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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

Floriza Garcia Chagas

O ÁLBUM DAS MENINAS DE ANÁLIA FRANCO, ENTRE A INSTRUÇÃO E A


CARIDADE, ENTRE A CONVICÇÃO E A FÉ: UM ESTUDO SOBRE A
REPRESENTAÇÃO DE INFÂNCIA no ÁLBUM DAS MENINAS (1898-1901)

Guarulhos
2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

Floriza Garcia Chagas

O ÁLBUM DAS MENINAS DE ANÁLIA FRANCO, ENTRE A INSTRUÇÃO E A


CARIDADE, ENTRE A CONVICÇÃO E A FÉ: UM ESTUDO SOBRE A
REPRESENTAÇÃO DE INFÂNCIA (1898-1901)

TextoRedação para exame de qualificação


de Mestrado sob orientação da Profª Drª
Claudia panizzolo apresentado ao
Programa de Pós-Graduação em Educação
da Escola de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da Universidade Federal de São
Paulo – UNIFESP, Campus Guarulhos,
como requisito parcial para a obtenção do
título de Mestre em Educação (Linha de
pesquisa: sujeitos, saberes e processos
educativos).

Guarulhos
2015
Banca Examinadora

1º Examinador ____________________________________________________________
Profª. Drª Claudia Panizzolo – orientadora (UNIFESP/ Guarulhos)

2º Examinador ____________________________________________________________
Prof.ª Dra. Mirian Warde (UNIFESP/ Guarulhos)
TITULAR

3º Examinador:___________________________________________________________
Prof. Dr. Kazumi Munakata (PUC/São Paulo)
TITULAR

1º Examinador
___Prof Dr. Moyses
Kuhlmann_________________________________________________________
SUPLENTE

2º Examinador ____________________________________________________________
Maria Rita de Almeida Toledo_(UNIFESP )SUPLENTE

Guarulhos, maio/junho de 2015


SIGLAS REFERENTES AS OBRAS DE ANÁLIA FRANCO

AFBI – Associação Feminina Beneficente e Instrutiva


LISTA DE FIGURAS
Figuras página
Índice

SUMÁRIO
Resumo

A pesquisa aqui proposta apresenta um estudo historiográfico documental da obra


Álbum das Meninas: revista educativa e literária dedicada às jovens brasileiras (1898-
1901)de Anália Emília Franco (1853-1919). O interesse em estudar esta revista justifica-se
por ser o espaço em que a educadora Anália Francodá lugar a escritora, ali versou sobre os
temas emergentes da sociedade paulista que se planeja moderna, civilizada, culta e higiênica,
como: a pobreza, a instrução obrigatória, os espaços da mulher na sociedade, a filantropia, as
instituições de ensino formal e não formal, organizações públicas ou religiosas, o ensino
profissionalizante, a higiene, a importância da leitura e etc. Por merecer um estudo mais
detalhado da produção e difusão desta revista, por evidenciar a singularidade de Anália
Franco como intelectual da educação, pouco considerada nos quadros da História da
Educação, se fez importante examinar suas convicções, sua rede de relações e os desafios
assumidos por esta mulher que muito se preocupou com os temas sociais e com a população
mais oprimida da sociedade no momento de consolidação do regime republicano no Brasil. A
partir da investigação documental e bibliográfica, no exame dos quadros sociais, materiais e
mentais da história, problematizando como estes condicionam e/ou determinam as práticas,
configuram um pensamento, apontam referências e formulações sobre a representação da
infância, mostram que a proposta educativa de Anália Franco objetivando a infância,
fundamentada nos valores religiosos, morais e civis, estariam garantidos por meio da
educação, a via para impetrartais ideias viria pela educação da mulher, mãe e guardiã do lar, e
a revista se destina à elas.

Palavras-chave: História da Educação. Álbum das Meninas. São Paulo. Anália Franco. Vou

revisar o resumo por último de tudo!!!!!!


INTRODUÇÃO: UMA VOZ NO IMPRESSO

O conhecimento é pois um processo infinito, mas um


processo acumulando as verdades parciais que a
humanidade estabelece nas diversas fases do seu
desenvolvimento histórico: alargando, limitando,
superando estas verdades parciais, o conhecimento
baseia-se sempre nelas e toma-as como ponto de
partida para um novo desenvolvimento.

Empreender uma pesquisa é um desafio para conhecer a si mesmo, as limitações e


possibilidades de dilatar, reconstruir e concentrar novos conhecimentos, é um mergulho por
tempos e espaços, aprofundar-se a ponto de imaginar os sons, as cores e os cheiros
característicos, numa intimidade com os sinais e vestígios que nos levam até os sujeitos, suas
vozes e , portanto ao seu cenário.
Pesquisar é um dedicar-se a um olhar atento e vagaroso às fontes, é ler as linhas e nas
entre linhas, é buscar nas determinações sociais os contextos que cabem à investigação, se faz
necessário prestar atenção nos sinais dos tempos e em seus significados. O momento de
encontrar sentido onde parece não existir, vai ao encontro das sensíveis palavras de Manoel de
Barros1 que bem escreveu escreveu: “as coisas não querem mais ser vistas por pessoas
razoáveis”(ano, p) . Assim como a arte ensina este desaprender das obviedades atribuídas às
1
BARROS, Manoel de. O livro das ignorãcas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1993. não use nota de rodapé
para bibliografia
coisas, aos objetos, o desafio ao pesquisador em esmiuçar o funcionamento dos processos da
vida, pede um olhar curioso, mas repleto de atenção.
Demorei a definir Quando me coloquei finalmente diante do meu objeto de
investigação, e o fiz após abandonar uma primeira intenção de estudo que focava o brincar da
criança numa pesquisa mais contemporânea e numa segunda intenção de pesquisa em que
examinava as imagens de infância na revista feminina “A Cigarra”. Nesta segunda intenção de
pesquisa é que vivenciei a compreensão de vida poeticamente registrada por Vinicius de
Morais2 - “a vida dos homens em sua longa luta contra a natureza e contra si mesmos para se
realizarem em amor e tranquilidade” ”(p.)- a fim de compreender a construção histórica da
infância, mais precisamente a representação de infância em virtude da promoção da educação
de mulheres. Foi então que me aproximei da imprensa feminina brasileira.
O percurso para chegar às revistas femininas dos anos finais do século XIX até os
primeiros anos do século XX, seguiu a pista generosamente sugerida foi dada por um
pesquisador da imprensa impressa educacional no Brasil – Marco Antônio R. Paulo. Além da
indicação de estudar tal impresso, o nome do periódico me chamoua a atenção, já para quem
que eu gostaria de trabalhar as representações de infância, portanto, nada mais poético e
diretivo do que Álbum das Meninas. Ao examinar as meninas que se quer e as meninas que
existiam na revista, trouxe à compreensão de que era relevante a contribuição da mulher para
a visibilidade da infância, bem como a ligação estreita e complexa entre a mulher e a criança
no processo histórico da educação.
A educação no Brasil ocupou espaço nas discussões sobre o desenvolvimento social.
A, a partir da Proclamação da República torna-se uma ferramenta de modernização da
sociedade, com objetivos claros de formar cidadãos cultos e civilizados, af. Afim de também
de solucionar alguns dos problemas gerados pela consolidação e desenvolvimento das
sociedades industriais, sobretudo, a situação de pobreza, nas propostas de ideólogos do
movimento filantrópico, é na caridade3 que se encontra um meio de auxiliar a subsistência,
educar e civilizar a nação. Havia preocupação em educar a juventude, em todo o país. A
empreitada em prol da escola consistia em ser tão importante quanto a campanha em prolda
dissolução da escravatura.

2
MORAIS, Vinicius. Para viver um grande amor. São Paulo: Círculo do livro S.A., 1980, p. 100. não use nota
de rodapé para bibliografia
3
Ver mais sobre a corrente do bloco católico em Faleiros (2011, p. 41)
O que fez surgir a hipótese de que o processo civilizatório4no período republicano que
pensa um cidadão ideal para uma sociedade moderna leva em conta a educação da criança e
do jovem, o que aconteceria a partir da educação desta mulher e mãe, guardiã e educadora, já
que é durante a infância que se promove a primeira vivência educacional da criança, esta
experiência que ocorre no ambiente familiar, promovendo assim uma infância civilizada a
partir dos preceitos morais, higiênicos e patrióticos a fim de garantir o amor à família, o amor
à pátria e amor ao próximo.
A produção do Álbum das Meninas, me conduziu à educadora Anália Franco, que até
aquele momento era apenas o nome de um bairro em São Paulo. A obra se mostrou então com
a voz de Anália Franco, o nome particularmente familiar foi-se apresentando com um rosto e
uma fé conhecidos pela religião espírita, porém a convicção e ativismo na educação infantil,
educação feminina e uma educação para todos, independentemente de raça, credo ou classe
social, é pouco conhecido e examinado nas investigações e discussões da historiografia e
especialmente no campo da História da Educação.
À medida que a pesquisa avança, a busca por conhecer Anália Franco, mulher e
personagem intrigante na história da educação, a partir de suas convicções expressas nos
textos da revista Álbum das Meninas vão compondo a imagem de Anália Franco.
O Álbum das Meninas foi a primeira produção de propriedade de Anália Emília
Franco, voltada para o público feminino, impresso na cidade de São Paulo no período de 30
de abril de 1898 a 01 de outubro de 1901. Nos artigosque compõem as páginas da revista
mensal, encontramos a confluência das principais temáticas que, constituindo a cultura
educacional e política das primeiras décadas do período republicano, serão discutidas nesta
pesquisa: a representação da infância pela via da educação da mulher virtuosa e patriota, a
filantropia como concepção caritativa de auxílio ao próximo e a instrução como instrumento
de regeneração social.
O periódico Álbum das Meninas enfatiza a defesa da instrução e relaciona a
escolarização da população à regeneração moral da sociedade. Tanto suas publicações como
as instituições escolares enfatizam esta função. Assinalam, sobretudo ao público feminino, as
qualidades morais e o cultivo das virtudes como elementos chaves dos discursos que
defendem a instrução. Desta forma, as publicações se referem a uma ação educativa,
especialmente para a mulher.

4
Compreende-se civilizara partir do conceito apresentado por Norbert Elias (1990), quer seja, o processo de
transformar, moldar, condicionar o indivíduo para que este adquira novos hábitos, novos comportamentos, até
que estes sejam incorporados por ele como sendo a sua segunda natureza.
Não só as instituições escolares exerciam a função ou objetivavam essa ação
educativa, pois havia outros espaços sociais, como as igrejas, festas em residências, teatros,
enfim outros meios e espaços não escolares de formação, que simultaneamente realizavam a
difusão de valores, posturas, ideias, representações e conhecimentos. Entre estes meios e
espaços educativos, encontram-se a produção e circulação de jornais e revistas. A imprensa
brasileira no último quartel do século XIX, tinha por finalidade educar a população dentro das
concepções de um projeto civilizador. Segundo Pallares-Burke (1998, p. 147), “a imprensa
passa a ser constantemente referida como o meio mais eficiente e poderoso de influenciar os
costumes e a moral pública, discutindo questões sociais e políticas”.
O periódico que é aqui analisado não foge desta característica, que se imprime nos
artigos ali publicados; também no próprio título se apresenta como educativo e a quem se
dirige. Anália Franco assume o discurso em defesa do acesso à educação por todos
independente da classe social, raça ou credo, especialmente da educação das mulheres. Sua
iniciativa como escritora e produtora deste periódico em desenvolver um instrumento
educativo voltado para o público feminino revela essa convicção. Durante a análise
apontaremos os limites e possibilidades desta defesa.
Tal caminho de investigação permite discutir o objetivo central desta pesquisa, que é
examinar a representação de infância presente na revista Álbum das Meninas, produzida por
Anália Franco entre os anos 1898 e 1901. Ainda os objetivos específicos, a fim de entender
como a revista Álbum das Meninas apresenta os assuntos emergentes na sociedade paulista;
Examinar como o documento aborda as questões da infância; Investigar se a revista Álbum
das Meninas propõe um modelo determinado de infância, ou seja, uma representação e como
aborda as questões da infância; Cotejar a propositura político pedagógica de Anália Franco e
relacionar à política educacional do período; Investigar as permanências e as rupturas
temáticas ao longo dos exemplares da revista Álbum das Meninas.
Ampliando a investigação da representação da infância pela via da educação da
mulher a partir da apropriação do conteúdo dos textos, enquanto discursos para educar a
infância, também forjar uma mulher virtuosa, patriota, educadora e guardiã dos valores
religiosos; a filantropia como concepção caritativa de auxílio ao próximo, e portanto,
condutora da redenção das almas e a instrução como instrumento de regeneração social a fim
de se constituir uma nação livre, culta, moderna e civilizada.
Em São Paulo, comenta Bruno (1991, p. 918) que “o último quartel do século
dezenove - como os primeiros anos do século vinte – representou período de muita
demolição, de muita reforma e de muita construção na cidade e em seus arredores.”É num
contexto de efervescência política, social e educacional na Paulicéia que encontramosAnália
Emília Franco, nascida em Resende, no estado do Rio de Janeiro, em 29 de março de 1853.
Segundo Monteiro (1992, p. 37), “sabe-se que, em 1861, os pais de Anália Franco
estabeleceram-se em São Paulo, a menina foi matriculada na Escola dirigida pela mãe, tendo
se tornado professora pública em 1868, aos 15 anos”. Portanto, São Paulo foi o lugar onde
Anália Franco estudou e deu aulas nas escolas públicas do Estado, também cidade em que
desenvolveu os seus projetos beneficentes e instrutivos.
Mais conhecida como Anália Franco, mulher marcada pelo pensamento filantrópico e
deinstrução para todos, compreendem em suas ações educativas e publicações veiculadas pela
imprensa impressa também as questões sobre o acesso à educação por mulheres, no sentido de
romper com o estereótipo de incapacidade intelectual e fragilidade feminina.
Outro fator que merece destaque é seu envolvimento no campo da educação infantil no
Estado de São Paulo. Além de professora e escritora de romances, contos, crônicas, hinos,
dissertações evangélicas, obras didáticas, opúsculos diversos, peças teatrais, poesias, revistas
e jornais. Anália Franco dedicou-se a criação, em 1901, da Associação Feminina Beneficente
e Instrutiva (AFBI), em que propagou por todo o estado de São Paulo as escolas maternais,
asilos, creches, liceus femininos, escola noturna para analfabetos, escolas profissionalizantes e
uma colônia regeneradora, todas instituições destinadas às crianças abandonadas, mulheres
desamparadas e mães solteiras, analfabetos e oprimidos.
Anália Franco fez parte de um grupo de mulheres que já no final do Império através de
periódicos requerem seu lugar e sua participação na sociedade. Nestes periódicos, difundiam a
ideia de que a mulher deveria ser emancipada e não subjugada pelo homem. Como mãe era de
sua responsabilidade a educação das crianças pequenas, principalmente pelo exemplo. A
forma apresentada para se obter tais reivindicações estava, para essas escritoras, relacionada à
educação (HAHNER, 1981).
De acordo com a afirmação de Jinzenji (2010, p. 38) a participação na imprensa através da
escrita é tomada como uma possibilidade de expressão das mulheres, e é ainda incipiente nas
primeiras décadas do século XIX brasileiro. Porém “a partir da segunda metade do século
XIX, jornais redigidos e dirigidos por mulheres começam a surgir no Brasil, dando origem à
chamada imprensa feminina”.
Ao realizar a revisão bibliográfica foram encontrados trabalhos em que Anália Franco é
apresentada como sujeito de pesquisa. No levantamento de teses e dissertações há produções
sobre sua atividade na educação infantil em São Paulo. O estudo de Kishimoto (1988)
apresenta Anália Franco e o pioneirismo de suas experiências com as creches e escolas
maternais, trazendo a primeira referência do trabalho realizado por Anália com os filhos de
escravos, após a Lei do Ventre Livre5.
Há ainda biografias sobre Anália Franco, dentre elasdestaca-se a escrita por Monteiro
(1992), que apresentou um trabalho inédito emseu livro “Anália Franco: a grande dama da
educação brasileira”,revelando informações e dados importantes sobre a vida e obra desta
educadora. O estudo realizado por Monteiro (1992) ofereceu indicações de várias fontes. No
entanto foi possível apreender desta busca que algumas informações não tinham identificação,
apontando para a ausência de uma preocupação sistemática com indicação das fontes.
Também nota-se certo cunho laudatório ao descrever Anália Franco, tratando-a como “anjo da
caridade”, um ser divino, intensificando os aspectos da espiritualidade nas dimensões de sua
atuação educativa com ênfase ao imaginário construído sobre ela.
A tese de doutorado de Incontri (2004), com o título “Pedagogia espírita: um projeto
brasileiro e suas raízes”, e a dissertação de mestrado de Bigheto (2006), com o título
“Eurípedes Barsanulfo: um educador de vanguarda na Primeira República”,referem-se à
educadora Anália Franco como uma mulher ativista e humanista, espírita, preocupada com os
acontecimentos do seu tempo e ressaltam os estudos à sua atividade social.
Já na dissertação de mestradode Oliveira (2012), com o título “Anália Franco e a
Associação Feminina Beneficente e Instrutiva: ideias e práticas educativas para a criança e
para a mulher (1870-1920)”, a autora realizatambém uma pesquisa biográfica, trazendo novas
fontes e um olhar mais apurado da ação educacional de Anália com crianças e mulheres na
AFBI.
Também a dissertação de mestrado de Lodi-Corrêa (2012), com o título “Anália Franco e
sua ação sócioeducacional na transição do Império para a República (1868-1919)”,tem como
escopo o estudo do sujeito Anália como um todo e na atuação dela através da Associação
Feminina Beneficente e Instrutiva, levantando as possibilidades oferecidas pela instituição aos
menos favorecidos, carentes e oprimidos.
Há que se destacar também os estudos sobre imprensa brasileira à época da Primeira
República. A pesquisa de Heller (2001), intitulada“Recepção da leitura feminina no Brasil:
análise de: Revista Feminina (1915-1926), Álbum das Meninas (1898 – 1900) e A Cigarra
(1914-1930)”,em queexamina o Álbum das Meninas, levanta questões relacionadas à leitura,
tema para a mulher que Anália considerou como um libertar-se da apatia mental.

5
Proposta que declarava a condição livre aos filhos das escravas nascidos após 1871, ficavam ainda em poder
dos senhores e de suas mães até oito anos completos, a partir o senhor optaria em receber uma indenização do
Estado ou utilizar os serviços do menor até os seus 21 anos. (FAUSTO, 2010, p. 121)
Também a pesquisa sobre imprensa feminina, o trabalho de Cruz (2013), com o título
“São Paulo em papel e tinta: periodismo e vida urbana 1890-1915”, apresenta o processo
histórico da imprensa, a importância dos periódicos que representam dimensões importantes
do processo de formação do jornalismo paulista e também a sua afirmação enquanto um ator
político nas disputas públicas.
Todos os trabalhos aqui mencionados são tomados como importantes referências, uma vez
que contribuem para a construção desta pesquisa e permitem compreender o ideário
produzido em torno da pessoa pública Anália Franco.A presente pesquisa pretende examinar a
revista Álbum das Meninas: revista literária e educativa dedicada às jovens brasileiras, que
foi produzida em São Paulo e teve seu primeiro exemplar publicado em 30 de abril de 1898. A
circulação do impresso aconteceu entre 1898 a 1901, o que delimitou o período de análise
observado o tempo de vida da revista.
Entretanto a relevância desta pesquisa que ora se apresenta pauta-se na originalidade ao
considerar na investigação as determinações sociais referentes aos objetivos da produção
escrita de Anália Franco, problematizando as questões emergentes na sociedade, também
como procedimentos de pesquisa faremos análise de conteúdo, identificando as temáticas e
examinando as categorias de análise – processo civilizatório e representação de infância.
O interesse em estudar o Álbum das Meninas justifica-se por ser este umperiódico
representativo das bases de formação de Anália Franco, no qual desenvolveu suas ideias sobre
as temáticas da educação, da infância, da mulher, da pobreza, da filantropia e do ensino
profissionalizante, bem como já assinalava a importância da iniciativa particular, no caso
específico do seu principal projeto filantrópico e educacional, a ser inaugurado em 1901em
São Paulo – a Associação Feminina Beneficente e Instrutiva (AFBI).
É interessante assinalar que Anália Franco, uma mulher marcada pela inquietação
caritativa e na divulgação das modernas ideias e práticas pedagógicas no período,
desenvolveu importante trabalho beneficente e principalmente instrutivo e notam-se poucos
trabalhos sobre sua trajetória profissional. Quase não se pesquisam suas produções e assim se
encontram ausentes nos estudos relativos à História e Historiografia da Educação Brasileira.
Além de serem poucos os trabalhos que a tomam como importante educadora brasileira e
escritora, mesmo sobre a imprensa feminina que se detiveram entre os fins do século XIX e
início do século XX, de algum modo não há muitas referências a esta produção na imprensa
periódica destinada ao gênero feminino.
Contudo, esta pesquisa tem como objeto de estudo as propostas, convicções e concepções
de infância tratadas pela educadora Anália Franco, bem como a importância atribuída ao
trabalho filantrópico e particular por ela iniciado e dirigido; trabalhos envolvendo a análise de
discurso, ou uma leitura deste periódico de forma exaustiva, ou seja, com este foco de análise
e especificamente nesta produção6 ainda não foram realizados, portanto esta é uma das
contribuições que pretende-se com esta pesquisa.
Florzinha por favor, re-organize esta parte inicial. Os elementos estão muito confusos.
Sugestão: aproveite a parte inicial em que você narra o teu percurso. Depois COLE do projeto
da FAPESP a delimitação do tema e do problema. Após colar, enxerte com dados novos,
complete o que cobnsideraer. Mas aquele texto está mais claro, mais objetivo e atende muito
mais uma Introdução de qualificação. Aqui há muitos elementos misturados

Materiais e métodosProcedimentos de pesquisa

A imprensa periódica – esta que é formada por jornais, boletins, revistas, panfletos, e
outros materiais equivalentes – compreendida como um agente da história e não um simples
registro dela, comporta comporta vários sentidos específicos: esta modalidade de imprensa, de
acordo com Bastos (2002) procura engendrar uma mentalidade – um modo de ver no seu
destinatário, constituindo um público leitor. A imprensa 7 como criador de opinião, possui um
caráter doutrinário em suas estratégias jornalísticas na formação de opinião pública.
Portanto, a pesquisa documental em um impresso produzido por uma mulher, é um
material bastante interessante para apreender as realidades, desafios, limites e possibilidades
daquele tempo.A análise desta revista permite consideráa-la uma iniciativa do investimento
em uma produção para a educação da mulher, a partir da convicção de que esta mulher é
fundamental para a educação da infância, realizada nos princípios da fraternidade,
evangelizando a razão, elevando as virtudes e a beleza a partir do desenvolvimento das
qualidades: a ordem, o trabalho, a noção exata do dever, o verdadeiro amor à pátria, a
compreensão da vida humana como um destino elevado e sério e, sobretudo fazer conceber a
justiça; toma-se a produção de Anália Franco como parte importante na difusão dos princípios
conservadores, ainda que busque defender a autonomia e independência da mulher, mantem-

6
CHRISTO (2012, p. 67) afirma os objetivos de sua pesquisa (onde Flor)???? Não entendi o que isto quer
dizer..e confirma que pretende discutir a atuação de Anália Franco na imprensa feminina e faz assim uma
recuperação dos temas veiculados no Álbum das Meninas.
7
Para saber mais ver Bastos (2002) em Espelho de papel. A imprensa e a história da educação; Remédios (2003)
em O jornal Novidades: sentido(s) do educar; Lustosa (2003) O nascimento da imprensa brasileira.problema
nesta nota. Há pouca sutentação no parágrafo, precisa ter mais elementos lá. Saber mais do que flor? Não entendi
esta nota de rodapé
se parte dos valores antidemocráticos, de culturas tradicionais e moralistas, o que dificulta a
redefinições dos papéis sociais das mulheres.
Para o desenvolvimento desta pesquisa pretende-se adotar três tipos de procedimentos:
Querida este importante item da tua Introdução precisa começar mostrando porque pesquisa
com imprensa é importante. Você trabalha com uma revista. Já havia te sugerido o livro da
Denice Catani Educação em revista. Estude este livro.
Claro além da Denice, há outros artigos fruto de pesquisas sobre imprensa periódica na
Educação, leia-os, traga os argumentos da importância deste tipo de pesquisa para cá. Esboce
aqui argumentos sobre a importância de se estudar imprensa.
Depois de ter feito isto, daí sim, você vai contar para teu leitor como voe fará esta
pesquisa aqui, em termos de PROCEDIMENTOS DE PESQUISA
a) exame da bibliografia mais recente sobre o sujeito de investigação e suas produções
como fonte de estudos;
b) cotejar, inventariar e caracterizar as principais preocupações e proposituras de
Anália Franco, a partir da materialidade e do conteúdo da revista Álbum das Meninas e,
c) examinar o contexto de produção e divulgação da revista Álbum das Meninas, bem
como as temáticas tratadas pela revista.
Não! Aqui não é para ter “cara” de objetivos. Cada um destes itens ganhará um bom
parágrafo explicativo de como você está operando estes procedimentos.
Outros procedimentos foram necessários, tais como: a revisão da bibliografia, a fim de
estabelecer o campo conceitual em que se propõe a pesquisa e a observação dos 25
exemplares da revista Álbum das Meninasentre 1898 e 1901, para estabelecer um rol de
características temáticas de modo que se organizará um banco de dados sobre as temáticas
encontradas a partir destes procedimentos de pesquisa.
Neste banco de dados se descreverá a capa, o expediente, as matérias e os autores que
constituem cada número da revista Álbum das Meninas, compondo tabelas e quadros em que
constem:
 Ano, mês e número do exemplar da revista;
 Título, seção e tema;
 Autoria dos artigos, com dados sobre os vínculos com Anália Franco (ideológicos,
familiares, sociais, etc.)
 Entidade mantenedora responsável pela publicação e a tipografia onde a revista foi
impressa.
 Artigo: título, especificação temática, gênero, desdobramento do gênero e destino
(a quem se destina: crianças, mães, público em geral, etc.)
 Ótimo para que? Será análise de conteúdo? Como?

Para a realização desta pesquisa considerou-se importante o exame do ciclo de vida
dos periódicos tomados como fonte investigativa, de acordo com Catani e Souza (1999)
esta ação é caracterizada como cuidado e atenção ao realizar o levantamento da duração
do impresso analisado, sua periodicidade, os responsáveis pela produção, elencar os
colaboradores, as recorrências e predominâncias temáticas, investigar as seções e a
estrutura do impresso.
O documento foi tomado também como objeto cultural, o que implicou em preservar
indícios de práticas sociais de fabricação e de usos, superando a noção estreita de
materialidade, que somente se preocupa em descrever o suporte do impresso, mas não
realiza a articulação necessária com as práticas de sua produção. Segundo Chartier
(1994, p. 17) deve se lembrar que “não há texto fora do suporte que o dá a ler, e
sublinhar o fato de que não existe a compreensão de um texto, qualquer que seja, que
não dependa das formas através das quais ele atinge o seu leitor”, desta maneira
conforme Chartier (1998, p. 18) “o historiador deve poder vincular em um mesmo
projeto o estudo da produção, da transmissão e da apropriação dos textos”.
Fez-se necessário considerar a conjuntura de produção e circulação, como comenta
Ferreira (2013, p. 81), de que “é preciso, contudo, estar atento aos ambientes
socioculturais do período analisado para se evitar o tratamento anacrônico da fonte”.
Portanto, a fim de compreender os documentos como produção histórica humana,
trabalhou-se na perspectiva de que o objeto e a fonte de investigação deram a ver o
contexto em que foram produzidos, quais foram as relações de poder que determinaram
sua forma e as marcas de sua produção, permitindo observar as determinações sociais
referentes à propositura de Anália Franco, no exame dos quadros sociais, materiais e
mentais da história e assim problematizar historicamente como estes condicionam e/ou
determinam as práticas, configuram um pensamento, apontam referências e
formulações sobre a representação da infância.
Isto aqui é o que te solicitei para compor uma parte inicial argumentativa deste item,
ótimo, você já começou a fazê-lo, mas por certo que falta ainda.
Sento falta por exemplo das leituras da atual disciplina. Por ex. Darnton contrinui com
algo para esta pesquisa? Como o que?
E do Chartier, o que mais é possível de se retirar?
E das leituras que você fez de artigos e capítulos que pesquisaram imprensa? Quais
argumentos e procedimentos importantes você localizou neles? Traga-os para cá!!!!
E do Burke, tem lá alguma orientação que te serviu de guia?
Querida ao ler teus procedimentos, eu não ganhei clareza do que você vai fazer
exatamente... aqui isto tem que ser muito explicado

Formas de análise dos resultadosProcedimentos de análise


A forma de análise dos resultados implicou na análise de conteúdo e nos protocolos de
leitura que permitiram o levantamento das características, matérias, temáticas, ou seja nas
informações que constituem a revista, de modo que se pretende com essa classificação
compreender a proposta editorial de Anália Franco, as concepções dos autores que
compartilham do espaço da revista, as representações do público alvo e dos usos prescritos
nas páginas da revista Álbum das Meninas.
De acordo com a proposta de Chartier (1990), a busca de vestígios privilegiados, ao qual
deu o nome de “protocolos de leitura”, se estabelecem a partir de duas tipologias. Um
primeiro se refere às instruções e senhas explícitas ou implícitas, que o autor inscreve em sua
obra objetivando assegurar ou indicar uma interpretação correta do texto. O segundo tipo é o
que cria na matéria tipográfica, encontra-se na disposição do texto, nas ilustrações, podendo
sugerir uma determinada leitura. E ao considerar estas pistas, estes “protocolos de leitura”,
permitiram apreender e conhecer quem é o leitor, o público alvo para qual o autor escreveu
e/ou para quem o editor publicou o impresso. Sobre as maneiras de ler Chartier (1996)
comenta que:
As maneiras de ler não se reduzem, portanto, aos dois grandes modelos 8 propostos e
sua coleta deve ser empreendida cruzando-se, de um lado, os protocolos de leitura
adequados aos diferentes grupos de leitores e, de outro lado, os traços e
representações de suas práticas. (CHARTIER, 1996, p. 89)

A partir dos protocolos de leitura da revista Álbum das Meninasesclarecemos quais os


dispositivos impostos, os leitores-ideais. Embora não sendo possível obter dados sobre os
usos e práticas do impresso pelos seus usuários, pois de acordo com Chartier (1998, p. 19) “a
grande questão, quando nos interessamos pela história da produção dos significados, é
compreender como as limitações são sempre transgredidas pela invenção ou, pelo contrário,
como as liberdades da interpretação são sempre limitadas.”

8
Chartier (1996, p. 89) faz referência à leitura oral e leitura silenciosa.
No trato dos documentos como fonte investigativa e a partir do exame do sujeito de
pesquisa em sua trajetória formativa, neste caso a educadora Anália Franco, recuperou-se as
realidades e concepções que no período se configuraram e as possíveis correlações com as
formas manifestas de representações acerca da infância. Deste modo foi possível apreender o
passado voltando o olhar ao movimento histórico. Sobre a investigação histórica, Bloch
(2001, p.19) afirma que “ela deve se voltar de preferência para o indivíduo ou para a
sociedade” considerando objeto da investigação portanto, o homem, ou melhor, os homens, e
mais precisamente, homens no tempo. Nesta investigação cabe o exercício de questionar
quando desnaturalizar o mundo que vivemos.
O que está implicado na análise dos documentos desta pesquisa é o exame da cultura 9 e da
materialidade com as determinações sociais. Ao analisar história e representação Vilar (1998,
p. 29) alerta para o fato da preponderância da representação sobre o real trazer consequências
como “perder algo que é essencial: como as realidades se transformam e, consequentemente,
como a representação que se tem delas pode também – em seu ritmo – transformar-se”. Olhar
o documento vislumbrando a possibilidade de estabelecer interdependências entre instâncias
que são ativas, dinâmicas e vivas.
A contribuição central de Chartier (1990; 1994; 1998) para a história cultural se dá por
meio da análise social através da apreensão das práticas e representações. Se para este autor a
História Cultural é a maneira como uma determinada realidade é construída e interpretada, as
representações que aqui compreendem os modos de ver, embora sejam pensadas visando a
universalidade, são sempre determinadas pelos interesses dos grupos que as forjam.
Tendo como objetivo desta pesquisa o exame e compreensão da representação da infância
contida na revista Álbum das Meninas, será considerada como referência para alcançá-lo a
perspectiva indicada por Chartier (1990, p. 27), fundamentada na “análise do trabalho de
representação, isto é, das classificações e exclusões que constituem na sua diferença radical,
as configurações sociais e conceituais próprias de um tempo ou espaço”. Desta forma, o autor
procura mostrar além da formação das representações, suas contribuições sugeremolhar como
as práticas estão presentes nas apropriações feitas por todos os grupos, seja por aceitação ou
por imposição. 
A investigação proposta pretende uma análise estrutural em que se observam as
questões emergentes da sociedade à época e, como estas aparecem no conteúdo da revista.
Considerando, como versa Chartier (1990, p. 17), que a “investigação sobre as representações
9
A cultura aqui é compreendida não como mais uma instância, mas a expressão sintética das práticas. A cultura
constitui o tecido no qual atuamos e somos produzidos por ele, onde encontramos os homens e onde os homens
atuam.
supõe-nas como estando sempre colocadas num campo de concorrências e de competições
cujos desafios se enunciam em termos de poder e de dominação”, para a análise dos dados
recorre-se às perspectivas da análise do conteúdo, apreendendo no discurso proferido pelo
sujeito de investigação as temáticas em frequência e rupturas, divulgado nas fontes
investigativas a fim de expor além da descrição e da materialidade, o processo contingente,
dinâmico e vivo da história e a produção material da vida como condição fundamental de toda
a história.
Nestes termos, são apresentadas as questões que nortearam o desenvolvimento da
pesquisa: a revista Álbum das Meninas foi produzida a partir de qual proposta, qual a
finalidade desta produção? Qual o contexto de produção da revista Álbum das Meninas e por
onde circulava o periódico? Como é estruturada a materialidade da revista Álbum das
Meninas? Quais são as principais temáticas desenvolvidas na revista Álbum das Meninas e
quais as relações com as questões emergentes na sociedade paulista, brasileira e
internacional? Quais assuntos, quadros e/ou matérias permanecem ao longo dos exemplares
da revista Álbum das Meninas? Existe relações entre a revista Álbum das Meninase a política
educacional do período? Como a revista Álbum das Meninas apresenta a infância, ela sugere
um determinado modelo de infância, como se caracteriza essa representação da infância?
Querida praticamente aqui só tem PROCEDIMENTOS DE PESQUISA, portanto,
RECORTE E COLE no item anterior.
O que são procedimentos de análise? Retome o que estudou com a Barcelos.
São procedimentos para se analisar teu objeto, ou seja as CATEGORIAS
FUNDAMENTAIS para analisar.
Quais são? Representação é uma. Quais outras? Civilizado? Criança? Infancia?
Filantropia? Não sei...,você é quem tem condiões de me dizer.
As pesquisas parecidas com esta, que lidaram com revista, com este período usam
quais categorias?

FontesFlor as fontes deloque para ser o 2º item, após a delimitação do tema e do

problema.

Daí você as descreve e conta onde é que elas estão localizadas

e estrutura da pesquisa- este será o último item da INTRODUÇÂO. O chame de

PROPOSTA DE ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÂO


No momento a pesquisa encontra-se em fase de sistematização, de modo que o
levantamento de estudos, dissertações, teses, comunicações, livros e biografias já foi realizado
em sites como Google acadêmico, SCIELO, SBHE, ANPED e CAPES, bem como em blogs e
sites que se dedicam a preservar a memória da educadora Anália Franco.
A revisão bibliográfica discorreu examinando as fontes e informações apresentadas em
estudos, teses e dissertações já levantadas sobre a educadora Anália Franco, analisando a
partir do exame do contexto e contradições da realidade histórica de São Paulo nos anos finais
do século XIX e início do século XX.
O levantamento e coleta das fontes primárias, como os exemplares da revista Álbum das
Meninas foi realizado junto ao Arquivo Público do Estado de São Paulo, ao Portal Fundação
Carlos Chagas: História da Educação e da Infância.Também foram coletadas destes locais as
fontes primárias complementares, como os manuais, registros fotográficos, cadernos de
orientação, correspondências, livros e artigos da educadora, bem como dados e conteúdos
referentes à Associação Feminina Beneficente e Instrutiva com a perspectiva de auxiliar na
pesquisa e na sistematização dos dados.
Os dados cotejados serão examinados por meio de tabelas estruturadas em categorias
analíticas e quadros comparativos que deverão ser organizados a partir das temáticas
encontradas, o que permitirá levantar as tensões, limites, frequências e rupturas temáticas
entre os exemplares da coleção,
O referencial teórico fundamental para o desenvolvimento desta pesquisa parte dos autores
que desenvolveram importantes análises sobre o período, especialmente no cenário paulista à
época da Primeira República, observados os quadros mentais, sociais e materiais da
conjuntura. São eles: Costa (2010), Bruno (1991), Trindade (2004), Morse (1970), Souza
(1998), Fernandes (2007), Queiroz (2004), Saes (2004). Para tratar dos temas sobre a
imprensa brasileira o referencial teórico contará com as leituras dos autores: Catani (1999),
Jinzenji (2010), Pinsky e Luca (2013) e Hahner (1981). Quanto aos autores que versam e
estudam Anália Franco a pesquisa pretende examinar os estudos de Monteiro (1992), Christo;
Lodi (2012). Para subsidiar as análises do processo histórico o referencial teórico baseia-se
nos autores: Heller (1972), Netto (2011) e Bosi (2003). Para o exame dos documentos será
utilizada as categorias história e verdade de Schaff (1978) e Bloch (2001); história e
representação de Vilar (1998); categorias de representação e práticas de Chartier (1990). Para
as análises sobre os intelectuais, as contribuições de Manacorda (2013) e sobre civilizar Elias
(1990).
A pesquisa almeja oferecer ferramentas para novas pesquisas, uma vez que se pretende
identificar, sistematizar e divulgar resultados parciais e finais da pesquisa através de
apresentações em eventos acadêmicos e científicos a fim de socializar e aprofundar o
conhecimento produzido.
Quanto à exposição dos resultados, este trabalho está organizado em três capítulos. O
capítulo I, intitulado “Transformações e inaugurações na São Paulo da Primeira
República”, contém a apresentação de São Paulo com seus veios e fluxos, nos campos das
questões emergentes naquele tempo e espaço; em seus sub títulos encontra-se as temáticas:
1.1 A economia paulista à época da Primeira República; 1.2 O negro em São Paulo: nos
períodos pré-abolição, abolição e pós-abolição; 1.3 A República: poder público e política; 1.4
A infância; 1.5 A escola: 1.5.1 A educação infantil no Brasil do século XIX; 1.6 A filantropia
brasileira; 1.7 A mulher brasileira e sua educação: 1.7.1 As mulheres notáveis do Brasil: na
imprensa, escritoras, professoras, tradutoras. Explique o fará em cada item, quais os objetivos
atenderá em cada item, as leiuras principais. Tente escrever uma página contando para teu
leitor uma prévia do que será o capítulo
No capítulo II “Anália Franco e sua proposta educativa”, como o próprio título
indica, evidencia como Anália Franco, concebe e desenvolve a sua proposta educativa a fim
de contribuir com a educação e a caridade, quais foram as propostas educativas e de amparo
aos oprimidos e abandonados que realizou seu intento de contribuir com o projeto de
civilidade e progresso social.idem
No capítulo III “Descrevendo as representações do Álbum das Meninas: com a voz
Anália Franco”, as descrições da fonte, as análises e tabelas são apresentadas; destaca-se
aqui a posição da revista frente ao processo de expansão do ensino obrigatório, ensino
profissionalizante, educação infantil, atendimento assistencialista e as estratégias adotadas
para qualificar o empreendimento da educadora Anália Franco.
Acrescenta-se ainda as Conclusões, os Anexos com os exemplares da revista, o Banco
de Dados e a Rede de Contatos de Anália Franco. idem

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