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O silício nunca ocorre sozinho nas rochas, aparecendo em forma de compostos silicatados,
sendo o composto mais abundante nas formações rochosas (representando cerca de 87 % da
composição médias das rochas).
A estrutura básica dos silicatos é um tetraedro cujos vértices são ocupados pelos átomos de
oxigénio, estando o silício situado no centro deste tetraedro (ver figura).
Este tetraedro básico pode-se associar a outros tetraedros de várias formas, dando assim
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origem a uma grande variedade de minerais que, se bem que quimicamente semelhantes
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Mineral – é um sólido inorgânico, formado por processos naturais com uma estrutura cristalina e com
uma dada composição química específica. Existem cerca de 2000 espécies minerais diferentes na
natureza, mas a maior parte são muito raras.
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(todos possuem o radical SiO4 ), do ponto de vista físico e mecânico são muito diferentes; por
exemplo o quartzo, o talco, a argila.
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Para uma introdução à petrografia apenas é necessário conhecer e identificar cerca de meia
dúzia de minerais. São eles : o quartzo, o feldspato, a mica, os minerais ferromagnesianos, os
minerais de argila e a calcite.
QUARTZO
FELDSPATOS
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Petrografia – estudo da forma e aspecto das rochas
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MICA
Existem duas variedades de mica: a mica branca ou muscovite formada por silicatos de H, K e
Al, e a mica preta ou biotite formada por silicatos de H, K, Al, Fe e Mg. Reconhecem-se pela
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clivagem perfeita que apresentam sempre, por serem um mineral pouco duro e pelo seu brilho.
A muscovite é utilizada como isolante em pequenos equipamentos eléctricos.
BIOTITE MUSCOVITE
MINERAIS FERROMAGNESIANOS
HORNEBLENDA
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Clivagem – propriedade que certos minerais possuem de se separarem segundo planos paralelos uns
aos outros quando é exercida neles uma pressão.
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MINERAIS DE ARGILA
Todos são silicatos de Al podendo conter K, Na, Ca, Fe e Mg. Têm dimensões muito pequenas
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da ordem dos 10 mm, não sendo por isso possível identificá-los macroscopicamente pelo que
se tem de recorrer ao microscópio electrónico para a sua identificação.
São muito pouco duros, lustrosos ao tacto e possuem a particularidade de absorverem água
(ou outro líquido) com grande facilidade, verificando-se nalguns tipos que esta absorção
conduz a um expansão do mineral (aumento de volume) e a um comportamento plástico deste.
Quando levados ao lume perdem esta água rapidamente adquirindo uma forma rígida que
permite ser utilizada no fabrico de vários produtos (telhas, cerâmica, barro).
CALCITE
calcite
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1 – Rochas ígneas, também chamadas magmáticas por alguns autores: São rochas que
se formaram a partir do arrefecimento de material viscoso em fusão (magma) .
Este arrefecimento pode dar-se à superfície terrestre (sendo neste caso um
arrefecimento muito brusco devido à descida abrupta da temperatura de 800 a 900 º C
para cerca de 20 º C) como acontece com as lavas de um vulcão; neste caso temos as
chamadas rochas ígneas vulcânicas que se reconhecem pela cor escura e aspecto
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da textura . Estas rochas, devido ao arrefecimento brusco que tiveram, possuem
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minerais de pequeníssimas dimensões podendo mesmo conter material amorfo e por
vezes cavidades resultantes da saída rápida dos gases contidos no magma (a pedra-
pomes é um exemplo).
O arrefecimento pode também ocorrer no interior da crusta a profundidades tais que
permitam ao magma ir arrefecendo lentamente e solidificar (cristalizar) de um modo
gradual. Estas rochas apresentam sempre cristais bem desenvolvidos por vezes de
grandes dimensões, que se podem identificar à vista desarmada ou com o auxílio de
uma lupa; são as chamadas rochas ígneas plutónicas.
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Génese – origem ou formação do material rochoso.
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Textura – aspecto macroscópico que a rocha apresenta, e que resulta do modo e do tamanho como os seus minerais
estão dispostos
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Amorfo – o que não é cristalino, ou seja não possui estrutura cristalina
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3 –Rochas metamórficas são todas as rochas que após a sua formação, e já no estado
sólido, se transformaram por acção do calor e /ou da pressão a que eventualmente
ficaram sujeitas.
Estas transformação (metamorfose) pode ter vários graus: desde uma transformação
incipiente (apenas saída da água de cristalização de alguns minerais), a uma nova
reorganização dos minerais existentes (definição de planos preferenciais de orientação
destes minerais em relação ás pressões actuantes) a transformações mineralógicas
(formação de novos minerais).
São constituídas por minerais que aparecem sob a forma de grãos irregulares que
resultam de texturas de intercrescimento entre os cristais. Com efeito, os cristais vão-
se formando à medida que a temperatura do magma desce e atinge o respectivo ponto
de solidificação (ou cristalização) de cada mineral, havendo portanto interferências (de
espaço) entre os vários cristais que se vão formando. Num magma de natureza
silicatada, verificou-se experimentalmente que alguns minerais que se iam formando
reagiam com os anteriormente formados de composição químico-mineralógica
semelhante, enquanto outros não sofriam qualquer tipo de interferência química,
formando-se minerais sem qualquer semelhança com os anteriores. Considerou-se
então neste tipo de magma a existência de uma série contínua de minerais e uma série
descontínua; ao conjunto das duas séries de formação de minerais silicatadas por
arrefecimento do magma original chama-se a série reaccional de Bowen, apresentada
na figura abaixo.
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Estas rochas são formadas quase exclusivamente por minerais silicatados : quartzo,
feldspatos, micas e os minerais ferromagnesianos.
Como já atrás foi referido, a taxa de arrefecimento do magna vai condicionar quer o
tamanho dos minerais, quer a presença ou não de material amorfo, dividindo–as em
dois grandes grupos – as rochas vulcânicas e as rochas plutónicas.
São as rochas onde podemos encontrar minerais de maiores dimensões (nos
pegmatitos encontram-se cristais com mais de 20 cm de comprimento).
Quartzo
Feldspatos GRANITO RIOLITO
Minerais ferromagnesianos
Sem quartzo
Feldspatos predominantes DIORITO ANDESITO
Minerais ferromagnesianos
Sem quartzo
Feldspatos GABRO BASALTO
Minerais ferromagnesianos
predominantes
Como se deve depreender do que acima foi referido este tipo de rochas aparece na
superfície terrestre como o produto de acções muito diversas : actividades vulcânicas,
emanações filonianas, diques, etc. Assim, o seu modo de ocorrência é também muito
diverso dando origem a um conjunto de formações algumas das quais se representam
na figura seguinte: batólitos, lacólitos, diques, soleiras, vulcões, stock, etc.
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Do grupo das rochas carbonatadas faz parte o calcário que é a rocha mais abundante à
superfície terrestre. Pode ser formada por precipitação química a partir de soluções saturadas
de CaCO3 ou pela cimentação de restos de conchas ou uma mistura dos dois processos,
conferindo à rocha características físicas e mecânicas diferentes; a presença de impurezas
(matéria orgânica, compostos ferruginosos, etc) confere-lhe por vezes uma cor mais escura
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que o normal, e mesmo porosidade diferente. Também ainda pertencente a este grupo de
rochas sedimentares carbonatadas temos as dolomites ou dolomitos, que são formadas por
carbonatos de cálcio e magnésio (sendo um pouco mais duras e resistentes que o calcário) e o
cré formado por partículas finíssimas de crustáceos.
Um outro tipo de rocha sedimentar que não se enquadra no quadro acima apresentado são as
margas; são rochas formadas por carbonatos de cálcio e por argila podendo esta atingir cerca
de 30 % da composição da rocha, conferindo-lhe nesse caso características muito diferentes
da dos carbonatos (por exemplo expandir-se por acção da água tornando-se plásticas).
Como se pode verificar do quadro acima, estas rochas sedimentares apresentam uma
composição muito heterogénea, e características bastante diferentes, mesmo entre rochas
formadas por processos semelhantes. Por exemplo, os arenitos: podemos encontrar estas
rochas formadas por grãos de quartzo e cimentadas por um óxido de silício tornando-se uma
rocha muito dura e resistente aos agentes meteóricos, e podemos encontrar arenitos formados
por grãos também de quartzo mas cimentados por um material argiloso ou carbonatado que lhe
confere uma muito menor resistência, e mesmo no caso do cimento carbonatado uma
sensibilidade em relação a soluções ácidas (chuvas ácidas p.e.).
Não nos devemos esquecer que o petróleo e o carvão são rochas (sedimentares) formadas em
condições específicas – lagoas de baixa profundidade, com elevada energia térmica e química
(os pântanos)– numa altura em que existia na Terra uma grande abundância de plantas de
grande porte (ricas em celulose). A esse período da vida da Terra chamou-se o Carbónico e
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Porosidade – relação percentual entre o volume de vazios (poros, fracturas, fissuras) de uma rocha e o seu volume
total
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decorreu desde os 345 aos 285 milhões de anos (com uma duração aproximada de 60 milhões
de anos).
ROCHAS METAMÓRFICAS
Dos três grupos de rochas é talvez aquele que é mais difícil de entender, não só porque os
processos da sua formação são complexos, mas também porque quase sempre se omite um
factor essencial - o factor tempo.
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Foliação – capacidade que algumas rochas possuem para, quando sobre elas se exerce uma dada pressão, se
fracturarem segundo planos preferenciais paralelos uns aos outros.
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calor, que lhe é dada pela intrusão de um corpo ígneo (filão, batólito, lava) e que leva a um
“cozimento” dos constituintes iniciais da rocha, dando origem a uma recristalização dos
minerais ou a uma transformação mineralógica se houver adição de novos elementos ou
saída de alguns existentes;
pressão; esta pode ser de vários tipos - pressão litostática ou confinante devida ao peso
próprio dos materiais sobrejacentes (é uma pressão
não orientada criando um gradiente geobárico de
250/300 atm/km);
O xisto provem da rocha anterior mas em que o calor tem já uma influência marcante na sua
transformação, produzindo minerais mais grosseiros. Apresenta também uma foliação se bem
que não tão nítida como o micaxisto.
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A mármore e o quartzito são rochas que se formaram pelos mesmos processos, apenas
diferindo a composição da rocha inicial. Com efeito um aumento da temperatura pode levar um
calcário (rocha monomineralógica) a recristalizar, dando origem a uma mármore; o mesmo
processo se verifica quando, por exemplo, um arenito quartzoso recristaliza originado um
quartzito. Esta recristalização dá-se por intercrescimento dos minerais que vão ocupar espaços
vazios da rocha, verificando-se que nesta rochas a porosidade é nula ou quase nula, ao
contrário do que acontece com a rocha–mãe que pode ter uma porosidade elevada (é normal
alguns calcários apresentarem porosidades da ordem dos 20 a 30 %). Assim, é normal que
estas rochas formadas em condições de calor intenso, resistam a ambientes de elevadas
temperaturas, o que se verifica na sua utilização diária, o que não quer dizer que sejam rochas
muito duras. A mármore cujo constituinte mineralógico continua a ser a calcite tem
exactamente a mesma dureza e propriedades físico-químicas que este mineral ou que o
calcário. Por sua vez, o quartzito sendo formado essencialmente por quartzo tem exactamente
a mesma dureza e propriedades que este.
De referir que existem muitas outras rochas metamórficas além das aqui mencionadas. Uma
das acções mais comuns da pressão como agente de metamorfismo é o esmagamento do
material rochoso preexistente, dando origem a uma rocha com trituração dos seus minerais
chamada milonito.
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