Você está na página 1de 15

EXMo(a).  SR(a).  DR(a).

  DESEMBARGADOR  DA  ___  CÂMARA  CÍVEL  DO  TRIBUNAL 


DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS 

MEDIDA URGENTE 

​ RTHUR  SÉRGIO  MOUCO VALENTE​, brasileiro, solteiro, 


A
estudante,  portador  do  RG  M-8.900.341,  expedido  pela  SSP/MG,  inscrito  no 
CRBio-04  sob  o  nº  49297/04-D  e  no  CPF  sob  o  nº  051.316.496-09, ​residente  e 
domiciliado  na  cidade  de Juiz de Fora -MG, na Rua Aristóteles Braga, n.º 85, bairro 
Cidade  Universitária,  CEP  36037-010,  por  seus  advogados  ​in  fine​   assinados, 
instrumento  de  mandato  anexo,  todos  com  endereço  profissional  á  Rua  Halfeld 
807,  1º  andar,  Centro,  Juiz  de  Fora  –  MG,  CEP  36010-003,  onde  receberão 
intimações, vem perante V. Exª.,  impetrar: 

MANDADO DE SEGURANÇA 
COM PEDIDO LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS 

contra  ato  do  ​EXMº. ​SR.  GOVERNADOR  DO  ESTADO  DE  MINAS  GERAIS​,  a  ser 
notificado  na  na  Praça  da  Liberdade  s/  nº,  Bairro  Funcionários,  CEP  30.140-912, 
Belo Horizonte - MG, pelos fundamentos de fato e de direito que a seguir expõe: 

"Nenhuma  lesão  ou  ameaça  à  direito  poderá ser subtraída à apreciação do poder 


judiciário." [art. 5º, XXXV, CF/88]. 

I​ ​–​ ​DO REQUERIMENTO PRELIMINAR DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA: 

1.​ ​Preliminarmente,  o  impetrante  requer  a  V.Exª.  seja-lhe  concedido  os  benefícios 


da  ASSISTÊNCIA  JUDICIÁRIA  GRATUITA,  nos  termos  do  art.5º  LXXIV  e  da  Lei  1060/50, 
face  a  situação  econômica  que  atravessa,  que  não  lhe  permite  arcar  com  as  custas 
processuais,  sem  prejuízo  de  seu  sustento  próprio,  e  de  sua  família,  conforme 
declaração acostadas aos autos. 

II - DOS FATOS: 

2.​ ​Conforme  se  desume  da  documentação  em  anexo,  o ​Impetrante  participou  do 
concurso  público  de  provas  para  provimento  de  cargos  das  carreiras  de  gestor  e  de 
analista  ambiental  do  sistema  estadual  do  meio  ambiente,  nos  termos  e  condições 
previstos  no  Edital  SEPLAG/MEIO  AMBIENTE  N  º  04/2005  publicado  em  17  e 
republicado  em  29  de  novembro  do  ano  de  2005  (cópia  integral  do  Edital  desta 
republicação  anexa),  com  validade  inicial  de  02  (dois)  anos  a  partir  da  homologação, 
e possibilidade de prorrogação por igual período. 

3.​ ​Concorreu o impetrante ao cargo da carreira de ANALISTA AMBIENTAL NÍVEL I – 
Área  de  conhecimento CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PARA A REGIONAL DA ZONA DA MATA​, 
que  conforme  consta  do  ANEXO  II–B  do  referido  Edital  SEPLAG/MEIO  AMBIENTE  N  º 
04/2005,  previa  a  ​existência  de  05  (cinco)  vagas​,  sendo  certo  que  o  impetrante  foi 
classificado  para  o  cargo  e  região  acima  apontados  ​em  6º  (sexto)  lugar​,  conforme 
consta  do  RESULTADO  FINAL  publicado  no  DOEMG  em  24/03/2006,  Caderno  do 
Executivo  pg.42-53  (cópia  anexa),  tendo  referido  concurso  sido  homologado  em 
25/04/06 (cópia da homologação anexa). 

4.​ ​Ato  contínuo  após  a  homologação  do concurso (25/04/06), o Impetrante diligente 


que  foi  entrou  em  contato  com  a  Secretaria  de  Estado  Planejamento  e  Gestão  – 
SEPLAG,  via  e-mail  (link  fale  conosco  do  site  ​www.planejamento.mg.gov.br​),  para
confirmar  a  data  da  homologação  do  concurso,  bem  como  para  PRINCIPALMENTE  se 
informar  acerca  dos  próximos  passos  do  concurso,  ​mais  precisamente  no  que  tange 
ao acompanhamento dos futuros ATOS administrativos do concurso​. 

5.​ ​Por sua vez, a SEPLAG respondeu o ora impetrante no DIA 02/05/2006 também via 
e-mail  (andreza.freitas@planejamento.mg.gov)  encaminhado  pela  funcionária 
(Andreza  Bueno)  do  setor  próprio  da  SEPLAG  (Superintendência  Central  de  Gestão  de 
Recursos  Humanos)  –  DOC.  ANEXO  -,  onde  a SECRETARIA DE ESTADO PLANEJAMENTO E 
GESTÃO  DO  ESTADO  DE  MINAS  GERAIS  –  SEPLAG  assim  informou  ao  ora  Impetrante,  ​in 
verbis:​  

​“​Prezado Arthur, 

​Em resposta a sua solicitação, informo-lhe que o Concurso 
Seplag/  Meio  Ambiente  foi  homologado,  conforme  ato 
publicado em 25 de abril do corrente. 

​ omplementando  as  informações,  segue  os​ ​passos 


C
referentes  ao  Concurso  Público​ ​do  SISTEMA  DE  MEIO 
AMBIENTE,  regido  pelo  EDITAL  SEPLAG/MEIO  AMBIENTE  Nº 
04/2005,​ ​com  resultado  final  publicado  em  24  de  março  de 
2006,  para  os  cargos  de  GESTOR  AMBIENTAL  e  ANALISTA 
AMBIENTAL: 

· ​Os  órgãos  que  compõem  o  Sistema  Meio  Ambiente,  por 


intermédio de seus Titulares, já podem solicitar autorização 
ao  Excelentíssimo  Governador  do  Estado  para  proceder  às 
nomeações dos candidatos aprovados; 

· ​O  candidato  deve  acompanhar  todas  as  notícias  sobre 


​ ww.planejamento.mg.gov.br​ ​- 
esse  concurso  na  página  w
link  ​CONCURSOS  PÚBLICOS.  ​Todos  os  atos 
administrativos  publicados  constarão  da  página 
eletrônica desta ​Secretaria de Estado de planejamento e 
Gestão/SEPLAG​; 

· ​Os  atos  de  nomeação  são  publicados  no  órgão  oficial  e  é 


de  responsabilidade  do  candidato  o  acompanhamento  dos 
atos  do  concurso,  não  sendo  enviada  nenhuma 
correspondência  oficial  ou  eletrônica,  pela  administração 
pública para o candidato nomeado; 

· ​Para​ ​tomar  posse  no cargo​ ​é necessário que o candidato se 


submeta  à  Perícia  Médica  Oficial  do Poder Executivo, tendo 
em  mãos  os  resultados  dos  exames  solicitados  no  item  15.2 
do  Edital.  Quando  da  época  oportuna,  os  candidatos 
deverão  agendar  o  exame  médico ao qual se submeterão na 
Divisão  de  Saúde  Ocupacional  do  Instituto  de  Previdência 
dos  Servidores  do  Estado  de  Minas  Gerais  -  IPSEMG, 
localizada  na  Rua  da  Bahia  nº  1148​ ​-  4º  andar,  nos 
telefones​ ​3224-3171  ou  3224-3216.  Caso as perícias médicas 
possam  ocorrer  no  interior  do  Estado  haverá  informação 
disponível  sobre  o  assunto  para  os  candidatos  nomeados, 
bem  como  serão  disponibilizadas  orientações  gerais  para  a 
marcação dos exames pré-admissionais, na época oportuna; 

· ​De  posse  do  Resultado  do  Exame  Médico,  que  tenha 


concluído  por  sua  aptidão  para  o  desempenho  da  função,  o 
candidato  poderá  tomar  posse  no  cargo,  tendo  em  mãos 
todos  os  documentos  exigidos  no  item  14.7  do  referido 
Edital,  na  Diretoria  de  Recursos  Humanos  da  instituição 
para  a  qual  foi  aprovado  em  concurso.  Também  serão 
disponibilizadas  informações  adicionais  aos  candidatos 
nomeados  para  essa  finalidade  emitidas  pelos  órgãos  e 
entidades  que  compõem  o  Sistema  de  Meio  Ambiente,  no 
momento oportuno; 

· ​Para  novas  vagas  surgidas,  ou  para  as  vagas  lançadas​ ​no 
Edital  em  questão  e  não  providas,  poderão  ser  convocados 
novos  candidatos  aprovados  e  classificados,  no  decorrer  do 
prazo de validade do concurso público. 

· ​Todas  as  informações  de  interesse  do  candidato 


aprovado  e  classificado  serão  veiculadas  pela  SEPLAG, 
na página eletrônica acima citada.​  
 
Atenciosamente, 
 
Andreza Bueno 
 
Diretoria  Central  de  Saúde  Ocupacional  e  Provisão  de 
Recursos Humanos 
SUPERINTENDÊNCIA  CENTRAL  DE  GESTÃO  DE  RECURSOS 
HUMANOS 
SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO 
rh.diretoriacentral@planejamento.mg.gov.br 
andreza.freitas@planejamento.mg.gov.br 
Telefones: (31) 3290-4696 e 3290-4772 
Fax: (31) 3290-4766” 

6.​ ​Diante  da  orientação  supra  transcrita,  o  impetrante  acessou  ao  referido  site 
(​www.planejamento.mg.gov.br​),  e,  passando  o  mouse  sobre  a  seta  indicativa  para 
baixo  no  campo  ‘​destaques​’  visualizado  à  esquerda  da  tela,  clicou, tão logo surgiu na 
tela,  no  ícone  ‘​concursos  públicos​’,  quando  então,  ao  abrir  uma  nova  tela,  clicou  no 
ícone  ‘​Sistema  Meio  Ambiente​’,  onde,  na  referência  ao  ano  da  publicação  do  Edital 
objeto  da  lide  (​Ano  2005​),  já  constava  efetivamente  as  publicações já efetivadas que 
correspondiam  ao  referido  Edital  (dentre  elas  o  próprio  Edital,  o  Resultado  Final  e  a 
Homologação). 

7.​ ​Assim,  a  partir  de  então,  isto é, do recebimento do comunicado da SEPLAG acima 


transcrito  (02/05/2006),  o  Impetrante  passou  a  acompanhar  todos  os  atos  referentes 
ao  concurso  através  do  site  ​www.planejamento.mg.gov.br​ -​   link  ​CONCURSOS 
PÚBLICOS​, NA EXATA FORMA DA ORIENTAÇÃO EXPRESSA DA SEPLAG​. 

8.​ ​Vale  consignar  inclusive  que  dias  após  tal  instrução  recebida  via  e-mail,  foi 
disponibilizado  no  referido  site  (tela  do  Sistema  Meio  Ambiente),  o  ​AVISO  Nº  01/06
(cópia  anexa)​,  ​em  que, ​RATIFICANDO  A  INFORMAÇÃO  RECEBIDA PELO IMPETRANTE VIA 
E-MAIL, ​informou  expressamente  que  os  ​candidatos  aprovados  e  classificados 
deveriam  ​AGUARDAR  A  PUBLICAÇÃO  DOS  ATOS  DE  NOMEAÇÃO​,  que  tão  logo 
publicados,  ​ESTARIAM  DISPONÍVEIS  NA  PÁGINA  DESTA  SEPLAG:​  
www.planejamento.mg.gov.br  ‘link’  CONCURSOS  PÚBLICOS  =>  SISTEMA  MEIO 
AMBIENTE.​  

9.​ ​E  tal  fato  se  comprova  pelas  ​cópias  anexas  das  impressões  das  telas  do  referido 
site,  inclusive  seu  caminho  desde  a  abertura  do  site,  passando  pelo  ícone  “concursos 
públicos”  até  o  último  “Sistema  Meio  Ambiente”,  em  que  se  verifica  a  listagem  de 
todas (​exceto uma, como se verá abaixo​) as publicações referente ao Edital nº 04 (Ano 
2005). 
10.​ ​Registre-se  que  através  do  referido  site, ​o ​Impetrante  tomou  conhecimento 
inclusive  da ​PRORROGAÇÃO  DO  PRAZO de validade inicial do concurso, levada à efeito 
em 25/04/08 (doc. anexo) ​tendo a sua vigência mantida até 25 de abril de 2010​. 

11.​ ​Assim,  ​ao  longo  de  todo  este  período​,  ​o  Impetrante  vem  acompanhando 
sistematicamente  o  site  da  SEPLAG  na  exata  forma  da  orientação  recebida  pelo  dito 
órgão,  seja  via  e-mail  (supra  transcrito),  seja  pelo  Aviso  nº  01/06,  em  que  inclusive 
verificou  a  nomeação  dos  05  (cinco)  primeiros  aprovados  numa  única  chamada,  pelo 
que  o  próximo  a  ser  nomeado,  se  fosse  o  caso,  seria  o  próprio  impetrante,  daí  seu 
interesse em acompanhar os atos disponíveis no referido site. 

12.​ ​Certo  ainda  é  que,  demonstrando  sua  atitude  ativa,  o  impetrante  sempre 
verificava  a  existência  de  eventual  novidade,  sendo  que,  em  Março/2009,  diante  da 
ausência  de  qualquer  informação  no  site  da  SEPLAG  quanto  à  sua  possível nomeação, 
o  impetrante  tomou  a  liberdade  de  postar  carta  registrada  (documento  anexo)  ao 
responsável  pelo  IEF  (órgão  pertencente  ao  Estado  de  MG),  demonstrando 
expressamente  seu  interesse  em  assumir  o  cargo,  sendo  certo  que,  todavia,  não 
obteve  resposta,  pelo  que  reiterou  a  comunicação  de  interesse  ao  cargo,  desta  vez 
encaminhando  em  09/06/2009 ao responsável pelo Edital do Meio Ambiente via e-mail 
(cópia anexa). 

13.​ ​Continuando  sua  insistente  pesquisa  no  site  da  SEPLAG,  na  expectativa de um 
dia  visualizar  o  link  disponibilizado  na  tela  “Sistema  Meio  Ambiente”  com  sua 
nomeação,  qual  não  foi  a  SURPRESA  do  Impetrante  quando, ​de  uma de suas consultas 
rotineiras  junto  ao  site  (​www.planejamento.mg.gov.br​),  ​TOMOU  CONHECIMENTO  DO 
CANCELAMENTO  DA  SUA  NOMEAÇÃO,  TORNANDO-A  SEM  EFEITO​,  bem  como  da
nomeação de outra candidata​, ​Danielle de Paiva Souza​, esta aprovada em 7º (sétimo) 
lugar  para  o  mesmo  cargo  de  ANALISTA  AMBIENTAL  NÍVEL  I  –  CIÊNCIAS  BIOLÓGICAS 
PARA  A  REGIONAL  DA  ZONA  DA  MATA  {ou  seja,  mesmo  cargo  e  região  em  que  o 
impetrante  se  classificou  em 6º (sexto) lugar}, ​ambos os atos praticados no mesmo dia
pela  autoridade  coatora​,  conforme  constam  da  referida ​tela  do  “Sistema  Meio 
Ambiente”  do  site  da  SEPLAG, ​nos  link’s  “​25/09/2009  -  ato  torna  sem  efeito 
analista​” e “​25/09/2009 - ato nomeação analista​” (cópias anexas). 

14.​ ​Conforme  colocado  alhures,  o  ora  Impetrante  ao  longo  dos  vários  meses 
passados  da  data  da  homologação  do  concurso,  ​acompanhou  SISTEMATICAMENTE  o 
site  da  SEPLAG ​(​www.planejamento.mg.gov.br)  para  informar-se  acerca  de  todos  os 
atos  do  concurso  na  exata  forma  da  orientação  recebida  pelo  dito  órgão,  tanto  via 
e-mail  (supra  transcrito) ​quanto  através  do  Aviso  nº  01/06  disponibilizado  no  site; 
CONTUDO  ​JAMAIS  constou  no  referido  site  QUALQUER  ATO  DE  NOMEAÇÃO  DO  ORA 
IMPETRANTE​, ​AO  CONTRÁRIO  DE  TODOS  OS  OUTROS  (em  nítida  violação  ao 
princípio  da  isonomia),  TENDO  CONSTADO  DO  IMPETRANTE  SOMENTE  O  ATO  QUE 
TORNOU  SEM  EFEITO  A  SUA  NOMEAÇÃO,  CONSTANDO  LOGO  EM  SEGUIDA  O  ATO 
QUE  NOMEOU  A  CANDIDATA  COLOCADA  NA  POSIÇÃO  IMEDIATAMENTE  INFERIOR 
(repita-se,  o  que  não  ocorreu  com  o  impetrante,  ou  seja,  não  constou  o  ato  de 
nomeação  deste), ​conforme  comprova  as  impressões  (documentos  anexos)  de  todos 
os  link’s  de  atos  de  nomeação  do  IEF/Analista  Ambiental  que  constam  na  listagem 
supra  mencionada  referente  à  tela  “Sistema  Meio  Ambiente”  do  site  da  SEPLAG,  em 
que  se  verifica  todas  as  publicações  de  nomeação  quanto  ao  Edital  nº  04  (Ano  2005), 
EXCETO, ​como dito​, A NOMEAÇÃO DO IMPETRANTE​. 
15.​ ​INDIGNADO, DIANTE DO ABSURDO E ILEGAL CANCELAMENTO DA SUA NOMEAÇÃO 
PARA  O  CONCURSO  PÚBLICO  E  CONSEQUENTE  SUBVERSÃO  DA  ORDEM  DE  NOMEAÇÃO 
DO  CERTAME  (​já  que  em  momento  algum  constou  sua  nomeação  no site da seplag​), O 
IMPETRANTE  imediatamente  entrou  em  contato  com  a  Secretaria  de  Estado 
Planejamento  e  Gestão  -  SEPLAG  via  e-mail  (link  fale  conosco  do  site 
www.planejamento.mg.gov.br​)  para  esclarecer  e  resolver  a  questão,  contudo  a 
SEPLAG,  por  sua  vez  se  limitou  a  assim  responder ao Impetrante em e-mail datado de 
28/09/09 (doc. anexo): 

“​Bom dia, 
Arthur, 

Comunico-lhe  que  a  sua  nomeação  foi  publicada  em 


04/09/07  no  Diário  Oficial  de  Minas  Gerais​.  Veja  no site 
www.imprensaoficial.mg.gov.br​.  No  Edital  04/2005  no 
item  16.1  diz  tudo  o  que  se  refere  ao  concurso  seria  no 
jornal  oficial,  cabe  ao  interessado  acompanhar  as 
publicações. 
Luzia/DIDEV/IEF/SISEMA.” 

16.​ ​Em  atenção  ao  referido  e-mail,  o  impetrante  acessou  ao  site  do  Diário Oficial 
de  Minas  Gerais,  e  pôde  constatar,  aí  sim  –isto  é,  após  mais  de  02  (dois)  anos-,  a 
publicação  de  sua  nomeação  (cópia  da  publicação  do  Diário  Oficial  anexa),  QUE, 
TODAVIA,  FRISE-SE  UMA  VEZ  MAIS,  NÃO FOI DISPONIBILIZADO NO SITE DA SEPLAG, QUE 
ATÉ  A  PRESENTE  DATA  NÃO  CONSTA  TAL  NOMEAÇÃO  (conforme  se  verifica  da  lista de 
link’s anexa de atos de nomeação acima mencionada). 

17.​ ​Verifique este D. Juízo que o Impetrante, não obstante ter sido expressamente 
orientado  pela  SEPLAG  para  acompanhar  os  atos  do  concurso  junto  ao  site 
www.planejamento.mg.gov.br​, o que de fato fez sistematicamente ​ao longo de anos a 
fio​, ​repita-se​,  FACE  À  EXPRESSA  ORIENTAÇÃO  DA  SEPLAG, ​não  teve  ciência 
justamente  do  ato  da  sua  nomeação ​à  época  própria  (TENDO  TOMADO 
CONHECIMENTO  DESTA  SOMENTE  MAIS  DE  DOIS  ANOS  DEPOIS,  QUANDO 
PUBLICOU-SE  ATO  TORNANDO  SEM  EFEITO  A  NOMEAÇÃO)​,  vez  que  ​DO  REFERIDO 
SITE  NÃO  CONSTOU  JUSTAMENTE  O  ATO  DA  SUA  NOMEAÇÃO​,  muito  embora  tenha 
constado ​TODOS os outros atos do concurso​, dentre eles o que tornou “sem efeito” a 
sua  nomeação,  bem  os  de  nomeação  de  outros  candidatos ​(doc.  anexos)​,  em  nítida 
violação ao princípio da isonomia. 

18.​ ​Assim,  certo  é  que  ​o  ato  perpetrado  pela  autoridade  coatora  publicado ​no 
Órgão  Oficial  do  Estado  de  Minas  Gerais  do  dia  25  de  setembro  de  2009  (cópia  da 
publicação  do  Diário  Oficial  anexa),  que  tornou  sem  efeito  a  nomeação  do 
Impetrante,  foi  gerado  com  base  na  afronta  direta  dos  princípios  constitucionais  que 
instruem  o  direito  público  e  que  são  ​condicio  sine  qua  non  da  legalidade  do  ato 
administrativo​,  motivo  pelo  que  deve  ser  o  referido  ato  devidamente  ANULADO, 
mormente ​porque  violou  frontalmente  o ​DIREITO  LÍQUIDO  E  CERTO  do  ora 
Impetrante  Á  NOMEAÇÃO  PARA  CARGO  PÚBLICO,CONSUBSTANCIADO  PELA  QUEBRA 
DA ORDEM CLASSIFICATÓRIA DO CONCURSO​. 

19.​ ​Transcreve-se, parcialmente, o ato que merece ser ANULADO: 

“O  GOVERNADOR  DO  ESTADO  DE  MINAS GERAIS ​torna sem 


efeito  os  atos  de  nomeação  dos  seguintes  candidatos 
aprovados  ao  concurso  público  de  que  trata  o  Edital  nº 
04/2005​,  para  os  cargos  de  provimento  efetivo  do 
Instituto  Estadual  de  Florestas  abaixo  relacionados,  por 
não terem tomado posse em tempo hábil: 
ANALISTA AMBIENTAL 
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
REGIONAL  ZONA DA MATA 
IDENTIDA NOME 
DE 
M8900341  ARTHUR SÉRGIO MOUCO VALENTE 

​(...) 

PUBLICADO  NO  ÓRGÃO  OFICIAL  DOS  PODERES  DO 


ESTADO – MINAS GERAIS – 25 DE SETEMBRO 2009” 

20.​ ​Corroborando  a  flagrante  violação ​ao  ​DIREITO  LÍQUIDO  E  CERTO  do  ora 
Impetrante  à  NOMEAÇÃO  PARA  CARGO  PÚBLICO,  CONSUBSTANCIADO  PELA QUEBRA DA 
ORDEM  CLASSIFICATÓRIA  DO  CONCURSO,  mister  se  faz  consignar  que  inclusive  após  a 
nomeação  da  7ª  (sétima)  colocada  [cujo  ato  foi  publicado  no  mesmo  dia  em  que 
tornou-se  sem  efeito  a  nomeação  do  ora  impetrante,  6º  (sexto)  colocado],  JÁ  FOI 
NOMEADA  A  8ª  (OITAVA)  COLOCADA  (PAULA  ALVARENGA  MAGALHÃES),  ​cujo  ato  está 
disponibilizado  no  site  da  SEPLAG​, ​na  referida ​tela  do  “Sistema  Meio  Ambiente”, no 
link  “​20/11/2009  ato  nomeação  analista​” ​(cópia  anexa,  conforme  acima  dito  com  a 
juntada  de  todos  atos  disponibilizados  no  site),  o  que,  uma  vez  mais,  demonstra  a 
desigualdade  da  qual  o  impetrante  foi  tratado,  já  que  somente  seu  ato  de  nomeação 
não foi disponibilizado no site da SEPLAG. 

21.​ ​Estes  os  fatos  pertinentes  à  causa  de  pedir  próxima,  cujo  conhecimento 
permite  constatar  a  violação  a  direito  líquido  e  certo  da  impetrante,  caracterizando 
assim o interesse processual imediato desta. 

III - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO 


DA VIOLAÇÃO À DIREITO LÍQUIDO E CERTO DO IMPETRANTE: 

22.​ ​Estabelece  com  clareza  solar,  o  ​caput  do  art.  37  da  Constituição  Federal  de 
1988,  que  a  Administração  Pública  Direta  e  Indireta  de  quaisquer  Poderes  da  União, 
dos  Estados,  do  Distrito  Federal  e  dos  Municípios,  obedecerá  aos  princípios  da 
legalidade,  impessoalidade,  moralidade,  publicidade  e  eficiência;estes  sãos  os 
princípios chamados EXPLÍCITOS (OU EXPRESSOS) DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 

23.​ ​Contudo, ​o  que  se  verifica  ​in  casu  ​é  que face ao desrespeito/desvirtuação aos 
princípios  constitucionais  que  norteiam  a  Administração  Pública,  o  Impetrante  TEVE 
LESADO  SEU DIREITO LIQUIDO E CERTO Á NOMEAÇÃO PARA O CARGO PÚBLICO AO QUAL 
FOI  APROVADO  NO  CONCURSO  PÚBLICO,  vez  que  foi  expressamente  ​orientado  pela 
Administração  Pública  a  acompanhar  todos  os  atos  pertinentes  ao  certame  junto 
ao  site ​www.planejamento.mg.gov.br  ,  SENDO  CERTO,  CONTUDO,  ​QUE, ​À  EXCEÇÃO 
DO  ATO  DE  NOMEAÇÃO  DO  IMPETRANTE​,  ​TODOS  OS  DEMAIS  ATOS  DO  CONCURSO 
(INCLUINDO  OS  ATOS  DE  NOMEAÇÃO  DOS  DEMAIS  CANDIDATOS  –  CONFORME 
COMPROVAM  OS  DOCUMENTOS  ANEXOS)  FORAM  DEVIDAMENTE  ANUNCIADOS  NO 
REFERIDO SITE. 

24.​ ​Certo  á  que  não  obstante  o  princípio  da  legalidade  (vinculação  ao  edital),  o 
Impetrante  ​FOI  DILIGENTE  A  TODO  TEMPO​, ​tendo  adotado  as  providências  que  lhe 
eram  exigíveis  para  manter-se  informado  acerca  dos  atos  do  concurso,  inclusive 
observando  a  orientação  ​expressa ​da  SEPLAG  (tanto  via  e-mail  quanto  através  do 
Aviso  disponibilizado  no  site)  ​de  que  deveria  seguir  os  atos  do  concurso  via  site 
(​www.planejamento.mg.gov.br​),  muito  embora  tenha  a  ​mesma  SEPLAG​,  ​após  ser 
questionada  pelo  mesmo  Impetrante,  também  via  e-mail  (doc.anexo),  “retirado  o 
corpo  fora”  (por  certo  ciente  da  GRAVIDADE  da  informação  prestada  ao  Impetrante), 
ao  se  limitar  a  informá-lo ​que  cabia  ao  Impetrante  acompanhar  as  publicações  no 
Diário Oficial de acordo com o que reza o Edital. 

25.​ ​Verifique  este  E.  TJMG,  que ​no caso concreto​, ​houve manifesta inobservância 


dos  princípios  constitucionais  que  regem  a  Administração  pública,  mais  precisamente 
aos​ ​princípios: 

-​   ​(I) ​DA  MORALIDADE  ADMINISTRATIVA​,  que  é  mais  amplo  do  que  o  princípio 
legalidade,  e  preceitua  que  é  juridicamente  exigível  dos  agentes  públicos  uma 
atuação  ética,  dentro  de  um  padrão  de  conduta  considerado  probo pela generalidade 
das  pessoas  (no  caso  concreto  o  ora  Impetrante ​teve  o  seu  direito  á  nomeação
preterido,  enquanto  que  outro(a)  candidato(a)  de  classificação  pior  fora  beneficiada
com a sua nomeação); 

-​   ​(II)  ​PRINCIPIO  DA  IMPESSOALIDADE/ISONOMIA​,  ​que ​se  apresenta  com  duas 


vertentes; ​por  um  lado exige ​que os atos administrativos representam o ente ou órgão 
que  o  realizou,  a  eles  devendo  sempre  serem  imputados,  pouco  importando  a  pessoa 
física  que  o  realizou​;  de  outro  lado,  exige  ainda  o  princípio  da impessoalidade, que o 
ato  administrativo  deve  ter  destino  genérico,  ​buscando  sempre  a  coletividade,  sem 
privilégios  ou  imposição  de  restrição de características pessoais ​(no caso concreto não 
há  dúvidas  pois  que  a  informação  prestada  ao  Impetrante  via  e-mail  para  que 
acompanhasse  os  atos  do  concurso  através  do  site  emanou  da  Administração  Pública, 
sendo  certo  ainda  que  a  efetiva publicação dos atos de nomeação de TODOS os outros 
candidatos  do  concurso  no  site  à  exceção  do  ato  que  nomeou  o  ora  Impetrante 
deixou-lhe em posição de desvantagem e prejuízo em relação aos demais candidatos); 

-​   (​III​) ​PRINCÍPIO  DA  PUBLICIDADE​,  princípio  que  obriga  a  Administração 


Pública  em  ofertar  a ​transparência  e  a  segurança  devida  aos  cidadão ​dos  seus  atos. 
(no  caso  em  tela  muito  embora  tenha  a  Administração  se  obrigado  a  publicar  no  site 
www.planejamento.mg.gov ​todos  os  atos  referentes  ao  concurso,  não  logrou  em 
fazê-lo em relação ao ato de nomeação do ora Impetrante). 

26.​ ​Em  suma,  FACE  À  NÃO  DISPONIBILIZAÇÃO  DE  SEU  ATO  DE  NOMEAÇÃO  NO  SITE 
DA  SEPLAG,  AO  CONTRÁRIO  DOS  DEMAIS  APROVADOS,  verifique-se  que  o  direito  do 
Impetrante  à  nomeação  está  ​COMPROVADO  DE  PLANO,  E É SUBJETIVO​, vez que restou 
demonstrado  no  caso  concreto  a  ABSURDA  E  ILEGAL  ​QUEBRA ​DA  ORDEM 
CLASSIFICATÓRIA  do  concurso​,  na  medida  em que o ora Impetrante teve ANULADO O 
ATO  DA  SUA  NOMEAÇÃO,  COM  A  CONSEQUENTE  NOMEAÇÃO  DE  CANDIDATA  COM 
CLASSIFICAÇÃO  MAIS  BAIXA,  em  manifesta  ​LESÃO  AO  DIREITO  LÍQUIDO  E  CERTO ​DO 
IMPETRANTE​,  matéria  inclusive  já  sumulada  pelo  Egrégio  ​Supremo  Tribunal  Federal​, 
conforme redação da redação de sua ​Súmula 15​: 

“Dentro  do  prazo  de  validade  do concurso, o candidato aprovado tem o direito a 


nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação”. 

27.​ ​Ad  cautelam​,  apenas  em  atenção  ao  princípio  da  eventualidade  processual, 
caso  este  D.  Juízo  entenda ​pela  obrigação  do  Impetrante ​de  acompanhar  os  atos  do 
concurso  via  Diário  Oficial,  ​o  que  admite-se  tão  somente  por  argumentar​,  vez  que 
consoante  colocado  alhures,  o  Impetrante  foi  expressamente  orientado  a 
acompanhá-los via site, ​ainda sim a deve a SEGURANÇA SER DEFERIDA. 

28.​ ​Data  venia,​   entender pela validade da exigência de convocação do Impetrante 


exclusivamente  por  meio  de  publicação  no  Diário  Oficial,  viola  ​o  PRINCÍPIO  DA 
RAZOABILIDADE  ADMINISTRATIVA​,  que  muito  embora  não  esteja  expressamente 
previsto  no  ​caput  do  artigo  37,  da  Constituição  Federal,  não  se  nega,  por  isso,  o  seu 
status  constitucional,  e  não  poderia  ser  de  outra  forma,  afinal,  pois  este  princípio 
deve  estar  presente  em qualquer ato da Administração, pois é aquele que impõe a ela 
critérios  aceitáveis  do  ponto  de  vista  racional.  Assim, deve ter estreita relação com o 
propósito  da  Administração,  a  coletividade,  o  equilíbrio  entre  a  apresentada 
necessidade  coletiva  e  o  ato  da  Administração.  Inegável  ser  importante  meio  de 
controle da Administração, que coíbe excessos e norteia seus atos. 

29.​ ​Renovadas  ​venias​,  certo  é  que  a  publicação de ato de nomeação de candidato 


aprovado  em  concurso  público,  exclusivamente,  por  meio  de  publicação  no  Diário 
Oficial, ​viola  o  princípio  da  razoabilidade​,  eis  que  não  se  pode  exigir  de  ninguém 
que,  diária  e  obrigatoriamente,  leia  a  imprensa  oficial  em  busca  do  resultado  do 
concurso  que  tem  prazo  de  validade  de  02  (dois)  anos  e  foi  prorrogado  por  mais  02 
(dois  )  anos.  No  caso  em  tela,  o  ato  de  nomeação  do  Impetrante  se  deu  em 
04.09.2007,  ou  seja,  PASSADOS  MAIS  DE  01  (UM)  ANO  E  MEIO  DO  RESULTADO  DO 
CONCURSO (24/03/2006)!!! 

30.​ ​OUTRA  CONCLUSÃO  NÃO  HÁ  SENÃO  A  DE  QUE  ​NÃO  É  RAZOÁVEL  IMPUTAR  AO 
APROVADO  EM  CONCURSO  PÚBLICO  A  RESPONSABILIDADE  DE  ADQUIRIR  E 
ACOMPANHAR DIARIAMENTE AS PUBLICAÇÕES DO DIÁRIO OFICIAL​. 

31.​ ​É  evidente  que  ninguém,  a  não  ser  por  dever  de  ofício,  lê,  diariamente  o 
Diário  Oficial, sendo certo que a convocação por edital só seria razoável se o Edital do 
concurso  trouxesse  expresso  o  calendário  completo  do  certame, com datas e todas as 
etapas do concurso, o que não ocorreu ​in casu.​  

32.​ ​Certo  é  que  a  modalidade  de  publicação  de  atos  de  concurso  exclusivamente 
pelo  Diário  Oficial  pode  abrir  frentes  à favorecimentos espúrios, desvios de finalidade 
e imoralidades na administração pública. 

33.​ ​Repita-se  que  no  caso  em  tela  a  nomeação  se  deu  quase  dois  anos  da 
realização  do  concurso,  motivo  pelo  qual  resta  claro  à  luz  do  direito  administrativo 
que  a  publicação  exclusivamente  por  edital  é  insuficiente  por  afrontar  os  princípios 
que regem a Administração Pública, na forma acima apontada. 

34.​ ​Destarte,  de  todos  os  ângulos  que  se  possa  enxergar,  certo  é  que,  UMA  VEZ 
CONSUBSTANCIADA  A  VIOLAÇÃO  AO  DIREITO  LÍQUIDO  E  CERTO  do  ora  Impetrante  à
nomeação  para  cargo  público, ​CONSUBSTANCIADO  PELA  QUEBRA  DA  ORDEM 
CLASSIFICATÓRIA  DO  CONCURSO,  ​deve  a  segurança  ser  concedida  para  anular  o  ato 
que  tornou  sem  efeito  a  nomeação  do  impetrante,  mediante  abertura  de  prazo 
para que o mesmo providencie o disposto no item 15 do edital, com o consequente 
reestabelecimento da ordem classificatória do concurso​. 

35.​ ​O  conhecimento  dos  fatos  acima  narrados,  de  ​per  si​,  já  configuram  com 
nitidez  a  violação  a  direito  líquido e certo do ​Impetrante, porém, para que fique mais 
evidenciado,  se  faz  necessário  proceder  ao  enquadramento  jurídico  dos  atos 
praticados  pela  autoridade  coatora  ora  impetrada  para  que  seja,  ao  final,  atendidos 
os pedidos elaborados. 

36.​ ​A  violação  a  direito  líquido  e  certo  é  requisito  imprescindível  para  o 


cabimento  da  ação  constitucional  do  mandado  de  segurança.  A  configuração  do  ato 
atentatório ao direito do ​Impetrante, consubstanciado pela anulação de sua nomeação 
no  concurso  público  e  ​CONSEQÜENTE  QUEBRA  DA  ORDEM  CLASSIFICATÓRIA  DO 
CONCURSO,  na  forma  acima  demonstrada, ​configura  a  violação  do  direito  já  que, 
como  ficou  provado,  que ​o  impetrante  tem  tal  direito,  configurando  a  ilegalidade  do 
ato e lesão ao seu direito. 

37.​ ​Nesse  sentido,  para  que  se  vislumbre  tal  requisito,  nunca  é  demais  relembrar 
a lição do ilustre jurista Hely Lopes Meirelles, para quem: 

"Direito  líquido  e  certo  é  o  que  se  apresenta  manifesto  na  sua  existência, 
delimitado  na  sua  extensão  e  apto  a  ser  exercitado  no  momento  da  impetração. 
Por  outras  palavras,  o  direito  invocado,  para  ser  amparável  por  mandado  de 
segurança,  há  de  vir  expresso  em  norma  legal  e  trazer  em  si  todos os requisitos e 
condições  de  sua  aplicação  ao  impetrante"  ​(​Mandado  de  Segurança​,17.ª  ed.,  São 
Paulo: Malheiros, 1996, p. 28). 

38.​ ​Semelhante é o magistério do Prof. Alfredo Buzaid: 


"O  que  esclarece  o  conceito  de  direito  líquido  e  certo  é  a  idéia  de  sua 
incontestabilidade,​   isto  é,  uma  afirmação  jurídica  que  não  pode  ser  séria  e 
validamente  impugnada  pela  autoridade  pública,  que  pratica  um  ato  ilegal  ou  de 
abuso de direito. 
Ele  tem,  na  realidade,  dois  pólos: um positivo, porque se funda na Constituição ou 
na  lei;  outro  negativo,  porque  nasce  da  violação  da  Constituição  ou  da  lei.  Ora,  a 
norma  Constitucional  ou  legal  há  de  ser  certa  em  atribuir  à  pessoa  o  direito 
subjetivo,  tornando-o  insuscetível  de  dúvida.  Se  surgir  a  seu  respeito  qualquer 
controvérsia,  quer  de  interpretação,  quer  de  aplicação,  já  não  pode  constituir 
fundamento  para  a  impetração  de  Mandado  de  Segurança."  (​Do  Mandado  de 
Segurança​, Saraiva, S. Paulo, 1989, p. 88) 

39.​ ​Evidenciados  tais  direitos  e  atestada  a  sua  violação,  outra  alternativa não há, 


salvo  melhor  juízo,  senão  de  que seja deferida, afinal, a segurança requerida, por ser 
medida de direito e de justiça. 

IV - DA PLAUSIBILIDADE DO DIREITO INVOCADO. DO ​FUMUS BONI JURIS​ E DO 


PERICULUM IN MORA.​ DEFERIMENTO DA LIMINAR ​INAUDITA ALTERA PARS:​  

40.​ ​O  direito  do  impetrante,  enfim,  tem  apoio  claro  e  expresso  em  norma  legal; 
está  comprovado  de  plano;  é  subjetivo;  inexistem  condições  suspensivas  ou óbices ao 
seu exercício; e independe de dilação probatória. 

41.​ ​Todos  os  requisitos  para  a  impetração  do  ​mandamus​,  estão,  pois,  atendidos, 
restando  para  o  impetrante  tão  somente  ser-lhe  concedida  a  reparação  do  mal 
sofrido, com a imediata obediência às normas legais. 

42.​ ​Quanto  ao  ​perigo  da  demora​,  diante  do  que  preceitua  a  lei,  mostra-se  de 
toda  a  conveniência  observar  que  a  segurança  ora  impetrada  constitui  um  dos  casos 
específicos  de  concessão  liminar,  visto  que,  além  da  relevância  dos  fundamentos 
invocados,  o  prolongamento  dos  efeitos  do  ato  coator  está  a  gerar  graves  danos  ao 
Impetrante,  se  ao  mesmo  não  for  concedida  ​inaudita  altera  pars​,  por  si  só  já  se 
materializará, de forma irreversível, o dano e a violação ao direito do impetrante. 

43.​ ​Tal  afirmação  se  faz  pertinente  porque  a  ordem  classificatória  do  concurso 
poderá  sofrer  nova  subversão  (​com  a  chamada  de  outros  aprovados,  como  aliás  já 
ocorrido  com  a  8ª  colocada,  como  denunciado  acima​),  restando  nítido  o  perigo  de 
dano  irreparável,  e,  em  assim  sendo,  urge  a  concessão  de  medida  liminar,  já  que 
configurados o ​"​fumus boni juris"​ ​ e o ​"​periculum in mora​"​. 

44.​ ​A  concessão  de  liminar,  pondera-se,  é  sempre  devida  quando  existir  a  mais 
remota  chance  de  dano  irreparável  ao  direito  da  impetrante,  caso  a  ordem  judicial 
venha  a  ser  concedida  somente  por  ocasião  do  julgamento  de  mérito  na  ação 
mandamental. 

45.​ ​A  apreciação  do  pedido  liminar  não  importa,  desta  feita,  no  julgamento 
prematuro  do  substrato  da  ação;  trata-se  pura  e  simplesmente  da  aferição  da 
possibilidade  de  prejuízo  irreparável  do  direito  da  impetrante,  não  podendo, 
portanto, se negar o juízo de concedê-la ao vislumbrar seus pressupostos. 
46.​ ​Nesse sentido, Hely Lopes Meirelles, preleciona: 

"A  medida  liminar  não  é  concedida como antecipação dos 


efeitos  da  sentença,  é  procedimento  acautelador  do 
possível  direito  dos  impetrantes,  justificado  pela 
iminência  de  dano  de  natureza  irreversível  de  ordem 
patrimonial,  funcional  ou  moral  se  mantido  o  ato  coator 
até  a  apreciação definitiva da causa. Por isso mesmo, não 
importa  em  pré-julgamento;  não  afirma  direitos  nem 
nega  poderes  à  Administração.  Preserva,  apenas,  o 
impetrante  de  lesão  irreparável,  sustentando 
provisoriamente  os  efeitos  do  ato  impugnado."  [​in 
Mandado  de  Segurança,  Malheiros  Editores,  SP,  17ª 
edição]. 

47.​ ​Em passo seguinte, acrescenta o mestre: 

"A  liminar  não  é  uma  liberalidade  da  justiça;  é  medida 


acauteladora  de  direito  do  impetrante,  que  não  pode ser 
negada  quando  ocorrem  os  seus  pressupostos  (...)"  [ob. 
Cit.] 

48.​ ​A  jurisprudência  dos  Tribunais  superiores  acompanha  referida  doutrina, 


"​literis​"​: 

"Satisfeitos  os  requisitos  para  a  concessão  da  medida, 


exsurge  para  o  impetrante,  independentemente  de 
condição,  o  direito  subjetivo  à  liminar  pretendida."
(TRF-5ª  Região, Rel. Juiz Nereu Santos, DJU, II, 07.06.91, p. 
13.078). 

"A  concessão  de  liminar  em  MS fica condicionada apenas 


aos  requisitos traçados no art. 7º, II, da Lei nº 1.533/51, 
ou  seja,  ao  ‘fumus  boni  juris’ ​e  ao  ‘periculum  in mora’."
(TRF-1ª  Região,  Rel.  Juiz  Nélson  Gomes  da  Silva,  DJU,  II, 
02.07.92, p. 20.077). 
V- CONCLUSÃO: 

49.​ ​Exsurge,  portanto,  o  cabimento  e  admissibilidade  da  presente  ação  de 


segurança  que  o  impetrante  espera ver deferida para o fim de cessar e invalidar o ato 
da  autoridade  coatora,  por  ser  ilegal e abusivo, violador de seu ​direito líquido e certo 
expressamente determinado em Lei. 

50.​ ​Nestas  condições,  espera  e  requer  o  Impetrante  à  V.  Exª.,  contando  com  v. 
áureos suplementos: 

​A)  seja  concedidos  ao  autor  os  benefícios  da  assistência 


judiciária gratuita, consoante disposto na Lei 1.060/50, nos termos dantes requeridos; 

B)  ​LIMINARMENTE  e ​INAUDITA ALTERA PARS,​  sejam suspensos os efeitos do ato ilegal 


da  autoridade  coatora  impetrada  e,  para  tanto,  seja  expressamente  ordenada ​A 
IMEDIATA  SUSPENSÃO  DO  ATO  QUE  TORNOU  SEM  EFEITO  A  NOMEAÇÃO  DO 
IMPETRANTE,  COM  A  IMEDIATA  ABERTURA  DE  PRAZO  PARA  QUE  O  MESMO 
PROVIDENCIE  O  DISPOSTO  NO  ITEM  15  DO  EDITAL  OBJETO  DA  LIDE  (Nº  04/2005), 
PARA  FINS  DE  POSSE  DO  IMPETRANTE  NO  CARGO  APROVADO  E, 
CONSEQUENTEMENTE,  REESTABELECIMENTO  DA  ORDEM  CLASSIFICATÓRIA  DO 
CONCURSO,  visto  que  caracterizado  o  ​fumus  boni  juris  e  o  ​periculum  in  mora​,  ​sob 
pena  de  aplicação  ​das  penas  atinentes  ao  crime  de  desobediência  de  ordem 
judicial​; 

C)  ​A  NOTIFICAÇÃO  da  autoridade  coatora  impetrada  para  prestar  as informações que 
julgar  necessárias,  no  prazo  legal,  ouvindo-se,  em  seguida,  o  Ministério  Público, tudo 
segundo as exigências legais 

​D) ​o  prosseguimento  do  feito  até  final  decisão,  para  AO 
FINAL  confirmar  a  liminar  ​initio  litis​,  concedendo  a  segurança  pleiteada  em 
definitivo,  ​PARA  ANULAR  O  ATO  QUE  TORNOU  SEM  EFEITO  A  NOMEAÇÃO  DO 
IMPETRANTE,  E  TORNAR  DEFINITIVA  A  SUA  POSSE  NO  CARGO  APROVADO, 
REESTABELECENDO-SE  EM  DEFINITIVO  A  ORDEM  CLASSIFICATÓRIA  DO  CONCURSO, 
por ser medida de direito e justiça!!! 

51.​ ​Atribui-se  à  causa,  para  meros  fins  de  alçada,  o  valor  de  R$  5.000,00  (cinco 
mil reais). 

Termos em que, 
Pede Deferimento. 
Belo Horizonte,​ ​23 de novembro de 2009. 

​P.p.​ ​P.p. 
​ RUNO SANTOS LAWALL​
B ​MATEUS MACHADO 
FERREIRA 
​ OAB/MG 78.888​ ​OAB/MG 84.465 

​P.p.​ ​ .p. 
​ P
​GUILHERME L. MÜLLER PESSOA​  ​   LUIS ALBERTO CORTES 
​OAB/MG 61.316​ ​OAB/MG 
86.474 

Você também pode gostar