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Processos de mineralogénesis

Mineralogía.
Sumário.
Introdução. Processos exógenos de formação de
minerais. Processos endógenos de formação de
minerais. Magmatismo. Magma. Placas tectônicas e
magmatismo. Tipos de rochas ígneas. Serie de
reacções do Bowen. Jazidas associadas.
Metamorfismo. Minerais e rochas associadas ao
metamorfismo. Skarn. Processos exógenos de
formação de minerais. Associados a processos de
alteração (residuais e de prazer). Associados a
processos de diagénesis e de sedimentação
química. Associados a processos de oxidação.
Introdução
Uma classificação que é pouco adequada para os
minerais, como é a genética (o quartzo, por exemplo,
classificaria-se em todos os grupos que se estabeleçam,
pois se forma em todos os ambientes geológicos
possíveis) sim é adequada para a classificação de rochas
e de jazidas minerais, pois estes tendem a formar-se
por processos concretos e únicos. Não obstante, o
problema frequentemente é identificar correctamente
qual processo é o que formou uma rocha ou uma
jazida mineral em concreto.
Introdução
A classificação genética se apóia na identificação do
processo geológico que deu origem à concentração de
minerais. Estes processos podem ser englobados em
dois grandes grupos:
• Processos exógenos, isto é, todos aqueles que têm
lugar por cima da superfície terrestre, como conseqüência
da interação entre as rochas e a atmosfera e a hidrosfera.
• Processos endógenos, ou todos aqueles que têm lugar
por debaixo da superfície terrestre, como conseqüência
dos processos de liberação do calor interno do planeta,
materializados na Tectônica de Placas e processos
associados, tais como o magmatismo e o metamorfismo.
Esquema, a traços largos, da formação dos minerais.
Vulcânismo

Erupção basáltica do Pu’u O‘o, nas ribeiras do vulcão Kilauea no Hawai.


O material vermelho é lava derretida que à medida que se esfria se
converte em preta e se cristaliza.
Liberação do calor interno
A liberação do calor interno se produz de duas
formas: por radiação (ou condução) e por
convecção. A radiação é a libertação do calor
irradiado desde zonas quentes a zonas frias, da
mesma forma que o extremo exterior de uma
colher inundada em um líquido quente termina
esquentando-se: não implica movimento de
matéria, só transmissão do calor. Na convecção
o calor se transmite em forma de movimento
desde zonas quentes para zonas frias.
Correntes convectivas

As correntes convectivas no manto superior produzem o


movimento das placas.
Magma
O magma, ou a rocha derretida, forma-se só em certos lugares
na terra, sobre tudo, ao redor dos borde das placas. (A ideia de
que todo o interior da terra está derretido é um conceito errôneo
mas comum). Quando o magma se esfria, cristaliza-se. pode-se
ver este processo em lugares como a Islândia, onde o magma
sai de um vulcão e se esfria na superfície da terra, formando
assim nas ladeiras do vulcão uma rocha chamada basalto.
Entretanto, a maioria do magma nunca sai à superfície e se
esfria dentro. Muito ao interior da cortiça, debaixo da superfície
da Islândia, o magma que não faz erupção se esfria e se
converte na rocha chamada gabro. As rochas que se formam a
partir do magma que se esfriou se chamam rochas ígneas;
rochas ígneas intrusivas que se esfriarem debaixo da
superfície (como o gabro) e rochas ígneas extrusivas se
esfriarem na superfície (como o basalto).
¿O qué é magma?
Um magma é uma mescla muito complexa de silicatos
fundidos, a temperaturas elevadas, entre 700º e 1000º
C, com uma proporção de água e outros compostos
voláteis que a grandes pressione podem permanecer
no magma.
Os compostos do magma têm grande importância pois
fazem que a mescla seja mais fluída e permitem que o
magma permaneça fluido a temperaturas
relativamente baixas. Estes compostos ao desprender
do magma facilitam sua ascensão durante uma
erupção vulcânica.
Esquema do encontro da placa de Nasça (oceânica) com a Sul-americana (continental).

A placa de Nasça move-se a uma velocidade relativa de aproximadamente 9


cm por ano com respeito à placa Sul-americana, introduzindo-se baixo ela
segundo um plano inclinado (plano do Benioff). A longo prazo, estas forças
tectônicas causaram o plegamiento da placa Sul-americana e a formação
das cadeias da Cordilheira dos Andes e a Cordilheira da Costa.
Seção de crusta oceânica (sequência ofiolítica)

Lavas almofadas.
Diques paralelos.

Gabro maciço.
Gabro em camadas.

Complexo
ultramáfico.
Classificação das rochas ígneas
A composição mineralógica se usa como critério de classificação das rochas

Aumenta o índice de cor e a gravidade específica

O diagrama mostra a proporção relativa dos componentes minerais principais e


a textura das rochas ígneas comuns. Por exemplo uma rocha afanítica (grãos
finos) composta principalmente por plagioclasas ricas em cálcio e piroxenos é
um basalto.
Rochas ígneas ácidas

Granito Riolito
Rochas ígneas básicas

Basalto
Câmara magmática

A assimilação das rochas de caixa pode provocar mudanças na


composição do magma. Alguns fragmentos são fundidos, outros
permanecem como inclusões. Observe-se como os minerais
ferromagnesianos (mais pesados se acumulam no fundo da câmara
magmática).
Formação dos depósitos de cromite por
sedimentação de cristais
Níveis de cromite na parte baixa do complexo
de Bushveld, África do Sul
Kimberlite diamantífera
Kimberlite diamantífera
Rocha kimberlítica
Série de reação do Bowen

Consiste de um ramo descontínuo, ao longo da qual cristaliza uma sucessão de silicatos


ferromagnesianos, à medida que o magma se esfria e de um ramo contínuo ao longo da
qual cristalizam as plagioclasas e feldespatos com um incremento da quantidade de
sódio. Note-se que a composição do magma máfico inicial troca à medida que se
produz a cristalização nos dois ramos.
Classificação de depósitos relacionados com
as rochas ígneas
Algumos minérios são característicos de certas rochas,
em tanto outros não mostram afinidade. Em relação ao
conteúdo de SiO2 das rochas, os minérios mostram a
seguinte afinidade:
Rochas máficas : cromite, ilmenite, apatite, diamantes,
Ni, Cu, Pt.
Rochas intermédias : magnetite, hematite, ilmenite, V.
Rochas silícas : magnetite, hematite, Zr, monazite,
urânio, cassiterite (estanho).
Jazigos pegmatíticos-pneumatolíticos
Os jazigos pegmatíticos-pneumatolíticos formam-
se a partir dos fluidos sobreaquecidos e substâncias
voláteis que escapam do magma e penetram nas
fendas e fissuras das rochas ígneas mãe ou nas
rochas encaixantes. O berilo Be3Al2(Si6O18) apresenta
grande numero de variedades, segundo a cor e a
composição química. Algumas das variedades, mais
conhecidas, são: 1) esmeralda, explorada como
gema (pedra preciosa de cor verde), 2) água-
marinha, explorada como gema (pedra preciosa de
cor verde azulada) e 3) morganite (pedra preciosa
de cor róseo).
Aguas-marinhas
Depósitos vetiformes, hidrotermais e
pegmatíticos

Associam-se jazigos de sulfuretos de ouro e prata.


Pegmatitos de Moçambique
• Alto Ligonha (Zambézia Province) and
eastern Nampula area (Nampula Province);

• Inchope–Doeroi (Manica and Sofala Provinces);


• Monapo–Nacala (Nampula Province);
• N of Ribáuè–Malema, S of Nipepe
(Nampula, Zambézia, Niassa Provinces);

• Northern and western border zone of the


M’Sauize Structure (Niassa Province);
• Area between Balama–Montepuez–Rovuma
River (Cabo Delgado Province);

• Zumbo–Zâmbuè (Tete Province);


Filões pegmatíticos
Veios em anfibolitos
Foto detalhada de rubís em anfibolitos
Jazigos hidrotermais 
Os jazigos hidrotermais pertencem à classe final dos jazigos
de génese magmática. Os fluidos hidrotermais transportam
elementos químicos, importantes para a formação de minerais
com interesse económico, a partir do magma de origem. Estes
fluidos activos abandonam o magma a elevada temperatura e,
deste modo, as reacções químicas com as rochas encaixantes
que atravessam na sua trajectória e o abaixamento da
temperatura originam novos minerais, por vezes em
concentrações com interesse económico. Esta deposição de
novos minerais pode ter lugar em cavidades e fendas (fissuras,
diáclases, fracturas e falhas) sob a forma de filões e veios, ou
entre os grãos das rochas sedimentares ou outros espaços
similares sob a forma de impregnações. Os jazigos
hidrotermais subdividem-se com base nas temperaturas de
formação, em jazigos de altas temperaturas, médias e baixas,
constituindo, respectivamente, os jazigos hipotermais,
mesotermais e epitermais. 
Esquema mineralizações
Domo riolítico com textura porfirítica,
Namaacha
Vulcanismo e jazigos associados
O metamorfismo
O metamorfismo é um processo geológico endógeno
mediante o qual as rochas sofrem uma série de
transformações (mineralógicas ou texturais-estruturais) de
pressão e temperatura distintas às iniciais (mais elevadas).
É um processo isoquímico, quer dizer, não se produz
mudança na composição química global inicial e final.
Quando se variar a composição pela presença de fluidos o
processo se chama metasomatismo (é igual ao
metamorfismo mas não isoquímico).
Durante o metamorfismo se formam uns minerais estáveis
às novas condições de pressão e temperatura chamados
indicadores. O passo a estes minerais pode ser devido a
uma mudança polimorfo e pela reação entre dois minerais.
O metamorfismo
O metamorfismo
Silicatos comuns em rochas metamórficas.
Filossilicatos: talco, serpentina, clorite, muscovite, biotite.
Inossilicatos: tremolite-actinolite, hornblende, glaucofane,
jadeite, diópsido, ortopiroxenos.
Tectossilicatos: quartzo, plagioclases (exceto as cálcicas),
microclina e ortoclase.
Nesossilicatos: granadas (a altas pressões piropo), epidoto,
cianite, sillimanita, andaluzite, forsterite, estaurolite, cloritoide.
Jazigos pirometassomáticos
Os jazigos minerais pirometassomáticos formam-se, normalmente,
nos contactos entre calcários (rochas sedimentares) e os
granodioritos intrusivos (rochas ígneas plutónicas de grão grosseiro,
constituídas por quartzo, plagioclases e feldspato potássico; como
minerais acessórios apresentam biotite, hornblenda e mais raramente
piroxena. É uma rocha cuja composição mineralógica situa-se entre o 
granito e o diorito.). Os fluidos à temperatura entre os 500 e 800
graus centígrados, portadores de elementos químicos importantes
para a formação de minérios, passam das rochas ígneas
(granodioritos) para as rochas encaixantes (calcários), dando lugar ao
fenómeno de metassomatismo (processo de substituição de um
mineral por outro). A recristalização e reconstituição mineralógica,
originam uma associação característica (paragénese) de minerais nos
jazigos deste tipo. Os minérios são a magnetite, hematite, pirite,
calcopirite, blenda, galena, cassiterite, ouro, molibdenite e volframite
(de notar que estes minérios, por vezes, têm géneses distintas, caso
já acima exemplificado com a magnetite).
Metamorfismo de contacto. Jazigos de
skarn.

Os depósitos minerais de tipo Skarn são jazidas de substituição metasomático


caracterizadas pela presença de minerais calcosilicatados faneríticos de grão
grosso, da Ca, Fe, Mg e Mn. Substituem seletivamente a rochas carbonatadas e
podem associar-se com mineralização metálica de W, Cu, Zn, Pb, Sn, Fe-Ca e
menor Au-Ag.
Processos sedimentares geradores de jazigos
minerais
• alteração,
• diagénesis,
• sedimentação química,
• bacteriogénesis,
• evaporação,
• oxidação.
Diamantes aluvionares
Rubís encontrados em paleoleitos
Depósitos de ferro, ferro-titânio e não ferrosos
Ocorrencias
de argilas e
caulino
Forno para produzir tijolos, Manica
Laterite, solo vermelho
Associados a processos de sedimentação química
Nodulos Mn em fundos oceânicos
Oolitic Ironstone. Rocha rica em Fe oolítica do Jurássico. O
mineral verde olivo que forma a maioria dos ooides e grande
parte do material cementante é chamosita. As áreas claras estão
compostas por siderite.
Textura em camadas em ironstones do Precámbrico;
alternam-se bandas escuras de cor parda (ricas em óxidos
de Fe) com bandas claras de silicitas.
Ouro em BIF
Bentonite (Montmorillonite)
(Na,Ca)0.33(Al,Mg)2(Si4O10)(OH)2 · nH2O
• A bentonite ocorre em Moçambique como
produto de meteorização de riolitos e tufos
riolíticos. Os depósitos e ocorrências mais
conhecidas e investigadas ocorrem nos
Pequenos Libombos, especialmente em
Boane, a cerca de 35 km a sudoeste de
Maputo (Afonso & Marques, 1998; Lächelt,
2004).
Bentonitas, Boane
Chapéu de ferro
Associados a processos de evaporação
Perguntas de autoavaliação
1) O que são os processos de mineralogénesis e como se
dividem?
2) Como se formam os minerais pela atividade magmática?
3) O que é o magma? O que são os processos
hidrotermales? Quais jazidas minerais se associam às
rochas ígneas?
4) Como se formam os minerais pelos processos
metamórficos?
5) De exemplos de minerais e rochas que se formam
durante o metamorfismo.
6) O que é uma jazida de skarn?
Perguntas de autoavaliação
7) Diga os principais processos de formação de minerais no
ambiente sedimentário.
8) De exemplos de jazidas associadas ao vulcanismo.
9) Diga a importância para Cuba das jazidas de lateritas
ferroniquelíferas.
10) Fale sobre as bauxitas.
11) Que importância têm as zeolitas para Cuba e outros paises.
12) Que importância tem para Cuba o ouro associado ao
Gossans.
13) Diga a importância e os tipos de hidrocarbonetos e carvões.
14) Rochas que se empregam como materiais ornamentais e da
construção.

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