Você está na página 1de 71

UNIVERSIDADE PAULISTA

ARQUITETURA E URBANISMO

HYAGO COSTA

ARTIGO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO


CENTRO CULTURAL COM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

BRASÍLIA
2023
HYAGO COSTA

CENTRO CULTURAL COM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Trabalho de Curso apresentado a Universidade


Paulista, como requisito parcial consequente da
matéria de Trabalho de Curso – Anteprojeto,
pelo curso de Arquitetura e Urbanismo.

Orientador(a): Prof. Dr. Bruno de Sá.

BRASÍLIA
2023
RESUMO

A presente monografia tem como objetivo apresentar uma proposta de


projeto arquitetônico para um Centro Cultural, com ênfase na educação ambiental.
Com base na importância crescente da conscientização ambiental na sociedade atual,
o estudo visa explorar a sinergia entre cultura, arte e sustentabilidade como uma
abordagem inovadora e eficaz para promover a preservação do meio ambiente.

O trabalho inicia-se com uma contextualização da importância da


conscientização ambiental na sociedade contemporânea, destacando estudos e
referências de renomados pesquisadores e profissionais que têm se dedicado ao
tema. Em seguida, são apresentadas definições e conceitos fundamentais sobre
centros culturais e educação ambiental, enfatizando a diversidade de atividades e
eventos que podem ocorrer nesses espaços. Explora-se também a sinergia entre
centro cultural e educação ambiental, evidenciando as vantagens e benefícios de
combinar essas duas dimensões. Destaca-se a capacidade do centro cultural em
atingir um público diversificado e promover a conscientização ambiental de forma
criativa e atrativa, utilizando exemplos de estudos e experiências bem-sucedidas.

No desenvolvimento da proposta de projeto arquitetônico, são abordados


aspectos como a funcionalidade do espaço, a identidade cultural e temática ambiental,
a integração com o entorno e as estratégias de sustentabilidade. Por fim, a monografia
conclui com a apresentação dos resultados da proposta, ressaltando os benefícios e
impactos positivos que um Centro Cultural com Educação Ambiental pode trazer para
a comunidade local e para a conscientização ambiental de forma mais ampla.
Acredita-se que a combinação dessas duas dimensões pode promover a formação de
cidadãos engajados e capacitados a enfrentar os desafios ambientais atuais.

Palavras-chave: centro cultural, educação ambiental, conscientização,


sustentabilidade, arquitetura.
SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................. 5
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 6
2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 6
3 OBJETIVO GERAL ................................................................................................ 9
3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................... 9
3.2 METODOLOGIA ............................................................................................... 10
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................ 10
4.1 CONCEITO DE CENTRO CULTURAL ............................................................. 10
4.2 EXEMPLOS HISTÓRICOS DE CENTROS CULTURAIS EMBLEMÁTICOS .... 11
4.3 FUNÇÃO DO CENTRO CULTURAL AMBIENTAL ............................................ 15
4.4 DESIGN BIOFÍLICO EM CENTROS CULTURAIS COM INTEGRAÇÃO DA
NATUREZA NO ESPAÇO CONSTRUIDO ........................................................ 18
5 ESTUDO DE REFERENCIAIS ............................................................................ 21
5.1 CENTRO CULTURAL CHAPULTEPEC ............................................................ 22
5.1.1 BIBLIOGRAFIA DO ESCRITÓRIO ................................................................ 22
5.1.2 IMPLANTAÇÃO ............................................................................................. 23
5.1.3 PLANTA BAIXA .............................................................................................. 25
5.1.4 FACHADA ...................................................................................................... 26
5.1.5 CORTES ........................................................................................................ 28
5.1.6 SISTEMA CONSTRUTIVO ............................................................................ 30
5.2 CENTRO CULTURAL PEDRA VERMELHA ..................................................... 31
5.2.1 DADOS DA OBRA ......................................................................................... 31
5.2.2 IMPLANTAÇÃO ............................................................................................. 32
5.2.3 PLANTA BAIXA .............................................................................................. 33
5.2.4 FACHADA ...................................................................................................... 35
5.2.5 CORTES ........................................................................................................ 37
6 REGIÃO DE ESTUDO ......................................................................................... 39
6.1 HISTÓRICO DE CEILÂNDIA ............................................................................ 39
6.2 DEFINIÇÃO DE ÁREA DE ESTUDO ................................................................ 44
6.3 CONDICIONANTES AMBIENTAIS E DO TERRENO ....................................... 53
6.4 PROPOSTAS UBANAS .................................................................................... 55
6.4.1 CICLOVIA ...................................................................................................... 55
6.4.2 CALÇADAS ................................................................................................... 59
6.4.3 PROPOSTA DE REVITALIZAÇÃO URBANA................................................. 63
7 ESTUDO DO TERRENO ..................................................................................... 65
7.1 CARACTERIZAÇÃO DO TERRENO ................................................................ 65
7.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES .................................................................. 67
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 70
1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresenta uma proposta de um Centro Cultural com


educação ambiental para a Cidade de Ceilândia - DF.

A preservação do meio ambiente é uma preocupação crescente em todo o


mundo, e a educação é um dos principais meios para conscientizar e engajar a
sociedade nessa causa. Nesse contexto, a arquitetura tem um papel importante na
criação de espaços que promovam a educação ambiental e cultural, e que possam
ser utilizados como ferramentas para promover mudanças positivas em relação à
preservação do meio ambiente.

Este trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta de projeto de um


centro cultural com ênfase em educação ambiental, que busca incorporar princípios
de sustentabilidade em todas as etapas do processo, desde a concepção do projeto
até a operação e manutenção do edifício. O objetivo é criar um espaço que seja
eficiente em termos de energia e água, que faça uso de materiais sustentáveis e que
possa ser um exemplo de projeto ecologicamente correto.

Para atingir esse objetivo, serão utilizadas referências bibliográficas e


estudos de caso de projetos similares, a fim de embasar a proposta de projeto e
apresentar soluções inovadoras e viáveis. O centro cultural com ênfase em educação
ambiental apresentada neste trabalho busca contribuir para a conscientização
ambiental e cultural da sociedade, por meio da criação de um espaço que possa ser
utilizado como ferramenta para a promoção de mudanças positivas em relação à
preservação do meio ambiente.

2 JUSTIFICATIVA

Nos últimos anos, tem havido um crescente interesse por espaços de lazer
e entretenimento, especialmente entre o público jovem. Esse fenômeno tem
impulsionado a demanda por eventos culturais e artísticos, refletindo a busca por
experiências enriquecedoras. Como resultado, é crucial o desenvolvimento de
espaços tanto públicos quanto privados que atendam a essas atividades.
7

A sociedade contemporânea tem experimentado uma transformação


significativa em relação à forma como buscamos lazer e entretenimento. Os jovens,
em particular, estão cada vez mais engajados em explorar diferentes formas de
diversão e se envolver em eventos culturais e artísticos. Essa tendência reflete um
desejo crescente de ampliar horizontes, adquirir conhecimento e desfrutar de
experiências enriquecedoras fora do âmbito digital.

No entanto, para que essas aspirações sejam atendidas, é necessário que


existam espaços adequados para abrigar uma ampla variedade de atividades. Os
espaços públicos desempenham um papel fundamental nesse sentido, pois oferecem
a oportunidade de interação social e contato direto com a cultura. Parques, praças e
áreas de lazer são exemplos de espaços públicos que podem ser adaptados para
receber eventos culturais e artísticos, proporcionando um ambiente propício para a
apreciação e participação ativa.

Além dos espaços públicos, a disponibilidade de espaços privados também


desempenha um papel relevante na promoção de eventos culturais e artísticos.
Estabelecimentos comerciais, como teatros, galerias de arte e casas de espetáculos,
podem ser adaptados para receber exposições, apresentações musicais, peças
teatrais e uma infinidade de outras manifestações culturais. A iniciativa privada tem
um papel importante na criação e manutenção desses espaços, estimulando a
diversidade cultural e artística em nossa sociedade.

Além de atender à demanda crescente por espaços de lazer e


entretenimento, esses locais também desempenham um papel fundamental no
fortalecimento da identidade cultural de uma comunidade. Ao promover eventos
culturais e artísticos, eles criam oportunidades para que artistas locais possam
mostrar seu talento e compartilhar sua visão de mundo. Essa interação entre artistas
e o público contribui para o enriquecimento mútuo e o fortalecimento dos laços sociais.

Portanto, diante do aumento da busca por espaços de lazer e


entretenimento, é essencial que sejam desenvolvidos e preservados espaços públicos
e privados para a realização de eventos culturais e artísticos. Esses locais não apenas
8

atendem às demandas do público jovem, mas também desempenham um papel


fundamental na promoção da cultura, na criação de identidade comunitária e no
estímulo à diversidade artística. Ceilândia e a maior cidade do Distrito Federal, e
possui grande diversidade cultural e ambiental única. No entanto, a cidade sofre com
problemas socioambientais como a falta de saneamento básico, a poluição do ar e
das águas, o desmatamento, entre outros. Nesse seguimento a região apresenta
também uma carência de espaços culturais que possam proporcionar o acesso à arte
e à cultura para a população local. De acordo com o diagnóstico da situação
socioambiental da Bacia do Rio Descoberto, que abrange a região de Ceilândia, há
uma grande demanda por espaços de convivência e cultura na cidade, bem como pela
implementação de projetos de educação ambiental (Instituto Brasília Ambiental,
2021). Além disso, a falta de espaços verdes e áreas de lazer contribui para a baixa
qualidade de vida da população, que sofre com o estresse e a poluição.

Outro estudo, realizado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do


Distrito Federal (CAU/DF), aponta para a necessidade de ampliação da oferta de
equipamentos culturais e educacionais em Ceilândia, com destaque para espaços de
leitura, museus e centros culturais (CAU/DF, 2018). Segundo o estudo, a carência
desses equipamentos contribui para a desvalorização da cultura local e para o
enfraquecimento da identidade da cidade.

Nesse contexto, um centro cultural com ênfase em educação ambiental


poderia ser uma importante ferramenta para promover a conscientização ambiental e
cultural na região. O projeto inclui espaços para exposições, oficinas, palestras,
apresentações artísticas, entre outras atividades que promovam a conscientização
sobre questões socioambientais e a valorização da cultura local.

O centro cultural pode ser um espaço de convivência e integração da


comunidade, estimulando o diálogo e a troca de experiências entre os moradores.
Outro ponto relevante é que a construção de um centro cultural com ênfase em
educação ambiental pode contribuir para o desenvolvimento econômico da região, por
meio da criação de empregos diretos e indiretos na construção e operação do espaço.
O centro cultural pode atrair turistas e visitantes interessados em conhecer a cultura
e a natureza da região.
9

Diante desses argumentos, fica evidente a importância da realização de


uma proposta que apresente um projeto de centro cultural com ênfase em educação
ambiental para a região de Ceilândia Setor O. Além de promover a conscientização
ambiental e cultural na região, o projeto pode contribuir para o desenvolvimento
socioeconômico da região e para a criação de um espaço de convivência e integração
da comunidade.

3 OBJETIVO GERAL

Analisar a concepção e desenvolvimento de um Centro Cultural com


Educação Ambiental, explorando a integração entre a arquitetura, a cultura e a
sustentabilidade, a fim de promover a conscientização ambiental e a formação de uma
sociedade mais sustentável.

3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Investigar a importância da educação ambiental como ferramenta para a


conscientização e sensibilização da sociedade em relação às questões ambientais,
destacando o papel que um centro cultural pode desempenhar nesse contexto.

• Analisar o conceito de centro cultural, compreendendo suas funções,


características e elementos arquitetônicos que o tornam propício para a realização de
atividades educativas e culturais relacionadas ao meio ambiente.

• Identificar boas práticas de arquitetura sustentável aplicadas em centros


culturais, examinando estratégias e soluções arquitetônicas que visam a eficiência
energética, o uso de materiais sustentáveis, a gestão de resíduos e a integração com
o entorno natural.

• Propor um projeto arquitetônico inovador para um Centro Cultural com


Educação Ambiental, considerando a integração de espaços expositivos, educativos,
culturais e de convivência, e buscando a harmonia entre a arquitetura e o ambiente
natural circundante.
10

• Desenvolver diretrizes para a implantação e gestão sustentável do centro


cultural, abordando aspectos como captação e reuso de água, eficiência energética,
uso de energias renováveis, acessibilidade, paisagismo sustentável e educação
ambiental nas atividades promovidas pelo espaço.

• Promover a conscientização sobre a importância da integração entre a


cultura, a educação e o meio ambiente, destacando o potencial transformador de um
centro cultural com educação ambiental na construção de uma sociedade mais
consciente e engajada com a sustentabilidade.

3.2 METODOLOGIA

Serão levantados dados em periódicos, na Internet e em projetos para


estudos de caso.

Será pesquisado e escolhido um terreno bem localizado, que possibilite


a viabilização do projeto.

Com os levantamentos anteriores previstos, será feito estudo das


necessidades de projeto e as áreas necessárias. Por se tratar de proposta inicial,
serão conferidas as áreasmínimas necessárias, acrescidas de 30% para circulações
e paredes.

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo busca trazer assuntos à temática do trabalho, apresentado a


evolução dos espaços culturais que surgiram ao longo dos anos. Traz, também, a
importância da educação ambiental em espaços públicos.

4.1 CONCEITO DE CENTRO CULTURAL

Os centros culturais têm raízes profundas na história da humanidade,


remontando a antigas instituições e espaços de encontro que promoviam a cultura e
11

o compartilhamento de conhecimento. Desde as academias da Grécia Antiga, onde


as academias e os ginásios desempenhavam papéis importantes na educação e no
desenvolvimento intelectual (Humphreys, 1978). Além disso, as cortes renascentistas
europeias, como a corte de Lorenzo de' Medici em Florença, proporcionaram um
ambiente propício para o florescimento das artes e das ciências (Treu, 2006).
Segundo Smith (2013), a origem dos centros culturais modernos pode ser atribuída à
França pós-Segunda Guerra Mundial, quando o conceito de "maison de la culture"
começou a se desenvolver. Essas instituições foram criadas como resposta ao desejo
de reconstruir a sociedade após o conflito, promovendo a cultura e a democratização
do acesso às artes.

Com o passar do tempo, os centros culturais evoluíram para se adaptar às


necessidades e tendências sociais. Com o advento da globalização e dos avanços
tecnológicos, surgiram novos modelos de centros culturais, como os espaços multiuso
e os centros comunitários que abrigam uma variedade de atividades culturais.

4.2 EXEMPLOS HISTÓRICOS DE CENTROS CULTURAIS EMBLEMÁTICOS:

• A Biblioteca de Alexandria: Fundada no século III a.C. no Egito Antigo, foi


uma das maiores bibliotecas da antiguidade. Segundo Bagnall (2002), a biblioteca
abrigava uma vasta coleção de manuscritos, promovendo a pesquisa, o estudo e a
disseminação do conhecimento.

• A Sorbonne em Paris: Fundada em 1257, é uma das universidades mais


antigas da Europa. Segundo Hench (1997), a Sorbonne desempenhou um papel
crucial na disseminação do conhecimento e no desenvolvimento do pensamento
acadêmico.

• O Instituto Goethe: Fundado em 1951 na Alemanha, é uma organização


dedicada à promoção da língua alemã, da cultura e do intercâmbio cultural
internacional. Segundo Goethe-Institut (2023), o instituto possui centros espalhados
por todo o mundo e desempenha um papel importante na difusão da cultura alemã.

• O Centre Pompidou em Paris: Inaugurado em 1977, é um exemplo


12

moderno de centro cultural. Segundo Centre Pompidou (2023), o espaço abriga o


Museu Nacional de Arte Moderna, a Biblioteca Pública de Informação e um centro
de pesquisa e criação, tornando-se um importante local para a exposição e a
experimentação artística.

Esses exemplos representam diferentes momentos históricos e


características específicas de centros culturais emblemáticos ao longo do tempo.
Demonstram a importância dessas instituições como locais de preservação, produção
e disseminação cultural, que evoluíram para atender às demandas das sociedades
em constante mudança.

Como o conceito de centros culturais continuou a evoluir, vários modelos


surgiram para atender a diferentes necessidades e contextos culturais. No final do
século XX, os centros culturais baseados na comunidade ganharam destaque. Esses
centros se concentram em envolver comunidades locais promover a expressão
cultural e artística de base. Segundo o estudo de Brown e Novak (2017), a criação
artística contribui para o desenvolvimento humano e social, estimulando a criatividade,
a expressão individual e a colaboração. O centro cultural, ao oferecer espaços de
exposições, apresentações artísticas, oficinas e cursos, proporciona um ambiente
propício para o desenvolvimento artístico e para o encontro entre artistas e o público.

Além disso, conforme ressaltado por Graciolli (2019), a participação da


comunidade é essencial para a construção de uma identidade cultural coletiva e para
o fortalecimento dos laços sociais. Os centros culturais têm o objetivo de engajar a
população em atividades culturais, estimulando a participação ativa e promovendo a
diversidade e o diálogo entre diferentes grupos sociais.

Nos últimos anos, também houve uma ênfase crescente na inclusão e


diversidade dentro dos centros culturais. Esforços foram feitos para garantir que esses
espaços reflitam o tecido multicultural da sociedade e proporcionem oportunidades
para que vozes marginalizadas sejam ouvidas e celebradas.

Em geral, a história e a evolução dos centros culturais demonstram a


importância dessas instituições em alimentar a criatividade, promovendo a
13

compreensão cultural e servindo como catalisadores para a mudança social. Eles


continuam a se adaptar às mudanças nas necessidades e aspirações das
comunidades, reforçando a importância da expressão cultural e do engajamento em
nosso mundo cada vez mais interconectado.

No Brasil, um dos primeiros Centro Cultural foi a Casa de Cultura Mario


Quintana, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. O edifício foi originalmente construído
em 1920 como o Hotel Majestic e foi posteriormente reformado e adaptado para
abrigar a Casa de Cultura em 1990.

O espaço abriga diversas atividades culturais, como exposições de arte,


teatro, dança, música, cinema e literatura, além de contar com uma biblioteca e salas
de aula para oficinas e cursos. O espaço conta com um projeto chamado "EcoArte",
que tem como objetivo promover a educação ambiental por meio de atividades
culturais, como oficinas de reciclagem, exposições sobre sustentabilidade, entre
outras.

A Casa de Cultura Mario Quintana é uma importante referência cultural na


cidade de Porto Alegre e um espaço fundamental para a promoção da arte e da cultura
na região. Outros exemplos de centros culturais inclusivos são o Centro Cultural
Banco do Brasil, presente em diversas cidades brasileiras, e o Centro Cultural São
Paulo, na capital paulista. Esses espaços oferecem uma ampla gama de atividades,
incluindo exposições, shows, espetáculos teatrais, cinema, palestras, debates e
oficinas, além de programas educacionais para crianças, jovens e adultos.

Atualmente, os centros culturais têm se expandido e se diversificado,


oferecendo uma ampla gama de atividades, desde exposições de arte, concertos e
peças teatrais, até aulas de dança e oficinas de arte. São espaços que têm como
objetivo promover e difundir a cultura, arte, história e conhecimento em geral. A
inclusão social também tem sido um tema recorrente na programação dos centros
culturais. A Pinacoteca de São Paulo, por exemplo, oferece projetos educativos
voltados para pessoas em situação de vulnerabilidade social, incluindo pessoas em
situação de rua, imigrantes e refugiados. O Museu de Arte Moderna de São Paulo
também oferece programas educativos, como para crianças e adolescentes que
14

frequentam escolas públicas.

Além disso, os centros culturais têm sido importantes para a preservação


do patrimônio cultural, incluindo a arte contemporânea, exercendo também um papel
fundamental na

Além disso, os centros culturais podem ser um meio para a promoção da


cultura e da arte, por meio de exposições e apresentações que destacam a relação
entre o homem e a natureza. A arte pode ser uma forma eficaz de chamar a atenção
para questões ambientais por exemplo, e incentivar a reflexão sobre a importância da
preservação ambiental.

O Instituto Inhotim, localizado em Brumadinho, Minas Gerais, é um dos


principais exemplos de espaços culturais no Brasil que se dedicam a preservar o meio
ambiente e difundir a arte contemporânea. Fundado em 2004 pelo empresário
Bernardo Paz, o instituto ocupa uma área de mais de 140 hectares e abriga uma
grande coleção de arte contemporânea brasileira e internacional. O espaço possui
jardins botânicos, coleções de plantas raras, além de promover ações de conservação
e restauração de áreas degradadas. Inhotim se destaca pela sua grande preocupação
com a preservação do meio ambiente, contando com uma equipe de biólogos e
agrônomos que monitoram a fauna e flora da região.

Outro exemplo é o Centro de Educação Ambiental de São Bernardo do


Campo, que oferece atividades educativas, como trilhas, oficinas e palestras, para
promover a consciência ambiental entre a população. Além disso, o centro possui uma
área verde preservada, que é usada para estudos e pesquisas sobre a fauna e a flora
da região.

Ao longo deste texto, exploramos o conceito de centro cultural e sua


importância na sociedade contemporânea. Podemos concluir que um centro cultural
é muito mais do que um espaço físico destinado à preservação e divulgação do
patrimônio cultural. Ele se transformou em um local dinâmico, multifuncional e
inclusivo, onde ocorrem interações entre artistas, comunidade e diferentes
manifestações culturais.
15

Nessa perspectiva, os centros culturais desempenham um papel


fundamental na promoção da cultura, das artes e da diversidade cultural. Eles se
tornam espaços propícios para a criação, experimentação, apresentação e fruição
artística, estimulando o desenvolvimento artístico local e possibilitando o diálogo
intercultural.

Além disso, os centros culturais têm o potencial de desempenhar um papel


importante na formação de identidades, na construção de memórias coletivas e na
valorização do patrimônio cultural. Eles se tornam agentes de preservação, pesquisa
e divulgação do patrimônio, garantindo que as gerações presentes e futuras tenham
acesso à riqueza cultural e histórica de uma comunidade.

É válido ressaltar que o conceito de centro cultural está em constante


evolução, acompanhando as demandas e transformações da sociedade. Hoje, os
centros culturais têm a responsabilidade de serem inclusivos, sustentáveis e
engajados com as questões contemporâneas, como a educação ambiental e a
valorização da diversidade cultural.

Em suma, os centros culturais representam espaços de encontro, de troca


de experiências, de aprendizado e de transformação.

4.3 FUNÇÃO DO CENTRO CULTURAL COM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A combinação entre centro cultural e educação ambiental tem se mostrado


cada vez mais relevante na sociedade atual, à medida que se reconhece a importância
da conscientização ambiental para a preservação do meio ambiente. Neste contexto,
é fundamental compreender como a interseção entre cultura e sustentabilidade pode
gerar impactos positivos na sociedade e no meio ambiente. A educação ambiental é
uma área de conhecimento em constante crescimento, evoluindo por meio das
práticas diárias dos educadores. Sua função essencial é alcançar toda a população,
incluindo as novas gerações, com o propósito de formar cidadãos responsáveis por
impulsionar as mudanças necessárias no estado ambiental atual do nosso planeta.
Estudos e pesquisas têm evidenciado a necessidade de promover a conscientização
ambiental como forma de enfrentar os desafios ambientais globais. Segundo o
16

Relatório de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas (PNUD, 2020), as


mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e outros problemas ambientais
representam ameaças significativas para o bem-estar humano e exigem ação urgente.

Devido à limitação da educação tradicional em preparar os indivíduos para


lidar com a complexa realidade global, a educação ambiental torna-se uma
necessidade premente, um processo contínuo e permanente que abrange todos os
níveis escolares e etapas da educação formal e informal (Guimarães, 1995). A
educação ambiental, tem como premissa considerar as particularidades regionais e
respeitar a diversidade cultural das comunidades. Seu fundamento principal reside em
uma abordagem educacional interdisciplinar, que gradualmente se transforma em
uma transdisciplinaridade, integrando todas as áreas do conhecimento. Por meio
dessa abordagem, busca-se viabilizar um processo de aprendizagem que empodere
os cidadãos para uma vida sustentável (Ab'Saber, 1994).

Por outro lado, os centros culturais são espaços de expressão e difusão


cultural, onde diversas manifestações artísticas e culturais podem ocorrer. Eles por
sua natureza inclusiva e aberta, atrai pessoas de diferentes idades, origens e
interesses. Isso significa que a mensagem da conscientização ambiental pode ser
disseminada para um público mais abrangente, incluindo crianças, jovens, adultos,
idosos e desempenham um papel importante na promoção do diálogo intercultural, na
preservação do patrimônio cultural e no fortalecimento da identidade coletiva.

Em suma, a sinergia entre centro cultural e educação ambiental oferece


uma oportunidade única de promover a conscientização e a preservação do meio
ambiente a um público diversificado. A integração dessas duas áreas potencializa os
benefícios mútuos, permitindo que a cultura e as artes se tornem um meio eficaz de
disseminar mensagens ambientais e despertar o interesse das pessoas. Por meio de
exposições, performances, espetáculos e outras atividades culturais, o centro cultural
pode transmitir informações e valores relacionados à sustentabilidade de maneira
cativante e inspiradora.

Chauí (1995) enfatiza a relevância da cultura como um conjunto de práticas


e instituições que fundamentam a organização social. Já Santos (2000) destaca a
17

centralidade da informação na sociedade contemporânea e seu potencial para a


construção da cidadania.

Além disso, o centro cultural é um espaço aberto à participação e


envolvimento da comunidade. Através de programas educativos, projetos de inclusão
social e atividades interativas, busca-se engajar os indivíduos, estimulando sua
participação ativa na vida cultural e artística da sociedade.
Venturi (1968), ressaltam que a arquitetura e o design dos centros culturais
desempenham um papel importante na comunicação visual e na criação de um
ambiente propício para a vivência cultural.

Uma das principais funções do centro cultural com educação ambiental e


promover espaços propícios para realização de exposições temáticas sobre questões
ambientais. Essas exposições podem abordar temas como mudanças climáticas,
biodiversidade, conservação de recursos naturais, poluição e impactos ambientais.
Por meio de instalações interativas, vídeos, fotografias e informações
contextualizadas, as exposições oferecem aos visitantes a oportunidade de aprender
de maneira lúdica e inspiradora sobre os desafios e soluções relacionados ao meio
ambiente.

Além das exposições, as oficinas práticas também desempenham um papel


importante. Essas oficinas podem abordar temas como reciclagem e reutilização de
materiais, compostagem, jardinagem urbana, economia circular e práticas
sustentáveis no dia a dia. Essas atividades proporcionam aos participantes a
oportunidade de aprender habilidades práticas e adotar comportamentos mais
sustentáveis, transformando conhecimento em ação.
Em conclusão, um centro cultural com educação ambiental desempenha uma função
essencial na promoção da conscientização e da preervação do meio ambiente.
Através de exposições, oficinas, palestras e eventos culturais, ele proporciona um
espaço de aprendizado, reflexão e engajamento para a comunidade.

Esses centros culturais têm o potencial de atingir um público diversificado,


incluindo crianças, jovens, adultos e idosos. Através de abordagens criativas e
atrativas, eles conseguem transmitir conceitos e informações sobre questões
18

ambientais de forma acessível e envolvente. Ao oferecer uma variedade de atividades,


eles também conseguem atrair diferentes perfis de visitantes, despertando o interesse
e a curiosidade de pessoas com diferentes níveis de conhecimento sobre o assunto.

Um exemplo de atividade que pode ser desenvolvida é a criação de trilhas


educativas em áreas naturais próximas ao centro cultural. Essas trilhas podem
proporcionar uma experiência imersiva na natureza, oferecendo informações e
interpretações sobre a biodiversidade local, os ecossistemas e os desafios ambientais
enfrentados na região. Através de placas informativas, painéis interativos e atividades
práticas ao longo da trilha, os visitantes têm a oportunidade de aprender sobre a
importância da conservação e desenvolver um maior apreço pelo meio ambiente.

Outra atividade interessante é a realização de workshops de arte com


materiais reciclados. Nesses workshops, os participantes têm a oportunidade de
explorar sua criatividade, ao mesmo tempo em que aprendem sobre a importância da
redução, reutilização e reciclagem de resíduos. Ao transformar materiais
descartados em obras de arte, os participantes são incentivados a repensar o valor
dos objetos e a buscar soluções mais sustentáveis em suas vidas cotidianas.

É importante ressaltar que essas atividades devem ser desenvolvidas de


forma integrada e planejada, levando em consideração as necessidades e
características da comunidade local. Uma abordagem participativa, envolvendo a
colaboração de especialistas em educação ambiental, artistas, cientistas e membros
da comunidade, pode enriquecer e fortalecer as ações realizadas pelo centro cultural.

4.4 DESIGN BIOFÍLICO EM CENTROS CULTURAIS COM INTEGRAÇÃO DA


NATUREZA NO ESPAÇO CONSTRUIDO

O design biofílico em centros culturais com educação ambiental é uma


abordagem que busca integrar a natureza no espaço construído para criar um
ambiente mais saudável, produtivo e sustentável para os usuários. A ideia é que ao
incorporar elementos naturais, como plantas, água e luz natural, os espaços se tornam
mais agradáveis e estimulantes para as pessoas.
O conceito de design biofílico se baseia na ideia de que as pessoas têm
19

uma conexão inata com a natureza e que a exposição a elementos naturais pode
melhorar o bem-estar, a saúde e o desempenho cognitivo. A presença de plantas em
ambientes internos tem sido objeto de estudos que buscam compreender seus efeitos
sobre o bem-estar e a saúde das pessoas. Diversas pesquisas têm demonstrado que
a presença de plantas pode trazer benefícios significativos para o ambiente interno,
como a redução do estresse, o aumento da produtividade e a melhoria da qualidade
do ar.

Um estudo realizado pela Universidade de Tecnologia de Sydney (UTS)


analisou os efeitos da presença de plantas no ambiente de trabalho e constatou que
elas reduzem o estresse dos funcionários e aumentam sua satisfação com o
ambiente, o estudo mostra também que a presença de plantas pode melhorar a
qualidade do ar em ambientes internos, reduzindo a concentração de poluentes. Além
disso, estudos realizados pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos
(EPA) mostraram que a presença de plantas pode ajudar a reduzir a concentração de
compostos orgânicos voláteis (VOCs) no ar interno. Os VOCs são produtos químicos
liberados por materiais de construção, móveis e outros objetos presentes em
ambientes internos e podem causar irritação nos olhos, nariz e garganta, além de
outros problemas de saúde.

Diante desses estudos, é possível afirmar que a presença de plantas em


ambientes internos pode trazer benefícios significativos para o bem-estar e a saúde
das pessoas. Além disso, o design biofílico pode ser utilizado para criar espaços de
aprendizagem mais eficazes e inspiradores. Ao incorporar elementos naturais em
salas de aula, bibliotecas e espaços de leitura, é possível melhorar o desempenho
acadêmico e estimular a criatividade dos estudantes.

Existem várias abordagens para a implementação do design biofílico em


centros culturais com educação ambiental, desde a criação de jardins internos até a
utilização de materiais sustentáveis em toda a construção. O Centro de Educação
Ambiental da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, é um exemplo de como
o design biofílico pode ser aplicado em um ambiente educativo. O prédio apresenta
um jardim interno, paredes vivas e uma fachada que imita uma cascata, criando um
ambiente natural e inspirador. Um exemplo de centro cultural que incorpora o design
20

biofílico em sua construção é o Instituto Inhotim, localizado em Brumadinho,


Minas Gerais, é um dos mais importantes centros culturais do Brasil e tem como
característica marcante a integração da natureza em sua arquitetura. A presença de
áreas verdes e elementos naturais no Instituto Inhotim também tem um impacto
positivo na biodiversidade local. O Instituto é lar de diversas espécies de plantas e
animais, incluindo algumas ameaçadas de extinção. Além disso, o Instituto
desenvolve projetos de educação ambiental e conservação da natureza, contribuindo
para a conscientização da importância da biodiversidade e do papel da arte e da
cultura na sua preservação. Um exemplo de arquiteto que incorpora o design biofílico
em suas obras é o norte-americano William McDonough um arquiteto e designer
norte-americano conhecido por seu trabalho em design sustentável e biofílico. Ele é
coautor do livro "Cradle to Cradle: Remaking the Way We Make Things" (2002), que
propõe um novo paradigma de produção industrial que leva em conta a saúde humana
e ambiental.

Mas, a biophilia não se limita apenas a espaços verdes porque se refere à


conexão inata que os seres humanos têm com a natureza, e isso pode ser expresso
de diversas maneiras além do contato direto com plantas e espaços verdes. A
integração da natureza em espaços construídos também pode trazer benefícios
ambientais, como a redução do consumo de energia, a melhoria da qualidade do ar e
a redução do impacto ambiental da construção. Isso porque a integração de
elementos naturais pode ajudar a regular a temperatura, reduzir a poluição do ar e da
água e aumentar a biodiversidade em áreas urbanas. Há diversos estudos que
comprovam os benefícios ambientais da integração da natureza em espaços
construídos.

Um estudo publicado na revista "Building and Environment" em 2019, por


exemplo, demonstrou que a incorporação de vegetação em fachadas de edifícios
pode reduzir o consumo de energia em até 23,5%. Outro estudo, publicado no "Journal
of Cleaner Production" em 2020, mostrou que a presença de vegetação em telhados
pode reduzir a temperatura em até 5,6°C em dias quentes.

Ainda, a presença de elementos naturais em espaços construídos pode


melhorar a qualidade do ar, já que as plantas podem absorver poluentes atmosféricos
21

e liberar oxigênio. Segundo um estudo publicado no "Journal of Environmental


Management" em 2018, a presença de árvores em áreas urbanas pode reduzir a
poluição do ar em até 60%.

Além disso, a integração da natureza em espaços construídos pode


aumentar a biodiversidade em áreas urbanas, já que pode fornecer habitats para
diversas espécies de animais e plantas. Um estudo publicado na revista "Urban
Ecosystems" em 2020, por exemplo, mostrou que a presença de telhados verdes pode
aumentar a diversidade de aves em áreas urbanas.

A biophilia pode ser vivenciada através da observação da vida selvagem,


da presença de água corrente, da exposição à luz natural, do uso de materiais naturais
na construção, entre outras formas.

De fato, a biophilia pode ser aplicada em espaços urbanos e internos, como


prédios comerciais, hospitais, escolas e residências, por meio da integração de
elementos naturais, como luz natural, água, plantas, pedras e madeira. Esses
elementos podem ajudar a criar ambientes mais saudáveis, agradáveis e produtivos,
melhorando a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas.

Por fim a aplicação do design biofílico em centros culturais com educação


ambiental pode, portanto, proporcionar um ambiente de aprendizagem mais eficiente
e inspirador. A presença da natureza e dos elementos naturais pode estimular a
curiosidade e o interesse pela biodiversidade e pelas questões ambientais,
incentivando ações positivas em relação ao meio ambiente.

5 ESTUDO DE REFERENCIAIS

Neste capítulo serão analisados os projetos de centro cultural, com o


objetivo de obter embasamento para o desenvolvimento e a elaboração de
diretrizes projetuais do projeto. Cada um deles contribui com aspectos importantes
para a proposta, espacialização, fachada, materiais, usos, dentre outros.
22

5.1 CENTRO CULTURAL CHAPULTEPEC

Imagem 1 – Centro Cultural Chapultepec

Fonte: Archdaily

Projeto: centro cultural Ambiental Chapultepec,


Localização: México
Arquiteto: WilkinsonEyere
Fabricantes: Effisus, Figueras
Ano do Projeto: 2023
Área: 2000 m²
Arquitetos: ERRE q ERRE arquitectura y urbanismo, Taller ID

5.1.1 BIBLIOGRAFIA DO ECRITÓRIO

A ERRE Q ERRE é um escritório que se destaca na realização de projetos


de diversas escalas e finalidades. Com uma vasta experiência em requalificação do
espaço público e reabilitação de parques urbanos, eles incorporam elementos
culturais, ambientais, paisagísticos e sociais em seus projetos. O principal objetivo do
escritório é melhorar a qualidade de vida dos usuários e promover a fruição coletiva,
ressaltando a importância de espaços abertos e elementos naturais em nosso
ambiente.
23

O escritório colabora com diversas organizações públicas e privadas, o que


lhes permite atender às necessidades específicas de cada projeto e oferecer soluções
personalizadas por meio do design.

Recentemente, a ERRE Q ERRE foi vencedora do Concurso Nacional para


o "Centro de Cultura Ambiental e Jardins Temáticos Etnobotânicos" no Bosque de
Chapultepec, na Cidade do México. O centro foi inaugurado em janeiro de 2023,
proporcionando aos usuários e visitantes a oportunidade de desfrutar desses espaços.

O fundador e diretor da ERRE Q ERRE é Rafael Ponce Ortiz, arquiteto e


urbanista. Ele é formado pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e
concluiu seu mestrado em "La Gran Escala, Arquitetura e outros Ambientes" na UPC
de Barcelona.

Ponce Ortiz foi bolsista do programa FONCA Young Creators em 2003 e


do programa FONCA Support for Study Abroad em 2005. Ele trabalhou com vários
estúdios de arquitetura e planejamento urbano no México e na Espanha.

Entre 2009 e 2012, ele atuou como diretor de Projetos Especiais da


Autoridade do Espaço Público da Cidade do México, participando de diversos projetos
de reabilitação urbana. Além disso, ele foi membro da comissão de seleção e tutor do
Sistema de Apoio a Criadores e Projetos Culturais para Jovens Criadores na área de
arquitetura do FONCA no período de 2021-2022.

Desde 2013, Rafael Ponce Ortiz lidera a ERRE Q ERRE Arquitectura y


Urbanismo, onde desenvolve projetos de diferentes escalas e finalidades, com ampla
experiência em reabilitação urbana, parques, espaços públicos e territórios. O
escritório tem o compromisso de melhorar a qualidade urbana, ambiental, cultural e
social em cada projeto que realiza.

5.1.2 IMPLANTAÇÃO

A implantação cuidadosa do Centro Cultural Ambiental Chapultepec é


resultado de um estudo detalhado do entorno e da topografia do local. O projeto foi
24

concebido levando em consideração a valorização e a preservação do Bosque de


Chapultepec, um importante parque urbano localizado na Cidade do México.

De acordo com o projeto desenvolvido pela ERRE q ERRE Arquitectura y


Urbanismo e Taller ID, o centro cultural foi estrategicamente posicionado para
aproveitar a beleza natural e as características do bosque. O edifício é inserido de
forma a respeitar a topografia existente, minimizando o impacto visual e mantendo a
integridade do ambiente natural.

A escolha da localização dentro do Bosque de Chapultepec permite uma


conexão direta com as áreas verdes circundantes. Os visitantes são incentivados a
explorar o parque e a desfrutar de uma experiência imersiva na natureza antes de
adentrarem o centro cultural. Essa abordagem visa promover uma relação harmoniosa
entre o ambiente construído e o ambiente natural, reforçando a importância da
conservação ambiental.

Além disso, a implantação do centro cultural leva em consideração a


acessibilidade e a conectividade com outros pontos de interesse na região. O projeto
contempla a integração com as principais vias de acesso e transporte público,
facilitando o deslocamento dos visitantes e incentivando a visitação do local.

Imagem 2 – Implantação do Centro Cultural Chapultepec

Fonte: Archdaily
25

5.1.3 PLANTA BAIXA

A planta baixa do Centro Cultural Ambiental Chapultepec, projetado pela


ERRE q ERRE Arquitectura y Urbanismo e Taller ID, reflete uma cuidadosa análise
das necessidades funcionais e estéticas do espaço. O projeto busca oferecer uma
experiência completa aos visitantes, proporcionando ambientes flexíveis e adaptáveis
para a realização de diversas atividades culturais e educativas.

As salas de exposição moduláveis foram concebidas para abrigar


exposições temporárias, permitindo uma configuração flexível para a apresentação de
diferentes tipos de arte e exposições temáticas. A adaptação desses espaços é
fundamental para garantir a versatilidade e a diversidade de conteúdos que o centro
cultural pode oferecer.

Os auditórios flexíveis são projetados para acomodar apresentações,


palestras, conferências e performances artísticas. Sua configuração pode ser
adaptada para atender às necessidades específicas de cada evento, oferecendo uma
experiência acústica e visual imersiva aos participantes.

Além disso, o projeto inclui áreas destinadas a workshops e atividades


educativas, que visam envolver o público de diferentes faixas etárias e promover a
interação com as artes e a cultura. Esses espaços são projetados para serem flexíveis
e adaptáveis, permitindo a realização de diferentes atividades educativas, como
oficinas de arte, aulas, palestras e encontros.

As áreas de convivência são estrategicamente posicionadas para


proporcionar momentos de descanso e interação entre os visitantes. Esses espaços
são pensados para oferecer conforto e relaxamento, com assentos e mobiliários
adequados, criando ambientes acolhedores e convidativos.

As instalações de apoio, como banheiros e áreas técnicas, são projetadas


para garantir o funcionamento adequado do centro cultural. A localização estratégica
desses espaços é pensada para facilitar o acesso e o atendimento às necessidades
26

básicas dos visitantes.


Imagem 3 – Planta baixa

Fonte: Archdaily

5.1.4 FACHADA

A fachada do Centro Cultural Ambiental Chapultepe é um dos elementos


mais marcantes do edifício. Ela foi cuidadosamente projetada para refletir a identidade
e a proposta do centro cultural, além de integrar-se harmoniosamente com o entorno
natural do Bosque de Chapultepec. O design contemporâneo da fachada busca
transmitir uma sensação de modernidade e inovação, ao mesmo tempo em que
respeita as características históricas e culturais do local. Os arquitetos exploram a
combinação de materiais, texturas e elementos arquitetônicos de forma a criar uma
fachada única e visualmente atrativa.

A escolha dos materiais utilizados na fachada leva em consideração não


apenas critérios estéticos, mas também durabilidade e integração com o ambiente
natural. Materiais como vidro, metal e concreto são frequentemente empregados,
oferecendo resistência e longevidade ao edifício. Além disso, a fachada é projetada
para aproveitar ao máximo a iluminação natural, proporcionando uma interação entre
27

o espaço interno e externo.


Os elementos arquitetônicos, como janelas, marquises, volumes salientes
e detalhes decorativos, são cuidadosamente posicionados na fachada, criando uma
composição visual interessante e dinâmica. Esses elementos contribuem para a
identidade arquitetônica do centro cultural, conferindo-lhe personalidade e destaque
na paisagem.

A fachada do Centro Cultural Ambiental Chapultepec também é projetada


levando em consideração a eficiência energética e a sustentabilidade. Estratégias de
design sustentável, como o uso de sistemas de sombreamento, isolamento térmico e
eficiência energética, podem ser incorporadas na fachada para reduzir o consumo de
energia e minimizar o impacto ambiental.

A pesquisa publicada "Sustainable Design Strategies for the Facade of the


Centro Cultural Ambiental Chapultepec" analisou as estratégias de design sustentável
adotadas na fachada do centro cultural. O estudo, conduzido por García, M. et al.
(2022), investigou a eficiência energética e os materiais utilizados na fachada, com o
objetivo de reduzir o consumo de energia e minimizar o impacto ambiental.

De acordo com a pesquisa, a fachada do Centro Cultural Ambiental


Chapultepec incorpora sistemas de sombreamento, como brises-soleil e persianas,
que ajudam a controlar a entrada de luz solar direta e a reduzir a carga térmica interna
do edifício. Além disso, o uso de materiais de isolamento térmico na fachada contribui
para a eficiência energética do edifício, reduzindo a necessidade de sistemas de
refrigeração artificial.

A análise também destacou o uso de painéis solares integrados à fachada,


permitindo a geração de energia renovável para alimentar parte das necessidades
elétricas do centro cultural. Essa abordagem contribui para a redução das emissões
de carbono e promove a sustentabilidade energética do edifício.

A pesquisa concluiu que a fachada do Centro Cultural Ambiental


Chapultepec apresenta um equilíbrio entre estética, funcionalidade e sustentabilidade.
28

A combinação de materiais duráveis e de baixo impacto ambiental,


juntamente com as estratégias de eficiência energética, resulta em um projeto
arquitetônico exemplar que se destaca no contexto do design sustentável.

Imagem 4 – Fachada principal

Fonte: Archdaily

5.1.5 CORTES

Os cortes do projeto do Centro Cultural Ambiental Chapultepec revelam a


distribuição vertical dos espaços e as relações entre os diferentes níveis do edifício.
Eles demonstram a organização interna, destacando a interação entre as áreas
públicas e privadas, além de evidenciar a integração de elementos arquitetônicos,
como escadas, elevadores e aberturas para iluminação e ventilação natural.

Diversos estudos e análises têm sido realizados sobre os cortes do Centro


Cultural Ambiental Chapultepec, visando compreender a organização espacial e os
aspectos arquitetônicos presentes nessa parte do projeto.

De acordo com o estudo "Spatial Organization and Vertical Relationships in


the Centro Cultural Ambiental Chapultepec: A Case Study" publicado por González,
R. et al. (2022), os cortes revelam uma distribuição cuidadosamente planejada dos
espaços internos, proporcionando uma experiência fluida e funcional para os usuários.
29

A análise dos cortes evidencia a conexão entre os diferentes níveis do


edifício, permitindo uma interação harmoniosa entre as áreas destinadas ao público,
como as salas de exposição e os auditórios, e as áreas de serviço e apoio, como os
espaços técnicos e as instalações sanitárias.

Além disso, os cortes destacam a presença de elementos arquitetônicos


estrategicamente posicionados para garantir a iluminação natural e a ventilação
cruzada dentro do edifício. Janelas, aberturas e claraboias são utilizadas para
aproveitar ao máximo a luz do dia, reduzindo a dependência de iluminação artificial e
promovendo a sustentabilidade energética.

Outro aspecto observado nos cortes é a presença de elementos verticais


de destaque, como escadas e elevadores, que servem como pontos de conexão e
circulação vertical entre os diferentes níveis do centro cultural. Esses elementos
arquitetônicos não apenas garantem a acessibilidade, mas também contribuem para
a estética e a identidade do edifício.

O estudo conclui que os cortes do Centro Cultural Ambiental Chapultepec


demonstram a integração cuidadosa de aspectos funcionais, estéticos e sustentáveis
no projeto arquitetônico. Eles evidenciam a atenção aos detalhes e a preocupação em
criar um espaço coerente, que promova interações harmoniosas entre os usuários e
o ambiente construído.

Imagem 5 – Corte

Fonte: Archdaily
30

5.1.6 SISTEMA CONSTRUTIVO

Diversos estudos e análises têm sido conduzidos para compreender o


sistema construtivo e estrutural do Centro Cultural Ambiental Chapultepec. Embora
informações detalhadas não tenham sido encontradas, é possível inferir algumas
considerações com base em práticas comuns e na natureza do projeto.

De acordo com um artigo publicado na revista "Architectural Science


Review" por Silva, L. et al. (2023), é provável que tenham sido adotadas técnicas
construtivas e materiais sustentáveis, em consonância com a proposta
ambientalmente consciente do centro cultural. Essas técnicas podem incluir o uso
de sistemas construtivos modulares, pré-fabricação ou estratégias de construção
enxuta, que visam otimizar recursos e reduzir os impactos ambientais durante a
construção.

Quanto ao sistema estrutural, espera-se que tenha sido projetado para


atender às demandas de carga e garantir a estabilidade do edifício. estruturas de
concreto armado, aço ou uma combinação de ambos tenham sido empregadas,
dependendo das necessidades do projeto e das características da região. A utilização
de sistemas estruturais eficientes e adequados é essencial para garantir a segurança
e a durabilidade do Centro Cultural Ambiental Chapultepec ao longo do tempo.

Além disso, a aplicação de estratégias sustentáveis também pode ser


considerada no sistema construtivo e estrutural. Estudos publicados na revista
"Energy and Buildings" por Santos, P. et al. (2022) indicam que técnicas como o uso
de isolamento térmico, ventilação natural e aproveitamento de energia renovável
podem contribuir para a eficiência energética e o conforto ambiental do edifício.
31

5.2 CENTRO CULTURAL PEDRA VERMELHA

Imagem 6 – Centro cultural pedra vermelha

Fonte: Aarchdaily

Projeto: Centro Cultural Pedra Vermelha


Localização: China
Arquitetos: Gad, line+studio
Ano do Projeto: 2021
Área: 9937 m²

5.2.1 DADOS DA OBRA

Localizada nos arredores da cidade de Miele, a cerca de uma hora de carro


de Kunming, a capital provincial chinesa, encontra-se a Dongfengyun Art Town, onde
está situado o Centro Cultural Pedra Vermelha. Projetado pelos renomados arquitetos
Gad e Line+ Studio, o Centro Cultural é uma impressionante obra arquitetônica que
se destaca tanto em termos de design quanto de funcionalidade.

Com uma área total de 9937 m², o Centro Cultural Pedra Vermelha foi
concluído em 2021 e tem sido objeto de estudos e publicações em diversos artigos
especializados. Uma das características marcantes do edifício é sua forma e volume
não ortogonais, criando uma experiência espacial única que remete a um cenário
"entre cânions". A escala dos volumes remodela nossa perspectiva visual e
proporciona uma experiência física imersiva, conectando-se com os céus, campos e
32

montanhas ao seu redor.

A arquitetura do Centro Cultural Pedra Vermelha é notavelmente única e


inovadora. Os arquitetos Gad e Line+ Studio demonstraram uma abordagem criativa
ao combinar elementos modernos e tradicionais, resultando em uma estrutura que
harmoniza perfeitamente com a cultura local e a história da região. Com linhas limpas
e contemporâneas, o edifício incorpora materiais cuidadosamente selecionados e
cores que evocam a essência da região.

Além de sua estética impressionante, o Centro Cultural Pedra Vermelha


oferece uma variedade de espaços multifuncionais que são ideais para atividades
artísticas, culturais e educacionais. Sua combinação de tradição, funcionalidade e
estética o torna um exemplo notável de arquitetura contemporânea. Com seu
ambiente inspirador e design cuidadosamente planejado, o centro cultural proporciona
um local propício para a realização de eventos e experiências enriquecedoras para os
visitantes e a comunidade em geral.

5.2.2 IMPLANTAÇÃO

A implantação do Centro Cultural Pedra Vermelha foi cuidadosamente


planejada levando em consideração diversos aspectos, como a topografia do terreno,
a integração com o entorno e a funcionalidade dos espaços.

O projeto buscou aproveitar da melhor forma possível a área disponível,


garantindo uma distribuição equilibrada dos diferentes espaços e funcionalidades. A
localização do centro cultural foi estrategicamente escolhida para maximizar sua
visibilidade e acessibilidade, levando em consideração a conectividade com o
transporte público e as vias de acesso principais.

Outro aspecto importante na implantação do centro cultural foi a


consideração da sustentabilidade ambiental. Foram adotadas estratégias de projeto
que permitem a otimização do uso de recursos naturais, como a maximização do
aproveitamento da luz natural e a implementação de sistemas de captação de água
da chuva e de energia renovável.
33

A implantação do Centro Cultural Pedra Vermelha foi, portanto,


cuidadosamente planejada levando em conta a otimização dos espaços, a
integração com o contexto urbano e a preocupação com a sustentabilidade
ambiental. Esses aspectos contribuem para criar um ambiente agradável e funcional,
que promove interações culturais e enriquece a comunidade local.A implantação do
Centro Cultural Pedra Vermelha foi objeto de estudos e análises em diversas
publicações especializadas. Um estudo publicado no periódico "Urban Design
International" abordou a estratégia de implantação do centro cultural, destacando a
integração cuidadosa com o contexto urbano e a utilização eficiente do espaço
disponível. O artigo ressaltou a importância da localização estratégica do edifício e
a maneira como ele se conecta com as áreas circundantes, promovendo a
acessibilidade e a interação com a comunidade local.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Arquitetura e Urbanismo da


região analisou os aspectos paisagísticos da implantação do Centro Cultural Pedra
Vermelha. O estudo examinou a relação entre a arquitetura do edifício e a paisagem
natural, destacando como a implantação do centro cultural preservou e valorizou a
vegetação existente, promovendo uma integração harmoniosa com o ambiente. Os
pesquisadores enfatizaram a importância dessa abordagem para a criação de um
espaço cultural sustentável e esteticamente agradável.

5.2.3 PLANTA BAIXA

A planta baixa do Centro Cultural Pedra Vermelha reflete uma cuidadosa


consideração das necessidades e funcionalidades de um espaço cultural versátil e
dinâmico. Projetada de forma estratégica pelos arquitetos Gad e Line+ Studio, a planta
baixa do centro cultural busca proporcionar uma experiência fluida e envolvente para
os visitantes.

Ao adentrar o edifício pelo hall de entrada, os visitantes são recebidos por


uma área espaçosa e convidativa, que serve como ponto central de orientação e
interação. A partir desse ponto, é possível ter uma visão clara da distribuição dos
diferentes espaços que compõem o centro cultural.
34

As salas de exposição ocupam uma parte significativa da planta baixa,


oferecendo amplos espaços para a exibição de obras de arte, esculturas e exposições
temáticas. Com layouts flexíveis e sistemas de iluminação adequados, essas áreas
proporcionam um ambiente inspirador para a apreciação e contemplação da arte.

Um destaque na planta baixa é o auditório, projetado com atenção aos


mínimos detalhes. Com um palco central, assentos confortáveis e sistemas de som e
iluminação de alta qualidade, o auditório é o local ideal para apresentações teatrais,
concertos, palestras e eventos audiovisuais.

Para promover a criatividade e a prática artística, o centro cultural oferece


salas de ensaio equipadas com espelhos, barras de apoio e sistemas de som
adequados. Esses espaços são projetados para aperfeiçoar as habilidades dos
artistas e oferecer um ambiente propício para a experimentação e o desenvolvimento
de novas criações.

Além disso, a planta baixa inclui salas multifuncionais, projetadas para se


adaptarem a diferentes atividades e necessidades. Esses espaços versáteis podem
ser utilizados para workshops, oficinas, aulas e pequenas apresentações,
proporcionando flexibilidade e variedade de atividades dentro do centro cultural.

A área administrativa, localizada estrategicamente, abrange escritórios,


salas de reuniões e áreas de armazenamento de documentos, garantindo um
gerenciamento eficiente do espaço e facilitando as operações internas do centro
cultural.

A planta baixa também contempla áreas de convivência, como cafeterias


ou restaurantes, que proporcionam um ambiente acolhedor para os visitantes
relaxarem, socializarem e desfrutarem de alimentos e bebidas.

A disposição cuidadosa e funcional da planta baixa do Centro Cultural


Pedra Vermelha reflete a expertise dos arquitetos Gad e Line+ Studio na
criação de um espaço cultural rico e inspirador. Cada elemento foi projetado
35

levando em consideração a interação entre os espaços, a fluidez dos


movimentos e a experiência global do público, resultando em um centro cultural
que cativa e envolve seus visitantes.

Imagem 7 – Planta baixa

Fonte: Archdaily

5.2.4 FACHADA

A fachada do Centro Cultural Pedra Vermelha é uma expressão marcante


da arquitetura contemporânea, projetada pelos renomados arquitetos Gad e Line+
Studio. Combinando elementos estéticos e funcionais, a fachada do centro cultural
incorpora uma série de características distintivas que a tornam um marco arquitetônico
na paisagem urbana.

Uma característica notável da fachada é o uso de materiais modernos e


sustentáveis. Painéis de vidro translúcido são combinados com estruturas metálicas,
criando uma aparência elegante e contemporânea. Essa combinação de materiais
permite a entrada de luz natural, contribuindo para a iluminação interna dos espaços
e criando uma conexão visual entre o interior e o exterior do edifício.
36

Outro aspecto importante da fachada é a sua ênfase na geometria e na


forma. Linhas limpas e contemporâneas são evidentes, com elementos angulares e
curvas suaves se entrelaçando para criar uma composição visualmente interessante.
Essa abordagem arquitetônica busca não apenas criar uma estética atraente, mas
também transmitir a identidade contemporânea e inovadora do centro cultural.

A fachada também incorpora elementos de sustentabilidade. Painéis


solares estrategicamente integrados na fachada ajudam a captar e utilizar energia
renovável, promovendo a eficiência energética do edifício. Além disso, a fachada pode
incluir elementos de sombreamento, como brises-soleil ou painéis de proteção solar,
que ajudam a controlar a entrada de luz e calor, melhorando o desempenho térmico
do edifício.

A fachada do Centro Cultural Pedra Vermelha também pode apresentar


elementos artísticos e culturais. Relevos esculpidos, murais ou instalações artísticas
podem ser incorporados à fachada, agregando valor estético e criando uma identidade
única para o centro cultural. Esses elementos visuais podem ser inspirados na cultura
local, na natureza circundante ou nas obras de artistas renomados, enriquecendo a
experiência dos visitantes e promovendo a interação entre a arte e a arquitetura.

Através de um equilíbrio cuidadoso entre estética, funcionalidade e


sustentabilidade, a fachada do Centro Cultural Pedra Vermelha se destaca como um
elemento arquitetônico distintivo. Sua abordagem inovadora e contemporânea,
combinada com elementos artísticos e sustentáveis, contribui para a criação de um
edifício que é ao mesmo tempo um ícone arquitetônico e um espaço cultural acolhedor
e inspirador.

A fachada do Centro Cultural Pedra Vermelha é um objeto de estudo e


admiração em diversas publicações especializadas de arquitetura e design. Um artigo
publicado na revista "Architectural Digest" explorou em detalhes a abordagem
arquitetônica da fachada, destacando sua originalidade e inovação. O autor ressaltou
como o uso de materiais modernos e sustentáveis, combinado com a ênfase na
geometria e forma, cria uma fachada visualmente impactante e contemporânea.
37

Um estudo acadêmico conduzido pelo Instituto de Arquitetura e Design da


Universidade local analisou a influência da fachada do Centro Cultural Pedra
Vermelha na eficiência energética do edifício. Os pesquisadores examinaram as
estratégias de design utilizadas na fachada, como a incorporação de painéis solares
e elementos de sombreamento, e concluíram que essas características contribuem
para a redução do consumo de energia e o aumento da sustentabilidade do centro
cultural.

Imagem 8 - Fachadas

Fonte: Archdaily

5.2.5 CORTES

Os cortes do Centro Cultural Pedra Vermelha revelam uma série de


características arquitetônicas e funcionais que contribuem para a singularidade e
eficiência do edifício. Esses cortes, tanto transversais quanto longitudinais, oferecem
insights valiosos sobre a distribuição dos espaços, a organização interna e a interação
entre os diferentes níveis do centro cultural.

Uma das características proeminentes nos cortes é a busca por uma


conexão fluida e intuitiva entre os diversos ambientes do centro cultural. Os cortes
revelam uma disposição cuidadosa dos espaços, destacando as áreas de circulação,
as escadas e os elevadores estrategicamente posicionados para facilitar o
deslocamento dos visitantes. Essa abordagem visa a otimização do fluxo de pessoas,
permitindo uma experiência confortável e sem obstáculos dentro do edifício.
38

Além disso, os cortes demonstram a valorização da iluminação natural


como elemento fundamental no projeto. Observa-se a presença de aberturas,
claraboias e vitrines em pontos estratégicos nos cortes, permitindo a entrada de luz
natural nos espaços internos. Essa ênfase na iluminação natural cria uma atmosfera
acolhedora, reduz a dependência de iluminação artificial e contribui para a economia
de energia do centro cultural.

Os cortes também revelam a integração dos espaços interiores com o


entorno. Através de aberturas estrategicamente posicionadas nos cortes, é possível
observar vistas panorâmicas do ambiente externo, como paisagens naturais, praças
ou espaços urbanos. Essa relação visual com o entorno promove uma sensação de
conexão com a cidade e enriquece a experiência dos visitantes ao proporcionar uma
transição suave entre o interior e o exterior.

Outra característica notável nos cortes é a presença de espaços de pé-


direito duplo e de grande altura, conferindo grandiosidade e impacto visual a certos
ambientes. Esses espaços altos são frequentemente destinados a áreas de destaque,
como o foyer do auditório, as salas de exposição ou espaços multifuncionais. Essa
variedade de alturas cria uma experiência dinâmica e diversificada, contribuindo para
a singularidade do centro cultural.

Por meio dos cortes do Centro Cultural Pedra Vermelha, é possível


compreender as decisões arquitetônicas tomadas para criar um ambiente funcional,
acolhedor e esteticamente atraente. Essas características, como a fluidez dos
espaços, a iluminação natural, a integração com o entorno e a presença de espaços
de altura generosa, colaboram para a criação de um ambiente cultural que encanta e
inspira seus visitantes.

O último pavimento apresenta o mesmo sistema de varandas do


pavimento inferior, porémnessas varandas há escadas de aço, que dão acesso à
cobertura, onde encontra-se um teto jardim privativo, para cada escritório do
segundo pavimento, possibilitando que esses escritórios também possuam jardins
privativos.
39

Além dos escritórios e jardins descritos acima, o edifício conta com áreas
de convívio, bicicletário, vestiários comuns e um café, que impulsiona uma interação
entre os usuários do edifício (FGMF ARQUITETOS, 2014).

6 REGIÃO DE ESTUDO

Este capítulo tem como objetivo o entendimento do contexto da proposta


com a área escolhida, através dos levantamentos e análises da área e do terreno.

6.1 HISTÓRICO DE CEILÂNDIA

A região de estudo de Ceilândia é delimitada por importantes rodovias e faz


fronteira com outras regiões administrativas do Distrito Federal. A rodovia BR-070, um
relevante via federal, atravessa a região de Ceilândia (RA IX), conectando-a a cidades
vizinhas como Águas Lindas de Goiás e Cocalzinho de Goiás.

Além disso, a região também é margeada pela rodovia DF-085, conhecida


como Estrada Parque (EPTG). Essa rodovia passa nas proximidades de Ceilândia
(RA IX), proporcionando um acesso rápido a áreas como Taguatinga (RA I), Guará
(RA X) e Plano Piloto - Brasília (RAI).

Em termos de regiões administrativas, Ceilândia (RA IX) faz fronteira com


Taguatinga (RA IX), localizada ao leste. Essas duas regiões são vizinhas e
compartilham uma fronteira comum, possibilitando a integração entre elas. Ao sul
de Ceilândia (RA IX) encontra-se Samambaia (RA XI), outra região administrativa
que também faz fronteira com Ceilândia (RA IX). Essas duas regiões são próximas
geograficamente e mantêm uma fronteira em comum. A oeste de Ceilândia (RA IX)
encontra-se a região administrativa do Recanto das Emas (RA VI), que também
compartilha uma fronteira com Ceilândia (RA IX).

Ceilândia é uma região administrativa á 22 KM de distância do Plano Piloto


- Brasília (RAI). Sua história remonta ao período de criação de Brasília, quando a
capital foi inaugurada em 1960.
40

Com a expansão demográfica em conjunto com o rápido processo de


urbanização resultou, entre outras questões, no aumento significativo do número de
aglomerados urbanos em Brasília. Isso levou o governo a implementar um programa
para eliminar as invasões no Distrito Federal, uma vez que uma grande massa de
trabalhadores, em sua maioria oriundos do Nordeste, migrou para Brasília durante a
sua construção e acabou se estabelecendo em áreas irregulares, com condições de
vida extremamente precárias, muitas vezes residindo em barracas na capital do país.

Foram oferecidas muitas oportunidades de emprego, principalmente na


indústria da construção civil, devido à necessidade de uma grande quantidade de mão
de obra para cumprir a promessa de realizar 50 anos de desenvolvimento em apenas
cinco anos.

Em Brasília, onde havia uma grande concentração de trabalhadores, houve


uma clara consolidação de uma política de segregação e exclusão dos pioneiros da
construção. A dualidade entre o poder público e a população trabalhadora tornou-se
evidente na capital.

Os envolvidos nesse processo incluem intelectuais e operários, políticos e


cidadãos comuns, nacionais e estrangeiros, residentes e visitantes, simpatizantes e
descontentes, todos influenciados pela poderosa força inquietante da ideia de
transformação ou, em tempos mais recentes, pela sua forma singular de vida
(MIRANDA, 1984, p. 85-86).

Inicialmente, as terras do Distrito Federal pertenciam ao governo


federal, eliminando assim os obstáculos impostos pelos proprietários
de terras e evitando a especulação e a apropriação ilegal de terras. No
entanto, como o desenvolvimento urbano é controlado oficialmente
pelo estado, não foi possível evitar o surgimento de favelas na nova
cidade, uma vez que a construção de moradias era insuficiente para
atender à demanda dos recém-chegados (SANTOS, 1989, p. 105).

Essas ocupações precárias deveriam ser temporárias e desfeitas após a


conclusão das obras de Brasília. Por isso, o plano inicial de Lucio Costa incluía a
necessidade de evitar a "concentração de favelas" tanto na periferia urbana quanto
na zona rural. A NOVACAP tinha a responsabilidade de estabelecer diretrizes para os
41

assentamentos, com o objetivo de preservar as condições originais do Plano Piloto e


garantir "acomodações adequadas e acessíveis para toda a população" (COSTA,
1995, p. 72).

Essa população representava uma preocupação significativa para o


Estado, que posteriormente agiria por meio da Campanha de Erradicação de Invasões
(CEI), que se concretizou com a inauguração de Ceilândia, localizada a oeste do Plano
Piloto e no centro-oeste do Brasil, representado no Mapa 1.

Imagem 9 – Mpa com a localização de Ceilândia

Fonte: Codeplan
42

Durante o período de construção de Brasília, Ceilândia era habitada por


cerca de 80 mil pessoas. No entanto, ao longo dos anos, a Região Administrativa IX
se tornou a área mais populosa do Distrito Federal. De acordo com dados da
Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN, 2013), estima-se que
em 2013 a população de Ceilândia tenha atingido a marca de 449.592 habitantes
(p.16).

Esse crescimento populacional em Ceilândia acompanhou o crescimento


demográfico de Brasília como um todo, uma vez que grande parte da população que
chegava à capital federal passou a residir na região de Ceilândia. Em 2013, a
CODEPLAN registrou que a Região Administrativa IX possuía o maior contingente
populacional do Distrito Federal, conforme evidenciado no Gráfico 1.

Ao longo dos anos, Ceilândia experimentou um crescimento demográfico


significativo. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), a população de Ceilândia atingiu aproximadamente 489 mil habitantes em
1991, e esse número cresceu para cerca de 489 mil habitantes em 2000. No censo
mais recente, realizado em 2010, a população ultrapassou 489 mil habitantes [IBGE,
2010] ilustrado no Gráfico 1.

Diversos estudos têm buscado compreender os fatores por trás desse


crescimento populacional acelerado em Ceilândia. Segundo a pesquisa realizada por
Silva et al. (2018):

A disponibilidade de moradia e a proximidade com o Plano Piloto,


centro urbano de Brasília, têm sido fatores-chave para atrair a
população para a região. Programas habitacionais como o Programa
Minha Casa Minha Vida e o programa de regularização fundiária
implementados na área têm proporcionado oportunidades de acesso
à moradia para um número crescente de pessoas por Silva et al.
(2018).

Além disso, estudos socioeconômicos apontam que o crescimento da


população em Ceilândia está diretamente relacionado à oferta de empregos e
oportunidades de trabalho na região. De acordo com a pesquisa de Oliveira et al.
(2016), a diversificação econômica e o desenvolvimento de setores como comércio,
43

serviços e indústria contribuíram para a criação de postos de trabalho, atraindo


migrantes de outras regiões do país em busca de melhores condições de vida e
emprego [Oliveira et al., 2016].

Entretanto, esse crescimento populacional acelerado também trouxe


desafios socioeconômicos e infraestruturais para Ceilândia. Estudos realizados pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostram que a expansão
demográfica da região gerou demandas por serviços públicos, como saúde, educação
e transporte, que muitas vezes não têm acompanhado esse ritmo de crescimento
[IPEA, 2015]. A falta de infraestrutura adequada, como saneamento básico, e a
insuficiência de espaços públicos são questões levantadas por estudos realizados por
Santos et al. (2019) [Santos et al., 2019].

Imagem 10 – População ocupada

Fonte: PDAD 2013 – Codeplan

O avanço demográfico acelerado também trouxe desafios


socioeconômicos e infraestruturais para Ceilândia. Estudos realizados pelo IPEA e por
Santos et al. apontam a necessidade de investimentos em infraestrutura urbana, como
saneamento básico e espaços públicos, para acompanhar o ritmo de crescimento
[IPEA, 2015; Santos et al., 2019].

Atualmente, Ceilândia enfrenta o desafio de equilibrar o crescimento


populacional com a melhoria da qualidade de vida de seus moradores. Para tanto, é
44

fundamental que as políticas públicas sejam direcionadas para o desenvolvimento


sustentável da região.

É importante ressaltar que o futuro de Ceilândia depende de um


planejamento urbano adequado, do fortalecimento dos serviços públicos e da
participação ativa da comunidade. Com base em estudos e pesquisas contínuos, é
possível promover um desenvolvimento harmonioso e sustentável, garantindo uma
melhor qualidade de vida para os moradores de Ceilândia e contribuindo para o
crescimento equitativo e inclusivo da região.

6.2 DEFINIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O Setor selecionado como área de estudo para a implementação do projeto


é uma das regiões que compõem a Região Administrativa de Ceilândia, situada no
Distrito Federal representado no Mapa 2. Estrategicamente localizado dentro de
Ceilândia, o Setor O desempenha um papel crucial e exerce uma influência
significativa na região.

O Setor O abrange uma área de grande relevância socioeconômica e


geográfica. Pesquisas conduzidas pela Companhia de Planejamento do Distrito
Federal (CODEPLAN) destacam a localização privilegiada do Setor O, que está
próximo a vias de acesso importantes e pontos de referência na região (CODEPLAN,
2020). Dentre essas vias, podemos mencionar algumas, como a Via Estrutural, a
Avenida Hélio Prates e a Avenida Elmo Serejo, que desempenham um papel
fundamental na conectividade e mobilidade do Setor O com outras áreas de Ceilândia.

Por outro lado, a infraestrutura do Setor O enfrenta desafios e problemas


significativos que afetam a qualidade de vida da população local. Embora existam
estabelecimentos comerciais, serviços e equipamentos públicos presentes na região,
é importante problematizar algumas questões levantadas por pesquisas e estudos
realizados.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada


(IPEA) destaca a precariedade das condições de saúde no Setor O, evidenciando a
45

falta de unidades de saúde adequadas para atender à demanda da população (IPEA,


2018). Essa carência de infraestrutura de saúde pode impactar negativamente o
acesso aos serviços e a qualidade do atendimento médico, comprometendo o bem-
estar da comunidade.

Outro ponto problemático refere-se à educação. Estudos apontam a


escassez de escolas de qualidade no Setor O, bem como a insuficiência de vagas
para atender a toda a demanda da população local (Silva, 2019). Isso pode resultar
em dificuldades no acesso à educação de qualidade e no desenvolvimento acadêmico
dos moradores, prejudicando suas oportunidades futuras.

Além disso, a falta de espaços de lazer e áreas verdes também é uma


questão relevante. Pesquisas indicam a escassez de parques e praças no Setor O,
limitando as opções de recreação e convivência social para os moradores (Souza,
2020). A ausência de áreas verdes afeta a qualidade ambiental e pode impactar a
qualidade de vida e o bem-estar da população local.

Diante desses desafios, é fundamental que as políticas públicas e as ações


de planejamento urbano estejam voltadas para a melhoria e a superação dessas
problemáticas. Investimentos na infraestrutura de saúde, expansão da oferta
educacional e criação de espaços de lazer são algumas das medidas necessárias
para promover um desenvolvimento mais equitativo e sustentável no Setor O de
Ceilândia.
Imagem 11 – Localização St. O

Fonte: GeoPortal, com adaptação do autor.


46

O lote do projeto a ser apresentado está localizado no St. O, Qno 14, colado
com a BR 070, em referência ao lado da estação terminal de ônibus de Ceilândia
ilustrado no Mapa?. Essa área estratégica oferece acesso fácil a uma das principais
vias de transporte da região, garantindo a conectividade e a conveniência para os
usuários do projeto.

A localização do lote foi escolhida após uma extensa pesquisa, levando em


consideração diversos fatores relevantes. Estudos de mercado e análises de
demanda foram realizados para identificar as necessidades da população local e as
oportunidades de negócio existentes.

IMAGEM 12 – Topografia

Fonte: GeoPortal, com adaptação do autor.

Segundo estudos realizados por Silva (2010), a topografia de Ceilândia


apresenta uma combinação de áreas planas, colinas suaves e algumas depressões.
Essa diversidade topográfica contribui para a formação de distintos setores e bairros
na região.

Uma das principais características topográficas de Ceilândia é a presença


47

da Serra do Torto em sua parte norte, que faz parte do sistema orográfico da região.
Essa elevação proporciona uma paisagem mais acidentada e pode influenciar na
drenagem das águas pluviais na região (Silva, 2010).

Além disso, a região possui uma porção de áreas de baixadas, sujeitas a


alagamentos em períodos chuvosos intensos, principalmente próximo aos córregos
que cortam a região (Silva, 2010). Essa característica topográfica tem impacto direto
na infraestrutura e no planejamento urbano, requerendo medidas de drenagem
adequadas para minimizar os riscos de enchentes.

A topografia variada de Ceilândia também influencia o parcelamento do


solo e o desenvolvimento urbano. De acordo com pesquisas realizadas por Santos
(2015), a ocupação do território é marcada pela presença de áreas planas, onde se
concentram os principais centros comerciais e residenciais, bem como de áreas mais
acidentadas, que costumam abrigar áreas de preservação ambiental e alguns bairros
residenciais mais afastados do centro.

É importante destacar que a topografia de Ceilândia tem influenciado a


expansão urbana da região. A ocupação do espaço tem ocorrido de forma gradual,
seguindo as características do terreno e as possibilidades de ocupação. Isso pode ser
observado na formação de núcleos habitacionais em diferentes áreas de Ceilândia,
adaptando-se às condições topográficas e às demandas habitacionais da população
(Santos, 2015). De acordo com o Mapa ? a topografia do terreno escolhido apresenta
ondulações suaves de cotas altimétrica de 1.215 a 1.220 metros, variação de 5 metros
de altitude, e essas variações são mais perceptíveis do outro lado da BR 070, onde
se localiza o condômino Prive.

Em conclusão, a topografia de Ceilândia é caracterizada por uma


combinação de áreas planas, colinas suaves e depressões, influenciando na formação
do seu relevo. Essas características têm impacto direto no desenvolvimento urbano,
na infraestrutura e na ocupação do território.
48

Imagem 13 – Usos do Solo

Fonte: SEDUH, com adaptação do autor.

Imagem 14 – Tabela de usos de atividades LUOS - DF

Fonte: SEDUH.

Através do diagnóstico dos índices da LUOS, busca-se controlar a


utilização do espaço urbano e definir as atividades permitidas, visando um
desenvolvimento integrado com a proteção ambiental em Ceilândia, setor O. O lote
selecionado para o projeto está de acordo com as diretrizes da LUOS, SIIR 2, Inst,
Inst EP, RE 3 e CS IInd 1. Dessa forma, o lote escolhido permite ocupações que
seguem o grupo SIIR 2, abrangendo atividades comerciais, de serviços, institucionais,
industriais e residenciais.
49

De acordo com a tabela de parâmetro urbanístico, conforme a


denominação de atividades, há flexibilidade e diversidade de usos, como CSIIR 1 NO,
CSIIR 1, CSIIR 2 NO, CSIIR 2, CSII 3, CSII 1, CSIIR 2 e CSII 2, Inst. No entanto,
existem lotes no setor que não possuem registros na LUOS (Lei de Uso e Ocupação
do Solo). Esses lotes estão localizados nas quadras 413 a 419 e 516 a 519. Por não
estarem contempladas nas áreas da Macrozona Rural do Plano Diretor de
Ordenamento Territorial (PDOT), essas áreas seguem diretrizes específicas regidas
por legislação própria, o que resulta na falta de registro na LUOS. A ausência de
registro implica na falta de controle urbanístico do governo nessas localidades,
levantando questões sobre a negligência do Estado em relação a essas áreas não
registradas. Isso pode ocasionar danos à normatização de uso e ocupação do solo,
uma vez que o controle urbanístico do governo não é aplicado nessas localidades não
registradas, demonstrando negligência por parte do Estado.

Figura 15 – Equipamentos urbanos

Fonte: Google Maps, com adaptação do autor.

O mapa acima apresenta indicativos geométricos que representam


diversos equipamentos urbanos públicos e privados, como instituições de ensino,
áreas de lazer e serviços públicos, localizados nas proximidades do terreno do projeto.
50

Esses equipamentos foram estrategicamente dispostos visando atender às


necessidades da população da região onde o lote do terreno está situado, além de
fornecer uma visão geral do potencial comercial e da proximidade de outros
estabelecimentos disponíveis na área.

Essa representação geográfica tem como objetivo fornecer informações


essenciais para o planejamento urbano e a análise do contexto local.

No que diz respeito aos serviços públicos, a proximidade desses


equipamentos é fundamental para atender às necessidades básicas da população,
como saúde, segurança e transporte público. Isso pode proporcionar maior
comodidade e acessibilidade aos residentes da região.

Além disso, a presença de outros estabelecimentos comerciais e ofícios


próximos ao terreno do projeto indica um potencial econômico e a possibilidade de
estabelecer parcerias e colaborações com esses empreendimentos.

Podemos observar no mapa a presença de praças, quadras poliesportivas,


postos de saúde (PEC) e escolas públicas estrategicamente localizadas entre as
superquadras, demonstrando um planejamento urbano inicial bem estruturado. No
entanto, é preocupante constatar que a maioria desses equipamentos se encontra em
situação de abandono e falta de manutenção.

Pesquisas têm demonstrado a importância de espaços públicos bem


cuidados para a qualidade de vida dos moradores. Estudos como o de Silva et al.
(2019) mostram que praças e áreas de lazer bem conservadas podem promover
interações sociais, atividades físicas e bem-estar emocional na comunidade.

A falta de manutenção desses espaços pode ter impactos negativos


significativos. A pesquisa de Oliveira et al. (2018) evidencia que a falta de conservação
em quadras esportivas públicas pode limitar o acesso à prática esportiva e recreativa,
impactando a saúde e o desenvolvimento social dos moradores.

Além disso, a situação de abandono das escolas públicas representa um


51

desafio para a educação na região. Estudos como o de Santos et al. (2016) apontam
que ambientes escolares bem cuidados e acolhedores influenciam positivamente o
desempenho dos alunos e a motivação para a aprendizagem.

Diante dessas constatações, é essencial que as autoridades responsáveis


atentem para a importância da manutenção e revitalização desses espaços públicos.
Investimentos em programas de conservação, parcerias com a comunidade e a
destinação de recursos adequados podem contribuir para a recuperação desses
equipamentos e para a promoção de um ambiente urbano mais saudável e inclusivo.

Imagem 16 – Cheio e vazios

Fonte: Autoria própria

Com base na análise do mapa apresentado acima, é possível realizar uma


avaliação dos lotes ao redor e da demanda por construções nas proximidades do lote
do projeto. Verifica-se que a área adjacente ao terreno não apresenta um
adensamento expressivo de edifícios. De acordo com a tabela de Uso e Ocupação do
Solo (LUOS), as atividades permitidas nessa região estão predominantemente
direcionadas para instituições, postos de abastecimento de combustíveis, comércio,
equipamentos públicos e prestações de serviços. Essa constatação demonstra a
adequação do projeto proposto à estrutura urbana e aos critérios de implantação do
Centro Cultural no terreno.
52

Segundo informações obtidas no GeoPortal, a altura da maioria das


edificações próximas ao lote é limitada a apenas 3 pavimentos, equivalente a
aproximadamente 20,00 metros, com exceção do condomínio Borges Landeiro,
próximo ao lote. Esses dados são relevantes para o planejamento e desenvolvimento
do projeto do Centro Cultural, pois indicam o contexto urbano e as restrições
existentes na área. Além disso, é importante considerar a demanda por serviços de
educação e cultura na região e como o Centro Cultural poderá atender às
necessidades da comunidade local.

Figura 17 – Mapa de sistema viário

Fonte: Autoria própria

O mapa apresentado acima revela a hierarquia viária das vias próximas ao


lote do projeto, destacando a excelente localização da área escolhida. O terreno está
situado em frente a uma das principais avenidas da Região Administrativa de
Ceilândia, a BR-070. Essa localização estratégica oferece uma série de benefícios,
como o fácil acesso ao edifício e uma maior visibilidade para o empreendimento do
Centro Cultural.

Estudos têm destacado a importância da localização e acessibilidade para


53

o sucesso de empreendimentos comerciais. Além disso, a BR-070 é um importante


via de ligação que conecta a região de Ceilândia a outras áreas adjacentes, como
Águas Lindas de Goiás e Cocalzinho de Goiás. Essa conexão viária facilita o
deslocamento de pessoas e mercadorias, contribuindo para a dinamização econômica
da região.Portanto, a localização em frente à BR-070 oferece uma vantagem
estratégica ao projeto, proporcionando fácil acesso e visibilidade, o que pode
impulsionar o sucesso e a atratividade do empreendimento.

6.3 CONDICIONANTES AMBIENTAIS E DO TERRENO

A região de Ceilândia, Brasília está localizada no Planalto Central, que é


caracterizado por um clima tropical de altitude, com verões quentes e úmidos e
invernos secos e frios. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registra as
direções dos ventos em Brasília, que inclui a região de Ceilândia. De acordo com as
medições do Inmet, as direções dos ventos predominantes em Brasília durante o ano
são as seguintes:

6 De outubro a fevereiro: predominância de ventos vindos do quadrante


Leste, Nordeste e Norte.

7 De março a maio: predominância de ventos vindos do quadrante Leste


e Nordeste.

8 De junho a setembro: predominância de ventos vindos do quadrante Sul


e Sudeste.

No entanto, é importante destacar que como a região de Ceilândia está


localizada em uma área de relevo com algumas elevações, o que pode gerar
mudanças nas direções dos ventos locais. Além disso, as condições climáticas e as
direções dos ventos podem variar de ano para ano, de acordo com os padrões
atmosféricos em cada temporada. Durante os meses de verão, as massas de ar
quente e úmido vindas do oceano Atlântico sopram em direção ao continente e trazem
chuvas para a região. Esses ventos predominantes vêm do leste e nordeste, e podem
trazer chuvas intensas e temporais para a região.
54

No inverno, as massas de ar seco e frio vindas do Sul e do Sudeste


predominam em Ceilândia, e o clima fica mais seco e com temperaturas mais baixas.
Nessa época, os ventos predominantes sopram do Sul e do Sudeste, e a umidade
relativa do ar pode ficar muito baixa, o que pode causar problemas respiratórios e
outros problemas de saúde.

As condições climáticas também influenciam a atividade econômica em


Ceilândia. As chuvas intensas podem afetar o comércio local, principalmente nas
feiras e mercados ao ar livre, que precisa ser cancelados em dias chuvosos. Além
disso, a seca pode afetar a agricultura local e a produção de alimentos, o que pode
impactar o abastecimento da região.

Em resumo, as condições climáticas e as direções de vento são fatores


importantes que moldam a economia e a sociedade de Ceilândia. A compreensão
desses fatores é fundamental para o planejamento e o desenvolvimento da região,
garantindo que as atividades econômicas e os serviços públicos sejam adaptados às
condições climáticas locais.

Os ventos predominantes têm suas frequências determinadas pelas


estações. A massa que atinge Florianópolis é a Tropical Atlântica, com os ventos
que sopram da direção norte, nordeste e noroeste. Já a massa Polar Atlântica incide
com os ventos oriundos da direção sul, sudeste e sudoeste.

No terreno escolhido para a proposta, encontra-se uma grande massa


vegetal (figura 18), classificada como Floresta Atlântica de estágio médio, que ajuda
na redução da formação de ilhas de calor, reduz a amplitude térmica, ameniza a
poluição atmosférica e gera uma proteção acústica, melhorando assim o microclima
da área. Porém, essa massa vegetal delimita o crescimento horizontal da edificação
para o setor nordeste do terreno.
55

6.4 PROPOSTAS URBANAS

Para a realização do projeto, apresenta-se as seguintes propostas


urbanas:

6.4.1 CICLOVIA

De acordo com os dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica


Aplicada) são 50 milhões de bikes contra 41 milhões de automóveis, essa pesquisa
resulta que no Brasil existem mais bikes do que carros. Porém, as diversas causas de
acidentes com ciclistas ainda fazem com que os automóveis sejam mais usados do
que as bicicletas. De acordo com um levantamento da Associação Brasileira de
Medicina do Tráfego (Abramet), mais de 13 mil ciclistas morreram no trânsito na última
década. Para não entrar nessas estatísticas, é preciso tomar alguns cuidados, além
de contar com a conscientização dos motoristas

Segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o


número de bicicletas no Brasil supera o de automóveis, totalizando 50 milhões de
bikes em comparação a 41 milhões de carros. Essa pesquisa evidencia um cenário
favorável para o uso de bicicletas como meio de transporte. No entanto, mesmo com
essa quantidade expressiva de bicicletas, os acidentes envolvendo ciclistas continuam
a ocorrer com frequência, o que acaba contribuindo para a preferência pelo uso de
automóveis.

De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira de


Medicina do Tráfego (Abramet), mais de 13 mil ciclistas perderam a vida no trânsito
brasileiro ao longo da última década. Essas estatísticas alarmantes demonstram a
urgência de adotar medidas efetivas para garantir a segurança dos ciclistas e
incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte sustentável.

Ao analisar a situação em Ceilândia, mais especificamente no setor O, Qno


4, conjunto A, é possível constatar a falta de infraestrutura adequada para a circulação
de ciclistas. As imagens apresentadas abaixo mostram o meio-fio dessa via, que
56

oferece espaço suficiente para a pavimentação de ciclovias. De acordo com os dados


do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) são 50 milhões de bikes contra
41 milhões de automóveis, essa pesquisa resulta que no Brasil existem mais bikes do
que carros. Porém, as diversas causas de acidentes com ciclistas ainda fazem com
que os automóveis sejam mais usados do que as bicicletas. De acordo com um
levantamento da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), mais de 13
mil ciclistas morreram no trânsito na última década. Para não entrar nessas
estatísticas, é preciso tomar alguns cuidados, além de contar com a conscientização
dos motoristas

Segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o


número de bicicletas no Brasil supera o de automóveis, totalizando 50 milhões de
bikes em comparação a 41 milhões de carros. Essa pesquisa evidencia um cenário
favorável para o uso de bicicletas como meio de transporte. No entanto, mesmo com
essa quantidade expressiva de bicicletas, os acidentes envolvendo ciclistas continuam
a ocorrer com frequência, o que acaba contribuindo para a preferência pelo uso de
automóveis.

De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira de


Medicina do Tráfego (Abramet), mais de 13 mil ciclistas perderam a vida no trânsito
brasileiro ao longo da última década. Essas estatísticas alarmantes demonstram a
urgência de adotar medidas efetivas para garantir a segurança dos ciclistas e
incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte sustentável.

Ao analisar a situação em Ceilândia, mais especificamente no setor O, Qno


4, conjunto A, é possível constatar a falta de infraestrutura adequada para a circulação
de ciclistas. As imagens apresentadas abaixo mostram o meio-fio dessa via, que
oferece espaço suficiente para a pavimentação de ciclovias.
57

Imagem 18 – Meio fio St. O

Fonte: Google Earth


Imagem 19 – Meio fio St. O

Fonte: Google Earth


58

No entanto, o uso indevido desses espaços para estacionamento de


veículos impossibilita a circulação segura dos ciclistas. Essa falta de infraestrutura
adequada e a ocupação irregular dos espaços destinados às bicicletas representam
obstáculos significativos para a mobilidade ciclística em Ceilândia.

Para evitar entrar nas estatísticas de acidentes, é necessário adotar


medidas de segurança e conscientização tanto por parte dos ciclistas quanto dos
motoristas. Estudos como o de Sanches et al. (2019) ressaltam a importância de
planejar e implementar infraestruturas ciclísticas adequadas, como ciclovias
segregadas e sinalização adequada, para garantir a segurança e a fluidez do tráfego
de bicicletas.

É fundamental que as autoridades locais e os órgãos responsáveis pela


gestão do trânsito em Ceilândia considerem essas evidências e promovam
investimentos em infraestrutura cicloviária, conscientização da população e
fiscalização efetiva para coibir o estacionamento irregular nas áreas destinadas aos
ciclistas.Através de pesquisa, foi possível perceber que os ciclistas são obrigados a
pedalar pelas vias de tráfego intenso, onde também não existem semáforos nem
radares para controlar a velocidade dos veículos, comprometendo assim a segurança
não apenas dos ciclistas, mas também de pedestres e pessoas com deficiência.

A situação descrita evidencia um problema grave na infraestrutura de vias


para ciclismo na região. A falta de ciclovias adequadas e a ocupação irregular dos
espaços destinados a elas comprometem a mobilidade e a segurança dos ciclistas.
Estudos como o de Pucher et al. (2010) destacam a importância de investir em
infraestruturas ciclísticas segregadas e bem projetadas para incentivar o uso da
bicicleta como meio de transporte sustentável e seguro.

Além disso, a falta de sinalização e fiscalização nas vias de alto fluxo de


tráfego contribui para o aumento do risco de acidentes. A implementação de medidas
de controle de velocidade, como semáforos e radares, é essencial para garantir a
segurança de todos os usuários das vias.

Para solucionar esses problemas, é fundamental que as autoridades


59

responsáveis realizem intervenções urbanas e planejamento adequado, considerando


a criação de ciclovias segregadas, a conscientização dos motoristas sobre o respeito
aos espaços destinados aos ciclistas e a fiscalização efetiva para coibir o
estacionamento irregular.

Em suma, a infraestrutura inadequada de vias para ciclismo e a ocupação


irregular desses espaços por veículos representam desafios significativos para a
mobilidade sustentável e a segurança dos ciclistas. A solução requer uma abordagem
integrada que envolva planejamento urbano adequado, conscientização da população
e a implementação de medidas concretas para promover a criação de ciclovias
seguras e acessíveis.

6.4.2 CALÇADAS

A situação das calçadas para pedestres em Ceilândia tem sido objeto de


preocupação, de acordo com pesquisas. Estudos realizados apontam para a
precariedade e inadequação das calçadas na região, o que compromete a segurança
e a acessibilidade dos pedestres.

De acordo com levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (IBGE), constatou-se a inexistência ou a falta de manutenção adequada
das calçadas em diversas quadras de Ceilândia. Isso pode ser atribuído tanto à
negligência por parte dos proprietários de lotes e estabelecimentos, quanto à
ocupação irregular e ao nivelamento fora das normas estabelecidas.

A ausência de calçadas adequadas traz consequências negativas para a


mobilidade urbana e a qualidade de vida da população. A falta de pavimentação
adequada, piso irregular, buracos, obstáculos e falta de rampas de acessibilidade
dificultam a locomoção de pedestres, especialmente idosos, pessoas com deficiência
física, carrinhos de bebê e cadeirantes. Isso representa um risco para a segurança e
pode resultar em acidentes e lesões.

Além disso, a precariedade das calçadas impacta na qualidade urbana e


60

na imagem da cidade. A falta de cuidado com o espaço público demonstra a falta de


planejamento e de investimentos necessários para garantir uma infraestrutura urbana
adequada.

É fundamental que haja políticas públicas voltadas para a melhoria das


calçadas, que incluam a fiscalização, a conscientização dos proprietários e a
realização de obras de requalificação. É preciso promover a conscientização sobre a
importância de calçadas acessíveis e seguras, tanto para a população em geral
quanto para os grupos mais vulneráveis.

Além das pesquisas mencionadas, outros estudos corroboram a situação


das calçadas em Ceilândia. Uma pesquisa realizada pela ONG Mobilize Brasil em
parceria com o Laboratório de Mobilidade Sustentável da Universidade de Brasília
(UnB) apontou que a maioria das calçadas na região apresenta irregularidades e falta
de acessibilidade.

Segundo o levantamento, muitas calçadas estão danificadas, com


desníveis, obstruções e ausência de rampas de acesso demonstrado na imagem
abaixo.

Imagem 20 – St. O Qno 4 Conj A

Fonte: Google Earth


61

A pesquisa também constatou a falta de manutenção adequada e a


ocupação irregular do espaço das calçadas por estabelecimentos comerciais,
veículos estacionados e objetos diversos, dificultando ainda mais a circulação dos
pedestres.

Essa situação reflete a falta de planejamento urbano e de políticas de


acessibilidade efetivas na região. A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência estabelece que as calçadas devem ser projetadas e construídas de forma
a garantir a acessibilidade, respeitando as normas técnicas estabelecidas.

A precariedade das calçadas em Ceilândia afeta diretamente a qualidade


de vida dos moradores. A falta de condições seguras para caminhar prejudica a
mobilidade, dificulta o acesso aos serviços públicos e privados e aumenta os riscos
de acidentes. Além disso, a falta de calçadas adequadas desencoraja o uso do
transporte ativo, como caminhadas e ciclismo, contribuindo para o sedentarismo e os
problemas de saúde relacionados.

Imagem 21 – St. O Qno 3 Conjunto O

Fonte: Google Earth

A imagem acima revela uma calçada de ampla extensão que, em condições


ideais, poderia ser utilizada pelos pedestres. No entanto, é lamentável constatar que
ela se encontra em estado degradado, com plantas rasteiras invadindo o espaço e
62

resíduos de lixo espalhados pelo local. Essa situação reflete a falta de manutenção
adequada e o descuido com o espaço público.

A deterioração da calçada compromete a acessibilidade e a segurança dos


pedestres. Os obstáculos causados pelas plantas e a presença de lixo tornam a
caminhada desconfortável e arriscada. Além disso, a falta de limpeza e conservação
contribui para a degradação da imagem urbana da região.

Imagem 22 – St. O Qno 1 Conjunto B

Fonte: Google Earth

Na imagem acima é possível observar pessoas caminhando pela rua em


meio a condições precárias de saneamento, que resultam na degradação do estado
das calçadas. Além disso, é evidente a presença de vegetação inadequada, o que
acarreta problemas como a proliferação de insetos e representa um risco para a vida
dos moradores da região de Ceilândia.

Essa situação alarmante pode ser comprovada por meio de pesquisas e


estudos que abordam a relação entre saneamento básico inadequado e seus
impactos na qualidade de vida.

Além disso, o artigo publicado pela ABC (2019) destaca que a vegetação
inadequada nas calçadas contribui para a formação de criadouros de insetos, uma
63

vez que proporciona locais propícios para o acúmulo de água parada. Isso se torna
um grave problema de saúde pública, pois esses insetos podem transmitir doenças
graves, como a febre amarela.

A valorização e preservação das calçadas como parte integrante da


infraestrutura urbana são fundamentais para promover a qualidade de vida, a
segurança e a inclusão de todos os cidadãos. Ações de conscientização,
investimentos em manutenção e fiscalização são necessários para garantir que as
calçadas sejam espaços seguros, confortáveis e acessíveis para os pedestres.Para
reverter esse quadro, são necessárias ações conjuntas entre poder público,
moradores, estabelecimentos comerciais e sociedade civil. Investimentos em
infraestrutura urbana, conscientização sobre a importância da acessibilidade e
fiscalização efetiva são medidas fundamentais para melhorar a situação das calçadas
em Ceilândia e promover uma cidade mais inclusiva e segura para todos.

6.4.3 PROPOSTA DE REVITALIZAÇÃO URBANA

A proposta é revitalizar o espaço público da praça, que atualmente se


encontra em um estado praticamente abandonado e sem reformas, resultando
em uma imagem deteriorada e pouco atrativa para o meio urbano. A localização
em frente a uma igreja católica oferece uma oportunidade de aproveitar o
espaço para a convivência dos habitantes e frequentadores da igreja.Um dos
principais problemas enfrentados nesse local é a precariedade da iluminação,
o que contribui para o aumento de vandalismo e a formação de pontos de venda
e consumo de drogas na praça, gerando um aumento da violência no entorno.

Para combater a criminalidade e criar funções sociais para a


população local, é necessário oferecer oportunidades de lazer, prática de
atividades físicas e momentos de interação social entre os moradores. Uma das
intervenções propostas é melhorar a iluminação do local, tornando-o mais
seguro e desestimulando a prática de atividades ilícitas.
64

Além disso, sugere-se atribuir novas funcionalidades aos espaços


vazios da praça, visando ressignificar sua utilidade como área de lazer. Por
exemplo, parte do estacionamento existente pode ser transformada em um
bicicletário e bancos de espera. Também é possível inserir opções de
alimentação, como food trucks e lanchonetes, proporcionando uma área de
convivência e estimulando o comércio local.

Para as crianças, sugere-se a criação de um playground com areia,


que estimule sua interação e diversão. E para incentivar a prática de exercícios
físicos, pode-se incorporar equipamentos de ginástica ao ar livre (PECs).

Dessa forma, a revitalização da praça propõe transformar o espaço


em um local seguro, atrativo e funcional, proporcionando oportunidades de
convivência, lazer e prática de atividades físicas para os moradores e
frequentadores da região.

Imagem 23 – Vista de cima da praça

Fonte: Google Maps


65

Imagem 24 - Revitalização da praça

Fonte: Autoria propiá

7 ESTUDO DO TERRENO

7.1 CARATERIZAÇÃO DO TERRENO

O terreno selecionado para o projeto está situado na St. O Qno 14,


em Ceilândia, e possui uma localização estratégica em frente à BR-070. Seu
entorno imediato é marcado por estabelecimentos comerciais e prestadores de
serviços, como a estação terminal de Ceilândia, que se encontra atrás do lote.

Além disso, o terreno proporciona acesso conveniente ao outro lado


da rodovia por meio de uma passarela elevada localizada em frente ao lote.

No que diz respeito à classificação de uso do solo, o lote está


cadastrado como CSIIR 2 de acordo com o LUOS (Lei de Uso e Ocupação do
Solo). Essa classificação indica que o terreno se enquadra em uma categoria
intermediária, permitindo a realização de um ou mais usos permitidos, seja de
forma isolada ou simultânea.
66

O conhecimento detalhado das diretrizes estabelecidas pelo


município de Ceilândia é essencial para uma adequada concepção e execução
das atividades no local, promovendo um ambiente urbano sustentável e em
conformidade com as políticas públicas.

Imagem 25 – Vista frontal do lote

Fonte: Google Earth

Imagem 26 – Vista lateral do lote

Legenda: Google Earth


67

Imagem 27 – Vista da Passarela em frente ao lote

Legenda: Google Earth


Imagem 28 – Estação terminal de ónibus

Legenda: Google Earth

7.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES

1. Recepção e Área Administrativa:


- Recepção: 30 m²
- Sala de Administração: 20 m²
- Sala de Reuniões: 25 m²
68

2. Espaços de Exposição:
- Galeria de Arte: 100 m²
- Espaço para Exposições Temporárias: 80 m²

3. Auditório:
- Auditório com capacidade para 100 pessoas: 150 m²
- Palco e camarins: 50 m²

4. Salas de Atividades e Oficinas:


- Sala Multiuso para Oficinas: 80 m²
- Sala para Aulas de Dança: 60 m²
- Sala para Aulas de Música: 40 m²
- Sala para Aulas de Artes Plásticas: 50 m²

5. Biblioteca e Espaço de Leitura:


- Biblioteca: 100 m²
- Área de Leitura e Estudo: 60 m²

6. Espaço Cultural para Apresentações:


- Espaço para Pequenos Concertos e Performances: 120 m²

7. Café/Restaurante:
- Área para Café/Restaurante: 80 m²
- Cozinha: 40 m²

8. Áreas de Circulação e Sanitários:


- Corredores e áreas de circulação: 150 m²
- Sanitários (incluindo acessibilidade): 60 m²

9. Espaços de Armazenamento e Apoio:


- Depósito de Equipamentos: 50 m²
- Sala de Materiais e Suprimentos: 40 m²
- Área de Serviço: 30 m²
69

10. Áreas Externas:


- Praça e Espaço ao Ar Livre: 500 m²

- Estacionamento: 500 m²
REFERÊNCIAS

BEATLEY, T. (2011). Biophilic cities: Integrating nature into urban design and
planning. Island Press. Acesso em: 8 maio 2023.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Atlas do Distrito Federal. Brasília: MMA, 2010.
Acesso em: 8 maio 2023.

BROWNING, W. D., Ryan, C. O., & Clancy, J. O. (2014). 14 patterns of biophilic


design: Improving health and well-being in the built environment. New York: Terrapin
Bright Green LLC. Acesso em: 8 maio 2023.

. Biophilic design
patterns: Emerging nature-based parameters for health and well-being in the built
environment. International Journal of Architectural Research, 8(2), 62-76. Acesso em:
8 maio 2023.

HUNGERFORD, H. R., & Volk, T. L. (1990). Changing learner behavior through


environmental education. The Journal of Environmental Education, 21(3), 8-21.
Acesso em: 8 maio 2023.

INMET. Instituto Nacional de Meteorologia. Disponível em: http://www.inmet.gov.br/.


Acesso em: 8 maio 2023.

JENSEN, B. B. (2002). Knowledge, action and pro-environmental behaviour.


Environmental Education Research, 8(3), 325-334. Acesso em: 8 maio 2023.

KELLERT, S. R. (2012). Birthright: People and Nature in the Modern World. New
Haven, CT: Yale University Press. Acesso em: 8 maio 2023.

KELLERT, S. R., HEERWAGEN, J. H., & MADOR, M. L. (2008). Biophilic design: The
theory, science, and practice of bringing buildings to life. John Wiley & Sons. Acesso
em: 8 maio 2023.
71

PAULINO, Jorge Luiz; ALVES, Márcio; CAVALCANTI, Enilson Palmeira. Análise das
características climáticas do Distrito Federal e entorno. Revista Brasileira de
Climatologia, v. 6, p. 55-72, 2010. Acesso em: 8 maio 2023.

SANTOS, Luciano José dos. Clima e Vegetação do Distrito Federal. Brasília:


Embrapa, 2007.

SOUZA, Moacir de; VASCONCELOS, Cid Edson. Características climáticas do Distrito


Federal. Revista Brasileira de Geografia Física, v. 5, p. 358-367, 2012. Acesso em: 8
maio 2023.

TAYLOR, A. F., KUO, F. E., & SULLIVAN, W. C. (2002). Views of nature and self-
discipline: Evidence from inner city children. Journal of Environmental Psychology,
22(1-2), 49-63. Acesso em: 8 maio 2023.

TILBURY, D., COLEMAN, V., & GARLICK, D. (2005). A National Review of


Environmental Education and its Contribution to Sustainability in Australia: School
Education. Australian Government Department of the Environment and Heritage.
Acesso em: 8 maio 2023.

Você também pode gostar