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2023
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA – UFOB
2022
SUMÁRIO
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1 INTRODUÇÃO ........................................................................................04
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 17
REFERÊNCIAS....................................................................................... 19
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1 INTRODUÇÃO
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São objetivos do projeto de extensão a estreitar os laços entre a
comunidade local e o espaço ao qual pertence, bem como, com a comunidade
acadêmica e a apropriação social das linguagens artísticas pelo público geral,
pois muitas vezes o fazer artístico fica presas nos muros da universidade e na
imaginação dos artistas locais o que leva a comunidade a considerar a arte
uma realidade muito distante da vida cotidiana.
O projeto visou propiciar uma reflexão sobre as variadas possibilidades
criativas presentes nas Artes Visuais, considerando a demanda constatada na
região por arte-educadores devidamente graduados atuando na educação
básica, bem como um ensino de arte baseado apenas na teoria o que reduz a
qualidade de reflexão e protagonismo dos estudantes enquanto base para o
processo de ensino aprendizagem, o projeto buscou proporcionar a vivência
prática e a inserção dos envolvidos à realidade de produção de um processo
de criação desde sua inquietação, partindo sempre de perguntas disparadoras
a partir dos temas e linguagens propostos.
Os municípios de São Félix do Coribe e Santa Maria da Vitória estão
localizados ao oeste do estado da Bahia, região da bacia do Rio Corrente,
separados apenas pelo rio, situados a cerca de 860 km da capital do estado,
com população somada de cerca de 55.321 habitantes conforme dados do
IBGE.(2021).Tem como principal atividade econômica a agricultura, e pecuária,
tendo respectivamente grande parte dos seus habitantes residindo na área
rural dos municípios.
O polo da UFOB é de grande relevância nessa região, pois traz uma
educação pública de qualidade à comunidade, possibilitando a muitos
residentes serem a primeira geração da família a cursar o ensino superior,
ainda que com uma gama de cursos pequena resumida em Artes Visuais e
Publicidade e Propaganda, tem mudado o cenário regional em seus nove anos
de existência e contribuído para a construção de uma sociedade mais justa
baseada na equidade.
O projeto de extensão Disseminarte foi realizado durante um período de 6
meses, entre setembro de 2022 e fevereiro de 2023, com encontros idealizados
para acontecerem quinzenalmente com um formato de exposição informal que
contemple o formato de improvisação, considerando as possibilidades
expositivas nos espaços das feiras de agricultura familiar.
A escolha da aplicação do projeto de extensão no formato de improvisação,
tendo a precariedade expositiva como característica identitária se justifica, pois
a região da bacia do Rio Corrente demandaria de algumas instituições como:
museus, centros culturais e associações que trabalhem ativamente em
conjunto com as escolas a fim de democratizar o acesso à arte e a cultura para
além dos livros didáticos, e a pandemia de covid-19 serviu para intensificar
essa carência cultural na população local.
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O projeto de extensão Disseminarte é importante para a comunidade
pois nesse momento onde tivemos alterações em nossas rotinas, tanto
escolares quanto de lazer, reinvenções, isolamento social e ansiedade,
necessitamos de algo que possibilita-nos refletir sobre nosso papel político,
social e psicológico diante do cenário mundial, e as artes visuais tem esse
poder de linguagem universal que conduz diálogos importantes, tendo o
espaço da feira como mediação entre arte e comunidade por concentrar parte
da população local semanalmente.
2 O PROJETO DE EXTENSÃO
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2.1 ENCONTROS TEMÁTICOS E A REALIZAÇÃO
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Esse primeiro encontro não teve temática expositiva específica, então
nas duas semanas de preparação coletamos com os artistas universitários
colaboradores trabalhos voltados para a gravura, pintura, desenho, e artes
têxteis, dialogando durante a coleta sobre cada processo criativo e técnica de
produção para compreendermos o caminho percorrido por cada artista em seu
trabalho.
Contamos com a presença do artista local Welton Rodrigues de Jesus,
que nos falou um pouco sobre seus projetos sociais voltados para a
democratização do acesso a arte para os jovens em situação de
vulnerabilidade econômica e social da nossa cidade. O artista compartilhou
conosco e com os participantes um pouco sobre as técnicas de pintura e
escultura que utiliza em suas produções e foi muito importante nesse nosso
primeiro contato com a comunidade.
Figura 2: Registros da oficina e do diálogo durante o encontro 1.
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Figura 3: Captura de tela do e-mail enviado pelo servidor Lindomar Ferreira.
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Então compramos algumas batatas e laranjas e desenvolvemos uma
oficina de carimbos artesanais com os presentes, conforme a proposta inicial,
muitos participantes se apegam às suas produções e levam para casa, e
alguns doam seus trabalhos para o projeto como uma maneira de serem
lembrados, conforme imagem abaixo, e essa troca é a parte mais legal das
relações estabelecidas através do projeto.
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Foi um encontro muito produtivo e de grande interação com a
comunidade, logo que, espontaneamente, por alguns já terem nos visto
desenvolvendo atividades nos encontros anteriores, algumas pessoas queriam
produzir desenhos, nos pediam dicas, e nos contavam um sobre suas relações
com as artes ao longo da vida.
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improvável, que venha a desafiar a lógica e a razão. Por conta do excesso de
chuva no dia desse encontro, e as mudanças constantes de local de realização
da feira por questões do município, embora tenha sido um encontro produtivo,
não conseguimos alcançar a quantidade estimada de público, tivemos
dificuldades com a estrutura e com o transporte e montagem dos equipamentos
durante a chuva. Mas realizamos o encontro e executamos os objetivos
propostos.
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Figura 8: Desmontagem do espaço de realização do projeto na feira, no
encontro 6 e realização da oficina.
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acadêmicas, onde a maioria retorna a sua cidade natal, foi inviável promover a
atividade com apenas dois integrantes da comissão organizadora.
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Fonte: Acervo do projeto Disseminarte.
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Levamos para esse encontro o livro Madalena, da artista Natália Gregorini,
desenvolvido todo em gravura, utilizando como suporte a caixa tetrapack, e
falamos um pouco sobre seu processo criativo e as possibilidades criativas da
gravura, e partir desses diálogos surgiu o interesse em desenvolver um projeto
mais voltado para a disseminação das práticas artísticas nas escolas da região.
Esse foi o último encontro do projeto, e visando expor um pouco de tudo que
foi trabalhado ao longo dos encontros, levamos algumas das pinturas
disponibilizadas pelos colegas para os encontros 5 e 6, peças cerâmicas,
cadernos de desenho, colagens e assemblages produzidas por nossos alunos
nos estágios supervisionados e alguns dos trabalhos expostos nos encontros
sobre gravura. Pude contar com o apoio dos colegas, Isaque Xavier e Vivas
Santos que contribuíram durante a curadoria, montagem e monitoria do evento
que aconteceu em Santa Maria da Vitória, na Praça do Jacaré.
Figura 12: Registros das atividades desenvolvidas no encontro 10.
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período de férias escolares, pois tinha grande interesse em trazer seus alunos
para conhecerem um pouco do trabalho da universidade.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Fazer extensão nos deixou mais motivados a buscar essa relação de
aproximação com a comunidade, de buscar e promover mudanças estruturais
no tocante ao acesso à educação de qualidade, várias crianças em condições
de vulnerabilidade social relataram nunca terem tido acesso a materiais
simples como tinta guache, e através do nosso projeto ainda que por uma vez,
puderam experienciar atividades que para nós podem ser pequenas, mas que
podem trazer um grande impacto positivo a forma de ver as aulas de arte e
valorizar a educação dessas crianças.
O objetivo de levar as principais linguagens artísticas à comunidade
tendo a como parte geradora de conhecimentos, visando as muitas
possibilidades de partilha que vem para quebrar o padrão de ensino onde o
aluno/participante é visto como um depósito de informações ainda persiste em
diversas áreas da educação e precisa ser superado.
Muitas práticas, atividades e diálogos informais observados por nós serviram
para revermos nossos papéis enquanto arte educadores, e a principal
conquista pessoal que tive com a realização do projeto foi uma evolução
significativa em como me comunico com as pessoas à minha volta, uma maior
valorização de todas as experiências que vivencio na universidade, como uma
reflexão constante “quem eu quero ser enquanto professora, e qual a melhor
forma de transformar as vivências na universidade em impactos positivos para
minha comunidade”.
Pude me aprofundar na investigação sobre a gravura e adquirir conhecimentos
sobre cada técnica de produção e material utilizado, compreendi mais sobre
como estimular a criatividade dos alunos e como conduzir um processo criativo,
consegui conhecer sobre artistas e artesãos locais, entender melhor sobre
eventos relacionados ao mercado da arte, pois todos os procedimentos
burocráticos do projeto de extensão contribuíram para o meu crescimento
profissional e aprendizado, pois a arte está relacionada com todas as áreas da
nossa vida, seja como hobby, profissão e até com complementação de renda.
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REFERÊNCIAS
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