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Domínio 2 – Magmatismo e rochas magmáticas

1. Magmatismo e rochas magmáticas


 Rochas magmáticas – são as rochas mais abundantes na crusta terrestre,
resultando da solidificação de um magma.
 Magmatismo – encontra-se associado à tectónica de placas.
 Magma – é uma substância líquida, que resulta da fusão de rochase que ocorre
a temperaturas muito elevadas. O magma também pode possuir algumas
substâncias sólidas (dependendo do ponto de fusão e da temperatura) e
gasosas.
Existem 3 tipos de magmas:

1.1. Diferenciação magmática


Durante o processo de arrefecimento de um magma, em consequência da diminuição
da temperatura, tem início um processo de cristalização, isto é, de formação de cristais
de matéria mineral. Quando este arrefecimento ocorre à superfície ou muito perto da
superfície, devido às elevadas diferenças de temperatura e pressão, a velocidade de
arrefecimento é muito elevada e muitas minerais não chegam a cristalizar. Pelo
contrário, se um magma começa a arrefecer em locais profundos da crosta terrestre,
ocorre a formação sequencial de minerais, possuindo cada um deles uma estrutura e
composição química bem definidas. Assim, verifica-se que as condições do meio e o
tempo são fatores determinantes no processo de cristalização.

Cristalização fracionada – Séries de Bowen


 Cristalização fracionada – ocorre quando primeiro cristalizam os minerais com
maior ponto de fusão, seguidos dos restantes, por ordem decrescente dos
respetivos pontos de fusão.

À medida que ocorre o arrefecimento de um magma basáltico, o ponto de cristalização


dos materiais que o constituem vai sendo atingido. Os primeiros minerais a cristalizar
são as olivinas e plagiocláses cálcicas (anortite). Ao longo do arrefecimento do magma,
formam-se outros minerais e, por isso, o quimismo do magma residual vai-se alterando,
relativamente ao magma original, pois muitos dos seus componentes já estavam
assimilados na estrutura dos minerais progressivamente formados.
Assim, Bowen desenvolveuuma sequência de formação de minerais designada Série
Reacional de Bowen. A série dos minerais ferromagnesianos é conhecida por série dos
minerais ferromagnesianos ou série descontínua, já que, à medida que vão
arrefecendo, o mineral anteriormente formado reage com o magma residual, dando
origem a um mineral com uma composição química e estrutura diferente, e que é estável
nas novas condições de temperatura. A série das plagióclases é conhecida por série das
plagióclases ou série contínua, que contém apenas plagióclases, e verifica-se uma
alteração nos iões das plagióclases, sem que ocorra alteração da estrutura interna dos
minerais.

As séries de Bowen permitem compreender:


 Quais os minerais que tipicamente estão associados às diferentes rochas
magmáticas.
 Que a associação, numa mesma rocha, de olivina e de quartzo é improvável.
 Que os minerais formados a alatas temperaturas são menos estáveis quando
submetidos às condições de meteorização da superfície terrestre.
 Que a cristalização ocorre a temperaturas diferentes, de forma sequencial,
formando-se diferentes associações de minerais.

Diferenciação gravítica
Os minerais ferromagnesianos (olivina, piroxena, anfíbola, biotite), uma vez formados,
separam-se do magma residual, e, porque se tornaram mais densos que este, separam-
se por gravidade, depositando-se no fundo da câmara magmática (diferenciação
gravítica). Já o magma residual, pobre em ferro e magnésio irá dar origem a rochas mais
ácidas relativamente ao magma original.

Assimilação magmática
O magma pode reagir com as rochas encaixantes onde se intrui e quão as quais fica
em contacto. Se a temperatura do magma for superior à do ponto de fusão dos minerais
do encaixante, funde-os alterando a sua composição. Caso não ocorra a fusão, o
magma pode preservar restos das rochas encaixantes que se designam xenólitos.

Mistura de magmas
Por vezes, pode ocorrer a mistura entre dois magmas de composição química diferente.
A mistura destes dois magmas poderá originar rochas de composição intermédia,
segundo alguns investigadores.
Caso os dois magmas sejam imiscíveis podem formar-se encraves que se observam
logo após a consolidação magmática

1.2. Os minerais e a matéria cristalina


Isomorfismo
As olivinas são minerais cuja composição química pode ser expressa pela fórmula
(Fe,Mg)2SiO4. Dada a semelhança de tamanho entre os átomos de ferro (Fe) e os de
magnésio (Mg), eles podem intersubstituir-se na estrutura cristalina, de forma parcial
ou total. Neste último caso, formam-se olivinas puras:
 uma constituída apenas por ferro e sílica — a faialite, Fe2SiO4;
 outra constituída apenas por magnésio e sílica — a forsterite, Mg2SiO4.

Entre estes dois extremos, todas as composições são possíveis, sem que, no entanto,
ocorram transformações ao nível do arranjo e disposição da estrutura cristalina. Trata-
se de um caso de isomorfismo. As substâncias, como a olivina, que, embora
quimicamente diferentes, apresentam a estrutura interna idêntica e formas externas
semelhantes designam-se por substâncias isomorfas. Um conjunto de minerais como
as olivinas, que, mantendo constante a sua estrutura interna, variam de composição,
chama-se série isomorfa ou solução sólida, e os cristais constituídos designam-se por
misturas sólidas ou misturas isomorfas. Para além das olivinas, existem outras séries
isomórficas, como é o caso, por exemplo, de um grupo de feldspatos designados por
plagióclases, que são silicatos em que o Na+ e o Ca2+ se podem intersubstituir.

Polimorfismo
Existem minerais que apresentam a mesma composição química, mas estruturas
cristalinas diferentes. Devido às diferenças físico-químicas que presidem à formação de
minerais como a grafite e o diamante, as estruturas cristalinas que apresentam são
totalmente distintas, o que se reflete na dureza.
Do ponto de vista cristalino, esta diferença é determinada por um conjunto complexo de
relações em que intervêm a dimensão, a carga e os tipos de ligação química.

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