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Teresina
2015
Maria Vânia de Sousa Barbosa
Teresina
2015
Maria Vânia de Sousa Barbosa
________________________________________________________
Professor Ricardo José Roque Baracho
Instituto Camillo Filho
Orientador
________________________________________________________
Professor Mestrado José Ricardo de Freitas Dias
Instituto Camillo Filho
1º examinador
________________________________________________________
Arquiteto Emanuel Rodrigues Castelo Branco
2º examinador
RESUMO
Este trabalho consiste em pesquisa e realização de projeto arquitetônico voltado para projeção de um
museu denominado “Museu de Arte Contemporânea de Teresina” localizado em Teresina no Estado
do Piauí. O objeto de estudo surge a partir da necessidade de buscar um local para reunir as diversas
expressões artísticas que surgem na cidade bem como atender a demanda turística da região que
necessita de atrativos além dos que já apresenta. Desse modo, este trabalho busca evidenciar, com o
projeto do museu, a construção de um local que irá possuir traços da arquitetura moderna, seguindo a
tendência do mundo contemporâneo. Além disso, a proposta consiste em também fazer um
restaurante dentro do recinto a fim de que este se concretize em um ambiente que vá além de um
simples local de apreciação da culinária, mas também que represente para a população em geral uma
alternativa de ter sua demanda turística atendida a partir dos serviços que irá oferecer. Através de uma
estrutura diferenciada, o museu irá se constituir como ícone turístico para toda a região e um modelo a
ser seguido no quesito arquitetônico.
Palavras-chave: Projeto; Arquitetura; Museu; Arte Contemporânea; Restaurante; Turismo; Teresina
ABSTRACT
This work consists of research and realization of an architectural project aimed at the projection of a
museum called “Museum of Contemporary Art of Teresina” located in Teresina in the State of Piauí.
The object of study arises from the need to find a place to gather the various artistic expressions that
appear in the city as well as to meet the tourist demand of the region that needs attractions in addition
to those it already has. Thus, this work seeks to highlight, with the museum project, the construction of
a place that will have traces of modern architecture, following the trend of the contemporary world. In
addition, the proposal also consists of building a restaurant inside the enclosure, so that it becomes a
reality in an environment that goes beyond a simple place to appreciate cuisine, but also that
represents, for the population in general, an alternative to having their tourist demand met from the
services it will offer. Through a differentiated structure, the museum will become a tourist icon for the
entire region and a model to be followed in terms of architecture.
Keywords: Project; Architecture; Museum; Contemporary art; Restaurant; Tourism; Teresina
Dedico este trabalho aos meus pais,
aos meus irmãos, sobrinhos,
esposo, meu filho e amigos
SUMÁRIO
p.
RESUMO
ABSTRACT
DEDICATÓRIA
1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 9
2 FOMULAÇÃO DO PROBLEMA.......................................................... 10
3 JUSTIFICATIVA..................................................................................... 13
4 OBJETIVOS............................................................................................ 16
4.1 Objetivo Geral......................................................................................... 16
4.2 Objetivos Específicos............................................................................... 16
5 METODOLOGIA.................................................................................... 17
6 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................... 18
6.1 Arquitetura, arte e cultura...................................................................... 18
6.2 Considerações Históricas no Brasil e no Mundo................................... 20
7 ESTUDO DE CASOS............................................................................... 23
7.1 Museu do Louvre...................................................................................... 23
7.2 Museu do Inhotim..................................................................................... 26
7.3 Museu do Homem Americano................................................................. 29
8 LEVANTAMENTOS............................................................................... 32
8.1 Escolha do tema....................................................................................... 32
8.2 Escolha e levantamento do terreno........................................................ 32
8.3 Estudo de casos semelhantes.................................................................... 32
8.4 Desenvolvimento do projeto arquitetônico............................................ 32
8.5 Definição de programas de necessidades................................................ 33
9 MEMORIAL JUSTIFICATIVO............................................................ 37
9.1 PROPOSTA E OBJETIVO DO EMPREENDIMENTO..................... 37
9.2 LOGOTIPO.............................................................................................. 38
9.3 JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO...................................... 38
9.3.1 Aspectos tecnológicos............................................................................... 38
9.3.2 Aspectos socioeconômicos e cultural...................................................... 39
9.3.3 Partido arquitetônico adotado................................................................ 39
10 ZONEAMENTO E SETORIZAÇÃO.................................................... 40
11 FLUXOGRAMA...................................................................................... 46
12 MAQUETE ELETRÔNICA................................................................... 50
13 MEMORIAL DESCRITIVO.................................................................. 51
13.1 Implantação.............................................................................................. 51
13.2 Conforto ambiental.................................................................................. 52
13.3 ESPECIFICAÇÕES E ORIENTAÇÕES............................................... 53
REFERENCIAS....................................................................................... 58
1 INTRODUÇÃO
9
2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Fonte: http://cidadeverde.com/atlas-teresina-melhora-idh-e-fica-na-frente-
de-seis-capitais-revela-estudo-139218
10
A cidade conta com o Museu do Piauí (Figura 02), que abriga coleção de objetos que
contam a história da imprensa no Piauí, coleção de moedas, fósseis, peças indígenas e móveis
coloniais. Desde o final da década de 1980 até meados dos anos de 1990, no Brasil, as
recuperações de antigas estruturas coloniais e ecléticas que estavam negligenciadas, como os
sobrados, palácios e palacetes, motivaram as reutilizações com fins culturais, e concomitante
a isso, vinha o cumprimento das exigências das agendas internacionais, promotoras da arte
moderna e contemporânea. Porém, a falta de análise e a discussão sobre os museus, no
contexto de Teresina, não é capaz de compreender a importância e o impacto transformador
desses edifícios bem como sua contribuição para a arquitetura.
Fonte: http://www.turismoteresina.com/guias/atrativos-turisticos/museus-
do-piaui-141.html
Embora seja uma das cidades brasileiras com bom IDH, os valores culturais perderam
seu esplendor com o passar dos anos. Com seus 162 anos de fundação, a historia arquitetônica
da cidade não tem um acervo comparado à de outras capitais do Nordeste como São Luíz-MA
ou Recife-PE. Portanto, para promover sua cultura, Teresina pouco explora e difunde suas
raízes culturais, que embora sejam diminutas, ainda são nutridas pelo bom senso de uma
minoria populacional.
11
A falta de uma infraestrutura cultural abrangente, com mais teatros, bibliotecas e
museus, rompe os paradigmas de um verdadeiro centro urbano, onde a cultura é um fator
estritamente ligado ao desenvolvimento social e econômico. E não olhar para esse lado é
negligenciar os pilares que construíram a cidade, e também a identidade de cada cidadão que
nela vive.
Hoje, o município necessita de um local para abrigar as artes que surgem. Para
cunhar o avanço da modernidade que a cidade vem sofrendo, a real necessidade de se
construir uma obra arquitetônica com traços contemporâneos, a fim de abrigar as novas obras
de artes, se torna indispensável.
12
3. JUSTIFICATIVA
Com uma população estimada de 840.600 habitantes (IBGE, 2014), sua região
metropolitana possui cerca de 1.190.000 habitantes. Nas ultimas décadas, a capital contou um
expressivo crescimento econômico e atualmente é a terceira do Norte-Nordeste com melhor
qualidade de vida, segundo o índice FIRJAN, entre os anos 2000 e 2010. É notável que
Teresina constitui uma das grades cidades brasileiras. A sua identidade artística se apoia sobre
o artesanato vindo do Polo Cerâmico do Poti Velho, região onde artesãos confeccionam e
vendem a cerâmica por eles produzida com a argila do rio Poti. São trabalhos que envolvem
vasos, peças de decoração e até mesmo bijuterias.
Fonte: http://www.turismoteresina.com/media/uploads/album/fotos/2011/10/s9.jpg
A proposta surgiu com o intuito de criar um museu a fim de abrigar a arte moderna em
seu seio e valorizar o trabalho dos diverso artistas locais e do país. O Museu de Arte
Contemporânea de Teresina, o MAT, será o mais novo símbolo da modernidade e terá na sua
13
arquitetura os mais modernos traços de desenho a fim de compor sua forma e o entorno onde
ele será inserido.
Entretanto, com o passar das décadas com a força do fenômeno comercial e turístico, a
definição de museu passou a ser ligada a um centro cultural avançado, onde se prioriza os
usos voltados à sociedade de consumo em massa, em detrimento da valorização e da reflexão
sobre a arte em si e a transformando em um mero entretenimento.
Fonte: http://interartive.org/museucontemporaneo/
15
4 OBJETIVOS
16
5 METODOLOGIA
17
6 REFERENCIAL TEÓRICO
6.1 Arquitetura, Arte e Cultura
A arte está relacionada à cultura dos mais variados povos existentes. Ela atravessa os
tempos, criando e contando o passado e recriando o presente. A arte está presente a nossa
volta e com ela compomos a história de uma sociedade. Cada objeto artístico apresenta uma
finalidade. Desde a pré-história, o homem sempre criou elementos que o ajudassem a superar
as suas necessidades e a vencer desafios.
Existem objetos do homem que representam os seus sentimentos, algo que a utilidade
pública muitas vezes não consegue questionar, somente considera a sua beleza. Eles são
conhecidos como obra de arte. Elas fazem parte da cultura do povo e são capazes de ilustrar
situações sociais ou não.
A arte pode ser definida como fruto da criação do homem e de seus valores junto a
sociedade. Dentro dela existem vários procedimentos e técnicas utilizadas para compor uma
obra. Podemos identificá-las de todas as formas: arquitetura, música, cinema, teatro, dança,
etc. Ela é uma necessidade que faz o homem se comunicar e refletir sobre as questões sociais
e culturais dentro da sociedade.
Arquitetura, como conceito, pode ser abordada de diversos aspectos, ou seja, como
forma, função e espaço, e definida através desses. Porém dentre estes aspectos, segundo o
substantivo mais latente e importante, o que difere a arquitetura de outras artes, ou da mera
construção, é o espaço (ZEVI, 1984). A arquitetura contempla, além de, ela por si só,
18
caracterizar-se "por uma pluralidade de valores: econômicos, sociais, técnicos, funcionais,
artísticos, espaciais e decorativos" (ZEVI, 1984, p.26).
Mais que uma manifestação artística a arquitetura pode ser definida como “a arte e a
ciência de projetar e construir edificações ou grupos de edificações de acordo com critérios
estéticos e funcionais” (BURDEN, 2006, p. 42). Sobre o enfoque da arte, cabe lembrar que a
arquitetura está em permanente exposição, a mercê do tempo, contemplada pelos transeuntes.
A questão é que, ao contrário de outras artes, a arquitetura obrigatoriamente interfere na
construção da paisagem urbana e esta deve envolver de forma a representar o modo de pensar
e agir de determinada cultura. Para Bonametti (2000, p. 5):
Sendo assim, a definição mais precisa que se pode dar atualmente da arquitetura é a
que leva em conta o espaço (ZEVI, 1984). Porém não só de espaço se constitui a arquitetura,
visto que para atingir o espaço como resultado, a edificação detém de materialidade, formas e
funções. A arquitetura caracterizar-se "por uma pluralidade de valores: econômicos, sociais,
técnicos, funcionais, artísticos, espaciais e decorativos" (ZEVI, 1984).
Ao definir cultura como um fenômeno social produzido pelo homem, como
considerando o seu contexto específico, pode-se estreitamente considerar a arquitetura uma
produção social e cultural. Como bem apontou Harvey (2000, p. 159), sobre a construção
coletiva do homem, a arquitetura, e a cidade, se transformou em uma extensão do que uma
coletividade quer:
Do mesmo modo como produzimos coletivamente as nossas
cidades , também produzimos coletivamente a nós mesmos.
Projetos que prefigurem a cidade que queremos são, portanto,
projetos sobre (nossas) possibilidades humanas, sobre quem
queremos vir a ser ou, talvez de modo mais pertinente, em
quem não queremos nos transformar .
19
No que diz respeito ao produto arquitetônico em estreito contato com a cultura,
pode-se identificar os edifícios que abrigam as produções culturais da sociedade, sendo ele
mesmo uma produção cultural da mesma. O primeiro a surgir na história foi o tipo
arquitetônico museu.
Ao levar em consideração que os estudiosos do espaço arquitetônico o colocam na
posição de protagonista da arquitetura, pode-se considerar, também, que os aspectos
arquitetônicos, como a morfologia, materialidade, função, são coadjuvantes de direta
interferência na criação desse espaço, então de extrema importância para seu resultado final.
Deste modo o espaço não é a extensão dos objetos físicos que o cerca, mas torna a ser a
propriedade primária do espaço, que se relaciona com todos os aspectos da obra arquitetônica.
A origem dos museus como locais de preservação de objetos com finalidade cultural é
muito antiga. Desde tempos remotos o homem se dedica a colecionar objetos, pelos mais
diferentes motivos. No Paleolítico os homens primitivos já reuniam vários tipos de artefatos,
como o provam achados em tumbas. Porém, um sentido mais próximo do conceito moderno de
museu é encontrado somente no segundo milênio a.C., quando na Mesopotâmia se passou a
copiar inscrições mais antigas para a educação dos jovens. Mais adiante, em Ur, os
reis Nabucodonosor e Nabonido se dedicaram à coleção de antiguidades, e outra coleção era
mantida pelos sacerdotes anexa à escola do templo, e onde cada obra era identificada com uma
cartela, semelhante ao sistema expositivo atual (LEWIS, 2004).
Na Grécia Antiga o museu era um templo das musas, divindades que presidiam a poesia,
a música, a oratória, a história, a tragédia, a comédia, a dança e a astronomia. Esses templos,
bem como os de outras divindades, recebiam muitas oferendas em objetos preciosos ou
exóticos, que podiam ser exibidos ao público mediante o pagamento de uma pequena taxa.
Em Atenas se tornou afamada a coleção de pinturas que era exposta nas escadarias
da Acrópole no século V a.C. Os romanos expunham coleções públicas nos fóruns, jardins
públicos, templos, teatros e termas, muitas vezes reunidas como botins de guerra. No oriente,
onde o culto à personalidade de reis e heróis era forte, objetos históricos foram coletados com a
função de preservação da memória e dos feitos gloriosos desses personagens.
20
Dos museus da Antiguidade, o mais famoso foi o criado em Alexandria por Ptolomeu
Sóter em torno do século III a.C., que continha estátuas de filósofos, objetos astronômicos e
cirúrgicos e um parque zoobotânico, embora a instituição fosse primariamente uma academia de
filosofia, e mais tarde incorporasse uma enorme coleção de obras escritas, formando-se a
Biblioteca de Alexandria.
21
Sociedade de Londres (1660) e a Academia de Ciências de Paris (1666), que reuniam suas
próprias coleções (LEWIS, 2004)
No Brasil a primeira coleção de que se tem notícia foi formada pelo colonizador
neerlandês conde Maurício de Nassau, cuja corte se notabilizou pelo brilho científico e cultural,
instalando-a em torno de 1640 no Palácio de Friburgo, em Recife, semelhante em caráter aos
gabinetes de curiosidades.
22
7 ESTUDO DE CASOS
Em 1190 foi fundado o palácio do Louvre pelo rei Filipe II, como uma fortaleza para
defender Paris a oeste contra os ataques dos Vikings. No século XIV, o rei Carlos V mandou
construir um novo muro. Desta vez, a fortaleza ficou dentro da cidade, perdendo assim, a
sua função de defesa (JONATHAM,2007).
Sob o reinado de Francisco I, no século XVI, sob influências do renascimento, onde
poder monárquico era privilegiado com grande exaltação, iniciou-se a grande reforma do
Louvre, construindo o novo palácio sob a antiga fortaleza, tornando-se residência real. Entre
1564 a 1572, residência real foi transferida para o palácio das Tuileries construída por ordem
da rainha Catarina de Médici. Mais tarde, com os reis Luís XIII e Luís XIV, iniciou-se o
grande projeto de reunião dos dois palácios. Nessa fase, grandes escultores, pintores, artesão
foram contratados para a decoração dos palácios.
No entanto, o rei Luís XIV abandona o projeto e inicia a construção do palácio de
Versailles, que se tornará residência real até a Revolução Francesa. E assim, ela trouxe o rei
Luis XVI e sua família de volta para Tuileries. E logo foi instalado nele a instância dos
dirigentes da Revolução. Desse modo, por iniciativa deles, é criado o Museu, em 10 de agosto
de 1793, onde o público pôde visitar as antigas coleções reais. Apesar de vários períodos
conturbados, das profundas mudanças políticas e do incêndio em maio de 1871, que destruiu
Tuileries.
O Louvre nunca deixou de ser museu, e suas coleções foram sendo enriquecidas com o
passar dos anos. No século XIX, viu-se a necessidade de reestruturar o palácio para melhor
aproveitamento do Museu. Sendo assim, o presidente François Miterrand resolveu a questão:
mudou o ministério, fazendo com que o Louvre se dedicasse exclusivamente à cultura, e
encarregou o arquiteto Ieoh Ming Pei, de realizar o projeto do Grande Louvre
(MOTANER,2001)
Pei tem formação no Massachusets Institute of Tecnology (MIT). Já em Harvard, Pei
se envolve com um grupo de arquitetos denominado Walter Groups, com uma perspectiva
moderna e simples da arquitetura, e contra, principalmente, às ornamentações desnecessárias.
Os arquitetos ali reunidos buscavam uma melhor qualidade e condições de vida com a
arquitetura proposta, sendo que cada desenho e projeto deveria ser claro, lógico e fácil de se
visualizar. Em suas construções, a geometria é uma constante, e é sempre limpa e clara. Ela
23
está presente através de figuras geométricas simples, e combinadas de diferentes formas,
pensadas para se harmonizarem com cada detalhe do projeto. Seus prédios possuem também a
característica de lembrarem grandes esculturas e blocos de monumentos, quase sempre
monocolores, passando a impressão de estarem fechados, e trancados em si mesmos. Mas por
dentro sua elegância é ressaltada, e as construções se mostram intimidantes e muito
luminosas, com vários efeitos de luz e sombra. (MOTANER,2001)
O projeto de Louvre foi inaugurado no dia 15 de outubro de 1988. Como proposto
pelo presidente, tinha como principal objetivo a renovação do espaço do Museu, tornando-o
mais dinâmico e acessível aos visitantes, abrindo também espaços novos para exposição.
Além disso, outro objetivo mais ousado seria o de reintroduz ir o Louvre às atividades e ao
cotidiano da pulsante cidade de Paris e de seus habitantes. Como um dos grandes problemas
era a comunicação entre as diversas alas do palácio, Pei construiu uma pirâmide de aço e
vidro, que possibilitava uma iluminação natural, ladeada por três pequenas pirâmides, todas
circundadas por fontes de água e com uma escada que levava a um centro de informações,
onde era possível escolher entre as direções possíveis (Figura 05)
Fonte: http://www.artepg.com.br/2014/08/vai-visitas-o-museu-do-louvre-pela.html/
O projeto, na época recebeu vários prêmios, mas foi também muito contestado e
criticado, tanto por intelectuais e jornalistas, como também pela população francesa, em
particular a parisiense. A crítica maior dizia respeito à pirâmide de vidro e aço, que por suas
características arquitetônicas modernas tiraria a beleza do Museu do Louvre (figura 06),
possuidor de uma arquitetura da época da nobreza e da realeza francesas.
Porém, hoje, a pirâmide de vidro não apenas é aceita e apreciada, como já é também
um dos símbolos de identificação do Museu, conferindo uma marca de beleza e modernidade
24
ao Louvre, um dos museus mais visitados do mundo. Desta forma, o Louvre é dividido em
três alas – Sully, Richelieu e Denon - e na parte oeste se encontra as muralhas do século XIV e
o centro comercial. (MOTANER,2001)
Dentro dessas alas o Museu possui oito departamentos: Antiguidades orientais,
Antiguidades egípcias, Antiguidades gregas, etruscas e romanas, Pinturas, Esculturas, Objetos
de arte, Artes gráficas e Arte islâmica. Dentre as obras do Museu, algumas possuem mais
destaque que as outras e são colocadas em posição ressaltada como, por exemplo: A Monalisa
de Leonardo da Vinci (óleo sobre tela, 1503-19), e a Vênus de Milo, Alenxandros de
Antióquia.
Figura 06: Museu do Louvre
Fonte: http://pordentrodamodabymarinact.blogspot.com.br/2013/02/a-historia-do-louvre-o-museu-mais_4.html
A disposição das obras de arte no Louvre mostra que o espaço em que elas estão
inseridas e sua localização foram pensadas e planejadas, não sendo uma disposição aleatória.
Isso é muito significante se levarmos em conta que o modo como são dispostas e colocadas no
espaço do Museu modificam a percepção dos visitantes a uma lógica buscada e construída
pelo Louvre, que faz tal disposição com o intuito de passar idéias, pensamentos e sentimentos
muitas vezes não percebidos e inconscientes.
25
7.2 INSTITUTO INHOTIM
Fonte: http://brasilimperdivel.tur.br/brasil-imperdivel/belo-horizonte/bh-inhotim/
O museu possui mostras de longa duração com obras de seu acervo, buscando oferecer
uma leitura ao mesmo tempo envolvente e complexa da produção contemporânea. As mostras
26
reúnem alguns dos principais destaques do acervo, considerado um dos mais importantes do
mundo. Os recortes expositivos oferecem uma síntese das principais correntes artísticas da
atualidade, reunindo artistas mineiros, brasileiros e internacionais em diálogo, entre os quais
figuram nomes e obras já históricas.
Figura 08: Uma das galeria de arte do artista plástico Tunga, Instituto Inhotim
Fonte: http://www.nanademinas.com.br/noticias-nana-minas/2012-4-1-1333290478/20120331122732259.jpg
27
como objetivo formar centros de referência em informações ambientais em diversos
municípios e instituições brasileiros.
28
devido à ausência de um roteiro linear, cada grupo decide seu percurso e espaços de visitação
por meio de trilhas que passam por todo o local.
Fonte: http://goiabada-luciane.blogspot.com.br/2011/01/voce-ja-foi-inhotim-nao-entao-va-e-o.html
Fonte: http://www.fumdham.org.br/fotos/DSC_5775.JPG
30
Figura 11: Exposição permanente do Museu do Homem Americano
Fonte: http://divulgapiaui.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/07/Museu-do-Homem-Americano_-
Foto_Francisco_Gil%C3%A1sio-585x330.jpg
Ainda formam o complexo do Museu uma casa de apoio para arqueóloga Niede
Guidon, um galpão de acervo e pesquisa de material lícito e outro bloco que abriga o curso de
arqueologia da Universidade do Vale do São Francisco (UNIVASF).
Por todos os aspectos apresentados pode-se afirmar que este complexo é a mais bem
estruturada instalação museológica do Estado do Piauí.
31
8. LEVANTAMENTOS
32
ao levantamento de dados locais, considerados como ferramentas relevantes à realização do
projeto.
É importante relatar que o desenvolvimento deste projeto se realiza como um
procedimento que se constitui como elemento essencial para eficácia e viabilização do Museu.
ESPAÇOS DIMENSIONADOS
• Setor administrativo
Acervo............................................................................................73,44 m2
Restauro........................................................................................ 44,25 m2
Administração ...............................................................................13,89 m2
Curadoria .......................................................................................10,50 m2
Almoxarifado................................................................................ 10,50 m2
DML............................................................................................... 6,90 m2
Copa/Refeitório............................................................................. 20,45 m2
Serviço........................................................................................... 14,10 m2
Doca............................................................................................... 29,20 m2
Controle doca................................................................................. 7,50 m2
WC Func. Masculino..................................................................... 19,82 m2
WC Func. Feminino....................................................................... 19,82 m2
33
• Setor de ensino
• Setor de banheiros
WC masculino.................................................................................11,12 m2
WC feminino.................................................................................. 11,12 m2
WC PcD masculino.........................................................................7,10 m2
WC PcD feminino...........................................................................7,10 m2
• Setor do auditório
Foyer...............................................................................................111,84 m2
Antecâmara..................................................................................... 83,37 m2
Auditório.......................................................................................329,42 m2
Palco................................................................................................74,04 m2
Camarim 01......................................................................................12,00 m2
Camarim 01................................................................................... 16,00 m2
Sala de som e vídeo.........................................................................12,59 m2
WC masculino.................................................................................7,50 m2
WC feminino................................................................................... 7,50 m2
WC PcD...........................................................................................2,54 m2
Depósito...........................................................................................8,08 m2
Hall.................................................................................................44,00 m2
Segurança / Monitoramento............................................................. 6,45 m2
Controle e informação.....................................................................10,20 m2
DML ...............................................................................................2,80 m2
Café............................................................................................... 29,55 m2
34
Loja............................................................................................... 49,20 m2
• Setor de serviços
Sala do gerador..............................................................................12,48 m2
Subestação aérea.......................................................................... 24,20 m2
Câmara de resfriamento...................................................................9,60 m2
Lixeira - plástico ..............................................................................3,11 m2
Lixeira - metal .................................................................................3,11 m2
Lixeira - papel .................................................................................3,11 m2
Lixeira - vidro ..................................................................................3,11 m2
Pátio de serviço ............................................................................170,01 m2
• Setor de exposição
Hall................................................................................................214,34 m2
Segurança / Monitoramento........................................................... 11,40 m2
Administração.................................................................................11,40 m2
Exposição 01 ................................................................................692,74 m2
Exposição 02................................................................................ 289,00 m2
• Setor de banheiros
WC masculino.................................................................................11,12 m2
WC feminino................................................................................... 11,12 m2
WC PcD masculino.........................................................................7,10 m2
WC PcD feminino...........................................................................7,10 m2
35
8.5.4 EXPOSIÇÃO - 2º PAVIMENTO
• Setor de exposição
Hall....................................................................................................214,34 m2
Segurança / Monitoramento................................................................ 8,55 m2
Administração.....................................................................................11,40 m2
Exposição 03 ....................................................................................289,00 m2
Exposição 04.................................................................................... 692,74 m2
• Setor de banheiros
WC masculino.................................................................................11,12 m2
WC feminino................................................................................... 11,12 m2
WC PcD masculino.........................................................................7,10 m2
WC PcD feminino...........................................................................7,10 m2
• Setor de exposição
Hall................................................................................................214,34 m2
Segurança / Monitoramento............................................................. 8,55 m2
Administração.................................................................................11,40 m2
Videoteca ......................................................................................129,06 m2
Biblioteca.......................................................................................146,39 m2
• Setor de banheiros
WC masculino.................................................................................11,12 m2
WC feminino................................................................................... 11,12 m2
WC PcD masculino.........................................................................7,10 m2
WC PcD feminino...........................................................................7,10 m2
36
• Setor de Alimentação
Refeitório........................................................................................576,71 m2
Cozinha........................................................................................... 49,24 m2
Gerência.............................................................................................8,49 m2
Depósito .............................................................................................16,44 m2
Serviço................................................................................................ 7,50 m2
Higienização..................................................................................... 10,00 m2
Circulação Garçons..............................................................................8,69 m2
8.5.6 ESTACIONAMENTOS
Estacionamento subsolo.....................................................................1649,25 m2
Estacionamento Privativo.................................................................... 805,10 m2
9 MEMORIAL JUSTIFICATIVO
37
Nesse contexto é que se pensou em focar no desenvolvimento do lugar como
ambiente agradável, e confortável, em harmonia e integração com a topografia, apresentando
opções de lazer e entretenimento não somente para seus hóspedes, mas também para o público
de visitantes em geral.
9.2 LOGOTIPO
38
9.3.2 Aspectos Socioeconômicos e cultural
O museu foi projetado sob uma ótica estética contemporânea em pontos que
consideram o conforto térmico, buscando atingir o máximo de iluminação no ambiente.
Nesse contexto e baseando-se no exposto acima é que foram utilizados grandes
panos de vidro em toda sua extensão com brises horizontais em quase todo o perímetro.
O museu se compõe com traços retos e horizontais, quebrando o seu ritmo através do
eixo central do edifício com sua linha vertical traçada pelo vidro rasgando o concreto. Com
um padrão estético bastante peculiar, o prédio possui dois volumes separados por esse mesmo
eixo central. No subsolo um fosso se delínea em todo seu perímetro para facilitar a iluminação
e ventilação.
Juntamente com o espelho d'água e os traços retos dos jardins, a arquitetura do
museu representa a época atual, e representará a cidade no turísmo arquitetônico.
39
9. ZONEAMENTO E SETORIZAÇÃO
Subsolo
40
Subsolo Geral
41
Térreo
42
!º Pavimento
43
2º Pavimento
44
3º Pavimento
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11 FLUXOGRAMA
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11.2 Fluxograma Subsolo
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11.3 Fluxograma Térreo
48
11.5 Fluxograma 2º Pavimento
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12 MAQUETE ELETRÔNICA
Imagem 01
Imagem 02
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13 MEMORIAL DESCRITIVO
13.1 IMPLANTAÇÃO
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Figura 13: Fotografia do terreno proposto. Rua General Lages
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13.3 ESPECIFICAÇÕES E ORIENTAÇÕES
• Serviços Preliminares
• Checagem da locação;
• Liberação de bases de fundações e concretagem;
• Conferência de equipamentos e materiais;
• Datas de concretagem e respectivas etapas;
• Relatórios sucintos do desenvolvimento da obra;
• Movimento de Terra
Toda a escavação, mecânica ou manual, bem como a movimentação, deverá ser feita
sob supervisão do engenheiro da obra, tomando-se os cuidados necessários para evitar
acidentes na obra.
• Fundações
Os trabalhos de fundações serão supervisionados pelo responsável técnico da obra, o
qual anotará liberação de bases, profundidade de baldrames, conferência final da locação das
peças e liberação para que se inicie a armação da estrutura. Tudo de acordo com os projetos
estruturais.
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• Estrutura
Deverá ser obedecido integralmente o projeto específico. Os corpos de prova deverão
ser moldados de acordo com as recomendações da ABNT;
• Impermeabilizações e Tratamentos
Baldrames e paredes em contato com o solo receberão chapisco com aditivo
BIANCO. Depois aplicar sobre o chapisco, argamassa cimento/areia com traço de 1:3 com
aditivo VEDALIT com espessura de 1,5cm. A seguir, regularização com pintura NEUTROL
ACQUA, em duas demãos, sem diluição do material;
• Alvenarias e Vedações
As alvenarias serão de tijolo cerâmico as paredes indicadas no projeto com o traçado
característico, obedecendo às dimensões, alinhamentos e níveis indicados. As paredes deverão
apresentar boas condições de resistência, durabilidade e impermeabilidade.
As paredes das caixas das escadas contrafogo, indicadas no projeto com espessura de
25cm, serão de concreto concentrado.
Além da habitual necessidade de assentamento das alvenarias a prumo e alinhadas, a
argamassa deverá ser do tipo mista:
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• Cobertura
A cobertura será em laje com concreto com aditivo impermeabilizante
QUARTZOLIT e complementada com manta asfáltica impermeável aplicada por empresa
responsável com certificado de garantia.
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• As caixas de inspeção e passagem deverão possuir tampas com alças para remoção e,
internamente, impermeabilização e pintura NEUTROL;
• Nas partes em que não forem especificados ferro fundido, galvanizado ou outros
materiais, e, que levarem PVC, necessariamente serão de fabricação AMANCO;
• As louças sanitárias serão DECA Linha Nuova cor branca conforme especificações do
projeto;
• Os Metais Sanitários serão DECA Linha link;
• As bancadas dos sanitários serão em granito preto polido;
• Combate à Incêndio: conforme projeto específico, de acordo com as normas do Corpo
de Bombeiros e ABNT, e os extintores, placas de sinalização e faixas serão fornecidos
pelo cliente e instalados pela construtora contratada.
• Ar Condicionado
O sistema de refrigeração deverá ser executado por empresa especializada de acordo
com as especificações do projeto específico, e os equipamentos e montagem serão por conta
do cliente.
• Pisos e Pavimentações
Os pisos externos deverão levar um caimento necessário devido às condições locais e
os internos, perfeitamente em nível e esquadro, exceto nos sanitários, copa e onde for
necessário, que terão caimento adequado para os ralos;
• Assoalho em madeira
• Granilito
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• Paredes
Os revestimentos de alvenaria não devem apresentar ondulações e defeitos de massa
Sanitários:
- Porcelanato esmaltado Portobello Stoneblend Off White, dim.: 20x120cm - Cód.
23628.
Demais ambientes:
- Parede emassada com massa corrida e lixada, sobreposta com pintura látex com a
cor de acordo com especificações do projeto
• Forros
Os forros deverão estar completamente nivelados e alinhados com acabamento e
arremates satisfatórios e quando necessário devem ser montados por firma especializada.
Conforme indicação nas plantas e nos cortes, os forros serão:
• Forro de gesso liso com selador e pintura Coral cor branco neve;
• Forro de EPS com estrutura de alumínio;
• Esquadrias
As esquadrias deverão obedecer às dimensões mínimas especificadas, detalhadas no
projeto de arquitetura, e o seu projeto executivo deverá ser apresentado previamente para
aprovação.
• Vidros
O pano de vidro será constituído de vidro verde e transparentes sobre estrutura de
aço, vedados com silicone e terão espessura de 8mm, conforme as dimensões e detalhes da
planta específica.
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REFERÊNCIAS
HARVEY, David. Spaces of Hope. United States: University of California Press, 2000.
LEWIS, Geoffrey. O Papel dos Museus e o Código de Ética Profissional. Como Gerir um
Museu: Manual Prático. ICOM, 2004, p. 1
MIGNOT, Claude. The Pocket Louvre: A Visitor's Guide to 500 Works. Nova Iorque:
Abbeville Press, 1999.
NOTAS SOBRE A HISTÓRIA DOS MUSEUS. Uma breve história dos museus. Em <
http://www.museus.art.br/historia.htm>. Acesso em: 01 set. 2014
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OLIVEIRA, Isabel Cristina Rodrigues de. Um museu, dois projetos, duas posturas:
análise das propostas de Paulo Mendes da Rocha e Bernard Tschumi para MAC-USP
Disponível em: < http://www.fau.usp.br/disciplinas/tfg/tfg_online/tr/081/a025.html> Acesso
em: 10 set. 2014
SILVA, Susie Barreto da. A importância das raízes culturais para a identidade cultural
do individuo. Disponível em: <http://meuartigo.brasilescola.com/artes/a-importancia-das-
raizes-culturais-para-identidade-.htm> Acesso em: 04 set. 2014
ZEVI, Bruno. Saber ver a arquitetura. São Paulo: WMF Jardins Fontes, 2009. 296 p.
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