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MINERAÇÃO SUPREMA LTDA ME

RELATÓRIO DE COMPRIMENTO DE CONDICIONANTES- RCC


PORTARIA SMAT 005/2021

FAZENDA FUNIS E FAZENDA JOÃO TEIXEIRA,

ZONA RUAL DE PIATÃ, BAHIA

MAIO 2022

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Sumário

1. OBJETIVO
2. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
3. DADOS DO EMPREENDIMENTO
4. CONTEXTO GEOLÓGICO
5. METODOLOGIA ADOTADA
6. SUBDIVISÕES GEOGRÁFICAS
7. CONTEXTOS GEOTÉCNICOS DAS PILHAS
8. SEÇÕES VERTICAIS
9. PARÂMETROS GEOTÉCNICOS ADOTADOS
10. NÃO CONFORMIDADES
11. INDICAÇÕES DE MEDIDAS CORRETIVAS
12. AVALIAÇÃO DAS PRIORIDADES
13. CONCLUSÕES

ANEXOS

A. Modelo Digital do Terreno


B. Mapa de Declividades do Terreno
C. Mapa Topográfico com Disposição de Rejeitos
D. Mapa de Disposição das Pilhas de Rejeito
E. Seções Topográficas
F. Mapa Inclinação dos Taludes
G. Mapa dos Limites Excedidos de Estabilização das Pilhas
H. Mapa de Declividade das Bermas e Rampas.
I. Mapa dos Serviços de Recuperação

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Laudo de Estabilidade Geotécnico das Pilhas da Mineração
Suprema Ltda. em Piatã, BA

1. OBJETIVOS
O presente laudo técnico teve por finalidade avaliar o nível de segurança das pilhas de
minérios de ferro e rejeitos da Mineração Suprema Ltda. e suprir da Portaria SMAT 005/2021 a
serem implementadas nos locais de instabilidade geotécnica. Estes elementos irão proporcionar a
empresa subsídios técnicos para as ações necessárias ao cumprimento de compromissos
assumidos na da Portaria SMAT 005/2021 em 08 de março de 2021, com a Secretaria Municipal
de Meio Ambiente de Piatã.
Este estudo, que vem sendo conduzido pelo Engenheiro de Minas Osmar Portela Filho -
CREA/PB RN160037636-3.

2. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
As pilhas, objeto deste levantamento de estabilidade geotécnica, são coberturas formadas
exclusivamente por material descartado da mineração, em especial da Mineração Suprema.

Como estas pilhas estão hoje em plena fase de exploração, com contínuas mudanças nas
suas morfologias, a presente avaliação da estabilidade retrata o apenas o quadro da atual fase de
exploração. Contudo, serão ditados os parâmetros geométricos das pilhas e as outras regras e
medidas corretivas, para serem seguidas pela mineração ao longo de sua fase de exploração e,
especialmente, na fase do fechamento da mina.

3. DADOS DO EMPREENDIMENTO

MINERAÇÃO SUPREMA LTDA, CNPJ: 10.966.437/0001-38, com sede na Fazenda


Funis, S/N, Zona Rural, Piatã, Bahia, Telefone / Celular: (28) 2102-6666 e (28) 99926-6855,
e-mail: alexandre.altoe@gmail.com, tendo como Atividade Principal: Extração de Quartzito,
Lavra a Céu Aberto, para uso como revestimento.

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5.1 Localização e Acesso
A área está localizada na região da chapada diamantina do Estado da Bahia, mais
precisamente nas Fazenda Funis e Fazenda João Teixeira, Zona Rural do Município de Piatã,
Estado da Bahia, ficando cerca de 30 km a sudeste da sede deste município, no entorno das
coordenadas: 12°59'50.41" S 41°56'18.79" W. (Figura 1).
O acesso principal a área a partir do centro da cidade de Piatã é feito através das
estradas BA-148, por onde se percorre 9 Km até o entroncamento com da BA-560 (estrada que
liga a cidade de Piatã ao distrito de Inúbia), segue pela BA-560 por 7 km até o entroncamento
com a estrada vicinal, na margem direita e por esta via se percorre por fim segue por 13,4 km,
passando pelo Povoado de Três Morros, até a Pedreira da Suprema Mineração. (Figura 1).

Figura 1 Croqui de Localização da Pedreira Mineração Suprema Ltda.

Fonte: Google Earth adaptado pelo Autor

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3.1 IDENTIFICAÇÃO DO TITULAR

MINERAÇÃO SUPREMA LTDA, CNPJ: 10.966.437/0001-38, com sede na Fazenda Funis,


S/N, Zona Rural, Piatã, Bahia, Telefone / Celular: (28) 2102-6666 e (28) 99926-6855, e-mail:
alexandre.altoe@gmail.com, tendo como Atividade Principal: Extração de Quartzito, Lavra a
Céu Aberto, para uso como revestimento.

3.2 IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO PELA ELABORAÇÃO

Osmar Portela Filho, Engenheiro de Minas, CPF 114.295.917-14, CREA-PB-8278/D, .residente


à Rua Renato de Menezes Berenguer 99 – APT 703 Pituba, SALVADOR -BA, CEP 41830-15.
A ART de serviço que vincula o profissional acima qualificado ao empreendimento está
anexada a este relatório.

3.3 IDENTIFICAÇÃO DOS PROCESSO DNPM

O empreendimento foi implantado e devidamente licenciado através dos processos


portaria 004/2021, numa área de 15 hectares, inserida nas Fazendas Funis e João Teixeira,
áreas arrendadas conforme contratos anexos a este relatório, dentro da poligonal do processo
ANM 870.918/2016, com produção estimada de até 16.000t/a baseado na Guia de Utilização-
GU 52/2021, emitida em 19/04/2021 pela Agência Nacional de Mineração-ANM, com prazo de
validade de 3 (três) anos.

CONTEXTO GEOLÓGICO
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA

No Município de Piatã encontram-se os litótipos representantes do grupo Paraguaçu


sotoposto ao grupo Chapada Diamantina, além de coberturas Quaternárias. O grupo Paraguaçu é
representado por toda a sequência: formação Açuruá (ardósia e metasiltito com lentes de
metarenito), Lagoa de Dentro (metarenito eólico com níveis metapelíticos), Mangabeira
(quartizitos e metarenitos eólicos com intrcalações de metaconglomerados), Ouricuri do Ouro
(metaconglomerado polimitico e quartizito) e formação Rio dos Remédios (metarriolito,
metadacito e metarriodacito, em parte porfiritico, em geral xistificados, calcialcalinos de alto K,

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peraluminosos), enquanto o grupo Chapada Diamantina está representado pela formação
Tombador (quartzoarenito eólico com intercalações de arenito mal selecionados, e arenito
conglomerático) e Caboclo (siltito, argilito, arenito, arenito argiloso, calcário, marga, laminito
algal e estromatólito colunar), sobreposta. Toda a sequência encontra-se dobrada em estrutura do
tipo anticlinal e sinclinal (Figura 5).
Figura 1 Esboço Geológico

Fonte:SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM

Ocorre na área de interesse:


Cobertura detrítica tercioquaternária composta por solo inconsolidado, geralmente
arenoso raramente areno argiloso de cor amarelada a esbranquiçada, ás vezes assumindo aspecto
avermelhado, com raríssimas manchas argiloarenosa de cor vermelho escuro, assumindo
coloração mais escura quando enriquecidas com matéria orgânica. Em locais de topografia mais
baixa este solo assume uma composição arenosa e cor acinzentada amarelada. São comuns as
presenças de fragmentos de rochas alteradas. A média de espessura é em torno de 0,50 metro,
atingindo em alguns locais, (porção centro e sudeste da área) cerca de 1,5 metro.
Quartzito Esbranquiçado: Ocorre ainda em afloramentos expressivos e contínuos,
distribuídos por toda a área, formando discretas anomalias topográficas positivas e em forma de
matacões nas encostas dos morros, rocha de granulometria fina a média, quase sempre de cor

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esbranquiçada, com algumas manchas amareladas e avermelhadas, geralmente homogêneos, com
acamadamento praticamente horizontalizado, se destacando através de estratos com
granulometria fina e média, sendo que os estratos de granulometria média são mais espessos que
os de granulometria fina. Estes estratos estão dispostos ritmicamente. É composta quase que
totalmente por quartzo e a olho nu verifica-se apenas a presença de raros minerais opacos e raras
micas. Verifica-se micro fraturas perpendiculares à estratificação deslocando as camadas.
São facilmente observadas estruturas sedimentares dos tipos ondulação simétrica e
estratificação cruzada acanalada, além de acamadamento lenticular e ondulado. Trata-se de um
metarenito (quartzito) de origem fluvial.

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Fig. 4.2-3 – Minério rolado na encosta ao fundo e blocos de hematita compacta
(Zona 23K; E587284; N7776502).

A distribuição granulométrica deste minério é bastante heterogênea, formando mais de


20% de blocos com dimensões superiores a ¼ de polegada com uma matriz areno-argilosa. As
pilhas que possuíam este minério durante a fase de pesquisa mineral, já foram praticamente todas
exploradas.

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Foto 4.2-5 – Bancos de minério fino (antigo rejeito) sobre o minério rolado.
Vista de E para W no WP 16 (Zona 23K; E587429; N7776159).

Foto 4.2-6 – Berma da pilha de minério fino. Vista de N para S no WP 78


(Zona 23K; E587431; N7776170).

4. METODOLOGIA ADOTADA
O presente levantamento teve início com o levantamento das informações desta região,
que dispõe de estudos específicos, sendo em sua maioria em escalas de semidetalhe. Foram
adquiridos mapas nas diversas escalas disponíveis, imagens de satélite, fotos aéreas e um bom
acervo de material informativo existente. Destacam-se aqui, pela importância, o
RELATÓRIO FINAL

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Tendo em vista que a mineração se encontra ativa, com frequente alteração da morfologia
pela atividade de lavra, optou-se por realizar ainda na fase inicial um levantamento topográfico
atualizado, concomitante com um levantamento de fotos aéreas (ortofotos com curvas de nível de
1 em 1 metro), realizado por Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) no dia 13 de abril de 2021.
As ortofotos tem uma resolução da ordem de 10cm/pixel no solo (retificada e georreferenciada).
A partir dos dados gerados pelos trabalhos de mapeamento, foi gerado um banco de
dados geográfico, contendo pontos, polígonos e imagens raster, todos georreferenciados na
projeção SIRGAS 2000, UTM Zona 24S. Os softwares utilizados para criação desse banco de
dados foram: Microsoft Access 2016 (Banco de dados), Datamine Discover 2017 (GIS) e Surpac
6.5.1 (Modelagem 3D do corpo e cálculo de volume) e Global Mapper 18. Foram gerados os
seguintes mapas:
Modelo Digital do Terreno (Anexo – A)
Mapa de Declividades do Terreno (Anexo – B)
Mapa Topográfico com Disposição de Rejeitos (Anexo – C)
Mapa de Disposição das Pilhas de Rejeito (Anexo – D)
Seções Topográficas (Anexo – E)
Mapa Inclinação dos Taludes (Anexo – F)
Mapa dos Limites Excedidos de Estabilização das Pilhas (Anexo – G)
Mapa de Declividade das Bermas e Rampas (Anexo – H)
Mapa dos Serviços de Recuperação (Anexo – I)

Com base nestes elementos gerados, foram levantadas as disposições das pilhas
existentes na mina do Sítio Funis e analisados, de acordo com a norma NBR 13029, os requisitos
mínimos das pilhas para atenderem às condições de segurança, operacionalidade e desativação,
minimizando os impactos ao meio ambiente.

5. SUBDIVISÕES GEOGRÁFICAS
Com o intuito de aplicar os diferentes parâmetros de cada um dos ambientes da mina, os
pontos do banco de dados geográficos foram alimentandos com os limites previamente definidos,
confeccionados a partir do mapeamento realizado em campo, mapas pré-existentes e ortofoto
atual de resolução da ordem de 10cm/pixel no solo, todos georreferenciados, retificados e
validados. Os pontos finalmente foram subdivididos espacialmente em:

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- Não lavrados;
- Talude analisado;
- Estéril/Rejeito e Solo;
- Frente de lavra;

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Fig. 6-1 E 7-2 Subdivisão dos diferentes ambientes da mina

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6. CONTEXTOS GEOTÉCNICOS DAS PILHAS
Com base no comportamento geotécnico das pilhas da Mineração Suprema pode-se
distinguir dois conjuntos com aspectos individualizados que requerem diferentes proposições
geométricas para atender a estabilidade geotécnica.
São conjuntos de pilhas formados por sedimentos com distribuições granulométricas
diferentes e, também, com diferentes proporções na composição mineralógica:
- Pilhas de Minério Não Retrabalhado (Rejeito Antigo)
- Pilhas de Minério Retrabalhados (Rejeito Atual)

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Fig. 7.1-1 e 2 - Morfologia típica da pilha de Minério Não Retrabalhado (rejeito antigo)

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Fotos da minerio de piatã

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7. SEÇÕES VERTICAIS
Para a melhor visualização da geometria individual de cada uma das bancadas, assim
como sua geometria geral em relação à horizontal, foram feitas 4 seções verticais (Anexos E),
dispostas segundo mostra a Fig 8-1.

Fig. 8-
1 - Mapa de localização das seções topográficas produzidas

A locação destes perfis foi visando interceptar mais ortogonalmente possível às faces dos
taludes abrangidos, bem como englobar o maior número de bancadas possível, tanto das pilhas
retrabalhadas como as ainda não lavradas.

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BANCADAS BANCADAS ÂNGULO GERAL
SEÇÃO ALTURA ÂNGULO DOS TALUDES
MÉDIA (m) MÉDIO (graus) (graus)

A1 5.0 15 22

S2 8.3 21,8 25,2

Quadro 8-2 - Valores médios encontrados

8. PARÂMETROS GEOTÉCNICOS ADOTADOS


Para conformação e estabilização destas pilhas de rejeito, foram mantidos os parâmetros
que foram usados na formação destas pilhas pela Esta decisão se justifica pela manutenção da
integridade das pilhas durante um período superior a 20 anos e, também, pela coerência com as
boas práticas indicadas na NRM-19 – Disposição de Estéril, Rejeitos e Produtos (ANM).

Local Valor
Altura máxima bancadas 10 m
Ângulo máximo rejeito retrabalhado 36°
Ângulo máximo rejeito antigo 40°
Ângulo geral dos Taludes 30°
Ângulo longitudinal berma -1°
Ângulo transversal berma 5°
Largura das bermas (mínimo) 6m

Fig. 9-1 Padrões Geotécnicos Adotados

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Com base nos parâmetros geotécnicos foram identificados os pontos desconformes nos
taludes, nos bermas, nas rampas e nas encostas com saibro. Estes pontos estão representados nos
seguintes mapas anexos:

Mapa Inclinação dos Taludes (Anexo -F)


Mapa dos Limites Excedidos de Estabilização das Pilhas (Anexo -G)
Mapa de Declividade das Bermas e Rampas (Anexo -H)
Mapa dos Serviços de Recuperação (Anexo -I)

Os mapas são explicativos e os pontos de não conformidade com os parâmetros de


segurança aqui adotados, correspondem a 46 em taludes, 36 em bermas; 11 em rampas e 8 em
saibros (rocha do bedrock decomposta). Todos estes pontos estão listados nos quadros 10.1 e
10.2, com as respectivas identificações, coordenadas, grau de prioridade e a proposição das
medidas para atender a estabilidade geotécnica.

9. INDICAÇÃO DE MEDIDAS CORRETIVAS


Nos quadros 10.1 e 10.2, e no anexo “I”, mostra uma coluna com os trabalhos propostos
para cada um dos 101 pontos que fogem dos padrões geotécnicos adotados. Dentre estes
trabalhos propostos, destacam-se:
 Taludes – Serviço de estabilização do talude. Ângulo acima do indicado para a
estabilização da bancada
 Taludes - Serviços terraplanagem. Nivelamento do rejeito.
 Rampas – Redução da declividade excessiva de rampas.
 Saibro – Serviço de recuperação e nivelamento do solo decomposto

Notas Importantes:
(*) destaca-se aqui necessidade de uma atenção especial as medidas corretivas nas
Bermas, pois quase que a totalidade da mesma não respeita o ângulo mínimo de inclinação
longitudinal de 1% em direção ao talude posterior e nem os 5% de inclinação transversal.
(**) neste trabalho não foram individualizadas as pilhas em atividade de exploração e
nem a conformação do uso futuro da propriedade após o fechamento da mina. Pois a
responsabilidade de um talude também é influenciada pelo seu caráter provisório ou permanente,
ou seja, quanto maior a vida útil de um talude, tanto maior será a sua responsabilidade

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O grau de prioridade foi avaliado em P1 (prioridade alta), P2 (prioridade média) e P3
(prioridade baixa) de acordo com os seguintes critérios:
- Grau de Risco;
- Localização;
- Quantidade de pontos acima dos padrões adotados;
- Média dos pontos que excedem ao limite padrão.

10. CONCLUSÕES
O levantamento das condições geotécnicas de todas as pilhas na área da Tejucana
Mineração identificou 101 locais de não conformidade com os parâmetros de segurança aqui
adotados, sendo que 46 foram em taludes, 36 em bermas; 11 em rampas e 8 em encostas de
saibro (rocha do bedrock decomposta).
Todos estes pontos de não conformidade estão descritos em nos quadros 10.1 e 10.2, bem
como representados em mapas georreferenciados. Foram propostas individualmente medidas
para o atendimento da estabilidade geotécnica e avaliadas as respectivas prioridades.
.

_________________________________
OSMAR PORTELA FILHO
ENGENHEIRO DE MINAS
CREA 8278/PB VISTO BA 19.146
RN 16003376363

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