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Petrologia - Introdução

Professor: Flávio Lopes Batista


Paracatu, 2017
PETROGRAFIA
Petrologia: esta palavra vem do grego,
onde, petros (rocha) + logos (conhecimento).
Ciência que estuda as rochas sob todos os apectos:
descrição, classificação, gênese e evolução das rochas.
Petrografia: ramo da Petrologia que se ocupa da
descrição das rochas.
Rocha: é uma paragênese mineral, constituída por uma
ou mais espécie mineral, que é considerada como
unidade da crosta terrestre, que ocorre com relativa
frequência, possuindo um relativo grau de permanência
na crosta e uma certa resistência mecânica.
ROCHAS ÍGNEAS/MAGMÁTICAS

Magma: fusão silicatada que se consolida a altas


temperaturas na superfície como lençóis de lava ou como
extrusões e/ou intrusões variadas.

Composição:
Hidrogênio; Carbono; Oxigênio; Enxofre e Silício (completa)
- Alto teor de sílica: Graníticos – alta viscosidade
- Baixo teor de sílica: Basálticos – baixa viscosidade
Temperatura do magma: 650 a 700oC – graníticos
1350 a 1400oC – basálticos
REMEMORAÇÃO DA AULA PASSADA

 Vimos a Contextualização Histórica da Petrologia;


 Vimos que a partir de então (Técnicos que serão...),
será abolida a palavre “Pedra” do vocabulário de vocês,
e se tornará... “ROCHA”, exceto Pedra Preciosa kkkkkk;
 Vimos o quanto a mineração é importante em nossas
vidas e o quanto ela é “maravilhosa”;
 Por fim, iniciamos o estudo da estrutura do Planeta
Terra... Nomes das camadas geológicas e suas
características distintas;
 Detalhe interessante que o Flamengo ontem ganhou do
San Lorenzo de 4 x 0... e que estou feliz por isto
rsrsrsrsr.
REMEMORAÇÃO DA AULA PASSADA

 Vimos a Contextualização Histórica da Petrologia;


 Vimos que a partir de então (Técnicos que serão...),
será abolida a palavre “Pedra” do vocabulário de vocês,
e se tornará... “ROCHA”, exceto Pedra Preciosa kkkkkk;
 Vimos o quanto a mineração é importante em nossas
vidas e o quanto ela é “maravilhosa”;
 Por fim, iniciamos o estudo da estrutura do Planeta
Terra... Nomes das camadas geológicas e suas
características distintas;

Chupa San Lorenzo
Detalhe interessante que o Flamengo ontem ganhou do
San Lorenzo de 4 x 0... e que estou feliz por isto
rsrsrsrsr.
VISITA TÉCNICA – 16/03/17 21:00HS
ÀS 22:30HS
o Local – Faculdade Noroeste de Minas / Finom;
o Motivo – Conhecer o laboratório de Mineralogia e Geologia da Instituição

onde iremos fazer aula prática e conhecer equipamentos de análise mineral;


o Objetivos Gerais e Específicos – Iniciar uma familiarização com os minerais e

minérios; conhecimento de testemunhos de sondagem (Prospecção Geológica);


o Conhecimento das Camadas Geológicas Existentes (Perfil Geológico);
o Conhecimento e Introdução a Cristalografia;
o Iniciação a Caracterização de Minérios e Minerais;

Obs: Toda visita será realizada com o acompanhamento e supervisão do Dr. Tiago

Santos (Doutorado em Geologia pela UFMG – Coordenador do Curso Finom).


CLASSE GENÉTICA

-Rochas Magmáticas (Ígneas): Ígneo = Fogo


São as rochas que se originam a partir do resfriamento e
consolidação do magma.

A partir dessa formação na Crosta, dar-se-á a formação de rochas


chamadas Extrusivas, ou seja, formadas através do resfriamento de
forma rápida. Essas podem ser:

Extrusivas Vulcânicas (Fenômeno do Vulcanismo) – formadas na


superfície.
Basalto
CLASSE GENÉTICA

- Rochas Intrusivas – formadas em locais mais profundos onde o


magma se solidificou/cristalizou com maior tempo para o
resfriamento. Essas podem ser:

Rochas Intrusivas Plutônicas (Fenômeno do Plutonismo) – sendo


formadas na camada mais profunda da Litosfera;

Exemplo o Granito

Rochas Intrusivas Intermediárias ou Hipoabissais – sendo formadas


em meio intermediário com relação entre as Plutônicas e as
Vulcânicas. Ex: Diabásio
CLASSE GENÉTICA

 Rochas Intrusivas Intermediárias – sendo formadas em meio


intermediário com relação entre as Plutônicas e as Vulcânicas.

Exemplo o Diabásio

Vulcânicas
Intermediárias
Plutônicas
ROCHAS SEDIMENTARES

Intemperismo

Sabemos que existem as ações e fenômenos ambientais, às quais


existem em nossa natureza, tais como, chuvas, vento, erosões, as
ondas do mar ou marés em rios, ou seja, intempéries.

Através destas ações naturais, dão-se as modificações de rochas já


presentes na natureza, ao qual formaram novas rochas, onde
através do desgaste natural das rochas magmáticas, por exemplo,
formando assim as rochas sedimentares (sedimentos de outras
rochas).

Porém, as rochas sedimentares também se formam a partir da


fossilização de animais/seres vivos, conchas, madeiras, folhas, e
etc.
ROCHAS SEDIMENTARES

Já que sabemos que as rochas sedimentares se formam através da


ação natural e biológicas, e estão sempre se reciclando e se
transformando.

Exemplos: Xisto, Calcário e Arenito (mais comuns).

Xisto
ROCHAS SEDIMENTARES

Calcário
ROCHAS SEDIMENTARES

Arenito
ROCHAS METAMÓRFICAS
Metamórfica = Mudança, transformação e etc (metamorfismo
mineral)

Calor + Pressão + Tempo

Através destas variáveis acima, proporcionam a união ou


consolidação de uma rocha nova com uma mais antiga, sendo mais
densa ou menos densa, aos quais os seus átomos se unem
forçadamente ou naturalmente.

Um exemplo é o grafite que sob pressão e temperatura elevadas e


através de longos anos, se forma no diamante.
Diamante Bruto e Lapidado
CRISTALIZAÇÃO DO MAGMA

SÉRIE DESCONTÍNUA SÉRIE CONTÍNUA


Olivina Anortita (Ca)
Piroxênio ...
Anfibólio Albita (Na)
Biotita K-Feldspato
Muscovita
Quartzo
Zeólitas
Minerais Hidrotermais
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA MÉDIA
Feldspatos 59,5%
Quartzo 12,0%
Piroxênio e Anfibólio 16,8%
Biotita 3,8%
Minerais Titaníferos 1,5%
Apatita 0,6%
Outros Minerais 5,8%
MORFOLOGIA INTERNA

Textura: Propriedades
geométricas decorrentes da
morfologia e do arranjo dos
constituintes fundamentais da
rocha.

Estrutura: conjunto de
caracteres que exprimem as
descontinuidades e variações
texturais da rocha.
MINERAIS FORMADORES

Minerais Primários: formados durante a cristalização do magma.


Minerais essenciais: caracterizam a rocha (80 a 90%).
Ex: Granito: quartzo e K-feldspato
Gabro: plagioclásio e piroxênio
Minerais Varietais: definem uma variedade de rocha (10%).
Ex: Gabro com olivina
Minerais Acessórios: não influem na classificação (1%).

Minerais Secundários: formados após o resfria/o do magma.


MORFOLOGIA EXTERNA

Plutônicas: consolidadas a
grandes profundidades
Intrusivas: consolidadas no
interior da crosta

Vulcânicas: consolidadas na
superfície ou próximo à superf.
Extrusivas consolidadas na
superfície em contato com ar ou
água
MORFOLOGIA EXTERNA

Rochas Extrusivas: Cones


Vulcânicos; derrames; trapes.

Rochas Intrusivas: diques; sills ou


soleiras; stocks; bossas; batólitos;
lacólitos; facólitos; lopólitos; apófises;
neck
MORFOLOGIA EXTERNA
TEXTURA
TEXTURA

Quanto ao grau de cristalinidade


Holocristalina: essencialmente cristais (Fanerítica e Afanítica)
Hipocristalina: cristais e vidro vulcânico
Vítrea: vidro vulcânico.
Holocristalina
Fanerítica:cristais suficientemente grande para se destacarem.
Pegmatóide  Grosseira  Média  Fina (<1mm)
Equigranular/Inegranular (seriada ou Porfirítica)
Afanítica: granulação excessivamente fina, não sendo possível a
identificação macroscópica dos minerais.
ESTRUTURA
Descontinuidades e variações texturais da rocha.

Descontinuidades:
- Diáclases: Disjunção tabular e Disjunção colunar.
- Estruturas em almofadas
- Estruturas Perlítica
Variações Texturais:
- Estrutura maciça: homogeneidade.
- Estrutura Homófona: heterogeneidade sem orientação
- Estrutura Fluidal: orientação mineralógica (lamelar ou linear).
Estrutura

Variações Texturais:
-Estrutura Nodular: massas arredondadas.
- Estrutura Orbicular: arranjo concêntico dos minerais.
-Estrutura Esferulítica: minerais dispostos radialmente em forma
de esfera.
- Estrutura Vesicular: pequenas cavidades esféricas
- Estrutura Amigdalóide: lavas onde as vesículas foram
preenchidas por matéria sólida.
CARACTERES DIAGNÓSTICOS ROCHAS
ÍGNEAS
1- Morfologia de campo
2- Presença de material vítreo
3- Riqueza de feldspatos

Observações:
-Ausência de caráter clástico (estratificação)
-Ausência de fósseis
- Ausência de porosidade
-Ausência de planos de xistosidade.
CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS ÍGNEAS
QUANTO AO AMBIENTE DE FORMAÇÃO:
-Rochas Intrusivas (plutônicas ou hipoabissais)
- Rochas Extrusivas

QUANTO À COMPOSIÇÃO QUÍMICA:


-Rochas Ácidas SiO2 > 65%
- Rochas Intermediárias 52 < SiO2 < 65%
- Rochas Básicas 45 < SiO2 < 52%
- Rochas Ultrabásicas SiO2 < 45%
CLASSIFICAÇÃO DAS
ROCHAS ÍGNEAS
QUANTO AO ÍNDICE DE COR:
-Rochas Félsicas Minerais Escuros < 30%
- Rochas Mesótipas 30 < Minerais Escuros < 60%
- Rochas Máficas 60 < Minerais Escuros < 90%
- Rochas Ultramáficas Minerais Escuros > 90%
Rochas Máficas

Basalto
CLASSIFICAÇÃO DAS
ROCHAS ÍGNEAS

Roteiro
-Textura (Coluna à esquerda)
-Estrutura

- Composição Mineralógica (Linha superior)


-Nome da Rocha (Cruzamento da linha da composição com a
coluna da textura)
TABELA CLASSIFICATÓRIA
PRINCIPAIS ROCHAS ÍGNEAS
Rochas Faneríticas
Pegmatito, Granito, Aplito
% de Minerais Fe/Mg

Quatzo-sienito, sienito
Nefelina Sienito
Monzonito com quartzo
Granodiorito
Monzonito
Tonalito, Qz-diorito
Diorito
Gabro, diabásio
Olivina Gabro
PRINCIPAIS ROCHAS ÍGNEAS
Rochas Afaníticas
Riolito (F)
Traquito (F)
% de Minerais Fe/Mg

Fonolito (F)
Qz-Latito (F)
Dacito (F)
Traquiandesito (F)
Qz-Andesito (F)
Andesito (F)
Basalto (M)
Olivina Basalto (M)
Sendo (F) Felsito e (M) Mafito
PRINCIPAIS ROCHAS ÍGNEAS
Obsidiana

Rochas Vítreas
Obdisiana: vidro isento de cristais
Retinito: brilho resinoso
Perlito: apresenta estrutura perlítica
Pomes: intensamente vesicular – félsica ou intermediária
Pomes
Rochas Hipocristalinas: Vitrófiros
PRINCIPAIS ROCHAS ÍGNEAS

Rochas Fragmentárias (Piroclásticas)


Brechas (blocos - >32mm arestas vivas)
Aglomerados (bombas - >32mm arrendondadas)
Tufos ( Lapilli – entre 4 e 32mm; e cinzas vulcânicas
<4mm)
Cineritos (cinzas vulcânicas)
Ignimbritos (transição entre piroclásticas e as lavas)

Brecha Ignimbritos Tufos Cineritos


ROCHAS SEDIMENTARES
Originam-se da consolidação dos sedimentos (depósitos de
materiais não consolidados que foram transportados pela água,
vento ou gelo e sedimentados em uma bacia de deposição).
CLASSIFICAÇÃO GENÉTICA DOS
SEDIMENTOS

Sedimentos: material inconsolidado encontrado na superfície da


crosta

Classe Genética dos sedimentos:


- Terrígenos
- Químicos
- Biogênicos
CLASSIFICAÇÃO GENÉTICA DOS
SEDIMENTOS

T – Terrígeno T
A – Aloquímico
O – Ortoquímico
I – Impuro
P - Puro

50%

OI
AI

10%
AP OP
A 10% O
CLASSIFICAÇÃO GENÉTICA DAS ROCHAS
SEDIMENTARES
Rochas Sedimentares Químicas: sedimentos orto ou
aloquímicos

Rochas Sedimentares Clásticas: sedimentos terrígenos.


-Partículas: fragmentos maiores
- Matriz: fragmentos menores
- Cimento: substância que dá consistência e coesão à rocha
TEXTURA
-Clástica: fragmentos > 5%
- Cristalina: >95% de cristais (Fanerítica: Grosseira, média,
fina; Afanítica)
- Criptocristalina

TEXTURA CLÁSTICA
-Quanto ao tamanho
- Quanto ao Grau de arredondamento
- Quanto à forma
- Grau de Selecionamento (bem / mal selecionada)
GRANULOMETRIA
GRAU DE ARREDONDAMENTO
-Angulosas

-Sub-angulosas

- Sub-arredondadas
- Arredondadas

Quanto à forma
-Equidimensional: c > 2/3b e b > 2/3a
-Alongada: c > 2/3b e b < 2/3a
- Discóide: c < 2/3b e b > 2/3a
- Estilhada: c < 2/3b e b < 2/3a
ESTRUTURAS SEDIMENTARES
Estruturas Internas
ESTRUTURAS SEDIMENTARES
Estruturas Externas
CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS
CLÁSTICAS

Conglomerado

Arenito

Siltito
Argilito/Folhelho
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA
ROTEIRO DE CLASSIFICAÇÃO

a) Estrutura
b) Textura: Cristalina / Clástica
- Granulometria (%)
- Partícula (%), Matriz (%), cimento (%)

c) Composição mineralógica
d) Nome da rocha
ROCHAS SEDIMENTARES QUÍMICAS

-Carbonatos: calcirrudito, calcarenito, calcilutito


- Marga

- Carvão: Turfa, linhito, hulha, Antracito


- Sílex
- Evaporitos
ROCHAS METAMÓRFICAS

Originam-se a partir do metamorfismo de rochas pré-existentes


(magmáticas, sedimentares ou mesmo metamórficas), ou seja, a
partir de processo de transformação da rocha que ocorre sob
temperaturas e pressões diferentes das quais foram formadas.
ROCHAS METAMÓRFICAS
METAMORFISMO

Processo de modificações mineralógicas e estruturais das


rochas, em seu estado sólido, em resposta a condições
físicas e químicas, que diferem das condições prevalecentes
durante a sua formação.

Tipos de metamorfismo:
- Metamorfismo de contato,
- Metamorfismo Cataclástico,
- Metamorfismo Regional
ROCHAS METAMÓRFICAS

Composição Mineralógica
-Minerais muito frequente: quartzo, feldspatos, micas,
sericita, anfibólios, calcita, dolomita, clorita, serpentina;

-Minerais pouco frequentes: grupo das granadas, piroxênios,


magnetita, hematita, andaluzita, cianita, silimanita,
estaurolita, epidoto, zoizita, talco;

-Minerais raros: turmalina, vesuvianita, grafita, cordierita,


cloritóides.
TRAMA
Engloba os termos textura e estrutura utilizados nas outras
classes genéticas de rochas.

- Granoblástica: cristais equidimensionais;

- Lepidoblástica: orientação dos minerais tabulares;


- Nematoblástica: orientação dos minerais prismáticos;
- Decussada: minerais sem orientação;
-Porfiroblástica: cristais maiores disseminados numa matriz de cristais
menores;
- Xistosidade: propriedade da rocha se partir segundo planos paralelos;
- Clivagem ardosiana: propriedade de se partirem em planos bem finos;
- Foliação gnaíssica: segregação dos minerais em leitos claros e escuros.
ROCHAS METAMÓRFICAS

Sequência do metamorfismo:
Argilito  ardósia  filito  xisto  gnaísse 
 anatexito (fusão parcial)  granito (fusão total)
Prefixos:
-Meta: rochas sedimentares ou ígneas metamorfisadas, nas
quais a textura original ainda pode ser reconhecida;
-Orto: rocha metamórfica que se originou de uma rocha
magmática;
-Para: rocha metamórfica que se originou de uma rocha
sedimentar.
ROCHAS METAMÓRFICAS
Caracteres diagnósticos:
- Observação de campo;
- Trama;
- Composição mineralógica;
- Ausência de fósseis;
- Ausência de características cristalinas.

Roteiro para classificação:


- Estudo da trama;
- Composição Mineralógica;
- Nome da rocha.
ROCHAS METAMÓRFICAS
Principais rochas metamórficas:
- Ardósias;
- Filitos;
- Xistos;
- Fels (trama decussada);
- Anfibolitos;
- Mármores;
Quartzitos;
-

- Itabiritos;
Serpentinito;
-

- Esteatito
BIBLIOGRAFIA

VARAJÃO, C.A. C. – Petrografia Macroscópica –


Conceitos Básicos e Regras Práticas.

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