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Síntese da Análise/Recensão

O nome dado ao projeto, “Avivar as memórias”, é bastante original, pois baseia-


se numa atividade que estaria a ser desenvolvida no local de estágio, onde foi criado o
nome.
O local de estágio apresenta bastantes fragilidades, tais como a falta de visitas ao
mesmo ser cada vez mais habitual, o que acontece devido à escassez de
iniciativas/projetos, bem como à falta de relações intergeracionais. Contudo, o projeto
visa solucionar alguns destes problemas.
O projeto acarreta alguns custos, pelo que a sua realização pode estar em causa
devido à falta de recursos financeiros. Mas o facto de a autora deste projeto residir no
mesmo concelho onde o museu se situa é um fator bastante importante, pois tem outro
tipo de conhecimento, bem como outras iniciativas para poder dinamizar com a “sua
comunidade”.
Ao longo do tempo as parcerias deveriam ser renovadas, porém, tal não
acontece. Era bastante importante para que houvesse uma diversidade de público-alvo, e
não se tornasse as visitas tão monótonas, pois as parcerias ao serem sempre as mesmas,
as pessoas inseridas também serão, o que pode ser visto como um problema.

«Avivar Memórias» tem como público-alvo toda a população/comunidade


arouquense/de Arouca. Assim sendo, os destinatários do projeto não têm uma faixa
etária definida. Estes devem participar, sendo agentes ativos e dinâmicos. Os próprios
encontros intergeracionais, isto é, várias gerações, são uma ferramenta pedagógica
criativa que promoverá a interação entre as mesmas.

O projeto assenta, então, na promoção de técnicas participativas, que são


técnicas que visam a capacitação e o empoderamento do ser humano. É essencial que
todos os intervenientes no projeto estejam integrados no desenvolvimento do mesmo.
Cada um deve ser e sentir que é parte integrante, uma vez que todos têm um papel
influente no desenvolvimento das suas capacidades.

A recolha de dados também tem como base uma observação participante por
parte dos envolvidos.

O projeto de Maria Coelho pretende que a população de Arouca conheça mais a


fundo a história local, bem como o seu próprio percurso. A história de Arouca está
então ligada ao mundo rural, ao cultivo da terra e a compreender o passado e olhar o
presente.

A divulgação do património do concelho é outra meta estabelecida, sendo


arqueológico e geológico. Esta faz-se através de visitas ao Museu Municipal de Arouca,
dinamização de atividades intergeracionais que fomentarão o desenvolvimento cultural
dos cidadãos arouquenses e, assim, manterão vivas as memórias e tradições. A base da
pedagogia do projeto assenta nos valores de uma cidadania ativa e participativa.

O museu e as atividades serão fontes de informação essenciais. O museu pode


ser visitado por qualquer um, há atividades que promovem a sua visita e o espaço é
lúdico, não tendo número certo de participantes.

A autora do projeto, Maria Coelho, apresentou um diagnóstico inicial onde


apresentou os principais problemas, quer quantificados, quer qualificados. São eles a
escassez de iniciativas que promovam que promovam a visita ao Museu; as relações
interpessoais distantes entre gerações; os baixos estímulos ao desenvolvimento cultural
e a desvalorização/esquecimento dos saberes tradicionais.

Para cada problema definiu causas prováveis, sendo elas insuficiência de


atividades lúdicas e educativas e inexistência de recursos humanos; reduzida interação
entre gerações; interesse restrito na cultura de Arouca e reduzido conhecimento sobre os
saberes tradicionais, respetivamente. Além do mais, referiu os grupos da população
mais afetados com os problemas apresentados, os recursos disponíveis e as necessidades
identificadas.

Relativamente a objetivos, o projeto apresenta três objetivos gerais e nove


objetivos específicos. Os objetivos gerais são educar para a identidade local, promover e
valorizar o património local e valorizar os saberes tradicionais da população sénior. Já
os objetivos específicos são estimular a participação ativa no desenvolvimentos pessoal
e cultural, dinamizar intervenções pedagógicas de animação lúdica, impulsionar o
conhecimento de alguns saberes tradicionais, desenvolver uma consciencialização para
a importância da cultura local, reforçar a ligação da comunidade ao museu, fortalecer as
relações interpessoais entre gerações, envolver a comunidade em intervenções
socioeducativas de cooperação, desenvolver a compreensão da história da ruralidade de
Arouca e potenciar um aumento da autoestima dos mais velhos.
Para a realização do projeto foram necessários recursos humanos, recursos
matérias e recursos financeiros. Nos recursos humanos encontramos a estagiária do
curso de Animação Socioeducativa Marisa Coelho, a sua tutora de estágio Isabel
Rodrigues, pessoas que trabalham no Museu, Cristina e Helena, e por fim, os
destinatários que é a comunidade. Os recursos matérias estão divididos em material de
cultura, bibliografia, matérias de áudio, vídeo e informático, material de consumo,
papel, canetas, lápis, cassetes, fotocopias, policopias de relatórios, e equipamento
mobiliário e maquinaria. O projeto “Avivar Memórias” teve o custo de 280 euros, sendo
que 50 euros foram autofinanciados pela instituição de acolhimento de estágio.

É possível encontrar uma tabela com o nome das atividades, os números de


indivíduos, o destinatário e quando vai ser realizada, no entanto, as atividades não se
encontram devidamente explícitas.

No decorrer do projeto foram apresentadas/realizadas várias dinâmicas, como


por exemplo, Museupapper, Mala Pedagógica, Comemoração do Dia da Mulher, e
Torneio de jogos tradicionais. O último é uma iniciativa bastante interessante, porém,
não é referido para quem se destinava, ou seja, não foi apresentado qualquer publico
alvo. Em relação às outras atividades podemos ver que muitas delas tentam abranger um
número de pessoas bastante elevado, o que pode ser um fator prejudicial para a sua
realização. Ao longo do projeto foram apresentados alguns aspetos “inovadores”, tais
como revitalizar o museu, promover encontros intergeracionais, promover o dinamismo
bem como o companheirismo.
O projeto está bastante bem dividido em relação ao tempo e atividades, contudo,
fevereiro apresenta poucas atividades (Criação do Compadre e Comadre – 10 a 13 de
fevereiro / Carnaval – 15 de fevereiro).
Quando falamos em recursos necessários podemos verificar que a parte que
apresenta um défice é a dos recursos financeiros (Parcerias/Apoios Externos). Os
recursos humanos, são suficientes para se poder realizar um bom trabalho (Estagiária,
Tutora de Estágio, Trabalhadores do Museu, Destinatários), bem como os recursos
materiais (Espólio do Museu, Objetos do Museu).
No que toca à avaliação, segundo a autora do projeto «Avivar Memórias»,
haverá três momentos chave de avaliação: antes de iniciar o projeto (ex-ante), durante a
execução do projeto (on-going) e depois da realização do projeto (ex-post). Serão
baseados numa observação participante, em que será feita uma recolha de dados.
Antes de iniciar o projeto (ex-ante), a autora do projeto deve refletir sobre o que
é capaz de promover; durante a execução do projeto (on-going), deve aperceber-se da
adequação das atividades e, por fim, depois da realização do projeto (ex-post), pode
detetar eventuais falhas ou reformular ajustes.

Os instrumentos de avaliação são sete: registo de presenças, grelha de eficácia,


ficha de observação, dinâmica de avaliação (smiles), diário de campo, conversas
informais e dinâmica de avaliação (tijolos).

A dinâmica de avaliação dos smiles consiste em cada participante avaliar a


atividade consoante um smile, que será afixado num placard. O smile corresponderá à
sua opinião e há quatro diferentes: o “adorei a atividade/muito bom”, o “gostei da
atividade/bom”, o “satisfez-me/suficiente” e o “não gostei/mau”.

A ficha de observação, tal como o próprio nome indica, é uma ficha que contém
questões diretas cujas respostas já se encontram na ficha e, por isso, apenas é necessário
assinalar aquela que corresponde às nossas opiniões/observações. Além das questões, os
destinatários também podem escrever por extenso outras observações, caso as tenham
e/ou queiram apresentá-las.

A dinâmica de avaliação dos tijolos, à semelhança da dos smiles, passa por todos
os participantes colocarem determinado tijolo com determinada cor na casa. Cada tijolo
e respetiva cor corresponde às opiniões. São elas “muito bom”, “bom”, “suficiente” e
“insuficiente”.

A grelha de eficácia é uma grelha a ser preenchida com os resultados e avaliação


dos mesmos, tenho em conta os objetivos correspondentes. Os resultados são avaliados
segundo “não eficaz”, “pouco eficaz”, “eficaz” e “muito eficaz”.

São três os elementos avaliados: o trabalho da estagiária, os destinatários e a


execução da atividade. Já quem avalia ou é a estagiária ou são os destinatários.

Segundo a autora do projeto, o mesmo consiste na divulgação, promoção e


revitalização do património cultural do concelho de Arouca. Este procura a divulgação
do património existente no museu, a dinamização de atividades intergeracionais e o
desenvolvimento cultural de todos os cidadãos arouquenses.

O museu de Arouca procura preservar as memórias e tradições de uma vida


associada à ruralidade e promover o património arqueológico e geológico do concelho.
O projeto “Avivar Memórias” tem como objetivo conhecer mais pormenorizadamente a
história de Arouca e o percurso da sua população.

Concluindo, os principais problemas que o projeto apresenta são a pouca


iniciativa pela visita ao museu da comunidade de Arouca, as relações entre gerações são
muito distantes, os baixos estímulos ao desenvolvimento cultural e a desvalorização dos
saberes tradicionais. Contudo, o projeto não apresenta relatórios de progresso, nem
matérias de divulgação e difusão.

Trabalho elaborado por:

 Ana Carolina Cunha, nº 20180275


 Daniel Brito, nº 2018
 Mariana Mogas, nº 2018

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