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Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso de graduação em Psicologia da
Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de
Psicólogo (a).
2 Acadêmico do curso de Psicologia. E-mail: murilordb@hotmail.com
1 INTRODUÇÃO
nos quais estão inseridos na atualidade; investigar suas expectativas em relação ao futuro e
sua relação com a música;
Um estudo dessa ordem possui ampla relevância social, no que diz respeito à
grande demanda de adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade social no Brasil,
sem acesso à educação, saúde, cultura, entre outras necessidades básicas. Segundo a Fundação
Abrinq (2016) que desenvolveu um estudo deste cenário no país, aproximadamente 53
milhões de pessoas vivem em situação de pobreza no Brasil, sem acesso às necessidades
básicas e que compõem então a situação de vulnerabilidade social.
Já no âmbito acadêmico, diversas áreas de conhecimento estudam o ser humano e
as implicações de sua vivência em sociedade, tais como a Psicologia, Sociologia, Assistência
Social, Direito, entre outras. Logo, é grande a importância desta pesquisa na medida em que
consiste em verificar a utilização da música como possível ferramenta de transformação, na
vida dos adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade social, assim como
evidenciar as suas contribuições na construção da identidade desses adolescentes.
Sabe-se que a adolescência é uma fase de evolução, visto as várias mudanças que
ocorrem não somente no corpo, mas também nas questões emocionais, sociais, psíquicas,
diante de várias transformações. É um período onde ocorrem as paixões arrebatadoras, é um
momento em que o adolescente renasce, se descobre no mundo, todavia, é definida como um
momento de crise, muitos definiram como sinônimo de rebeldia e contestação. (FROTA,
2007)
Embora até hoje, há quem ainda encontre dificuldades para saber aonde termina a
infância e começa, de fato, à adolescência, de acordo com o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990) a adolescência é marcada pelo período de
12 aos 18 anos de idade. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) entende que a
adolescência começa a partir dos 10 anos e vai até os 19 anos de idade. Esta pesquisa seguiu
como parâmetro a categorização do ECA.
Sobre isso Chagas (2011) afirma que a adolescência provém do verbo adolescerê,
que significa brotar, fazer-se grande, onde é definida pelas mudanças do corpo, da forma de
pensar e também de agir.
Já para Guareschi (2007), a fase é vista como um momento de transição gradual.
É o momento em que se deixa de ser criança e começa a entrar no mundo dos adultos, assim,
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pode-se dizer que é o momento em que a pessoa, começa a apreender como se vive “no
mundo de adultos”, diante disso, considera-se uma fase conturbada, cheia de receios, medos,
crises, de questionamentos e inquietações.
Conforme Ozella (2003), o questionamento principal sobre o adolescente é
principalmente no que se refere a sua real identidade, intensificando, assim, seus medos e
crises, na busca de respostas para saber quem “de fato” realmente ele é, uma vez que quando
criança se tem uma percepção diferente quando se trata do entendimento no que se refere a
vida adulta.
Contudo, não significa que todos que estão nessa transição, irão passar a
adolescência da mesma forma, visto que não há uma determinação do desenvolvimento
humano, todavia, sabe-se que haverá impactos para os adolescentes, pois esse período da vida
é de grandes implicações, em suas características sociais, na personalidade e nas suas
identidades. (FERREIRA; FARIAS 2010).
Assim, a adolescência é uma etapa determinante do processo de crescimento e de
desenvolvimento, visto que se manifesta por intensas buscas e significativas manifestações,
sendo elas, anatômicas, fisiológicas, psicológicas e sociais, onde se caracteriza por momentos
de insegurança, medos, a busca pela identidade e pela liberdade. (FONSECA, TEIXEIRA,
2010).
Como é um momento conflituoso dos adolescentes, alguns questionamentos
surgem também acerca da imagem que eles tinham até então de seus pais, ocasionando
procuras em outros meios sociais, pessoas que estão passando pelo mesmo momento que eles,
e que assim, tenham afinidades em comum, fazendo com que se sintam mais seguros.
Ainda que, Segundo Feijó e Oliveira (2009), na adolescência se vive constatações
que levam a reflexões na direção de que se aproximam os iguais, ao mesmo tempo em que se
afastam os diferentes, e na ânsia por essa simetria, muitas vezes percorrem caminhos que
destoam, se deparando e experimentando situações como: a utilização de drogas,
relacionamentos sexuais abusivos, uso desenfreado de bebidas alcoólicas entre outros,
podendo aumentar então a vulnerabilidade desses adolescentes.
Esse universo desconhecido na vida do adolescente, assim como as outras fases da
vida de uma pessoa, ocasiona um momento fundamental na construção de sua identidade.
Busca reflexões como definir quem de fato realmente é enquanto pessoa, o que gosta e o que
pretende no universo adulto, quais seus valores, que direção deseja seguir. É composto de
crenças, valores, metas, fortalecendo assim, a concepção que o adolescente tem de si mesmo.
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1.2 A MÚSICA
2 MÉTODO
Vale ressaltar que a pesquisa possuiu riscos mínimos aos participantes, que
consistiram em desconforto inicial e dificuldade de estabelecer vínculos, mas que com o
decorrer das entrevistas, foram desaparecendo, tornando-o assim um procedimento viável.
Sendo assim, os participantes não foram expostos a quaisquer procedimentos invasivos,
físico-psicológica e socialmente, ficando claro seu livre-arbítrio para sair a qualquer
momento, assim como para responder apenas o que lhes fossem convenientes.
Obtiveram-se respeitados o sigilo e anonimato total com relação tanto aos
participantes, bem como aos seus responsáveis, de modo a minimizar e precaver-se de todo
tipo de constrangimento que pudesse vir a surgir.
Por outro lado, muitos benefícios foram estimados com o alcance da pesquisa para
os participantes, tais como: obter conhecimento dos benefícios que a música tem trazido a eles
nos âmbitos bio-psico-sociais, assim como evidenciar as contribuições que a utilização da
música pôde trazer na construção da identidade destes adolescentes que vivem em situação de
vulnerabilidade social.
2.1 PARTICIPANTES
Seguiu-se por uma pesquisa de amostragem não probabilística, uma vez que os
participantes da pesquisa foram 10 adolescentes, de um total de 65 participantes do projeto
social Orquestra Santa Terezinha do Menino Jesus, que há mais de 5 anos vem apresentando a
música como ferramenta de transformação social. Respeitou-se o critério para a escolha dos
participantes, sendo ele: tempo de participação no projeto, de modo a vincular os adolescentes
que participam do projeto a pelo menos 2 anos e meio. Critério este imprescindível para a
realização da pesquisa bem como a atender seus objetivos.
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
CATEGORIA FREQUÊNCIA
Gostar de música desde a infância 05
Auxiliar pessoas carentes, trabalhar em grupo 03
Auxiliar em tratamento de saúde 01
Utilização do tempo livre e convite de amigos 01
Fonte: Pesquisa realizada nos meses de setembro e outubro de 2017, pelo autor.
Como se pode observar no quadro 01, que trata dos motivos que levaram os
jovens a ingressar no projeto, iniciou-se pela categoria com o maior índice de freqüência,
onde 05 dos participantes da pesquisa responderam que já gostavam de música de alguma
forma, desde a infância. Sobre isso, transparece na resposta do jovem A2: “Cara, assim...
Sempre, de pequeno eu gostei bastante de música, então eu comecei aqui tinha aula de violão,
aí eu vim pra aprender violão, que eu gostava bastante e...por isso tô aqui até hoje!”
Segue-se então pelo índice médio de 03 participantes, enquadrados na categoria
que se expressa na vontade de auxiliar as pessoas carentes, assim como trabalhar em grupo.
Tal categoria pode ser representada através da fala do adolescente A3: “Ajudar as pessoas
mais carentes, no caso aqui de Tubarão. Aprender a tocar e ensinar o próximo, o colega...”.
Ou quando afirma A7.: “É...trabalho em grupo sabe, ficar mais...por dentro com as pessoas,
dialogar mais [...]”.
Deste modo, pode-se fazer uma correlação com Colle (2004), quando refere que a
música é uma atividade essencialmente humana, através da qual a humanidade constrói
significações na sua relação com o mundo.
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O mesmo autor cita que a música está presente em todos os tempos e em todos os
grupos sociais, e assim pode-se dizer que a música é um fenômeno universal (COLLE, 2004).
Por conseguinte, aparece um participante na categoria que se explana em auxiliar
um tratamento de saúde e um, que afirma a utilização de tempo livre, assim como o convite de
amigos para ingressar no projeto, sendo estes motivos também consideráveis no que se refere
ao ingresso dos adolescentes no projeto.
Outra questão levantada foi relativa às mudanças ocorridas em relação à família,
após ingressar no projeto, como mostra o quadro abaixo:
CATEGORIA FREQUÊNCIA
Sentir-se orgulhoso junto à seus pais 06
Melhora na comunicação familiar 03
Aumento na afetividade com os pais 03
Diminuição da agressividade em casa 01
Diminuição no conflito familiar 01
Fonte: Pesquisa realizada nos meses de setembro e outubro de 2017, pelo autor.
CATEGORIA FREQUÊNCIA
Melhora na comunicação no meio escolar 04
Diminuição da timidez 04
Aumento das notas na escola 04
Sentir-se orgulhoso de tocar um instrumento 02
Aumento na dedicação com os estudos 02
Aumento da memória em sala de aula 01
Aumento na atenção em sala de aula 01
Diminuição na dificuldade de interpretação 01
Possibilidade de voltar a estudar/escrever 01
Fonte: Pesquisa realizada nos meses de setembro e outubro de 2017, pelo autor.
Neste sentido, pode-se fazer uma correlação com Silva et al (2013 apud
FREITAS, 2013, p. 14), onde o autor afirma que o uso da música como ferramenta
complementar à promoção da saúde tem sido recentemente relatado na literatura médica.
Definida como o uso terapêutico da música ou de atividades musicais no tratamento de
doenças somáticas e mentais.
Com relação às transformações no meio escolar, percebe-se que a utilização da
música como ferramenta do projeto social no qual os adolescentes se encontram, pode
contribuir de maneira expressiva nos âmbitos bio-psico-sociais do sujeito, visto que ela
possibilita uma melhora em suas interações, que por sua vez possui total importância para
com a construção da identidade destes adolescentes.
O tópico seguinte leva em consideração às mudanças ocorridas em relação aos
amigos, após ingressar no projeto:
CATEGORIA FREQUÊNCIA
Abertura com amigos no projeto 05
Não houve alteração 03
Aumento na afetividade com amigos no projeto 02
Aproximação/abertura com amigos 01
Mais alegria com amigos 01
Aumento na comunicação com amigos 01
Fonte: Pesquisa realizada nos meses de setembro e outubro de 2017, pelo autor.
CATEGORIA FREQUÊNCIA
Não possuem outros grupos sociais 04
Grupos recentes, sem alteração 03
Melhora na educação com as pessoas 02
Diminuição da timidez de público 01
Fonte: Pesquisa realizada nos meses de setembro e outubro de 2017, pelo autor.
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Percebeu-se neste tópico que 04 participantes não fazem parte de outros grupos
sociais. 03 adolescentes então, disseram que os outros grupos sociais nos quais estão inseridos
são muito recentes, portanto não há alterações nesse sentido.
Ainda sobre isso, 02 adolescentes relataram que houve sim uma melhora no que
diz respeito à educação com as pessoas. Ao exemplo do que fala A7: “Tem o grupo de
coroinhas aqui da igreja. A gente tem mais educação com as pessoas”.
Por último, um entrevistado enfatizou expressiva diminuição da timidez de estar
em público. Sendo ele o adolescente A10: “[...] perdi a vergonha de falar em público, perdi a
vergonha de falar com o padre...”.
Sendo assim, pode-se perceber a música como contribuição efetiva, não só a nível
individual, mas também no patamar coletivo de um indivíduo, assim como se elucida no
decorrer da pesquisa a importância de projetos sociais nesta área, a fim de trazer
oportunidades principalmente aos adolescentes e necessariamente à população que se
encontra em situação de vulnerabilidade social.
Conforme Monteiro (2011), “a compreensão sobre vulnerabilidade se dá pelo
conjunto de características, recursos e habilidades concernentes ao determinado grupo social,
dificultando assim, a forma de lidar com as oportunidades, tornando-as inadequadas ou até
mesmo insuficientes”.
Neste sentido, verifica-se o efetivo trabalho realizado pelo projeto social analisado
na referente pesquisa, justamente em prol de motivar inúmeras oportunidades nos patamares
bio-psico-sociais que circundam estes indivíduos em situação de vulnerabilidade social, que
gera assim propriedades significativas através da música como ferramenta.
Ainda nessa direção, Freitas (2013) cita a música como ferramenta, que auxilia os
ambientes de ação social no qual estamos inseridos. O mesmo autor afirma que a atividade
criativa musical alicerça as interações que ocorrem no decorrer desse processo e essa
manifestação expressiva tende a abrir espaços para tipos diferenciados de comunicação, sendo
eles a nível pessoal e também a nível social.
Por conseguinte, verifica-se o ponto arrolado às mudanças ocorridas em relação à
autopercepção dos adolescentes, posteriormente ao seu ingresso no projeto social Orquestra
Santa Terezinha do Menino Jesus:
CATEGORIA FREQUÊNCIA
Melhora na abertura/comunicação com as pessoas 08
Sentir-se orgulhoso para com a música 03
Diminuição da timidez de público 03
Diminuição da agressividade 02
Melhora na interpretação das coisas ao seu redor 01
Mudança na percepção musical 01
Ser uma pessoa mais extrovertida 01
Fonte: Pesquisa realizada nos meses de setembro e outubro de 2017, pelo autor.
Embora pareça algo simples, não é, pois quando buscamos a resposta para a
pergunta de quem somos muitas vezes não temos a resposta tão clara quanto ao
questionamento feito. Isso ocorre, pois se entende que a identidade é composta por
diversas situações e muitas delas, por sua vez contraditórias, múltiplas e também
mutáveis. (CIAMPA, 1984).
CATEGORIA FREQUÊNCIA
Seguir na música como profissão 06
Se tornar professor / maestro como espelho 03
Sempre fazer o bem 01
Fonte: Pesquisa realizada nos meses de setembro e outubro de 2017, pelo autor.
No quadro 07, o maior índice de frequência foi de 06 jovens com suas diretrizes
de acordo com a categoria explanada em seguir na música como profissão. Pode-se esta ser
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mencionada pela fala do participante A9: “[...] eu quero ser músico, trabalhar com música”.
Ou ainda quando A10 afirma: “[...] quero cursar música, quero viver minha vida de música...”
Apareceram também duas respostas entrelaçadas em seguir na música como
profissão e se tornar professor, que é o caso do A8: “Eu quero continuar no violino. Eu quero
ser um violinista profissional. Quem sabe dar aula também para crianças, criar outros projetos
como esse, porque é como uma árvore né, vai ramificando e vai criando mais projetos
ainda...”.
Neste sentido, verifica-se a tamanha importância deste projeto social, na medida
em que eles possuem função de facilitadores de interação positiva entre os adolescentes,
assim como auxiliam e até viabilizam suas expectativas em relação ao futuro.
Conforme os tópicos descritos, se pode citar Motta e Schmitt (2016):
[...] procurou-se mostrar a mudança de valores como possível no preparo dos jovens
em ambientes de socialização fora da escola regular, exemplificado pela eficácia da
transformação individual, a partir do aprendizado de música clássica. De um lado,
chama a atenção das autoridades públicas para possibilidades de uma atividade
extracurricular na promoção da inclusão social; por outro, alerta profissionais da
gestão de pessoas para a diversidade de expectativas sobre trabalho e emprego entre
grupos sociais e, assim, impele-os a não reproduzirem, inadvertidamente, condições
sociais de desigualdade nas práticas de admissão e progresso funcionais.
Tendo este ponto complementado pela fala presente na última categoria, quando o
adolescente A5 descreve nas suas expectativas e relação com o futuro, que está buscando
“sempre fazer o bem”, como diz seu professor/maestro.
Pode-se então com estes depoimentos, verificar o significado de um profissional
de mediação neste período de transformação no qual os adolescentes se encontram; no caso
então do professor/maestro. Segundo Motta e Schmitt (2016, p. 12) “Quanto menos
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privilegiados, mais os alunos se identificam e se tornam leais a pessoas e instituições que lhes
ofereçam uma relação confiável”.
Prosseguida a análise, apresenta-se o último quadro a ser descrito e interpretado,
onde demonstra a relação entre os adolescentes e a música:
CATEGORIA FREQUÊNCIA
Música representa “tudo” 08
Aprender outro “tipo” de música 01
Saúde fisio e psicológica 01
Fonte: Pesquisa realizada nos meses de setembro e outubro de 2017, pelo autor.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com Rud (1999 apud CUNHA; VOLPI, 2008, p. 87) “A prática da
musicoterapia pode se inserir nos âmbitos da promoção, prevenção e reabilitação da saúde
física, psíquica, emocional e social de pessoas, grupos e comunidades”.
Com relação ao patamar psicológico, foram inúmeras as contribuições que a
música, através do projeto social proporcionou para estes jovens, tais como: diminuição da
agressividade, diminuição da timidez, aumento na memória, atenção e notas na escola,
mudança na percepção musical, vontade de fazer o bem, conforme descritas e analisadas as
entrevistas realizadas com os participantes da pesquisa.
Neste sentido, para Motta e Schmitt (2016), com a exibição pública, os
adolescentes tornam-se protagonistas de um espaço antes impensável a partir de suas práticas
cotidianas tradicionais e mesmo fora da atividade extracurricular da música. Trata-se de um
aprendizado adicional para a vida.
Já no nível social, constataram-se ainda mais transformações com estes
adolescentes, estas no meio escolar, familiar, grupos de amigos e outros grupos sociais. Sendo
elas: Significativa melhora na comunicação e interação nos meios familiares, escolares e nos
grupos sociais aos quais estão inseridos, diminuição de conflitos familiares, diminuição da
timidez em público, aumento na afetividade com os pais e amigos, melhora na educação com
as pessoas ao seu redor, aumento na vontade de auxiliar pessoas carentes e trabalhar em
grupo.
Converge-se então para estas questões, quando Motta e Schmitt (2016, p. 12)
citam:
Ao valorizar o diálogo e a interação construtiva, alguns centros de aprendizagem
avançam para o ambiente familiar e comunitário, sobretudo os mais pobres e
periféricos. Cria-se um novo relacionamento com perspectivas e alternativas de vida.
Ao serem alvo de consideração de familiares, amigos, professores e demais
membros da comunidade, os alunos passam a ter uma nova visão de si, um sentido
de valorização simbólica e um grande reforço de sua autoestima.
Cita-se neste sentido o grande aumento do orgulho que os jovens relataram sentir
de si mesmos, desde que ingressaram no projeto, assim como o aumento da autoestima,
alavancado pela consciência também do orgulho que seus familiares sentem por eles, sendo
então uma relação recíproca de orgulho, extremamente benéfica em seu desenvolvimento
biopsicossocial.
Neste sentido, Motta e Schmitt (2016, p. 14 e 15) afirmam:
Sugere-se inspirado nos resultados dessa pesquisa que novos estudos sejam
apontados, direcionados às demandas que se correlacionam com este tema, a exemplo do que
circunda as famílias dos jovens participantes do projeto, das implicações e do posicionamento
do governo brasileiro, a exemplo de programas que viabilizam este trabalho social.
REFERÊNCIAS
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