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Relatório Individual de Programação e Produção Cultural

Evento GPS STORIES(3ºedição)

Nome: André da Silva Couto 3200586

Curso: Gestão do Património Cultural (Regime Diurno)

Unidade Curricular: Programação e Produção Cultural

Docentes: José Rosário Barbosa e Pedro Silva

Ano: 2022/2023
INTRODUÇÃO

O relatório individual de Programação e Produção Cultural é uma reflexão das matérias


abordadas nas unidades curriculares anteriores de Gestão Cultural I, no que toca a questões do
perfil do Gestor do Património e o que o mesmo tem que fazer para que o seu trabalho
individual e em equipa funcione bem, e da presente unidade curricular de Programação e
Produção Cultural que nos ensina de uma maneira mais prática como organizar e produzir certo
evento cultural. Nesta unidade curricular foi-nos proposto a programação e produção de um
evento de cariz cultural denominado de GPS STORIES e que ocorre na Escola Superior de
Educação do Porto e que é organizado pelos professores e alunos desta unidade curricular e
com isto foram formados diversos grupos que ao longo do semestre foram tendo diversas
tarefas que culminaram no evento, que se realizou dia 15 de Dezembro.

Este relatório tem como objetivo abordar matérias teóricas sobre os temas de programação e
produção cultural, que foram algumas ensinadas durante as aulas e também através da pesquisa
bibliográfica autónoma. Também tem como objetivos, falar sobre o trabalho prático que se fez
durante a programação do evento e as tarefas que cada aluno do grupo em que me inseri teve e
por fim, abordar a produção do evento ou seja, o que se fez durante o evento desde
acompanhamento de convidados, streaming do evento, opinião do evento, entre outros.

Como bibliografia, utilizei os conteúdos dados na aula e a bibliografia proporcionada pelos


docentes Pedro Silva e Rosário Barbosa e a experiência prática.

Este trabalho está organizado pela introdução, definição de programação cultural, definição de
produção cultural, programação na sala de aula, produção do evento, teor do evento, opinião e
conclusão.

Palavras-chave: Programação, produção, evento, cultura, grupo, prática.


1. Programação Cultural

Programar é organizar ou estabelecer um programa ou programação de certa coisa. A


programação aplica-se ao conjunto dos programas, projetos de trabalho de uma determinada
empresa ou instituição para serem executados em determinado período de tempo, apontando
para uma ampla prática da atividade de programar. “Programar é escolher e gerir um conjunto
de informação em prol de um fim que procurará ir de encontro à missão de cada
estrutura”(LOPES,2020,p.81). Normalmente, existe um líder que delega tarefas e gere todos
os recursos para que todos os pormenores sejam revistos e tratados que pode ser conhecido
como o programador cultural. O programador cultural também é muitas vezes o mediador entre
o artista e o público.

O conceito programação há muito tempo que faz uma ponte com a cultura. A programação
cultural é o planeamento de determinado evento cultural em que o objetivo é prestar um serviço
público. Através de diferentes metodologias na programação cultural, adapta-se certo espaço a
uma nova realidade conforme o tema do evento, onde programador faz uma mediação entre a
linguagem dos artistas e a dos públicos, utilizam um espaço para fazer valer a sua opinião
fundamentada, para transmitir a sua visão do mundo, produzem material informativo sobre as
obras. “A atividade do programador poderá contribuir para estimular a comunicação e o
pensamento entre quem usufrui dos produtos finais” (LOPES,2020,p.144-145). O carácter da
programação cultural é comum a todas as artes performativas (teatro, música, dança, circo) e
artes visuais, assim como de cinema e rádio-televisão. Para que uma programação cultura corra
bem é necessária um trabalho em equipa, espírito de entreajuda e deve-se exigir determinadas
competências dos colaboradores envolvidos no projeto do evento, tais como, proatividade,
organização, responsabilidade e criatividade. Tudo isto contribui para que o evento cultural
transmita algo de positivo ao público.

O papel do programador cultural é de um intermediário que faz a articulação entre o campo da


produção e da receção cultural, cruzando para o efeito as diferentes esferas sociais e que tem
como função selecionar sobre o conjunto da oferta os espetáculos a apresentar no contexto da
organização de divulgação cultural em que se insere. “É o agente de uma reflexão e codificação
da realidade, participando desse modo na construção de uma memória coletiva e na definição
de uma verdade particular” (LOPES,2020,p.13). A atividade do programador cultural em
Portugal ainda se encontra em constituição, por via da multiplicação dos locais de atividade ao
longo da última década. Apesar de, por vezes, se verificar uma utilização quase aleatória dos
termos programador cultural, diretor artístico e gestor cultural, admite-se as suas diferentes
conotações, respetivamente, maior envolvimento no ato de escolha de uma ideia de cultura e
sua mediação junto da administração e dos públicos, na produção da proposta artística e o
administrador de recursos na sequência de uma estratégia.

A programação cultural tem um grande problema e isso vê-se muito em Portugal, que é a
generalização ou seja, há uma tendência dos programadores culturais para escolher e aglomerar
mensalmente a oferta dos produtos e serviços culturais existentes. Isto é, estas programações
generalistas são concebidas com falta de seriedade e raciocínio e que não é para agradar
ninguém em especial. “O problema coloca-se quando se pretende que o lugar da cultura nas
cidades (das práticas artísticas, do conhecimento, do pensamento,…), seja exatamente o
oposto: transformar valores, referentes e hábitos culturais “monoteístas”, fornecer capacidades
críticas e ferramentas cognitivas, engendrar modos de intervenção na vida pública, motivar a
presença de imaginários alternativos, etc, etc…”(MATOSO,2013,p.2). Por fim, outro dos
problemas da programação é não ter atenção à diversidade sociocultural da cidade e não
explorar o potencial este público das minorias, imigrantes, favorecendo apenas aqueles que são
os consumidores habituais da cultura. É preciso resolver isto inovando nas programações
culturais, planear programações culturais mais variadas e específicas para certo público.

2. Produção Cultural

A produção cultural é a etapa seguinte à programação cultura. É aplicar o que se planeou na


programação cultural na produção do evento cultural. Produção cultural é um conjunto de
práticas que abrange, mas não se limita a: elaboração de projetos culturais, captação de recursos
financeiros, planejamento, execução, coordenação, divulgação, prestação de contas e
supervisão dos resultados. Em outras palavras, é o conjunto de práticas que tem por objetivo
transformar uma ideia em um bem cultural conhecido pelo seu público-alvo. A produção
cultural “depende de uma rede de pessoas que são envolvidas em todas as etapas de um
processo, que passa pela criação, pela execução, pela difusão até chegar à fruição da obra
artística pelo público. No entanto, essas redes precisam ser geridas e conduzidas, de forma a
fazê-las chegar a resultados de execução bem realizados, trabalho esse que é feito pelo
produtor/gestor cultural”(ARRUDA&FERREIRA,2019,p.4).

O trabalho ligado ao campo da produção cultural mobiliza tanto os recursos pessoais, como
esforço físico e conhecimento acumulado, quanto os coletivos, como equipamentos técnicos,
formas de financiamento da cultura e a troca de experiência entre os pares, fazendo com que
haja um profundo envolvimento do trabalhador com aquela atividade profissional. “Esse tipo
de trabalho, por suas próprias características, não pode prescindir de padronizações rotineiras,
mas deve manter-se “imprevisível e neste sentido portador de novidade”(citado em
MENGER,2005, ARRUDA&FERREIRA,2019). A produção cultural funda-se em propostas
tão diferenciadas quanto as formas de arte ou o turismo cultural, a edição de livros escolares
ou os meios de comunicação, o design ou a publicidade.

A pessoa que realiza o trabalho é o produtor cultural, que pode tanto abraçar todas as funções
quanto distribuí-las entre profissionais de áreas específicas. Um produtor cultural está
envolvido em todas as etapas de um projeto artístico e cultural, desde a captação de recursos
até a apresentação final e avaliação dos resultados. Ele faz a ponte entre os setores de criação
artística e de gestão de um projeto cultural. O papel do produtor pode parecer confuso e
infindável. De uma forma simples pode-se definir o produtor como o responsável por
desenvolver um bom espetáculo, a tempo e no orçamento planeado. O trabalho do produtor
permite organizar e desenvolver a produção através de uma multiplicidade de recursos
financeiros, materiais, técnicos, humanos, tornando viável um projeto, concretizando os
processos de imaginação e invenção desenvolvidos pelo criador.

3. Programação e trabalho de grupo em sala de aula

Foi-nos proposto a realização da 3ª edição do evento GPS STORIES, um evento de cariz


cultural, universitário e sem orçamento, desta vez com o tema de migrações entre Portugal e o
Brasil. Durante a programação do evento, foi feito todo um trabalho de grupo na sala de aula
em que cada grupo teve várias tarefas com o mesmo propósito e tarefas também que só cabiam
a um grupo como o caso do nosso. A distribuição por pequenos grupos de cerca de 4 pessoas
acabou por permitir uma boa organização das ideias e, dessa forma, todos conseguimos e
tivemos a oportunidade de sermos ouvidos. No trabalho de sala de aula, foi feito tanto um
trabalho de pesquisa como um trabalho prático.

No trabalho de sala de aula, começou-se por organizar as pessoas em grupos, depois foi dada
a tarefas de ter ideias para o título do evento, temas, atividades a realizar, conceitos sobretudo,
ideias espalhadas que fossem ajudando a perceber o que se ia fazer no geral no evento. De
seguida, dois delegados de turma, reuniram toda a informação de cada grupo e compilaram-na
num documento único. Este documento único permitiu não só uma melhor visualização de
todas as atividades propostas, como também uma forma de comunicação entre a turma de 3º
ano de GPC do regime diurno com a turma do regime pós-laboral. Após a análise de todas as
atividades sugeridas para o dia do evento, toda a turma debateu e acabou por concordar num
horário para as distribuir, elaborando dessa forma o programa previsto. Depois, cada grupo
ficou responsável pelo estudo das atividades que lhe foram atribuídas, bem como, se
necessário, contactar algumas entidades ou pessoas para intervirem ao longo do dia do Evento
no contexto dessas atividades como, por exemplo, conferências, workshops, exposições,
concertos, coffee breaks, etc.

O meu grupo trabalho, formado por mim, João Santos, David Rodrigues e Tiago Almeida,
ficou responsável por contatar possíveis parceiros e patrocínios. No meu caso, eu como não
sou de Portugal Continental, sou dos Açores, não conheço ninguém aqui por isso, não contatei
nenhuma possível parceria. De seguida, tivemos tarefas como, contactar antigos alunos e
alunos brasileiros atuais da ESE e também a Comunidade brasileira no Porto, mais
concretamente o Consulado Geral do Brasil para participarem do evento. Nesta tarefa eu ajudei
os meus colegas a mandar os emails para os respetivos alunos. Para todos eles foi preciso
mandar outro email para obter a sua autorização para poder utiliza a sua imagem e outras
informações. Depois, como uma tarefa mais à parte da função do nosso grupo, ficámos
responsáveis por juntar várias títulos de livros disponíveis na biblioteca da ESE de dois autores,
Vitorino Nemésio e Manuel Alegre, para serem utilizados na exposição da biblioteca de autores
brasileiros e autores portugueses. A principal função do nosso grupo para este evento foi o
“streaming” do evento ou seja, transmissão ao vivo do evento e de cada atividade que se
realizaria. Como preparação prévia para isto, tivemos que contatar o inED, que é a plataforma
responsável pela transmissão de todas as conferências, seminários da ESE e dos anteriores GPS
STORIES. Falámos com o inED para obter os dados para poder entrar no youtube, onde será
transmitido o evento ao vivo. Depois, tivemos que decidir como iríamos filmar por isso, fomos
ao auditório e a todos os sítios que iriam ocorrer atividades para ver qual seriam os sítios
estratégicos para podermos filmar. De seguida, instalámos os programas devidos para
podermos utilizar e mudar os layouts da transmissão conforme a atividade a se realizar. Além
disso, fizemos todos os layouts para a transmissão. Por fim, testámos tudo para ver se
funcionava na live do youtube. Depois fomos ao auditório preparar tudo para as conferências
e para isso aplicámos previamente todos os layouts para que no dia do evento estivesse tudo
preparado.
Durante a programação e trabalho de sala de aula foi importante a gestão e divisão de tarefas,
boa comunicação entre os membros do grupos, esforço e dedicação, trabalho em equipa e
trabalho autónomo em casa.

Para o evento, o meu grupo dividiu-se em dois, um grupo ficaria no auditório para a transmissão
de todas as conferências e o outro iria andar pela escola a transmitir as demais atividades.
Durante o evento, ficámos encarregues por filmar cada atividade e acompanhar para ver se tudo
corria conforme o esperado ou seja, ver se a transmissão estava a funcionar, se estava lenta ou
não, se o som estava bom, garantir que ninguém se punha à frente da transmissão, entre outros.
Para que a transmissão corresse bem foi essencial a comunicação entre as duas partes do grupo
porque era necessário comunicar uns com os outros para que se fizesse a transição da
transmissão ou seja, que se desligasse a transmissão num computador para iniciar noutro.

4. Opinião

Na minha opinião, planear este evento foi uma boa experiência pois deu-me uma ideia do que
é necessário fazer para que um evento corra bem. Acredito que o meu grupo trabalhou muito
bem em equipa, demo-nos muito bem, o que contribuiu para que a parte da transmissão
funcionasse em boas condições. Quanto à transmissão acho que correu tudo bem com alguns
imprevistos que são difíceis de evitar como, na biblioteca em que a conexão de internet era
bastante fraca para a transmissão.

O evento em si acho que é preciso ser feita uma divulgação melhor previamente ao dia do
evento através das redes sociais da ESE, associação de estudantes da ESE, entre outros, pois
muitas pessoas passavam pelo auditório e por outros sítios onde decorria o evento e não sabiam
do que se tratava e perguntavam o que estava a decorrer, para além das muitas pessoas que
passavam à frente do auditório a pensar que tinham aula lá quando realmente não tinham.
Também acredito que seja preciso fazer uma divulgação melhor para que mais pessoas sem ser
da turma que organiza o evento, os professores e os convidados, participem nas atividades do
evento. Para além disto, do meu ponto de vista o evento correu muito bem, houve uma grande
variedade de atividades que enriqueceram o evento e permitiram aos alunos de programação e
produção cultural de saírem satisfeitos e realizados.
CONCLUSÃO

Concluindo, neste relatório abordei um conteúdo mais teórico sobre a programação e produção
cultural e depois abordei o que foi feito na prática na sala de aula desde o brainstorming de
ideias para o evento, passando pelo trabalho de grupo em sala de aula, até à produção do evento.

Esta unidade curricular ensinou-me bastante de uma forma muito mais prática qual é o trabalho
de um profissional que ajuda a organizar um evento, programa e produz o mesmo, ensinou-me
a importância de trabalhar em equipa para que tudo funcione bem tanto na preparação e
planeamento prévio de um evento, como durante o evento. Esta unidade curricular demonstrou
o que pode ser uma das tarefas no meu futuro e dos meus colegas como futuros gestores do
património cultural. Considero esta UC uma das mais importantes da Licenciatura em termos
de obtenção de experiência na área cultural. Esta UC também me ensinou que mesmo sem
verba tudo é possível, é só preciso esforço e dedicação e negociar de maneira inteligente com
as pessoas certas e assim consegue-se por vezes as coisas de graça em troca de divulgação por
exemplo. E no fim conseguiu-se mesmo tudo sem gastar um cêntimo e o evento GPS STORIES
foi bem estruturado e foi um sucesso.
BIBLIOGRAFIA

ARRUDA, Carmen & FERREIRA, Cynthia(2019). A CONSTRUÇÃO DE FUTUROS PARA


A PRODUÇÃO NA CENA CULTURAL CONTEMPORÂNEA. XV ENECULT - Encontro de
Estudos Multidisciplinares em Cultura. Brasil: Salvador, Bahia.

MATOSO, Rui(2013). Em louvor da programação cultural irreverente. Esquerda.net.

LOPES, Eliana(2010). PROGRAMAÇÃO CULTURAL ENQUANTO EXERCÍCIO DE


PODER. Dissertação de Doutoramento em Ciências da Comunicação. Lisboa: Faculdade de
Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

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