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Apoio Administrativo:
Mariana Samartini Coelho
Nayara Oliveira
Introdução 5
I - Apresentação 7
II - Resumo Executivo 7
III - Desenvolvimento dos Trabalhos 8
1 - Abertura 8
2 - Contextualização 9
3 - Painéis 9
4 - Trabalhos em Grupos 20
5 - Grande grupo 25
6 - Encerramento 25
IV - Produtos 26
V - Considerações e Encaminhamentos 29
VI - Avaliação 31
VII - Anexos 34
Anexo 1 34
Anexo 2 36
Anexo 3 38
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Introdução
Pensar a cultura da infância e fomentar a produção de conteúdos,
programas, e metodologias culturais para esse público significa atuar num
momento significativo da trajetória de vida dos sujeitos, ampliando suas
possibilidades de fruição estética e de incorporação de valores éticos.
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I-APRESENTAÇÃO
O segundo dia foi iniciado com as falas Guti Fraga (Nós do Morro) e Ziraldo.
1-ABERTURA
O encontro foi iniciado com a fala da senhora Karen Acioly, criadora, curadora
e diretora artística do 9º Festival Internacional de Linguagem- FIL, dando
boas vindas aos presentes e tecendo comentários a respeito do festival.
2- CONTEXTUALIZAÇÃO
Wellington Nogueira
Fundador e Coordenador Geral Doutores da Alegria
3- PAINÉIS
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3- A Importância da Linguagem Musical
no Desenvolvimento Infantil
José Maria Braga
Diretor da Escola de Música Villa Lobos
O painelista colocou sua trajetória de vida, com riqueza de detalhes, desde suas
dificuldades na escola como criança até como a música o ajudou em sua mudança
de residência do Pará para o Rio de Janeiro, em sua adaptação à nova cultura.
Ressaltou que a escola que dirige faz parte do seu projeto de vida, e que
a música e tudo o que ela lhe ofereceu possibilitou-lhe resgatar o seu
exílio e a sua inserção em todos os grupos. Dessa forma, procura trazer
isto para a sua vida: possibilitar que as pessoas possam se comunicar,
expressar, falar das suas angústias, das suas histórias, dos seus desejos.
Entre os anos de 2007 e 2009 realizamos uma exposição chamada Arte Para
Crianças que foi totalmente pensada, da curadoria ao design expositivo, para
priorizar e acolher o público infantil, crianças a partir de 4/5 anos de idade.
Apesar de ter sido uma exposição, como foi dito acima, totalmente pensada
para priorizar o público infantil, não podemos dizer que a mostra tenha
reunido obras produzidas exclusivamente para esse público, e, muito
menos, que as obras apresentassem um caráter infantil, notadamente
lúdico, ou didático, qualidades que geralmente são associadas à busca de
aproximação com o universo infantil. Nossa opção foi reunir um conjunto
de obras que julgamos de alta qualidade e que apresentasse a diversidade,
a riqueza e a complexidade da chamada arte contemporânea no que
poderíamos chamar “sua plenitude poética”, ou “sua potência poética”.
O projeto Arte Para Crianças surgiu diante de alguns impasses que encontramos
quando - entre 1997/98 na função de Secretário Adjunto de Cultura do Distrito
Federal - no governo de Cristóvan Buarque - buscamos estabelecer uma política
pública para as artes visuais que atendesse a um universo mais amplo de público,
um universo que incluísse também o público infantil. Tais impasses se constituíam
como “mitos” de difícil transposição, ou “pretensas verdades” amplamente
enraizadas nos sistemas culturais e que foram construídas ao longo do tempo.
Esse problema teórico entre os meus pares na época acabou por inviabilizar
a realização de uma exposição específica para o público infantil. Ela
só se tornou possível dentro dos parâmetros teóricos que desejávamos
quase dez anos depois, já trabalhando de forma autônoma.
Nesse ponto talvez pudéssemos listar algumas dessas novas premissas com as
quais tentamos trabalhar e que nasceram literalmente da experiência da arte:
Fala de abertura
Guti Fraga
Diretor Nós do Morro
Ziraldo
Cartunista
Lastima que o livro não faça parte das prioridades da vida dos brasileiros,
o que vê uma consequência do modo de colonização do Brasil, com a
chegada do livro ao país após trezentos anos do descobrimento.
Em seguida fez uma reflexão e análise dos trabalhos do primeiro dia do encontro.
1 Texto produzido para o I Encontro Nacional de Cultura e Infância, realizado no Rio de Janeiro
nos dias 12, 13 e 14 de julho de 2011, no Centro de Referência Cultura Infância (Teatro do Jockey), organizado
pela Secretaria de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura.
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Me permito fazer uma reflexão a partir do que vimos no dia de ontem. José
Maria Braga (Escola Villa Lobos) falou de seu exílio involuntário, destino de
migrante, de alguém que se vê na experiência da margem. De certa forma,
ele está falando dos comportamentos prescritivos e modeladores vigentes
na contemporaneidade. Fala do preconceito dos que estão fora da norma,
dos que diferem dos padrões modelados a partir dos interesses corporativos
– da indústria, do comércio, de tudo aquilo que está a serviço de fomentar
o consumo. Essa experiência narrada por ele é bastante comum expressar-
se no Museu Casa do Pontal. Recebendo crianças da rede pública do Rio de
Janeiro temos tido a oportunidade de ver esses preconceitos se desfazendo e
se transformando a partir da experiência da visita guiada teatralizada. Arte
Popular Brasileira é a arte dos nordestinos? Não somente. É a dos pobres? Muitas
vezes. É a arte dos que quase nunca têm nome e estão à margem? Sim.
Evandro Salles (curador da exposição “Arte para crianças” e artista) nos falou
da complexidade do entendimento e da vivência da arte contemporânea. Tomo
suas palavras emprestadas para falar da recepção da arte popular escultórica.
A arte popular tem uma aparente facilidade de decodificação. Sua comunicação
é imediata no sentido de permitir a articulação de significados. Contudo essa
comunicação fácil pode estar enredada numa teia de pré-conceitos. Afinal “o”
povo é sempre alguém que está distante de nós, que habita um outro território,
sobre quem ouvimos falar, sobretudo de suas carências e faltas. Ou de sua
violência. Cada grupo de estudantes que chega ao Museu Casa do Pontal, que
vem ver a arte do povo brasileiro, traz em sua bagagem cultural maiores ou
menores cargas de pré-conceitos sobre este Outro, que jamais é um de nós.
E, paradoxalmente, não estamos falando apenas de especificidades de classe
social ou pertencimento social. Estamos falando de como essas imposições
dominantes e formais se generalizam e se impõe sobre a própria experiência.
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Juliana Prado, apresenta aos estudantes e professores das redes públicas e
privadas de ensino e aos participantes de projetos sociais aspectos da arte
popular feita no Brasil. O programa potencializa o uso do espaço e promove
o acervo, integrando o museu, a escola e os processos educativos.
Os estudantes, com maior ênfase naqueles que estudam na rede pública, mas não
só, encontram nesse tipo de trabalho um espaço para introduzir o saber não oficial,
que ainda não está na escola nem nos livros, porque se trata de um saber produzido
em meios periféricos. O saber que se aprende em casa – para o bem e para o mal.
Porque há muitas formas de aprendizado e a vida cotidiana está permanentemente
colocando questões que têm que ser estudadas, revistas e aprendidas. Mas,
pode-se dizer: preconceitos também se aprendem em casa! De toda maneira, é
importante a provocação das crianças e jovens para que elas digam o que pensam
sobre o que estão vendo. Quando um preconceito é expresso ele pode ser discutido,
questionado e transformado. Da mesma forma que os saberes não convencionais,
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os saberes regionais, os saberes que nascem na experiência cotidiana podem
encontrar lugar no mundo da formalidade – do qual o museu faz parte.
Mas, sobre isso, ninguém quase nunca é perguntado. Quando chegam ao museu,
sensibilizados por músicas inspiradas nos cancioneiros populares, por convocações
à dança e ao ritmo, os alunos passam a ter o que dizer. É lógico que consideramos
importante que essa experiência seja oferecida a todos os alunos, tanto da rede
pública como da rede particular de ensino. Essas trocas são essenciais, pois o que
está sendo transacionado é um patrimônio comum. Não somos favoráveis a nenhum
tipo de guetização. Mas não podemos deixar de sublinhar que, com a queda da
qualidade do ensino público e com a proliferação das escolas privadas, instalou-se
no país um tipo de segregação social que, como nas sociedades de castas, separa
as pessoas, desde a mais tenra idade, em função de suas posses econômicas.
Para finalizar, lembro que não podemos ser ingênuos, pois não existe
neutralidade nem na educação nem na arte. A educação, assim como a
memória que se escolhe guardar é sempre fruto de uma escolha e de um
tipo de olhar. Escolha que está permanentemente em transformação.
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Ressaltou o significado das diretrizes de trabalho
educativo em uma instituição cultural.
4-TRABALHOS EM GRUPOS
- Estabelecimento do contexto
- Criação de espaço acolhedor
- Exploração de questões significativas
- Estimulação da contribuição de todos
- Promoção da conexão de diferentes pontos de vista
- Escuta conjunta para descobrir padrões,
percepções e questões mais profundas
- Coleta e compartilhamento de descobertas coletivas.
Grupo 1
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Grupo 2
• Assegurar o direito de brincar;
• Reconhecer, apoiar e investir nos grupos, movimentos que fazem
trabalhos de qualidade, consistência, constância para infância;
• Assegurar a preservação e de acervos
• Viabilizar espaços públicos para o exercício da convivência e da brincadeira
• Oferecer formação adequada a todos os produtores, professores,
educadores e agentes sociais que trabalham com a cultura da infância
• Criar e manter museus vivos e modernos dedicados as crianças.
Um espaço de brincadeira, conhecimento e pesquisa e manter
• Disponibilizar mídias de qualidade em quantidade e variedade
• Potencializar o acesso da literatura infantil brasileira
através de outras mídias que não só o livro
• Reconhecer e considerar o mundo infantil e suas várias
faixas etárias em fase de desenvolvimento.
• Formar produtores para falar e produzir para criança
• Capacitar educadores e famílias para aceitar e
usar a mídia com os filhos e alunos.
• Garantir o acesso a banda larga e equipamentos
digitais para escolas e famílias.
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 5
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B
Projetos educativos:
mediação e fruição
A
C
Metodologias
Concepções de
de arte
espaços culturais
educação
voltados para
crianças
D
Outras
Estação A
• Qualificação de educadores;
• Simplificar editais para projetos voltados para a infância;
• Criação de uma secretaria da infância;
• Interação entre escola e cultura de seu entorno;
• Aprimorar o conhecimento, a qualificação de educadores,
através da relação entre o educador e a criança;
• Estabelecer política de longo prazo voltada para o desenvolvimento
da curiosidade artística, cultural e da liberdade de expressão das
crianças e adolescentes, a partir de desejos e realidades próprias;
• A cultura pode ser um meio de aprendizagem. A cultura e a educação são
complementares. No entanto, cada um guarda suas vivências de memórias;
• Reconhecer o terceiro setor como parceiro das escolas,
complementando a educação integral
• Pesquisar e validar a cultura afro-brasileira e indígena;
• Consideramos que o conceito e práticas que engendram o termo arte
e educação não respondem às necessidades da vivência plena da
arte e não substituem a natureza intransferível dessa experiência.
Propomos o desenvolvimento de novas práticas de apresentação
da arte e seu público que privilegiem a relação não didática, não
de ensino que supostamente sabem para o que não sabe, mas
tornar a arte como instrumento de criação e de sentido;
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Estação B
Estação C
Estação D
5-Grande grupo
6-Encerramento
Na conclusão dos trabalhos a senhora Clara Prado registrou as presenças da
Secretária Marta Porto e do Secretário Sérgio Mamberti para o encerramento
do encontro. Referiu-se ao processo desenvolvido durante os três dias
de trabalho visando à construção das diretrizes da Política Nacional de
Cultura para a Infância, passando à palavra a Secretária Marta Porto.
Diante de todo este trabalho conclui-se que na ótica da gestão das políticas
públicas, este evento aponta para uma nova maneira de olhar as questões
que afetam à prioridade constitucional- criança e adolescente, artigo 227-,
focalizando para os atuais modelos de gestão participativa e de institucionalização
das políticas públicas que priorizam a infância e asseguram a cidadania.
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IV - PRODUTOS
V- CONSIDERAÇÕES E ENCAMINHAMENTOS
Entende-se que o mesmo atingiu seu objetivo, qual seja “propor indicativos
de diretrizes que possibilitem formular uma política cultural para a
infância que tenha na experiência estética um de seus pilares”.
Além disso, a produção dos participantes aponta para alguns aspectos enfocados:
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• O estabelecimento de princípios e premissas orientadoras de uma
política, muitos deles já garantidos constitucionalmente (art. 227).
• Indicativos de ações estratégicas e de projetos
culturais voltados para a infância,
• Temas pontuais de maior interesse, também chamados, por alguns
participantes, de pontos de tensão, que se referem, basicamente a:
——Espaços formais e informais;
——Mediação e fruição;
——Acesso à cultura e produção à cultura;
——Acesso da comunidade à cultura e o acesso
à cidade como espaço cultural;
——Conceito de qualidade na produção cultural e,
——Inclusão e acessibilidade.
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importante na educação, mas não são escolas.”
• “Música integra, resgata, sociabiliza, inclui a família”.
• “Formar bons profissionais é fundamental”
VI-Avaliação
Para encerrar os trabalhos do encontro, as moderadoras solicitaram
que os participantes avaliassem os três dias do evento.
Pontos Negativos:
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Metodologia dos trabalhos:
Espaço Físico :
VII - ANEXOS
ANEXO 1
Grupo 1
• Educação englobando:
——Identidade, reconhecimento;
——Memória, resgate, conteúdo, escrita;
——Experiência;
——Formação dos sentidos;
——Ação, expressão.
• Comissões específicas para infância com articulação entre diferentes
esferas governamentais com continuidade e circulação dos projetos;
Grupo 2
Tema: Música
• Arte e educação;
• Fugir dos modelos preestabelecidos;
• Apoiar a construção do sentido, orientar para a fruição;
• A criança dona do instrumental de leitura;
• Formação para o olhar artístico;
• Respeito às individualidades e a história do indivíduo;
Grupo 3
Tema: Audiovisual
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Tema: Música
Grupo 4
Grupo 5
ANEXO 2
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Outras propostas
ANEXO 3
Lista de Participantes
• Alberdan Batista
• Alberto Aleixo
• Alcemir Palma
• Alexandre Pimente
• Ana Betina França Rugna Lopesl
• Ana Cristina Dubeux Dourado
• Ana Paula Rossi do Carmo
• Andréa Aloy
• Andrés Leban
• Ângela Mascelani
• Antônio Carlos de Moraes Santini
• Aparecida Marina de Souza Rangel
• Beth Carmona
• Beth Parro
• Bruno Pongelia
• Carla Esmeralda
• Carol Pucu
• Celso Pan
• Chico Simões
• Claudenir Gonçalves
• Claudia Ernest Dias
• Claudius Ceccon
• Daniele Geammal
• Ernesto Neto
• Evandro Sales
• Felipe Silva
• Geraldo Vitor
• Isabela Vieira
• Jacques Schwarzstein
• Jonas B. Martins
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• José Maria Braga
• Jovelina Ceccon
• Juti Fraga
• Laís Dória
• Larissa Montenegro
• Laura Dalla Zen
• Lívia Aceto
• llo Krugli
• Lúcia Coelho
• Luciana Balbino
• Luciana Campos Ramos Martha
• Luciana Chen
• Luiza Lins
• Marcio Caetano
• Marcos Cordioli
• Marcos Nauer
• Margarete Moraes
• Maria Ângela Nogueira
• Maurício Cruz
• Miriam Araújo
• Mônica Atalla
• Natalia Simoneti
• Neide Aparecida da Silva
• Pâmela Jean Croitoron
• Ramon Rocha
• Samanta Sanford
• Silvia Leite Bessa Pires
• Tauã Barbosa D. Silva
• Valério Benfica
• Vanda Machado
• Vera Saboya
• Vicente Mota
• Wellington Nogueira
• Ziraldo
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