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Universidade de Brasília

Faculdade da Ciência da Informação


Curso de Museologia
Orientadora: Drª Andrea Considera Fernandes
Orientando: Gabriel Dourado Fernandes - Mat.: 170142647

Artigo:

BASTOS, R. L. ARQUEOLOGIA PÚBLICA NO BRASIL: NOVOS TEMPOS. In: MORI,


V. H. et al. (Org.). Patrimônio: atualizando o debate. São Paulo: 9ª SR/IPHAN,
2006. p. 155-168.

Introdução (pp.2)
- O autor aborda questões eixo que predominam sobre arqueologia pública
e sua conservação: Como e de qual maneira a sociedade, principalmente a
que está volta de sítios arqueológicos, deve reconhecer e se apropriar do
patrimônio arqueológico, ou seja, qual a ‘‘alternativa verdadeira de
preservação’’?

- Em seguida o autor explica que a relação entre arqueologia pública e


educação patrimonial é essencial.
- pág. 3: “A educação patrimonial, trata-se de um processo permanente e
sistemático de trabalho educacional centrado no Patrimônio Cultural
Arqueológico como fonte primária de conhecimento e enriquecimento
individual e coletivo. A partir da experiência e do contato direto com as
evidências e manifestações da cultura, em todos os seus múltiplos
aspectos, sentidos e significados, o trabalho de educação patrimonial
busca levar as crianças e adultos a um processo ativo de conhecimento,
apropriação e valorização de sua herança cultural, capacitando-o para
melhor usufruto destes bens, e propiciando a geração e produção de
novos conhecimentos, num processo contínuo de criação cultural.”
- pág. 4. “A educação patrimonial deverá ser entendida com um
instrumento de "alfabetização cultural" que possibilita o indivíduo fazer
uma leitura do mundo que o rodeia, levando-o à compreensão do universo
sócio-cultural e da trajetória histórico-temporal em que está inserido .Este
processo leva ao reforço da auto-estima dos indivíduos e comunidades e à
valorização da cultura brasileira, compreendida como múltipla e plural.”
- No final do tópico de introdução, Rossano, comenta que os projetos da
“arqueologia de contrato” não contemplam todos os requisitos básico para
ampliação de projetos desenvolvimentistas, no que tange a
responsabilidade social da expansão empreendedora.
- Um termo que é usado na página 5, que expõe boa parte da preocupação
com o patrimônio arqueológico é do “cidadania cultural” para as
comunidades que estão a volta dos sítios descobertos.
- Outra advertência que o autor coloca é a destinação dos materiais
arqueológicos coletados estarem sobrecarregando instituições de guarda,
no caso universidades públicas, por falta de responsabilidade com os bens
encontrados.
- pág. 6 “O empreendedor deve destinar recursos às instituições que se
propõem a aceitar a guarda dos materiais provenientes das pesquisas,
para que elas construam reservas técnicas e paguem conservadores, e
que grandes acervos venham sempre acompanhados de um projeto de
usos múltiplos”
- pág. 7 “O IPHAN tem aberto estas possibilidades as instituições,
principalmente as pequenas, para tomarem conhecimento dessas
oportunidades e de fazer os empreendedores entenderem as necessidades
de destinar recursos às instituições que ficarão com a guarda dos
materiais, tirando este peso do ombro dos arqueólogos contratados e
evitando a sobrecarga das grandes instituições. Corrobora com esta idéia
o fato de ser também um modo de permitir que as coleções fiquem
próximas aos locais de onde foram retirada, incorporando definitivamente
as recomendações internacionais de repatriamento de materiais
arqueológicos [...] cerca de 2% das autorizações de pesquisa dadas pelo IPHAN
desde que assumimos a Coordenação de Arqueologia referem-se a projetos
acadêmicos, infelizmente”
- Em outros tópico o autor aborda a questão da possibilidade de turismo do
patrimônio arqueológico, como forma de preservação e retorno para a
comunidade, seja ele social, cultural ou econômico. Como exemplo usa o
caso da musealização do patrimônio arqueológico encontrado na Serra da
Capivara, pelas pesquisa de Niéde Guidon.
- Pág. 8 “O turismo arqueológico é uma alternativa de preservação que deve ser
levado em consideração sempre que possível , pois é fonte permanente de
recursos, de empregos, e de envolvimento comunitário, além de exigir constante
manutenção da base dos recursos culturais arqueológicos, categoria chamada de
turismo arqueológico auto-sustentável, pois procura sobretudo, preservar o
objeto de visitação [...] A exploração do turismo arqueológico no Piauí
apresenta-se hoje como um importante veículo de desenvolvimento
sócio-econômico do Estado.
- Nas conclusões o autor cita exemplos em pesquisa arqueológica de
Sedgedord, que envolveram a comunidade e reafirma a necessidade e
suas conquistas que impactaram e envolveu quem estava à sua volta.
- - Pág. 10. “No Projeto de Pesquisas Arqueológicas e Históricas de Sedgeford,
conduzido pelo autor, participaram ativamente entre 50 e 75 voluntários. A
comunidade foi encorajada a participar em todos os níveis, o que foi crucial em
três sentidos: primeiro, levou uma ampla parcela da população a apreciar o
“contato com o passado”; Segundo, o entusiasmo local assegurou a continuidade
das pesquisas, inclusive em termos de financiamento; Terceiro, a recuperação do
patrimônio tornou-se um processo vivo, no qual uma grande variedade de
interesses e perspectivas enriqueceu o processo de pesquisa arqueológica [...] A
experiência do autor mostrou que novas idéias surgiram, enriquecendo a
pesquisa, que deixou de ter uma postura positivista-empiricista, para adquirir um
caráter dialético, que reforçou no autor a importância de projetos baseados nas
comunidades locais.”
- Pág. 11.
- “Aqui devemos avançar para conquistas mais ousadas que conquistem a
simpatia e o respeito das populações locais com relação ao seu
entendimento dos benefícios que podem advir da apropriação e
acessibilidade por todos do patrimônio arqueológico”.
- Por fim, Rossano, afirma que novas formas de agir com o patrimônio
arqueológico deve ser necessário para a afirmação de identidades
culturais nacionais, na sua maior diversidade e complexidade, e que para
isso é preciso com que a comunidade e o(s) órgãos de preservação
estejam unidos, fundamentados em uma educação patrimonial, para que
o processo progressista-positivista não destrua mais bens arqueológicos.
- pág 12. “A nossa perspectiva hoje de deixar a barbárie e caminhar na
edificação permanente da cidadania cultural, seguramente passa pela
reinvenção da nossa História e nesse contexto a arqueologia, e o
patrimônio cultural arqueológico tem papel de destaque, pois é
concretamente uma fonte de conhecimento apta a mudar paradigmas
historicamente impregnados no senso comum, e nas representações
sociais [...] A nossa barbárie se estende inevitavelmente à nossa
memória, e a destruição do nosso patrimônio arqueológico, por ser este,
expressão materializada das marcas do nosso passado, cuidamos também
de apagá-lo, em todas as suas formas e manifestações, pois não atendiam
aos anseios vigentes.”
- pág. 15. “[...] é preciso não só emprestar agilidade ao IPHAN, mas
também apostar numa política de multiplicação de parcerias de forma a
fortalecer os entes federativos que devem ser co-responsabilizados nesta
tarefa [...] A normalização das políticas públicas de proteção e gestão do
patrimônio arqueológico, devem ser urgentes e vir acompanhadas de uma
descentralização dos procedimentos, como forma de aproximar e
comprometer mais as unidades descentralizadas do IPHAN com a variável
arqueológica do patrimônio cultural.”
- pág. 16 “O viés da educação patrimonial, representações sociais e a
pesquisa arqueológica com a participação de grupos vulneráveis, enseja
uma transformação, que busca um novo paradigma para a ciência da
pós-modernidade.”

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