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Universidade Federal do Rio de Janeiro / Instituto de Filosofia e Ciências Sociais

Licenciatura em Ciências Sociais


2º Semestre de 2014 (6º período)
Didática e Prática de Ensino de Ciências Sociais
Prof.ª Anita Handfas
Leandro Maia Gonçalves – DRE: 112084003

A juventude no contexto do ensino da sociologia: questões e desafios

Apresentação

As culturas juvenis. O acesso leva à informação


Começo com um trecho do texto de Juarez Dayrell:

Hoje é comum a ostentação dos aparelhos eletrônicos e da tecnologia entre os


jovens. Qual o jovem que não tem música em MP3 no seu Smartphone? O
impacto da tecnologia no cotidiano juvenil precisa ser ainda mais pesquisado.
A importância da cultura na vida dos jovens, aliada ao lazer, é confirmada na
pesquisa nacional Perfil da Juventude Brasileira realizada pelo Instituto
Cidadania em 2003 (ABRAMO; BRANCO, 2005). Nas respostas sobre o que
fazem do tempo livre, os jovens destacam a predominância de atividades de
diversão, de passeio, o consumo de bens da indústria cultural e o gosto pelos
meios de comunicação.
Ao mesmo tempo, a pesquisa mostra o quadro de precariedade da
democratização da cultura no Brasil, com baixo índice de aproveitamento de
formas de cultura erudita ou não industrializada. Vejamos: 62% dos jovens
entrevistados nunca foram a um teatro; 92% nunca foram a um concerto de
música clássica; 94% nunca assistiram a um balé clássico e mesmo uma
apresentação de dança moderna só foi vista por 20% dos jovens. Mesmo a
frequência a shows de músicas como rock, pop, hip-hop é ainda muito baixa,
sendo inferior a 50%. (DAYRELL, Juarez T. A juventude no contexto do
ensino da sociologia: questões e desafios. In: BRASIL. Sociologia: ensino
médio / Coordenação Amaury César Moraes. – Brasília: Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010. p. 70-71 (adaptado) - Coleção
Explorando o Ensino; v. 15).
A cultura musical. A informação leva ao conhecimento e à educação
Talvez seja uma questão de oportunidade. Meu pai deixou uma pequena coleção de
discos (LPs e compactos), e entre eles, um disco de Elvis Presley e outro do Manhoso. Eu
ficava ouvindo na vitrola, por volta dos 3 anos de idade. Será que Elvis Presley seria um de
meus artistas favoritos se não fosse a influência através do gosto musical de meu pai?
Há alguns anos, um jornal ofereceu uma coleção sobre música clássica, com um livro e
um CD por semana, por um preço acessível. Eu conhecia alguma coisa do gênero, mas ao
completar a coleção, eu ouvi e passei a conhecer mais sobre a história do gênero. Ou seja, a
oportunidadeo me levou à música, e o gosto pelo estilo me levou a um conhecimento cultural.
Em uma aula de História de um curso pré universitário, ao falar sobre a Guerra do
Vietnã, o Professor mostrou o vídeo que os Americanos exibiam, com o clássico de Richard
Wagner ao fundo. Ele perguntou se alguém conhecia a música, e me surpreendi ao constatar
que somente eu conhecia a música e seu autor.
Independente de classe social, é uma questão de oportunidade., O acesso às várias
formas culturais permitirão o desenvolvimento de aptidões e habilidades, pois através da
música podem surgir músicos, dançarinos, coreógrafos, compositores e técnicos de som. Mas
também iluminadores, cineastas, diretores e escritores, no caso de um documentário sobre a
música. Podem surgir pesquisadores, historiadores, sociólogos ou professores.
Quanto mais opções forem oferecidas ao jovem, e quanto mais o jovem tiver acesso e
contato com o maior número possível expressões culturais, como a música, maior será a
chance de encontrarmos jovens que não gostem apenas de funk, rock, hip-hop, pagode ou
samba, mas também de música clássica, tango ou valsa.
Isso vale para todo tipo de arte, como pintura, escultura e artesanato, e para os diversos
cursos e profissões que existem. Imaginem então com a literatura? É preciso experimentar,
tomar conhecimento, para que as possibilidades se apresentem, dentro ou fora da sala de aula.

Um pouco da história do funk


A partir da década de 1980, os bailes funk do Rio começaram a ser influenciados por
um novo ritmo da Flórida, o Miami Bass, que trazia músicas erotizadas e batidas mais
rápidas. As primeiras gravações de funk carioca eram versões. Sua batida e ritmo originaram
o gênero musical e a cultura hoje conhecida por muitos: o funk.
Os jovens precisam de opções, alternativas e oportunidades, e eles mesmos poderão se
identificar com aquilo que tem mais a ver com eles, seja em questões culturais, sociais,
educacionais ou acadêmicas. Um jovem deve poder escolher e decidir sobre seu futuro.
Trechos de música (Letra)

O texto do qual extraí o tema desta apresentação, começava com um trecho da letra de
uma música da banda Charlie Brown Jr.

Vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério


O jovem no Brasil nunca é levado a sério […]
Sempre quis falar, nunca tive chance
Tudo que eu queria estava fora do meu alcance […] (Charlie Brown Jr., Não é
sério)

Se esta letra fala de uma realidade, será que podemos mudar essa realidade? Pra tentar
responder a esta pergunta, utilizarei o trecho da letra de uma música de Gabriel o Pensador:

[…] Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente.
A gente muda o mundo na mudança da mente.
E quando a mente muda a gente anda pra frente.
E quando a gente manda ninguém manda na gente.
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura.
Na mudança de postura a gente fica mais seguro, na mudança do presente a
gente molda o futuro! […] Até quando vai ficar sem fazer nada? […] (Gabriel
o Pensador, Até quando?)

Jovem, pra construir o futuro, tão importante quanto aprender sobre o passado, a
história, é sua atitude hoje, valorizando e aproveitando as boas oportunidades que tiver!

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

DAYRELL, Juarez T. A juventude no contexto do ensino da sociologia: questões e


desafios. In: BRASIL. Sociologia: ensino médio / Coordenação Amaury César Moraes. –
Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2010. p. 65-84 (Coleção
Explorando o Ensino; v. 15).

VIANA, Lucina Reitenbach. O funk no Brasil: música desintermediada na cibercultura.


(www.sonora.iar.unicamp.br – Vol. 3, Nº 5 – 2010).
Disponível em: http://www.sonora.iar.unicamp.br/index.php/sonora1/article/viewFile/32/31

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