatos pode ser dividido da seguinte maneira:
Microclina - K (AlSi3) O8
Ortoclásio - K (AlSi4) O8
Sanidina - K (AlSi4) O8
Adulária - K (AlSi4) O8
Anortoclásio - (K Na) (AlSi4) O8
Albita - Na (AlSi3) O8
Oligoclásio
Andesina - (Na Ca) (AlSi4) O8
Labradorita
Bitonita
Anortita - Ca (Al2Si2) O8
Dos feldspatos potássicos, os de maior importância pela sua ocorrência são a microclina
e o ortoclásio. Quimicamente são idênticos, porém cristalograficamente não. Ambos apresentam
várias tonalidades como branca, vermelha, rósea e esverdeada. Macroscopicamente são de
difícil distinção, embora o ortoclásio tenha ângulo de clivagem de 90º e a microclina de
aproximadamente 89º.
6
Ocorrem como minerais essenciais em rochas cristalinas claras, como granitos,
gnaisses, pegmatitos, geralmente associados ao quartzo, exceto nos sienitos nefelínicos.
O anortoclásio apresenta em geral tonalidade incolor, ocorrendo em rochas vulcânicas,
principalmente nas alcalinas.
A sanidina tem sua ocorrência restrita a rochas vulcânicas.
A adulária tem também sua ocorrência restrita a certos xistos cristalinos.
O anortoclásio parece ser formado de cristais mistos de albita e microlina.
A adulária e sanidina são variedades do ortoclásio.
PIROXÊNIOS - R2Si2O6
ANFIBÓLIOS - R14(OH)4Si16O44
R pode representar os íons – Ca, Mg, Fe+2, Al, Fe+3, Ti, Li, Mn, Na, K, etc.
7
São minerais escuros (verdes, castanhos, pretos), dificilmente diferenciados
macroscopicamente.
Os piroxênios são mais comuns em rochas básicas (escuras) associados a plagioclásios
ricos em cálcio; ao passo que os anfibólios são mais comuns em rochas de coloração média,
associadas aos plagioclásios ricos em sódio.
É, no entanto, muito difícil distinguir macroscopicamente anfibólios e piroxênios.
Somente o tipo de rocha pode nos dar alguma indicação prática, mesmo assim com certas
reservas.
B3 – GRUPO DA SÍLICA
8
B5 – GRUPO DOS FELDSPATÓIDES
OBS.: os piroxênios, anfibólios, olivinas e a biotita, são conhecidos como minerais ferro-
magnesianos.
9
CAPÍTULO II - ESTUDO DO MAGMA
Magma é um corpo de material fundido que se encontra no interior da crosta em
condições de alta temperatura e pressão.
Quimicamente o magma é composto por silicatos, óxidos metálicos e substâncias
voláteis dissolvidas.
As substâncias voláteis recebem a denominação de mineralizadores como, por exemplo:
vapor de água (predomina), CO, CO2, SO2, SO3, H2S, HCl, HF, Br, Bi, BO, W, As e outras.
Os mineralizadores desempenham papel importante durante a solidificação do magma,
isto é, abaixam o ponto de fusão das substâncias, colhem e transportam metais e ainda formam
depósitos minerais de origem magmática.
OBS.: Durante a solidificação do magma, os minerais que primeiro se cristalizam são os mais
pobres em óxido de silício.
Magma básico é aquele pobre em óxido de silício, portanto mais rico em óxido de ferro,
magnésio, cálcio, titânio, etc.
10
CAPÍTULO III - ESTUDO DAS ROCHAS MAGMÁTICAS
13 – As rochas básicas apresentam coloração escura; sendo constituídas por minerais claros e
escuros, predominando estes últimos. Os exemplos citados são: basaltos, diabásio, gabros,
noritos, etc.
11
Textura é o aspecto da rocha no que diz respeito à forma, tamanho, arranjo e
distribuição dos constituintes.
Quanto à cristalinidade, a textura pode ser:
35 – Afanítica – rochas formadas por minerais de diâmetro tão pequeno que não
podemos observá-los a olho nu, são observados somente em lâminas delgadas,
quando olhados ao microscópio polarizante.
12
COMPOSIÇÃO MODAL DE ALGUMAS ROCHAS
Minerais Rocha
Quartzo Norito Basalto Periodotito Gabro Diorito Quartzo Monzonito
gabro diorito
Olivina - 9,9 10 – 15 64,0 43,0 0,8 0,5 -
Quartzo 6,1 - - 3,5 17,0 1,7
Ortoclásio 3,1 7,2 4,4 6,2 7,5
Plagioclásio 47,5 50,5 50 – 34 1,2 49,0 56,2 47,0 35,0
Piroxênio 30,4 30,2 20,5 10,8 13,7
Magnetita 4,0 0,9
Angita 33 – 46 6 16,7
Anf. Biotita 6,6 4,7
Anfibólio 16,0 6,5
Biotita 4,5 5,3
Sanidina 25,2
Feldspatos
alcalinos
Feldspatóides
O quadro acima, embora muito geral, serve para mostrar alguns tipos de rochas com
plagioclásios e feldspatos potássicos ou alcalinos. Observando-se também que no mesmo tipo
de rocha ocorrem plagioclásios e feldspatos potássicos, se bem que só um grupo funciona como
feldspato principal.
Rocha
Basalto Quartzo Norito Andesito Foiaito Sienito Essexito Granito Fonolito
gabro nefelínico
SiO2 48,62 51,99 52,18 55,78 51,58 56,30 54,10 68,50 53,90
Al2O3 13,03 15,42 15,59 17,43 20,58 19,46 20,90 14,20 19,40
FeO 9,24 8,14 8,11 4,82 - 4,20 5,64 1,40 1,04
Fe2O3 7,47 4,02 0,75 5,05 4,69 1,45 - 2,10 3,13
MgO 5,88 6,33 7,89 1,81 2,92 1,00 1,30 1,90 -
CaO 8,10 9,32 10,40 4,00 8,79 1,93 3,70 3,20 1,91
K2O 1,10 0,53 1,25 3,59 6,27 5,44 5,10 4,20 8,54
Na2O 1,95 2,20 2,88 3,52 - 6,20 5,60 3,60 7,24
TiO2 2,72 0,63 0,16 0,78 - 0,82 1,40 0,40 0,29
P2O5 0,30 0,04 0,05 0,52 - 0,19 0,46 0,20 0,19
III.2. PLUTONISMO
III.2.1. MODO DE OCORRÊNCIA DAS ROCHAS MAGMÁTICAS INTRUSIVAS
A Formas subjacentes
B Formas injetadas
A – São aquelas abaixo das quais parece não haver outra forma ou outra rocha.
Exemplo: batólito.
B – São aquelas resultantes da solidificação do magma em fendas da crosta terrestre.
13
Podem ser:
B1 – concordantes – quando desenvolvidas segundo o plano de estratificação das
rochas encaixantes. Exemplos: sill ou soleira e lacólito.
B2 – discordantes – quando as formas se desenvolvem discordantemente em
relação ao plano de orientação das rochas encaixantes.
Podem ser: dique, neck e apófise.
DEFINIÇÕES
BATÓLITOS – denominação dada aos grandes corpos rochosos plutônicos, contínuos em
profundidade, não existindo, portanto, um embasamento. Esta massa rochosa ocupa o espaço da
câmara magmática original. É o principal modo de ocorrência das rochas subjacentes e com ela
se relacionam as massas rochosas injetadas. Pela erosão das camadas superpostas os batólitos
hoje afloram em formas de grandes massas rochosas contínuas que podem ocupar no seu
afloramento área superior a 100 km².
SILL OU SOLEIRA – massa rochosa tabular, concordante, de pequena espessura em relação ao seu
comprimento ou extensão.
No sul do Brasil, ocorrem numerosos sills de diabásio intercalados com sedimentos
carboníferos e permianos mais antigos que a intrusão. A cidade de Piracicaba encontra-se sobre
um grande sill de diabásio.
LACÓLITO – massa rochosa, lenticular, concordante, convexa na parte superior e plana na parte
inferior, lembrando a forma de um cogumelo.
Por ocasião da injeção magmática houve o enrugamento das camadas sobrejacentes. Em
São Paulo (SP) por sondagens feitas pela Petrobrás, descobriu-se um lacólito intrometido entre
camadas permocarboníferas (série Tubarão) e permianos (formação Irati e Estrada Nova) tendo
por cima os arenitos desérticos triássicos (formação Botucatu).
DIQUE – massa rochosa tabular discordante, vertical ou inclinada. Sua espessura varia de
centímetros a dezenas de metros. Chega a ultrapassar 200 km de comprimento. Estes diques são
comuns no Brasil, cortando rochas magmáticas, metamórficas e sedimentares. No sul do Brasil
são comuns os diques de diabásio, que se relacionam provavelmente à grande atividade
magmática realizada no fim do triássico. No nordeste do Brasil ocorrem belos diques de
pegmatito, cortando xistos. Estes pegmatitos podem ser ricos em berilo espodumênio, tantalita,
volfranita, etc. Existem pegmatitos em MG, RJ, etc.
NECKS – são formas cilíndricas verticais, de diâmetro variável, preenchidas por material
piroclástico ou por lavas. Os necks nada mais são do que as antigas chaminés vulcânicas
preenchidas por material piroclástico ou lava.
APÓFISES – são massas digitiformes, podendo assemelhar-se a diques, possuindo, no entanto,
forma geométrica muito variável.
III.3. VULCANISMO
É um conjunto de processos que levam à saída do material magmático em estado sólido,
líquido e gasoso à superfície da Terra.
Os vulcões são aberturas naturais pelas quais extravasam materiais fundidos do interior
da crosta.
O vulcanismo é um acidente local e nada tem a ver com as zonas mais internas da
crosta. Os focos vulcânicos localizam-se a profundidades de 20 a 40 km e não são
intercomunicáveis.
14
O edifício vulcânico é constituído por um cone vulcânico, formado após a erupção, por
uma cratera que se comunica diretamente com a chaminé, por onde ascendem os materiais
expelidos.
Os vulcões podem ser continentais e submarinos.
A erupção é anunciada por uma série de sinais, tais como: ruídos subterrâneos, tremores
de terra, escape de gases ou fumarolas, que se tornam abundantes até que surja a erupção
propriamente dita, iniciada por grandes explosões devido à enorme pressão dos gases e vapores
e a saída das lavas.
a) Produtos gasosos
Dos produtos gasosos o mais comum é o vapor d’água, que pode constituir 80 a 95% dos
gases e vapores. O vapor d’água pode ser liberado do magma ou das águas de infiltração,
ou ainda da combinação de H2 com O2 atmosférico.
São classificados em:
b) Produtos piroclásticos
BLOCOS – são massas de lava que se consolidaram durante a trajetória no ar, com
tamanho de poucos centímetros. Possuem formas alongadas ou arredondadas
freqüentemente retorcidas. Muitas vezes podem sofrer um resfriamento tão brusco que
formam as bombas de lava esponjosas, que são pedras pome.
LAPILLI – fragmentos com tamanho máximo de uma noz e mínimo de uma ervilha; são
originados da lava.
CINZA – fragmentos finos com 4 a ¼ mm; são formados por fragmentos das rochas
encaixantes ou magma pulverizado. Abaixo, temos as poeiras.
c) Produtos líquidos
15
O material líquido recebe o nome de lava. As lavas podem ser ácidas e básicas. As lavas
ácidas são ricas em SiO2 e dão pela solidificação rochas ácidas. As básicas são pobres em
SiO2 e pela solidificação dão rochas básicas.
• Causas tectônicas, e expulsão dos gases e vapores acumulados pela solidificação do magma.
16
CAPÍTULO IV - ESTUDO DAS ROCHAS METAMÓRFICAS
IV.1. METAMORFISMO
Vimos que as rochas da crosta podem sofrer várias transformações. As rochas expostas
vão sendo intemperizadas, e os produtos do intemperismo, dependendo do relevo, podem ser
deslocados para as partes mais baixas, formando muitas vezes espessas camadas sedimentares.
Ora, sabe-se que a crosta tende a manter-se em equilíbrio isostático. Logo, o peso das
camadas sedimentares pode causar um abaixamento. Sendo estes efeitos tectônicos comuns, isto
é, abaixamento e erguimento. Com isto, as rochas que estavam na superfície são levadas para as
partes profundas da crosta, sendo aí submetidas a condições de temperatura e pressão diferentes
das que anteriormente se encontravam. Claro está que este fenômeno vai muitas vezes causar
mudanças profundas nas rochas pré-existentes.
Outro ponto a acrescentar é o fato de que o magma pode se intrometer em rochas
consolidadas, bem como pode também se derramar sobre rochas da superfície. Deve-se notar
que o contato dessas massas quentes causa modificações nas rochas já existentes. Ainda outro
caso é a emanação de gases e vapores que podem percolar através de rochas já formadas,
causando-lhes modificações.
Como vemos, as rochas pré-existentes podem ser parcial ou totalmente transformadas
em outras com formação de novos minerais.
Desta introdução, podemos definir metamorfismo como sendo um conjunto de causas
capazes de transformar as rochas pré-existentes.
De acordo com os agentes: pressão, temperatura e emanações magmáticas e, portanto,
com as modificações sofridas nas rochas pré-existentes, temos os seguintes tipos de
metamorfismo:
a) Metamorfismo regional
b) Metamorfismo de contato
c) Metamorfismo metassomático
d) Metamorfismo optálico
e) Dínamo metamorfismo
A pressão existente faz com que os minerais se orientem ou se estirem, dando uma
xistosidade à nova rocha formada. A pressão orientada provém da zona superficial da crosta por
efeitos tectônicos aí verificados.
De acordo com a profundidade e temperatura a que são submetidas as rochas pré-
existentes, destacamos três zonas de metamorfismo, do exterior para o interior, a saber: epizona,
mesozona e catazona.
17
titanita, etc. Rochas características: quartzomuscovitaxisto, biotitaxisto,
muscovitaxisto, xistos feldspatizados, anfibolitos, mármore, escarnito, quartzito.
CATAZONA – temperatura acima de 700º C, é o fator determinante, pressão hidrostática
elevada, as reações são endotérmicas. Minerais característicos: biotita, ortósio,
piroxênios, plagioclásios, granada, silimanita, etc.. Rochas: biotita gnaisse, biotita
plagioclásio gnaisse, piroxinito, mármores, quartzito, leptinito, xisto biotitico
granatífero, escarnito com andradita, granulito, etc..
18
Uma textura é porfiroblástica quando apresenta certos minerais bem desenvolvidos, em
geral idiomorfos – formas geométricas perfeitas – numa matriz que apresenta xistosidade. Tais
minerais são chamados porfiroblastos e podem ser granada, cianita, albita, estaurolita, etc..
Convém ressaltar que certos tipos de quartzitos e de mármores, embora sejam rochas
metamórficas, podem não apresentar seus minerais dispostos segundo determinadas direções
observadas a olho nu.
Exemplos de alguns tipos de rochas metamórficas: ardósia, filitos, xistos, gnaisses,
quartzitos, mármores, serpentinitos, charnoquitos, granulitos, lepitinitos, gonditos, etc.
Quanto à composição mineralógica, as rochas metamórficas são classificadas tendo-se
como base a presença dos minerais essenciais. Exemplos: sericitaxisto, quartzo sericitaxisto,
biotita plagioclásio gnaisse, piroxênio plagioclásio gnaisse, etc.
1 Critério da gênese
2 Critério da textura
3 Critério da composição mineralógica
CLASSIFICAÇÃO DE WENTWORTH
ROCHAS CLÁSTICAS
TAMANHO (mm) DENOMINAÇÃO NÃO CONSOLIDADAS CONSOLIDADAS
256 Matacão
64 a 256 Calhau Cascalho Conglomerados
4 a 64 Seixo Brecha, tilito
2a4 Grânulo Areia granulosa
1a2 Areia muito grossa Arenito granuloso
½a1 Areia grossa
¼a½ Areia média Areias Arenito
1/8 a ¼ Areia fina
19
1/16 a 1/8 Areia muito fina
1/256 a 1/16 Silte Silte ou vasa Siltito
1/256 Argila Argila Argilito, folhelho
Havendo partículas de vários diâmetros numa mesma rocha, esta é designada de acordo
com o diâmetro das partículas mais freqüentes. Exemplo: conglomerado arenoso ou argiloso,
arenito conglomerático, arenito siltoso, siltito arenoso, folhelho argiloso, folhelho siltoso, etc..
A classificação das rochas de precipitação química e organógenas é mais difícil do que
as clásticas. Geralmente tais rochas são classificadas tendo-se por base a composição química e
mineralógica. Exemplos de sedimentos: calcários, silicosos, ferruginosos, fosfáticos, etc..
As rochas sedimentares também podem ser examinadas de acordo com o ambiente de
sedimentação, o qual pode ser marinho, continental ou misto.
O ambiente de sedimentação fica definido pelas condições físico-químicas que
prevaleceram durante a formação da rocha sedimentar.
O ambiente continental compreende o terreno (desértico e glacial) e o aquático (fluvial,
lacustre e pantanoso). O ambiente marinho pode ser nerítico, batial e abissal e o ambiente misto
ou de transição divide-se em deltoico, lagunar e de litoral.
20
ANEXO I - DEFINIÇÕES
1. DESÉRTICO – sedimentação resultante da erosão eólica. A sedimentação desértica é
formada de partículas arredondadas. Muitas vezes os sedimentos apresentam estratificação
cruzada devido à mudança da direção dos ventos.
Carregadas pelo vento, as partículas vão originar as dunas, o loess. O loess é constituído
de partículas muito finas (silte), provenientes de regiões desérticas longínquas e depositadas
em regiões semi-áridas.
Alguns exemplos brasileiros – a título de ilustração – arenito de Botucatu (coloração
vermelha), que ocorre em São Paulo, Sul de Mato Grosso; arenitos brancos Sambaíba, no
Norte de Goiás, Maranhão e Piauí; Loess em Mafra – Santa Catarina, etc..
6. DELTAICO – sedimentação que aparece na Foz de certos rios avançando como em leque na
direção do mar. Os sedimentos deltaicos podem ser mais finos na parte inferior e mais
grosseiros na parte superior, como sedimentos arenosos cobertos por sedimentos mais
grosseiros.
21
11. BATIAL – depósito encontrado na região batial, isto é, região marinha compreendida entre
200 e 500 metros de profundidade. Os depósitos são finos e enriquecidos por matéria
orgânica. Os folhelhos marinhos são bons exemplos.
12. ABISSAL – depósitos marinhos encontrados na região abissal, isto é, região marinha abaixo
de 500 metros de profundidade. Os sedimentos são constituídos de carapaças silicosas de
diatomácias e foramineforos. Estes sedimentos constituem as vasas.
22
ANEXO II - DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS TIPOS DE ROCHAS MAGMÁTICAS,
METAMÓRFICAS E SEDIMENTARES
Este resumo tem por finalidade auxiliar aqueles que, devido às condições de campo, não
dispõem de meios mais exatos. Não estando excluídos desta forma os exames posteriores em
laboratórios especializados para averiguações mais profundas.
Aqueles que, devido às condições de trabalho, usam as descrições macroscópicas,
devem ter em mente as limitações que elas apresentam, sobretudo as rochas que possuem
textura afanítica.
A título de esclarecimento seguem as seguintes observações:
• O conceito de rochas leucocráticas, mesocráticas e melanocráticas é baseado
nas proporções entre minerais claros e escuros.
• As rochas que apresentam textura fanerítica facilitam a distinção entre seus
componentes.
• As rochas de textura afanítica muitas vezes apresentam aspectos de rochas
mesocráticas ou melanocráticas, quando na realidade são leucocráticas,
especialmente aquelas ricas em plagioclásios e/ou feldspatóides.
• Nas descrições macroscópicas deve-se ter muita cautela porque muitas vezes as
amostras observadas estão nos limites de transição de um grupo para outro.
Agradeço a prestimosa colaboração que deram os geólogos Adalton Oliveira Martins e
Loiva Lisia Antonello.
ALGUMAS DEFINIÇÕES
1. FANERÍTICA – textura na qual os componentes minerais podem ser observados a vista
desarmada (usada para rochas magmáticas).
2. AFANÍTICA – textura na qual os componentes não podem ser observados a olho nu (usada
para rochas magmáticas).
10. ROCHAS MAGMÁTICAS – são rochas cristalinas nas quais os componentes estão dispostos ao
acaso.
23
11. ROCHAS METAMÓRFICAS – são rochas cristalinas nas quais os componentes se apresentam de
uma maneira geral orientados.
12. ROCHAS SEDIMENTARES – são rochas não cristalinas, podendo apresentar estratificações (caso
das rochas consolidadas).
13. PSEFITOS – sedimentos clásticos formados por grãos de diâmetro superior ao das areias.
14. PSAMITOS – sedimentos clásticos formados por grãos do diâmetro das areias.
ROCHAS MAGMÁTICAS
1. LEUCOCRÁTICAS FANERÍTICAS
1.1. APLITOS – rochas ácidas que ocorrem em forma de diques ou de pequenos veios encaixados
em outras rochas. Constituídos de quartzo e feldspato alcalino com raríssimas palhetas de
mica. Apresentam textura equigranular. A coloração pode ser branca, rósea ou vermelha,
dependendo da cor do feldspato.
1.4. PEGMATITOS – rochas ácidas, filonares, que ocorrem em forma de diques, geralmente
encaixadas em rochas metamórficas.
São constituídos essencialmente de quartzo, feldspatos e micas. Podem conter minerais
raros e pedras coradas.
A coloração é branca ou rósea.
A textura é muito grosseira, onde os minerais podem se apresentar sob a forma de
grandes cristais como as micas (muscovitas principalmente) e feldspatos.
24
OBSERVAÇÃO: Há autores que consideram os pegmatitos de origem metassomática ou por
diferenciação metamórfica.
1.5. QUARTZO DIORITOS – rochas ácidas, plutônicas, onde predominam o feldspato calco-alcalino
sódico e o quartzo, e os minerais máficos podem ser hornblenda e/ou biotita e/ou piroxênio.
Podem conter algum ortoclásio. Com o aumento de ortoclásio a rocha passa a um
granodiorito.
A coloração mais comum é cinza escura.
A textura pode ser variável de fina a grossa.
O quartzo diorito é chamado tonalito.
1.7. SIENITOS – rochas alcalinas, plutônicas, ricas em feldspatos alcalinos, contendo algum
quartzo (menos de 10%) e minerais máficos que podem ser anfibólio, biotita ou piroxênio.
Pode ocorrer algum plagioclásio sódico.
A coloração é cinza clara.
A textura é variável de fina a grossa.
• SIENITO ALCALINO – é um sienito constituído quase que exclusivamente de
feldspatos alcalinos.
• NORDMASKITO – é um sienito que apresenta um pouco de quartzo (igualmente
visível ao microscópio).
• LARVIKITO – é um sienito formado essencialmente por um feldspato com reflexos
nacarados de coloração azulada.
• SHONKINITO – é um sienito constituído em grande porcentagem de minerais
máficos. É um sienito variando de mesocrático a melanocrático.
ROCHAS MAGMÁTICAS
2. LEUCOCRÁTICAS AFANÍTICAS
2.1. FELSITOS – rochas ácidas, efusivas e filonares, de coloração clara, cuja massa fina é
constituída de quartzo e feldspato potássico.
25
O fonolito é o correspondente efusivo do sienito nefelínico.
2.3. QUARTZO-PÓRFIRO – rochas ácidas, efusivas e filonares, coloração cinza, rósea ou
avermelhada, cinza esverdeada, etc.. Contém fenocristais de quartzo (normalmente
cinzento) e feldspato potássico (usualmente ortoclásio) além de alguma mica, numa massa
muito fina de feldspato potássico (ortoclásio) e quartzo.
OBS.: Segundo Johannsen o termo quartzo-pórfiro é usado para rocha porfirítica de dique de
composição semelhante ao granito.
2.4. RIOLITO – rocha ácida, efusiva e filonar, coloração cinza, rósea ou avermelhada, constituída
de feldspato potássico, quartzo e mica, formando uma massa muito fina, na qual podem
estar presentes fenocristais de quartzo, feldspato e biotita. O riolito é o correspondente
efusivo do granito.
1. LEUCOCRÁTICAS E MESOCRÁTICAS
1.1. DIORITOS – rochas intermediárias, plutônicas, constituídas essencialmente de plagioclásio
sódico (oligoclásio andesina), anfibólio (comumente hornblenda) ou biotita, podendo
conter algum piroxênio e algum quartzo.
A coloração mais comum é cinza escuro. A granulação varia de fina a grossa.
2. MESOCRÁTICAS E MELANOCRÁTICAS
2.1. DIABÁSIOS – rochas básicas, filonares, microfaneríticas, consistindo essencialmente de
plagioclásio cálcio (labradorita), e piroxênio (augita ou pigeonita) ocorrendo também
magneto-ilmenita. A coloração preta é a mais comum. Muitas vezes exibem a olho nu
textura ofítica característica.
26
2.3. IJOLITO – rocha básica, plutônica, constituída essencialmente de piroxênio e nefelina. A
coloração é escura.
1.2. LATITOS – rochas intermediárias, efusivas e filonares, cuja composição é semelhante a dos
monzonitos. Os latitos são os correspondentes efusivos dos monzonitos.
A coloração é cinzenta.
2.3. TEFRITO – rocha básica, efusiva e filonar, consistindo essencialmente de plagioclásio cálcio
e leucita ou nefelina. Os minerais máficos comuns são os piroxênios (augita).
BASANITOS – são tefritos com olivina. Poderiam ser chamados basaltos com
feldspatóides.
ROCHAS MAGMÁTICAS
1. MELANOCRÁTICAS
1.1. DUNITO – rocha ultra-básica, plutônica, consistindo essencialmente de olivina. A coloração
varia de verde escuro, castanha ou preta.
27
ROCHAS METAMÓRFICAS
1. ANFIBOLITO – rochas de granulação média a grosseira, composta principalmente de
hornblenda e plagioclásio, podendo ocorrer em pequenas porcentagens quartzo, biotita,
epídoto, etc.. Sua xistosidade, que é devida ao alinhamento paralelo dos prismas de
hornblenda, é menos óbvia que nos xistos típicos. Produtos de metamorfismo regional de
médio a alto grau.
2. ARDÓSIAS – rochas de granulação fina constituídas de mica branca, clorita verde pálido,
quartzo e algumas vezes grafita. Apresenta perfeita xistosidade plana (clivagem ardosiana),
mas sem segregação em bandas. Os minerais usualmente não são identificados a olho nu.
5. FILITOS – rochas xistosas de granulação fina, algumas vezes com segregação em bandas
incipientes. As superfícies de xistosidade têm um brilho lustroso dado pela mica. A
composição mineralógica é semelhante às ardósias, podendo ocorrer biotita. Os filitos têm a
mesma origem das ardósias, mas o tamanho dos grãos é mais grosseiro, como resultado de
um grau de metamorfismo mais avançado.
11. ITACOLOMITOS – quartzito micáceo flexível. Há autores que classificam esta rocha como
arenito.
28
12. MÁRMORES – rochas composta de calcita e/ou dolomita, cuja xistosidade, controlada pelo
alinhamento sub-paralelo de grãos lenticulares, é usualmente fraca, exceto nos mármores
micáceos ou com tremolita.
13. MICAXISTOS – xistos com camadas micáceas, alternadas com camadas quartzo-feldspáticas.
17. TALCOXISTOS – xistos de baixo grau de metamorfismo, que têm como elemento característico
o talco. Rochas provenientes do metamorfismo de peridotitos.
18. XISTOS – rochas fortemente xistosas, usualmente com boa lineação, em que os grãos são
bastante grosseiros para permitir uma fácil identificação dos componentes minerais em
amostras de mão. Os minerais de hábitos micáceos são abundantes e sua orientação sub-
paralela origina uma xistosidade distinta. Segregação em camadas geralmente bem
desenvolvidas. Produto de metamorfismo de deslocamento em profundidade.
29
8. FOLHELHO – rocha laminada, na qual as partículas constituintes são predominantemente do
tamanho da argila. O folhelho inclui argilitos e siltitos, que se apresentam endurecidos,
laminados ou físseis. A clivagem é a mesma do acamamento e a clivagem ou fissilidade
secundárias são aproximadamente paralelas ao acamamento.
10. SILTITO – rocha de granulação muito fina, consolidada, composta de partículas do tamanho
do silte.
12. VARVITO – rocha finamente laminada, que se constitui na alternância de camadas claras e
escuras, correspondente à sedimentação efetuada durante verão e inverno no intervalo de
um ano.
2. CALCÁRIO DOLOMÍTICO – calcário com calcita e dolomita em que a calcita ocorre na rocha em
porcentagem acima de 50%.
7. DOLOMITO CALCÁRICO – dolomito com calcita e dolomita em que este ocorre na rocha em
porcentagem acima de 50%.
9. MARGA – é um calcário que encerra em sua constituição mais de 20% de material argiloso.
10. TRAVERTINO – calcário poroso que aparece geralmente próximo a fontes ricas em cálcio;
semelhantes aos tufos calcários, porém mais compactos que estes.
30
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. AUBOUIN, Jean; BROUSSE, Robert; LEHMAN, P. Jean, Precis de géologie-petrologie, Tomo I,
1968.
9. TRAVIS, B. Russel, Classification of rocks Colorado School of Mines, Vol. 50, Numer 1, 1955.
31