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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI

CURSO DE GRADUAÇAO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Felipe Ferreira Porto

Título: Academia Piauiense de Audiovisual


Centro cultural de formação e valorização da cena audiovisual em Teresina, PI

Teresina - PI
2024
Felipe Ferreira Porto

Título: Academia Piauiense de Audiovisual


Centro cultural de formação e valorização do setor audiovisual em Teresina, PI

Monografia apresentada ao curso de Arquitetura


e Urbanismo do Centro Universitário
UNINOVAFAPI como requisito parcial à
obtenção do título bacharel.

Área de concentração: (ARQ / URB /


PATRIMONIO)

Orientador: Rafaela Rocha Soares do Rêgo


Monteiro

TERESINA - PI
2024
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho explorará o desenvolvimento projetual de um espaço que possa oferecer
formação profissional e oportunidades de interação no campo audiovisual, buscando
desconstruir as percepções de arquitetura tradicional e das estruturas de centros de
formação convencionais, destacando temas relevantes dentro do contexto
arquitetônico, considerando aspectos como acessibilidade, funcionalidade do espaço,
aplicações bioclimáticas e a integração do ambiente com as tecnologias audiovisuais.
A sociedade atual é moldada pelas mídias, que desempenham um papel central na
produção e disseminação de significados. O audiovisual, ligado à cultura, é crucial na
criação e perpetuação de comportamentos e práticas sociais, utilizando a
comunicação como principal meio de expressão. Com a expansão das indústrias
audiovisuais, a comunicação audiovisual torna-se um espaço estratégico para a
criação cultural, estimulando a criatividade e competência das pessoas, valorizando
as diferenças culturais entre diversos grupos sociais.
No entanto, observa-se uma lacuna no ensino de qualidade do audiovisual em muitas
cidades ao redor do mundo. Essa carência é especialmente evidente em regiões onde
o acesso à tecnologia e à educação de qualidade é limitado.
Neste cenário, surge a proposta de um centro de formação em audiovisual, um espaço
que visa não apenas formar profissionais capacitados para atuar nesse campo em
expansão, mas também servir como um ponto de encontro para a troca de ideias e
experiências, fomentando a diversidade cultural e a inovação.
Será abordado o processo projetual, desde a pesquisa preliminar até a definição dos
espaços e materiais que compõem este centro de formação em audiovisual. Serão
exploradas as soluções adotadas para garantir acessibilidade, de conforto bioclimático
e acústico, e diversas aplicações tecnologias que contribuam para a sustentabilidade
e funcionabilidade do empreendimento.
Por fim, o objetivo deste trabalho é mostrar como a arquitetura pode contribuir para a
promoção da formação e interação no campo audiovisual, oferecendo um espaço
acolhedor e funcional que contribua para a formação de profissionais capacitados e a
melhoria da qualidade da produção audiovisual, sendo um espaço de referência do
audiovisual e arquitetura no país.
2 JUSTIFICATIVA
A relação entre cultura e audiovisual no contexto da sociedade midiatizada é de
extrema relevância, ao demonstrar uma era em que a multiplicidade cultural está cada
vez mais integrada aos avanços das tecnologias da informação e comunicação. Essa
dinâmica transforma a comunidade contemporânea em uma coletividade globalizada,
que, baseada nos veículos de comunicação, apresenta uma maior interação.
Uma pesquisa realizada pela Oxford Economics (Gambarin; Diamond, 2022) apontou
que no ano de 2019, no Brasil, o setor audiovisual cresceu significativamente, gerando
mais de 126.580 empregos e contribuindo com R$ 24,5 bilhões para a economia
brasileira, e investimentos no setor audiovisual chegam a R$ 2,4 bilhões em 2023.
(BRASIL, 2023) Isso evidencia a relevância desse setor, e como a população está
cada vez mais imersa no universo do audiovisual e digital, considerando que quase
todos no país têm um dispositivo com acesso à internet e estão em contato com
produções audiovisuais de forma mais acessível.
Contudo, mesmo com essa expansão, há áreas onde a indústria audiovisual ainda
não é valorizada, como é o caso do Piauí, estado que apresenta o menor
desenvolvimento nesse setor. (Alves, 2015) O estado lida com obstáculos
consideráveis na área do audiovisual e turismo cultural, principalmente devido à
ausência de incentivo e suporte governamental.
A ausência de um fundo de apoio à cultura no estado reflete-se na média baixa de
equipamentos culturais por município, comprometendo o desenvolvimento dessas
áreas. Segundo o IBGE (2014), no ano de 2014, o Piauí ocupou a segunda pior
posição do país, com 9,1 equipamentos por cidade. Ainda no mesmo ano, o estado
não impulsionou qualquer produção cinematográfica ou iniciativa de turismo cultural.
Nos equipamentos culturais existentes, não se observou atualizações relevantes em
relação ao movimento audiovisual, resultando em instalações culturais desatualizadas
e desconectadas da modernização atual, evidenciando a necessidade urgente de
políticas e investimentos específicos para fortalecer sua infraestrutura cultural e
estimular suas atividades audiovisuais.
Em Teresina, a capital do estado, há várias iniciativas voltadas para o audiovisual,
incluindo a Associação Brasileira de Documentaristas do Piauí (ABD-PI), o Clube dos
Diários e o Theatro 4 de Setembro, e dentre essas, há o SESC Cajuína, um
equipamento recente que, apesar de proporcionar um excelente suporte e
desenvolvimento cultural para a comunidade local, não consegue se destacar
nacionalmente, pois não atende aos novos movimentos culturais, às novas formas de
arte e aos novos conteúdos de aprendizado. Isso evidencia que, mesmo com a
presença dessas instituições, ainda existe uma lacuna considerável no ensino de
audiovisual na cidade.
Surge assim a proposta de desenvolver um centro cultural de formação em Teresina,
buscando desenvolver um equipamento de cultura valorizado pelo setor audiovisual e
pelo ensino nesta área, que tem o poder de dinamizar a sociedade local, preservando
a identidade e incentivando a economia. É um equipamento que irá trazer a relevância
da mídia audiovisual na formação cultural teresinense, buscando a inclusão cultural e
progresso com acesso a recursos artísticos e educacionais, trazendo benefícios para
a população. Além de sua função acadêmica, será um espaço para eventos culturais
e promoverá a valorização da cultura local e nacional. Seu objetivo é tornar-se uma
referência no campo do audiovisual.
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Desenvolver um projeto de arquitetura para um centro cultural de formação
educacional, com foco no ensino do audiovisual, vinculado a espaços criados para
impulsionar a cultura local e nacional.
3.2 Objetivos Específicos
3.2.1 Entender as oportunidades e cursos que o setor audiovisual oferece, a fim de
identificar as soluções arquitetônicas e espaciais mais adequadas para os
ambientes.
3.2.2 Criar espaços para promover a troca de experiências e conhecimentos entre
alunos, professores e profissionais do audiovisual de diferentes origens e
culturas.
3.2.3 Analisar o território municipal, a fim de compreender o melhor espaço para a
implementação da proposta, para impactar o maior número de pessoas.
3.2.4 Examinar a estrutura projetual e histórica de edificações desconstrutivistas,
bem como centros culturais e instituições de formação audiovisual
mundialmente, com o objetivo de identificar as soluções arquitetônicas mais
adequadas que estejam em alinhadas com a visão do projeto.
3.2.5 Apresentar um modelo de arquitetura desconstrutivista, com uma volumetria
diferenciada, fugindo dos padrões tradicionais da arquitetura local,
desconstruindo o conceito de centro de formação.
4 METODOLOGIA
Este trabalho se desenvolveu seguindo várias etapas. O tema de estudo é a criação
do projeto arquitetônico de um centro cultural para formação em audiovisual. A
metodologia qualitativa baseou-se na análise de centros culturais e instituições de
formação em audiovisual globalmente. Este estudo exploratório investiga uma área
em evolução no setor educacional. Com a proposta descrita, espera-se atender às
demandas de uma sociedade globalizada em relação à comunicação audiovisual e
cultural. Materiais factuais com fontes primárias foram analisados. As fontes incluem
entidades governamentais, como o Ministério da Cultura e IBGE, e privadas, como a
Oxford Economics. Todos os recursos foram acessados eletronicamente.
Adicionalmente, irão ser empregados uma variedade de softwares para alcançar
resultados analíticos mais precisos, incluindo AutoCAD, Revit, Sketchup, D5 Render,
Rhinoceros 8 com Grasshopper, Google Maps e vários plug-ins para as partes de
projeto. Canvas, Adobe Illustrator, InDesign e Photoshop serão utilizados para as
partes visuais, e o pacote Office para as partes textuais. Programas mais específicos
também podem vir a ser utilizados.
O referencial teórico deste trabalho é construído a partir da análise histórica e
arquitetônica de centros culturais e de formação audiovisual, tanto no Brasil,
especificamente no Piauí, quanto em outros lugares do mundo. A intenção é
compreender seus conceitos e funcionalidades, de forma que os aspectos mais
relevantes possam ser incorporados ao projeto deste centro cultural de formação.
Além disso, examina-se a interação entre o audiovisual e os centros culturais,
buscando entender como suas estruturas se entrelaçam e como essa conexão evolui.
Após esses estudos teóricos, serão sugeridas várias soluções arquitetônicas para os
centros culturais e de formação audiovisual. O objetivo é aplicar as soluções
identificadas neste referencial ao projeto em questão, visando desenvolvê-lo da
melhor maneira possível e explorar as diversas oportunidades que este tema oferece.
Posteriormente, serão examinados projetos referenciais, incluindo um internacional,
um nacional e um regional. Estes envolvem obras de arquitetura com foco educacional
e cultural, com o objetivo de observar as soluções aplicadas nos edifícios, entender
seu funcionamento, estrutura e relevância arquitetônica. As informações coletadas
serão utilizadas nas etapas subsequentes.
A análise territorial segue o estudo dos projetos, levando à definição de uma área de
intervenção. Esta análise abordará aspectos físicos, urbanos, paisagísticos, culturais
e socioeconômicos do município. Serão consideradas questões topográficas e
condicionantes ambientais relevantes, bem como o estudo de usos e ocupação do
solo, gabaritos, sistemas viários, equipamentos urbanos, com destaque para os
culturais, e espaços públicos e de lazer, entre outros. Após isso será realizada uma
análise populacional, considerando alfabetização, escolaridade e contatos culturais e
tecnológicos.
Após as etapas iniciais e a coleta de informações, um programa de necessidades foi
elaborado para compreender as estruturas existentes relacionadas ao objetivo do
projeto. A fase preliminar começou com a criação de representações gráficas para a
concepção da proposta, baseada no programa de necessidades, orientando o
desenvolvimento do conceito e do partido arquitetônico, que será moldado pela
necessidade de criar um espaço que não apenas atenda às necessidades
educacionais e culturais, mas também se integre harmoniosamente ao espaço urbano
existente. Ele levará em consideração a funcionalidade dos espaços, a circulação, a
acessibilidade, a sustentabilidade e a estética. O objetivo é criar um centro cultural de
formação que seja um marco na comunidade, promovendo a educação audiovisual e
enriquecendo a cultura local e nacional. Portanto, cada decisão de design será
informada por esses princípios, garantindo que o projeto final seja tanto prático quanto
inspirador.
5 REFERENCIAL TEÓRICO
5.1 CONCEITUAÇÃO
Neste referencial teórico, exploraremos conceitos cruciais que servem como base
deste estudo, ao mesmo tempo em que fornecemos uma contextualização histórica
dos centros culturais enquanto uma tipologia arquitetônica. Este enfoque será
particularmente direcionado à interconectividade que esses ambientes podem ter com
centros de formação, especialmente no âmbito audiovisual, estabelecendo conexões
entre esses espaços e a crescente demanda pelo ensino de audiovisual no Brasil, em
paralelo com a contínua evolução digital do país. A análise da trajetória desses
espaços culturais não apenas enriquece nosso entendimento histórico, mas também
nos possibilita compreender os elementos cruciais subjacentes à sua concepção e
desenvolvimento ao longo do tempo.
Adicionalmente, este trabalho se propõe a explorar não apenas as características
essenciais dos processos arquitetônicos desconstrutivos, mas também sua aplicação
nos centros culturais associados a centros de formação audiovisual. A arquitetura
desconstrutivista, reconhecida por desafiar convenções tradicionais de design,
oferece novas possibilidades estéticas e funcionais para espaços culturais,
estimulando a experimentação e a inovação arquitetônica. Integrar elementos
desconstrutivos nestes locais não apenas reforça sua identidade visual, mas também
promove uma experiência sensorial única para os visitantes, enriquecendo a
diversidade estética e cultural da sociedade e desafiando as funções sociais
tradicionais dos centros culturais.
Este estudo visa, portanto, não só aprofundar a compreensão das interações entre
arquitetura e cultura, mas também destacar o papel transformador da arquitetura
desconstrutivista na evolução desses espaços, ampliando o debate sobre sua
relevância e impacto na sociedade contemporânea.
5.2 ARQUITETURA DESCONSTRUTIVISTA
5.2.1 O PENSAMENTO DESCONSTRUTIVO
A Desconstrução é uma "abordagem" que propõe questionamentos profundos à
Filosofia e à Arquitetura, por meio da contestação à "estrutura" básica que fundamenta
as normas intelectuais, linguísticas e literárias pré-existentes.
Esta abordagem se opõe ao Estruturalismo, uma corrente teórica que defende a
necessidade de uma "estrutura" fundamental que unifique os diversos meios. Em
contrapartida, a Desconstrução postula a existência de um conjunto de "estruturas"
que compõem e organizam um meio específico. (Hoteit, 2015)
O filósofo Jacques Derrida introduziu o termo "desconstrução" como uma
possibilidade intrínseca ao conceito de "destruição", que ilustra o método empregado
na "estrutura" dos diversos conceitos ocidentais. Segundo Derrida, a Desconstrução
abdica de todos os conceitos unitários e insondáveis e tudo que esteja associado ao
"logos", pois tem como objetivo questionar esses mesmos conceitos, a fim de
descobrir as afirmações metafísicas que "ameaçam" os diferentes meios. (Hoteit,
2015)
Derrida introduz a Desconstrução como um método filosófico que desmantela o que
estava em evidência, atribuindo-lhe um estado de inexistência, ao mesmo tempo que
traz à tona o que estava oculto. De acordo com Derrida, a Desconstrução deve
enfatizar as “estruturas” e as dualidades que permeiam um determinado meio,
identificando as tensões e os paradoxos que o fundamentam e que podem levar à sua
autodesconstrução. Somente assim, o meio se torna acessível a diversas leituras e
interpretações, concedendo total controle a quem está observando, e não criando.
5.2.2 O QUE É DESCONSTRUIR NA ARQUITETURA
Ao discutir a arquitetura desconstrutivista, estamos nos referindo a um movimento que
emergiu no final do século XX, profundamente enraizado na filosofia, que desafia as
convenções tradicionais de arquitetura e design. Este movimento, influenciado por
correntes filosóficas como o pós-estruturalismo, é marcado por ideias de
fragmentação, manipulação da estrutura de um edifício, superfícies distorcidas e
formas não retangulares. A filosofia desempenha um papel crucial, fornecendo o
quadro teórico para questionar e reinterpretar as normas arquitetônicas estabelecidas.
Dentro deste cenário, a Arquitetura pode ser interpretada como uma expressão
estrutural do pensamento filosófico, além de exibir e replicar diversas formas de
pensamento. A relação entre a Arquitetura e a Filosofia não é apenas evidente nos
textos do filósofo Jacques Derrida, mas também se manifesta nas colaborações que
ele estabeleceu com arquitetos como Bernard Tschumi e Peter Eisenman ao longo de
sua trajetória. Tschumi, um teórico desconstrutivista e arquiteto dos Estados Unidos,
uniu forças com Derrida e Eisenman em um projeto pioneiro iniciado em 1985 para a
edificação do Parc de la Villette, em Paris.
Figura 1: Parc de la Villette

Fonte: ArchDaily, 2013


Em conjunto com o teórico e arquiteto Peter Eiseman, Derrida e Tschumi
esclareceram e expuseram conceitos da Filosofia da “Desconstrução”, levando a que
existisse uma interpretação mais simplificada do mesmo, proporcionando assim uma
melhor transferência destes conceitos para o mundo da Arquitetura.
Tschumi argumenta contra a redução da arquitetura a um mero conhecimento da
forma, uma tendência que ele vê como prevalente na teoria e crítica contemporâneas.
Ele sugere que os limites são a base a partir da qual se pode criticar as condições
existentes. Esta ideia é central para a reflexão pós-estruturalista e desconstrucionista,
que propõem que os conteúdos marginais (de textos ou disciplinas) são mais
importantes do que sua localização sugere. (Nesbit, 2006)
Segundo Tschumi: "com esforços cuidadosos, é possível trazer à luz os conteúdos
reprimidos de uma obra e alcançar uma nova interpretação." (Nesbit, 2006) Ele
recomenda o uso dessa abordagem crítica para contestar atitudes “reducionistas” que
buscam eliminar diferenças e atacar obras de fronteira. Tschumi afirma que a
arquitetura não poderia existir sem limites e que: “cancelar os limites (…) é cancelar
toda a arquitetura”. (Nesbit, 2006) No entanto, ele também sugere que esses limites,
embora necessários, parecem convidar à transgressão, o que ele descreve como uma
prática crítica válida. Em outras palavras, os limites na arquitetura não são apenas
necessários para a sua existência, mas também servem como um convite para
questionar e desafiar as normas estabelecidas.
Eisenman desempenhou um papel significativo na articulação e explanação dos
princípios fundamentais da desconstrução. Seu principal interesse residia no debate
sobre presença e ausência, e como esses conceitos se materializam na arquitetura
por meio do sólido e do vazio. Derrida e Eisenman concordam que:
"o lócus, o local de presença, é a arquitetura e que a arquitetura é uma
linguagem de comunicação. Portanto, a arquitetura pode ser
elucidada utilizando o método da desconstrução." (Hoteit, 2015)
Relativamente ao pensamento arquitetônico, a visão de Jacques Derrida propõe que
a arquitetura é uma extensão do pensamento, uma manifestação física das ideias e
conceitos que habitam a mente humana, ao sugerir que a arquitetura não é apenas
uma representação do pensamento, mas uma forma de pensamento em si mesma.
Portanto, a arquitetura não deve ser vista como uma técnica separada do
pensamento, mas como uma parte integrante dele. Ela é uma ferramenta que usamos
para dar forma às nossas ideias e trazê-las à realidade, uma maneira de tornar visíveis
os conceitos e ideias que de outra forma permaneceriam intangíveis. Derrida diz que:
“antes procuro expor o problema da arquitetura como uma
possibilidade do próprio pensamento, que não pode ser reduzida à
categoria de representação do pensamento”. (Nesbitt, 2006)
Para Derrida, a desconstrução não é meramente uma técnica arquitetônica de
desmontar o que foi construído. Em vez disso, é uma investigação profunda que se
refere diretamente à própria técnica, questionando a autoridade da metáfora
arquitetônica e, assim, estabelecendo sua própria retórica arquitetônica. Como ele
mesmo afirma:
"A desconstrução não é apenas - como seu nome parece indicar - a
técnica de uma construção pelo avesso, pois é capaz de conceber,
por si mesma, a ideia de construção. Poder-se-ia dizer que não há
nada mais arquitetônico e, ao mesmo tempo, nada menos
arquitetônico do que a desconstrução." (Nesbitt, 2006)
A ideia de “desconstruir” na arquitetura implica a quebra de formas e estruturas
convencionais para criar espaços que desafiam as normas tradicionais. Isso é
alcançado através da exploração de novas formas e estruturas, resultando
frequentemente em edifícios que parecem instáveis ou caóticos, mas que, na
realidade, são meticulosamente projetados para desafiar a percepção do observador.
Essa abordagem permite que os arquitetos questionem e reinterpretem as normas
arquitetônicas estabelecidas, criando uma nova linguagem de design.
A arquitetura desconstrutivista vai além da mera aparência de um edifício. Ela também
considera como o edifício pode influenciar a maneira como os espaços são percebidos
e utilizados. Ao desconstruir as normas arquitetônicas, os arquitetos têm a
oportunidade de criar espaços que desafiam as expectativas, estimulam o
pensamento e oferecem novas maneiras de interagir com o ambiente construído.
Esses espaços não são apenas funcionais, mas também provocam reflexão e diálogo,
desafiando as noções convencionais de espaço e forma. A desconstrução, portanto,
não é apenas uma técnica de design, mas uma filosofia que redefine a maneira como
entendemos e interagimos com o espaço arquitetônico.
5.2.3 ARQUITETURA DESCONSTRUTIVISTA E O AUDIOVISUAL
5.2.4 APLICAÇÃO DA ARQUITETURA DESCONSTRUTIVISTA NA
REFORMULAÇÃO DOS MÉTODOS CONVENCIONAIS DE PROJETO DE
CENTROS CULTURAIS E DE FORMAÇÃO
5.3 CENTROS DE FORMAÇÃO
5.3.1 CONCEITUAÇÃO
5.3.2 CENTROS DE FORMAÇÃO AUDIOVISUAL NO MUNDO
5.3.3 CENTROS DE FORMAÇÃO AUDIOVISUAL NO BRASIL
5.3.4 CENTROS DE FORMAÇÃO AUDIOVISUAL NO PIAUÍ
5.4 CENTROS CULTURAIS
5.4.1 CONCEITUAÇÃO
5.4.2 CENTROS CULTURAIS NO MUNDO
5.4.3 CENTROS CULTURAIS NO BRASIL
5.4.4 CENTROS CULTURAIS NO PIAUI
5.5 AUDIOVISUAL X CENTRO CULTURAL
5.5.1 ARTE DIGITAL E A IMPORTÂNCIA DE ESPAÇOS ADEQUADOS PARA A
NOVA ERA TECNOLÓGICA
5.6 SOLUÇÕES ARQUITETONICAS APLICADAS AOS CENTROS CULTURAIS E
DE FORMAÇÃO AUDIOVISUAL
5.6.1 ACÚSTICA
REFERÊNCIAS
NOVAS:

EXISTENTES:
ALVES, V. B. ANÁLISE MULTIVARIADA DA INDÚSTRIA DO AUDIOVISUAL.
Orientador: Prof. Dr. Ary Vieira Barradas. 2015. 63 p. Monografia (Bacharelado em
Economia) - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - INSTITUTO DE
ECONOMIA, Rio de Janeiro, 2015. Disponível em:
https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/1041/1/VBAlves.pdf. Acesso em: 26 fev.
2024.
BRASIL. Ministério da Cultura. Setores do MICBR: investimentos no setor
audiovisual chegam a R$ 2,4 bilhões em 2023. [Belo Horizonte]: Ministério da
Cultura, 06 nov. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/cultura/pt-
br/assuntos/noticias/setores-do-micbr-investimentos-no-setor-audiovisual-chegam-a-
r-2-4-bilhoes-em-2023. Acesso em: 26 fev. 2024.
GAMBARIN, A.; DIAMOND, D. A contribuição econômica da indústria audiovisual no
Brasil em 2019. Oxford Economics, Nova York, ano 2022, v. 1, n. 1, p. 1-40, 30 jun.
2022. Disponível em: https://www.oxfordeconomics.com/wp-
content/uploads/2023/09/MPA_Brazil_report_PO.pdf. Acesso em: 26 fev. 2024.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Perfil dos
estados e dos municípios brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE, 2014. Disponível em:
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/media/com_mediaibge/arquivos/4232db9293af
1f8e6a0f4ec4cdf2f3bd.pdf. Acesso em: 26 fev. 2024.

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