Você está na página 1de 5

IMPACTOS DIGITAIS NO AUDIOVISUAL - CCA0930

IMPACTOS DIGITAIS NO AUDIOVISUAL (17/09/2018)


Contextualização
A disciplina Impactos Digitais no Audiovisual situa-se na interface entre a prática e a
teoria do audiovisual. Isso se explicita, por um lado, ao tratar dos efeitos gerados pelas
tecnologias digitais sobre os procedimentos e conceitos necessários à adequada
exploração das potencialidades do digital na atividade audiovisual. Soma-se ainda o fato
de que a interrelação entre as dimensões tecnológicas, comunicacionais e culturais do
audiovisual encontra um campo fértil para propagação de seus valores e significados na
convergência das redes digitais e destas para o meio social. Os conteúdos, no entanto,
precisam ser produzidos, analisados e veiculados fora do determinismo tecnológico,
tendo em vista que a distribuição equilibrada dos benefícios advindos das Tecnologias da
Informação e Comunicação (TICs) por toda a população ainda está longe de ser uma
realidade.

A produção audiovisual deve ser pensada, nesse sentido, como facilitadora da livre
expressão da sociedade e depende para esta empreitada dos seus atores sociais, roteiristas,
diretores, editores, produtores, enfim de toda a equipe envolvida em uma realização
audiovisual. Depende também do reconhecimento e legitimação de uma audiência
heterogênea presencial e virtual, do fortalecimento das leis de incentivo públicas, de
patrocínios corporativos, do financiamento da sociedade civil organizada, do
investimento perene em festivais, competições e mostras capazes de promover a
criatividade e a diversidade de linguagens e discursos para a exibição e consumo em
espaços físicos coletivos mediados ou não e em dispositivos mobile, através de suas
plataformas multimidiáticas. Desse modo, pode-se evitar a exclusão de setores da
população do cenário produtivo e receptivo audiovisual.

O mundo precisa ser visto de vários lugares, sob olhares e ouvidos distintos. O incentivo
à diferenciação garante que haja a diversidade. Diferença gera indagação e faz avançar o
conhecimento, através do estímulo à criatividade e ao surgimento de novas ideias. Os
indivíduos são, na atual conjuntura, tipificados não apenas como receptores, mas acima
de tudo, como criadores e recriadores de conteúdos. Essas pessoas, físicas ou jurídicas,
demandam por espaços para a produção e circulação de suas mensagens, pois através do
compartilhamento de suas experiências miram a interatividade e o engajamento. Visam,
acima de tudo, dar relevância e propagação midiáticas aos valores e significados oriundo
de sua conexão em rede.

A mudança do caráter cultural do som e da imagem a partir dos processos de


digitalização parecem exigir, à primeira vista, uma maior valoração de critérios de
autenticidade do audiovisual (por exemplo, a fidelidade e credibilidade técnicas dos
registros), em detrimento da forma, isto é, da linguagem narrativa e composição estética
empregadas. Contudo, observa-se que os valores pautados são poucos e dispersos, muitas
vezes, articulados com o entretenimento e o lazer, o que dificulta a compreensão da
cultura midiática de forma mais estruturada na vida das pessoas, como por exemplo, o
entendimento dos aspectos éticos e das identidades envolvidas. Para muitos o acesso ao
mundo interligado de identidades culturais distintas ocorreu com tamanha velocidade e
impacto, sem que o entendimento necessário o acompanhasse, inclusive sobre as relações
de produção, consumo e experiência que definem essa nova sociedade.

Por essa razão, a disciplina Impactos Digitais no Audiovisual vincula o avanço das
tecnologias digitais da informação e da comunicação à atuação profissional, aos
contextos pessoais e coletivos em uma perspectiva de consumo compartilhado. Inserido
em uma sociedade conectada, o profissional de audiovisual realiza peças sonoras e filmes
a partir das potencialidades comunicacionais do digital (estéticas, narrativas, cadeia
produtiva) e das estratégias criativas da cultura da convergência (colaboração e consumo
participativo).

Como uma disciplina da modalidade híbrida, a carga horária é composta de créditos


presencial e de campo, na qual o aluno desenvolverá atividades no espaço fora de sala,
articulando a experiência acadêmicas da sala com o ambiente midiático da cidade.

Ementa
Técnica, cultura e tecnologia. Modelos e paradigmas tecnológicos (analógico e digital).
Transformações do digital: criação, produção, distribuição e o consumo no audiovisual.
Os Processos de hibridação de linguagens e gramáticas midiáticas e os mecanismos
tecnológicos de interação e colaboração digitais. Experiência espectatorial transmídia
como uma prática individual e social através de dispositivos e plataformas. Propriedade
intelectual na sociedade em rede.

Objetivos Gerais
- Analisar a relação entre mídia e cultura sob a perspectiva histórica dos componentes
tecnológicos da experiencia audiovisual tecnológica, explicitando a atuação do
profissional no cenário digital contemporâneo;

- Desenvolver um pensamento reflexivo-crítico sobre o panorama teórico e a estética


hipermidiática e de que modo a questão tecnológica incide sobre os métodos de
produção, distribuição e consumo do audiovisual enquanto fato midiático;

- Exercitar a pratica livre de produção audiovisual digital, desde a concepção da ideia e


roteirização, ao desenvolvimento e distribuição, considerando os aplicativos da interface
mobile e a interação.

Objetivos Específicos
- Comparar produções audiovisuais analógicas e digitais em uma perspectiva histórica;
- Analisar as narrativas digitais sejam noticiosas ou ficcionais, conceituais ou ainda
experimentais transpostas das redes de sociabilidade para sociedade em rede;

- Demonstrar através do uso de ferramentas digitais diversas as possibilidades criativas de


uma produção audiovisual livre e colaborativa.

Conteúdos
Unidade I: Formas tecnológicas e culturais: impactos audiovisuais.

1.1 A relação entre cultura e mídia: o determinismo tecnológico;

1.2 História dos desenvolvimentos tecnológicos no audiovisual;

1.3 Imagem e som analógicas e digitais: conceitos e aplicações.

Unidade II: Impactos digitais da criação e produção audiovisual.

2.1 A estética do digital: hibridismo de formas e linguagens;

2.2 A recuperação digital de formas passadas (rotoscopia, 3D, animação etc.);

2.3 Transformações na cadeia de produção: cinema industrial e cinema independente.

Unidade III: Impactos digitais na distribuição e no consumo.

3.1 Novas mídias e suportes para a produção audiovisual;

3.2 A internet como meio de distribuição e exibição audiovisual;

3.3 Digitalização: acesso, compartilhamento e consumo de peças audiovisuais;

3.4 Interatividade e o novo modelo de espectador participativo.

Unidade IV: Produções midiáticas contemporâneas na indústria do entretenimento.

4.1Storytelling e as novas formas de se contar, recontar e consumir histórias.

4.2 Abordagem transmidiática e as grandes ficções narrativas;

4.3 Sociedade em rede: experiência e engajamento midiático;

4.4 A era de produtos culturais híbridos e imersos em redes textuais complexas.


Procedimentos de Avaliação
O processo de avaliação será composto de três etapas:

Avaliação 1 (AV1): de responsabilidade do(a) professor(a), a AV1 será uma prova teórica que terá o valor de
10 pontos e contemplará o conteúdo da disciplina lecionado até a sua realização e/ou trabalhos(s) a serem
propostos pelo docente.
Avaliação 2 (AV2): a Av2prevê, além da avaliação escrita individual que contempla todo o conteúdo da
disciplina, a realização de umaatividade de campona qual os alunos, organizados em grupos, desenvolvem
um produto audiovisual para mídias digitais, com ênfase na interatividade identificada e registrada na
paisagem urbana, contando inclusive, comparticipação colaborativa dos transeuntes do espaço urbano
visitado pelos grupos. A prova infdividual vale 10 pontos, ssim como a atividade de campo. A nota final do
(a) aluno(a) será a média aritmética das duas avaliações (prova + trabalho).
Avaliação 3 (AV3): assim como a Av2, a Av3 abrangerá todo o conteúdo da disciplina, com valor de 10
pontos.

Para aprovação na disciplina o aluno deverá:

1. Atingir resultado igual ou superior a 6,0, calculado a partir da média aritmética entre os graus das
avaliações, sendo consideradas apenas as duas maiores notas obtidas dentre as três etapas de avaliação
(AV1, AV2 e AV3).
2. Obter grau igual ou superior a 4,0 em, pelo menos, duas das três avaliações.
3. Frequentar, no mínimo, 75% das aulas ministradas.

Bibliografia Básica
BAPTISTA, Mauro. O cinema de Quentin Tarantino. Campinas: Papirus, 2010.
Disponível em: https://bv4.digitalpages.com.br/#/edicao/epub/148493

EDGAR-HUNT, Robert. A linguagem do cinema. Porto Alegre: Bookman, 2013.

MARTINO, Luís Mauro Sá. Teoria das mídias digitais: linguagens, ambientes, redes.
Petrópolis: Vozes, 2015.

Bibliografia Complementar
BATISTA, Sueli S.; FREIRE, Emerson. Sociedade e tecnologia na era digital. São
Paulo: Saraiva, 2014.

CASTELLS, Manuel. A Galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e


a sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

FELINTO, Erick; BENTES, Ivana. Avatar: o futuro do cinema e a ecologia das


imagens digitais. Porto Alegre: Sulina, 2010.

JENKINS, Henry. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2009.

LUCA, Luiz Gonzaga Assis de. A hora do cinema digital: democratização e


globalização do audiovisual. São Paulo: IMESP, 2009.

MACHADO, Arlindo. Pré-cinemas & Pós-cinemas. Campinas: Papirus, 1997.

MARTINO, Luís M. Sá; MARQUES, Ângela C. Salgueiro. Ética, mídia e


comunicação: relações sociais em um mundo conectado. Petrópolis: Vozes, 2018.
Disponível em: https://bv4.digitalpages.com.br/#/edicao/epub/156035

Outras Informações
ESSA DISCIPLINA TEM UMA ATIVIDADE DE CAMPO QUE ESTÁ DISPONÍVEL
NO SAVA DOS(AS) ALUNOS(AS).
COMO DESCRITO NOS PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO, ESSA ATIVIDADE
DE CAMPO COMPÕE A NOTA DE AV2.

Você também pode gostar