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Biologia

Magma
• Material com origem na fusão de:
1. rochas do manto
2. rochas da crosta, nos limites convergentes de placas
• Formado por uma mistura de silicatos.
• Ocorre a temperaturas de fusão compreendidas entre 650ºC e 1200ºC.
• Tem uma percentagem variável de gases dissolvidos.
• Pode conter cristais em suspensão, formados por materiais com ponto de
fusão mais elevado do que a temperatura a que se encontra o magma.
• A lava corresponde ao magma depois de, no momento de erupção, sofrer
desgaseificação.

O magma é uma mistura complexa de materiais rochosos, total ou parcialmente


fundidos, de composição essencialmente silicatada e com uma componente gasosa
variável.

Classificação dos magmas


A quantidade de sílica é um importante parâmetro de classificação dos magmas, que
permite dividi-los em magmas pobres em sílica, ricos em sílica e magmas de
composição intermédia.
A viscosidade do magma depende:
1. da temperatura (menor temperatura – maior viscosidade)
2. da quantidade de sílica (mais sílica – maior viscosidade)
3. da quantidade de fluídos (menos fluídos – maior viscosidade)
A natureza da lava emitida por um vulcão determina o tipo de atividade vulcânica.
Dos magmas emitidos pelos vulcões 80% é basáltico, 10% é andesítico e 10% é
riolítico.
Assim temos:
Magma basáltico:

• pobre em sílica
• ponto de fusão alto (1300ºC)
• tem origem em rochas do manto – peridotitos, que ascendem e fundem na
base da litosfera devido à diminuição da pressão
• expelido ao longo dos riftes e nos pontos quentes
• se ocorrer acumulação de magma em câmaras magmáticas, a sua
consolidação origina rochas plutónicas – gabros
• quando a velocidade de ascensão é superior à de arrefecimento ocorrem
erupções de lava. A consolidação da lava origina rochas vulcânicas – basaltos

Magma andesítico:

• composição intermédia
• ponto de fusão intermédio (1000ºC)
• forma-se nas zonas de subducção resultantes da colisão de duas placas
oceânicas ou de uma placa continental com uma oceânica. Os sedimentos
presentes nos fundos oceânicos contêm água que faz baixar o ponto de
fusão dos minerais, formando o magma
• é um magma de composição complexa, dependente da quantidade e
qualidade do material fundido – material das crostas oceânica e continental, e
do manto, incluindo água e sedimentos
• a consolidação do magma em profundidade origina os dioritos
• a consolidação do magma à superfície origina os andesitos

Magma riolítico:

• rico em sílica
• ponto de fusão baixo (800ºC)
• forma-se em zonas de colisão de placas continentais, com consequente
formação de montanhas
• o choque entre duas placas continentais provoca metamorfismo e fusão
parcial das rochas constituintes da crosta, formando-se magmas ricos em
sílica – este tipo de magma resulta da fusão de rochas da crosta continental,
que, por sua vez, são ricas em água e CO2, originando magma rico em gases
• a consolidação do magma em profundidade origina os granitos
• a consolidação do magma à superfície origina os riólitos
Consolidação do magma
• Rochas plutónicas ou intrusivas: formam-se quando o magma se consolida em
profundidade.
• Rochas vulcânicas ou extrusivas: formam-se quando o magma se consolida à
superfície.
• Rochas plutónicas com textura cristalina: formam-se quando ocorre
acumulação de magma em câmaras magmáticas. (quanto mais lento é o
aquecimento e mais espaço disponível existe, maiores e mais perfeitos serão
os cristais formados.)
• Erupções de lava: ocorrem quando a velocidade de ascensão é superior à de
arrefecimento. A consolidação da lava origina rochas vulcânicas.
• Rochas vulcânicas com textura pouco cristalina: formam-se quando, durante a
ascensão, o arrefecimento permite a formação de cristais, mas a rápida
velocidade de arrefecimento à superfície não permite a cristalização.
Formam-se rochas vulcânicas com diferentes texturas dependendo da velocidade
de arrefecimento.

Formação de magmas – condições ambientais


1. O movimento divergente de placas nos riftes e a ascensão das plumas térmicas
levam a uma diminuição de pressão, que provoca a fusão das rochas, levando à
formação de magmas.
2. A placa subductada contém sedimentos ricos em água que provocam a
diminuição do ponto de fusão, favorecendo a formação de magmas. – zonas de
subducção
3. A ascensão dos materiais do manto ao nível das correntes de convecção,
provocam a descompressão das rochas, levando à fusão parcial desses mesmos
materiais, ocorrendo a formação de magmas. – zonas de rifte e pontos quentes
Fatores que contribuem para a formação de magmas:

• Temperatura: o aumento da temperatura, resultante da proximidade de


magmas e/ou da colisão (compressão) entre placas tectónicas, gera a fusão
das rochas.
• Pressão: a diminuição da pressão litostática (descompressão) reduz a
temperatura de fusão das rochas.
• Água: a presença de água e/ou de outros voláteis diminui a temperatura de
fusão das rochas.
Cristalização e diferenciação dos magmas
A formação de diferentes tipos de rochas magmáticas pode ser explicada por um
processo designado por diferenciação magmática.

• Diferenciação magmática: processo segundo o qual, a partir de um só magma


inicial, poderão formar-se rochas magmáticas muito distintas.
Um só tipo de magma pode originar diferentes tipos de rochas porque:

• o magma é uma mistura complexa de substâncias minerais.


• a cristalização desses minerais ocorre a temperaturas diferentes dado serem
diferentes os seus pontos de fusão – assim, durante o processo de
cristalização, formam-se diferentes associações de cristais.
Com o arrefecimento, do contínuo processo de cristalização resulta um magma
residual de composição continuamente alterada.
À medida que o magma arrefece vai ocorrendo a formação de diferentes minerais,
deixando um magma residual diferente do magma inicial – formação de sucessivas
frações magmáticas residuais com diferente composição.
Estamos, assim, perante o processo de diferenciação magmática.
A diferenciação magmática ocorre por cristalização fracionada.

• Cristalização fracionada: primeiro cristalizam os minerais de mais alto ponto


de fusão, seguidos dos restantes por ordem decrescente dos respetivos
pontos de fusão.

Série de Bowen
Norman Bowen foi no primeiro petrólogo a estabelecer a sequência de reações que
ocorrem no magma durante a diferenciação.
Segundo Bowen existem duas séries de reações:

• a série de reação descontínua, ou dos minerais ferromagnesianos


• a série de reação contínua, ou das plagióclases
A série dos minerais ferromagnesianos é descontínua porque, por diminuição da
temperatura, um mineral origina outro com composição química e estrutura interna
diferente.
A série das plagióclases é contínua porque a alteração gradual de iões nas
plagióclases não altera a sua estrutura interna.
Com o arrefecimento do magma, os minerais não cristalizam todos ao mesmo
tempo, mas segundo os seus pontos de fusão:

• primeiro cristalizam os minerais de ponto de fusão mais elevado (ricos em


ferro, magnésio e cálcio, como as olivinas, piroxenas e plagióclases cálcicas)
• seguidamente cristalizam os de ponto de fusão mais baixo (ricos em silício,
potássio e sódio, como as plagióclases sódicas, feldspatos potássicos,
moscovite e quartzo)
As duas séries refletem fenómenos que ocorrem simultaneamente à medida que a
temperatura do magma vai baixando:

• rochas ricas em olivina têm frequentemente piroxenas e plagióclases cálcicas


e, geralmente, não possuem quartzo
• rochas ricas em quartzo têm normalmente plagióclases sódicas e/ou
feldspatos potássicos
Através da análise da série de Bowen é possível compreender que:

• os minerais formados a altas temperaturas (olivinas, piroxenas…) são mais


instáveis quando sujeitos a meteorização à superfície, ao contrário do
quartzo que é mais resistente.
• se não houver separação dos minerais que se vão formando, estes podem
reagir com o magma produzindo outros minerais (ex: olivina transforma-se
em piroxena).
• se os cristais forem separados do líquido remanescente, um mesmo magma
original pode formar rochas diferentes.
• os cristais originados podem ser separados do líquido residual por
compressão da câmara magmática ou por diferenciação gravítica.
Minerais e matéria cristalina
Os minerais das rochas magmáticas resultam do arrefecimento e da solidificação do
magma. Se este arrefecimento for lento, os cristais desenvolvidos serão observáveis
à vista desarmada. Se, por outro lado, o arrefecimento do magma for rápido, não se
irão formar cristais desenvolvidos.
Os minerais irão ocorrer na natureza sob a forma de matéria cristalina.
Podemos definir três tipos de cristais:

• cristal euédrico: o mineral é totalmente limitado por faces bem


desenvolvidas.
• cristal subédrico: o mineral apresenta faces parcialmente bem desenvolvidas.
• cristal anédrico: o mineral não apresenta qualquer tipo de faces.

• Cristal: sólido homogéneo de matéria mineral que, sob condições favoráveis


de formação, pode apresentar superfícies planas e lisas, assumindo formas
geométricas regulares.

• Matéria amorfa ou vítrea: caracteriza-se pela ausência de ordenação interna,


isto é, as unidades básicas (átomos, iões ou moléculas) que a constituem
estão dispostas de uma forma totalmente aleatória.

Podemos destacar duas relações:

• Isomorfismo: minerais com a mesma estrutura cristalina, mas composição


química diferente.
• Polimorfismo: minerais com estrutura cristalina diferente, mas a mesma
composição química.

Características de rochas magmáticas


• Rochas plutónicas ou intrusivas: formam-se quando a consolidação do magma
ocorre no interior da Terra, a grande profundidade.
• Rochas vulcânicas ou extrusivas: formam-se quando o magma ascende do
interior da Terra e consolida à superfície ou perto dela.
A classificação das rochas magmáticas tem em conta as seguintes características: cor,
textura, composição química e mineralógica.
Cor
A cor da rocha está intimamente relacionada com a existência dos minerais mais
abundantes na sua composição.
Minerais como o quartzo, os feldspatos potássicos e as micas brancas conferem cor
clara às rochas. – ricas em sílica e alumínio
Minerais como a biotite, piroxenas, anfíbolas e olivinas conferem cor escura às
rochas. – ricas em ferro e magnésio
Quanto à cor, as rochas podem ser:

• Rochas leucocratas: rochas claras, ricas em minerais félsicos e pobres em


minerais máficos.
• Rochas mesocratas: rochas de cor intermédia, nas quais os minerais félsicos e
máficos ocorrem em proporções idênticas.
• Rochas melanocratas: rochas escuras, ricas em minerais ferromagnesianos.
• Rochas hololeucocratas: rochas constituídas exclusivamente por minerais
félsicos.
• Rochas holomelanocratas: rochas constituídas exclusivamente por minerais
máficos.

Textura
A textura é o aspeto geral, microscópico ou macroscópico, de uma rocha, e depende,
essencialmente, da velocidade de arrefecimento do magma que está na sua origem.
Se a consolidação do magma ocorrer em profundidade, a sua velocidade de
arrefecimento será lenta, formando minerais que se distinguem macroscopicamente.
Se o magma consolidar à superfície, o arrefecimento será rápido e os minerais
formados não serão visíveis a olho nu.
A textura de uma rocha pode ser:

• Textura afanítica ou agranular: rocha constituída por minerais muito


pequenos que não se distinguem uns dos outros (magma consolidado à
superfície).
• Textura fanerítica ou granular: rocha constituída por minerais que se
distinguem uns dos outros (magma consolidado em profundidade).
Nota: podem também possuir textura vítrea.

Composição química e mineralógica


É com base na percentagem relativa de silício que se classificam as rochas
magmáticas em ácidas, intermédias, básicas e ultrabásicas.
Quanto à composição química as rochas podem ser:

• ácidas – silício > 65%


• intermédias – 65% > silício >52%
• básicas – 52% > silício > 43%
• ultrabásicas – silício < 43%
Dos minerais que constituem as rochas magmáticas fazem parte dois grandes
grupos:

• Minerais essenciais: minerais cuja presença permite caracterizar a rocha e


determina a sua designação. Ex: quartzo, feldspato, moscovite, biotite,
piroxena, anfíbola e olivina.
• Minerais acessórios: minerais que não são importantes para designar a rocha
e que ocorrem em quantidades diminutas, só visíveis, por vezes, ao
microscópio. Podem, no entanto, ser importantes na caracterização e
descrição mais aprofundada da rocha. Ex: magnetite, zircão, apatite, rútiloo e
turmalina.

Alguns exemplos de rochas magmáticas


Riolito e granito
Formadas em ambiente geodinâmico, são rochas magmáticas ácidas.

• Riólito: textura afanítica. consolidação à superfície (extrusiva). rocha


leucocrata.
• Granito: textura fanerítica. consolidação em profundidade (intrusiva). rocha
leucocrata.

Basalto e gabro
Formadas a partir de magma basáltico.

• Basalto: textura afanítica. consolidação à superfície (extrusiva). rocha


melanocrata.
• Gabro: textura fanerítica. consolidação em profundidade (intrusiva). rocha
melanocrata.

Andesito e diorito
Formadas a partir de magma andesítico.

• Andesito: textura afanítica. consolidação à superfície (extrusiva). rocha


mesocrata.
• Diorito: textura fanerítica. consolidação em profundidade (intrusiva). rocha
mesocrata.

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