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A CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA, ECONÔMICA E

SOCIOCULTURAL DOS SUJEITOS DO EJA.

Acadêmicos:
Daniele de Avelar Macedo¹
Mairead Cristina de Jesus Pereira¹
Sara Gomes¹
Tutor externo: Mariléia Fogulari Ubinski²

RESUMO

O presente trabalho aborda os sujeitos da Educação de Jovens e adultos (EJA) no que diz
respeito ao contexto histórico, econômico e cultural em que esta modalidade tem funcionado
atualmente no Brasil. A educação de jovens e adultos é uma modalidade de ensino que tem como
finalidade desenvolver o ensino fundamental e médio com qualidade, para as pessoas que não
tiveram acesso à escola por alguma situação na idade própria.

Palavras chave: Educação. Jovens e adultos. Contexto Histórico.

1. INTRODUÇÃO

Muitas mudanças sociais, econômicas e políticas ocorreram na sociedade brasileira;


outras tantas na educação de adultos. Olhar para a experiência da educação de adultos
desde os seus primórdios e avançar nos próximos passos é o grande desafio. À luz dos
tempos que vivemos, uma época orientada pelo efêmero, e sem sentido, assinalada pelo
mercado, na qual a educação aparece como pré-condição para o desenvolvimento social,
político e econômico.
Este trabalho de pesquisa traz a temática, apresentando a educação de jovens e
adultos (EJA) no decorrer da história, sua trajetória no Brasil e a realidade atual.
Muito ainda há que se avançar com relação ao ensino de EJA, já que ela ainda é vista
às margens das políticas educacionais no país, não sendo prioridade sua efetiva
implementação e continuidade. A criação de uma política pública educacional que atenda
aos anseios dos sujeitos da EJA necessita de investimentos reais que favoreçam a
continuidade da oferta de estudos e a permanência do aluno na escola. Com isso a EJA,

1 Nome dos acadêmicos


2 Nome do Professor Tutor Externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Pedagogia 2682– Prática Interdisciplinar - Módulo VI –
07/12/2020
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possivelmente, deixará de ser vista como uma condição de política pública compensatória
através de campanhas e programas de caráter emergenciais, sendo considerada então
como uma real necessidade educacional para aqueles que querem uma nova
oportunidade no âmbito do ensino.

2. A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL.

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) se faz notável no Brasil desde a época de


sua colonização com os Jesuítas que se dedicavam a alfabetizar (catequizar) tanto
crianças indígenas como índios adultos em uma intensa ação cultural e educacional, a fim
de propagar a fé católica juntamente com o trabalho educativo. Entretanto, com a
chegada da família real e consequente expulsão dos Jesuítas no século XVIII, a educação
de adultos entra em falência, pois a responsabilidade pela educação acaba ficando às
margens do império (STRELHOW, 2010). Somente a partir da década de 1930 é que a
educação de jovens e adultos efetivamente começa a se destacar no cenário educacional
do país, quando em 1934, o governo cria o Plano Nacional de Educação que estabeleceu
como dever do Estado o ensino primário integral, gratuito, de frequência obrigatória e
extensiva para adultos como direito constitucional (FRIEDRICH et.al, 2010).
Em 1.945 surgiram muitas críticas aos adultos analfabetos. Através da campanha
de Educação de Adultos, lançada em 1947, abre-se a discussão sobre o analfabetismo e
a educação de adultos no Brasil (COLAVITTO e ARRUDA, 2014). Nesta época cria-se o
Serviço Nacional da Educação de Adultos (SNEA) voltado ao ensino Supletivo; surge a 1ª
Campanha Nacional de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), no intuito de
reduzir o analfabetismo das nações em desenvolvimento; o 1º Congresso Nacional de
Educação de Adultos e, posteriormente, em 1949, o Seminário Interamericano de
Educação de Adultos. Nos anos 50 é realizada a Campanha Nacional de Erradicação do
Analfabetismo (CNEA) e na década de 1960 o Movimento da Educação de Base (MEB)
(VIEIRA, 2004). Logo após, em 1967, o governo militar cria o Movimento Brasileiro de
Alfabetização (MOBRAL), com o intuito de alfabetizar funcionalmente e promover uma
educação continuada (STRELHOW, 2010).
Na década de 70 destaca-se no país o ensino supletivo, criado em 1971 pela Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº. 5.692/71) (BRASIL, 1971). Nos anos 80
foi possível implantar a Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos
(Fundação Educar), vinculada ao Ministério da Educação, que ofertava apoio técnico e
financeiro às iniciativas de alfabetização existentes (VIEIRA, 2004). Somente em 1996,
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surge a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) (nº. 9.394/96), que
reafirma o direito dos jovens e adultos trabalhadores ao ensino básico e ao dever público
sua oferta gratuita, estabelecendo responsabilidades aos entes federados através da
identificação e mobilização da demanda, com garantia ao acesso e permanência
(BRASIL, 1996). Em 2003 o Governo Federal criou a Secretaria Extraordinária de
Erradicação do Analfabetismo, lançando então o Programa Brasil Alfabetizado, nele
incluídos o Projeto Escola de Fábrica (voltado para cursos de formação profissional), o
PROJOVEM (com enfoque central na qualificação para o trabalho unindo a
implementação de ações comunitárias) e o Programa de Integração da Educação
Profissional ao Ensino Médio para Jovens e Adultos (PROEJA) (VIEIRA, 2004). Já em
2007 o Ministério da Educação (MEC) aprova a criação do Fundo de Desenvolvimento da
Educação Básica (FUNDEB), passando, todas as modalidades de ensino, a fazer parte
dos recursos financeiros destinados à educação (BRASIL, 2007).
No cenário atual, a sociedade vê a juventude e o adulto analfabeto como sinônimo
de problema e motivo de preocupação. A educação de jovens e adultos (EJA) no Brasil é
marcada pela descontinuidade e por tênues políticas públicas, insuficientes para dar conta
da demanda potencial e do cumprimento do direito, nos termos estabelecidos pela
Constituição Federal de 1988. Essas políticas são, muitas vezes, resultantes de iniciativas
individuais ou de grupos isolados, especialmente no âmbito da alfabetização, que se
somam às iniciativas do Estado (BRASIL, 1996).
O adulto analfabeto defronta-se com a sociedade letrada e necessita de, no
mínimo, saber enfrentar a tecnologia da comunicação para que, como cidadão, saiba lutar
por seus direitos, pois ao contrário, torna-se vitima de um sistema excludente e pensado
para poucos (FRIEDRICH et.al, 2010). Até então, o que se viu foi a criação de programas,
a curto prazo, que não garantem que os alunos deem continuidade aos estudos.

3. MATRÍCULAS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CAEM. SÃO 3,3 MILHÕES


DE ESTUDANTES NA EJA EM 2019.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)


aponta queda de 7,7% no número de alunos na educação de jovens e adultos (EJA). A
redução de matrículas ocorre de forma similar no nível fundamental (8,1%) e no ensino
médio (7,1%). A tendência foi registrada pelo Censo Escolar da Educação Básica 2019,
publicado em 31 de janeiro. A EJA tem 3.273.668 estudantes matriculados.
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Perfil dos estudantes – Os alunos com menos de 30 anos representam 62,2% das
matrículas da educação de jovens e adultos. Nesta faixa etária, 57,1% dos estudantes é
do sexo masculino. Quando se observa os estudantes com mais de 30 anos, as mulheres
correspondem a 58,6% das matrículas.

Cor/raça – As informações declaradas ao Censo Escolar quanto ao fator cor/raça


dos matriculados na EJA mostram que pretos e pardos predominam nos dois níveis de
ensino. No fundamental, o grupo representa 75,8% dos estudantes, enquanto, no nível
médio, 67,8%. Os alunos que se identificam como brancos compõem 22,2% da EJA
fundamental e 31% da EJA médio.
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Resultados – Os dados do Censo Escolar 2019 estão disponíveis no portal do Inep,


em diferentes formatos. As notas estatísticas resumem os principais resultados, enquanto
as sinopses estatísticas, por meio de tabelas, trazem dados desagregados por estado e
município. Já o resumo técnico é um documento de referência geral e consulta rápida,
que permite análises mais detalhadas. Também estão atualizados oito indicadores
educacionais.

4. CENAS DO CONTEXTO POLITICO E ECONÔMICO DOS SUJEITOS EJA.

4.1. CONHEÇA OS MOTIVOS QUE FAZEM COM QUE ADOLESCENTES ESTUDEM


NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

A presença de adolescentes na Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Ensino


Fundamental é preocupante: quase 20% dos matriculados têm de 15 a 17 anos. O
número de alunos dessa faixa etária na modalidade não tem sofrido grandes variações
nos últimos anos, apesar da queda no total de matrículas (28,6%). Dados da Ação
Educativa com base nos Censos Escolares indicam que, em 2004, eram 558 mil
estudantes e, em 2010, 565 mil. O cenário tem chamado a atenção dos especialistas da
área. Por que esses adolescentes estão frequentando a modalidade, em vez de estar na
Educação Básica regular? São vários os motivos, alguns extrapolam os muros da escola,
enquanto outros têm a ver diretamente com a qualidade da Educação, ou seja, envolvem
o Ministério da Educação (MEC), Secretarias Municipais e Estaduais, gestores e, é claro,
os professores que lecionam na modalidade.
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Três grandes questões sociais fazem com que, todos os anos, muita gente desista de
estudar ou então deixe a sala de aula temporariamente:

- Vulnerabilidade: Muitos estudantes enfrentam problemas como a pobreza extrema, o


uso de drogas, a exploração juvenil e a violência. "A instabilidade na vida deles não
permite que tenham a Educação como prioridade, o que os leva a abandonar a escola
diversas vezes. Quando voltam, anos depois, só resta a EJA", diz Maria Clara Di Pierro,
docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).

- Trabalho: A necessidade de compor a renda familiar faz com que muitos alunos deixem
o Ensino Fundamental regular antes de concluí-lo. O estudo: Jovens de 15 a 17 Anos no
Ensino Fundamental, publicado este ano na série Cadernos de Reflexões, do MEC, revela
que 29% desse público que está matriculado do 1º ao 9º ano já exerce alguma atividade
remunerada, sendo que 71% ganham menos de um salário mínimo. A dificuldade de
conciliar os estudos com o trabalho faz com que mudar para as turmas da EJA, sobretudo
no período noturno, seja a única opção.

- Gravidez precoce: A chegada do primeiro filho ainda na adolescência afasta muitos da


sala de aula, principalmente as meninas, que param de estudar para cuidar dos bebês e,
quando conseguem, retornam à escola tempos depois, para a EJA. Assim, não estudam
com colegas bem mais novos e concluem o curso em um tempo menor. Segundo a
Fundação Perseu Abramo, 20% dos meninos que largaram os estudos tiveram o primeiro
filho antes dos 18 anos. Entre as mulheres, esse percentual é de quase 50%. Dessas,
13% se tornaram mães antes dos 15 anos, 15% aos 16 anos e 19% aos 17 anos.

4.3. O SISTEMA EDUCACIONAL E SEUS PROBLEMAS.

Os demais motivos que levam a garotada a se matricular na EJA têm a ver com a
falta de qualidade do sistema de ensino e suas consequências:

- Reprovação e evasão O estudo do MEC aponta que a repetência de 17,4% na 7ª série


e 22,6% na 8ª série só não é maior devido ao aumento da evasão escolar. Em 2005, o
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou
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que a taxa de evasão cresce continuamente ao longo dessa etapa de Educação (na 1ª
série é de 1%, na 5ª, de 8,3%, e na 8ª, de 14,1%).

- Distância da escola no campo: Reunir alunos da zona rural em uma só escola núcleo


é uma saída das redes para garantir que os professores alcancem o número mínimo de
aulas e reduzir os gastos com infraestrutura e transporte. Isso, no entanto, nem sempre é
positivo para muitos dos alunos: a distância passa a ser mais um empecilho para que
sigam estudando.

- Desmotivação: Sem se interessar pelo que a escola oferece, vários adolescentes


deixam de frequentar as aulas e só tempos depois retornam, cientes da importância dos
estudos. Não só o currículo, mas também a forma como ele é trabalhado provocam o
desinteresse. "Às vezes, frequentar a igreja ou assistir à televisão são atividades mais
atraentes do que o conteúdo das disciplinas", diz Eliane Ribeiro Andrade, professora da
Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ). Adequar
as aulas às necessidades dos alunos que têm mais de 15 anos e ainda estão no Ensino
Fundamental, e não esperar que o contrário ocorra, é um desafio. "Isso é possível quando
são propostas diferentes estratégias para ajudá-los a superar as dúvidas e dificuldades do
cotidiano", explica Cleuza Repulho, presidente da União Nacional dos Dirigentes
Municipais de Educação (Undime) e secretária de Educação de São Bernardo do Campo,
na Grande São Paulo.

- Decisão do gestor: Trata-se da atitude irresponsável de empurrar casos considerados


problemáticos para as turmas de EJA. Dessa forma, os diretores buscam se livrar da
indisciplina e evitar que os resultados da escola nas avaliações externas piorem, o que
impacta o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Um
verdadeiro processo de higienização do Ensino Fundamental, que reconhece as turmas
de EJA como algo menor e sem importância. Para superar o problema, é preciso investir
em formação e conscientização dos gestores.

4.3 - SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA ESTÁ DISTANTE.

Segundo Roberto Catelli Júnior, coordenador de projetos da Ação Educativa, a


procura dos adolescentes entre 15 e 17 anos por vagas na modalidade deve se manter
por um bom tempo, já que a taxa de conclusão do Ensino Fundamental na idade correta é
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muito baixa. Para ter uma dimensão do problema, somente seis em cada dez estudantes
de 16 anos concluíram o 9º ano ou a 8ª série em 2009, segundo o movimento Todos pela
Educação. Como afirma Cleuza.

"Os jovens que estão na EJA hoje já passaram pela escola regular e ela, por sua
vez, não deu conta de garantir a eles a aprendizagem. Tempos depois, esses
adolescentes retornam, dando mais uma chance para a instituição, que não pode
desperdiça-la”.

Também podem estar entre os alunos da modalidade nos próximos anos aqueles
que estão fora da escola atualmente. O mais recente levantamento a respeito feito pelo
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) revela que 570 mil meninas e
meninos entre 7 e 14 anos estão excluídos do sistema educacional brasileiro. Na
população entre
15 e 17 anos, são cerca de 1,5 milhão.
Em 2007, o Conselho Nacional de Educação (CNE) discutiu a possibilidade de
elevar para 18 anos a idade mínima para o ingresso no Ensino Fundamental da EJA
(hoje, é exigido ter 15 anos). A medida, que tinha como objetivo proibir o ingresso de
adolescentes na modalidade, não foi aprovada pelo MEC. Para Elaine, da UFRJ, a
decisão foi acertada. "Em um mundo ideal, a proposta é muito boa. Mas não podemos
tirar a oportunidade de milhares de adolescentes de estudar. Quanto mais possibilidades
de atender essa população, maiores as chances de garantir a permanência na escola e a
conclusão dos estudos”.
Assim, colocá-los muitas vezes em turmas em que estudam colegas idosos não
chega a ser um problema. Quando a gestão funciona, os professores são bem formados e
o currículo é organizado levando em conta a pluralidade de idades, o clima pode ser
harmonioso, e o contato com pessoas de idades diferentes, positivo. Quando o jovem
está sozinho em meio a colegas mais velhos, no entanto, sente falta de se relacionar com
pessoas da mesma faixa etária. "Não há regra. O problema é que nem sempre os
professores estão preparados para resolver os problemas que surgem, como conflitos de
opiniões entre gerações diferentes”, explica Maria Clara, da USP.
No âmbito mais amplo, no que se refere à gestão do sistema, os governos
municipal, estadual e federal precisam atuar em conjunto com as Secretarias de
Educação para atacar os problemas relacionados à vulnerabilidade, à gravidez na
adolescência e ao ingresso precoce no mercado de trabalho. E as Secretarias, em
parceria com as escolas, devem trabalhar para reduzir o tamanho das turmas para
atender todos de modo adequado, assegurar o transporte escolar, selecionar material
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didático específico e garantir a formação dos professores. Este ano, há mais de 18 mil
vagas em cursos para quem leciona para EJA, diz Carmem Gatto, coordenadora da
modalidade no MEC.
Ignorar a urgência dessas tarefas só vai fazer com que a situação piore e
comprometa as poucas boas notícias da área, como a pequena taxa atual do
analfabetismo entre 15 e 18 anos, cerca de 1,5%.
CONCLUSÃO

Educação para o trabalho ou Educação para a vida? Desde criança ouvimos os


pais dizerem: _ “Estuda, meu filho para que você tenha um futuro na vida!” Há um
consenso geral de que somente aquele que estuda pode alcançar os seus sonhos. Não
há nada de muito mal nisso, porém o que se pode questionar é: _ Qual a motivação
correta um aluno deve ter para estudar? A escolarização para o trabalho deve ser o foco
da educação?
As declarações de jovens que frequentam o EJA demonstram vários motivos pelos
quais acontece a evasão escolar. Uma grande maioria dos jovens declara falta de
interesse, desmotivação em continuar os estudos no Ensino Fundamental II e outra
grande parte afirma que o motivo principal foi a necessidade de entrar para o mercado de
trabalho. Motivo este que, ironicamente, os traz de volta a escola, levando muitos a
ingressarem no EJA para melhorarem as chances de crescer na área profissional.
Para além das circunstâncias vividas pelos sujeitos EJA existe um legado histórico
da educação para o trabalho. Desde os primórdios da escola houve um modelo industrial
como parâmetro para a educação. As carteiras na sala de aula são dispostas uma após a
outra como no formato da indústria. O currículo, a metodologia é pensada para a
formação do cidadão produtivo para a sociedade.
O pensamento grego da educação como evolução do ser humano, o encantamento
pelas letras e sabedoria parece ter ficado nos areópagos de Atenas. No Brasil herdamos
um legado de ignorância e desvalorização da educação, onde a motivação maior para se
estudar é a obrigatoriedade do mercado de trabalho. Parece utopia pensar em educação
como necessidade da alma no contexto brasileiro. A mudança histórica refletirá nos
sujeitos EJA quando ela for pensada em suas bases: Na formação de profissionais
comprometidos com a educação, num ensino primário humanizado e solidificado, que
consequentemente refletirá em adolescentes que frequentarão o Ensino Fundamental na
idade certa. É fato que O EJA busca resolver um problema estrutural de nosso país, mas
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até quando teremos que remediar problemas que estamos criando diariamente? Há
urgência em se pensar em investir numa educação para a vida.

REFERÊNCIAS

MIRANDA, Leila Conceição de Paula. SOUZA, Leonardo Tavares de. PEREIRA, Isabella
Rodrigues Diamantino. A trajetória histórica da EJA no Brasil e suas perspectivas na
atualidade: Seminário de Iniciação Científica, disponível em:
https://www.ifnmg.edu.br/arquivos/2016/proppi/sic/resumos/e4e0c388-a724-45cb-8189-
46e3a70afa64.pdf. Acesso em 03/12/2020.

RATIER, Rodrigo. AMARAL, Aurélio. FERNANDES, Elisângela. MOÇO, Anderson,


VICHESSI, Beatriz. FRAIDENRAICH, Verônica. Por que jovens de 15 a 17 anos estão
na EJA: Nova Escola, 01 de Agosto de 2011, disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/2882/por-que-jovens-de-15-a-17-anos-estao-na-eja.
Acesso em 03/12/2020.

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