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P A R Q U E U R B A N O

SIGNI
FICAR
Intervenção Paisagística e
Requalificação Urbana no Vila Lage

Por: Lúryann Guimarães | Orientador: Fernando Acylino



RESSIGNIFICAR
res-sig-ni-fi-car
Atribuir um novo significado a; Tornar atual aquilo que ficou obsoleto.
A ressignificação vem em todas as diversas formas e em quantas mais a
criatividade humana puder propor. Onde houver uma mente inquieta e


incomodada com a obsolescência, haverá transformação.
Fonte: https://www.dicio.com.br/ressignificar/.
ASSIS, Lúryann Guimarães

PARQUE URBANO RESSIGNIFICAR: INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E


REQUALIFICAÇÃO URBANA EM VILA LAGE / LÚRYANN GUIMARÃES –
Niterói (RJ), 2019

Orientador: FERNANDO ACYLINO

Trabalho Final de Graduação (Bacharelado em ARQUITETURA E


URBANISMO) – UNESA – Campus Oscar Niemeyer – Niterói II,
Rio de Janeiro, 2019.

1. Paisagismo 2. Ressignificação urbana 3. Parque Urbano


4. Infraestruturas Verdes 5. Antropização
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
FUNDAMENTOS PARA TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

LÚRYANN GUIMARÃES DE ASSIS

PARQUE URBANO RESSIGNIFICAR:


INTERVENÇÃO PAISAGÍSTICA E REQUALIFICAÇÃO URBANA EM VILA LAGE

Caderno teórico apresentado à disciplina


de Fundamentos para o Trabalho Final
de Graduação como requisito parcial
para a obtenção do grau de Arquiteta e
Urbanista.

Autora: Lúryann Guimarães de Assis

Professor da Disciplina: Paulo Aguiar


Professor Orientador: Fernando Acylino

NITERÓI
2019.2
EQUILÍBRIO HOMEM / NATUREZA


Devemos fazer nossos filhos entrar em contato com a
natureza, compreender o patrimônio que possuem. Fazê-
los plantar, compreender a importância das árvores,
ensinar-lhes a não mutilá-las. Mostrar-lhes a
importância da associação de plantas da ecologia.
Ensinar-lhes a coletar sementes, semear, plantar as
pequenas mudas, ter amor por elas, para que possam
medrar. Que passem a ver as plantas como seres vivos,
que têm o direito de crescer, florindo, frutificando,
incutindo neles a importância da perpetuação, a
maravilha da expectativa de uma formação de botões,
desabrochando em floração. Ensinar-lhes a observar a
riqueza do fenômeno da fecundação – às vezes feita por
abelhas, outras por pássaros, pelo vento ou pela água.
Passar a ver esse complexo que é a natureza, onde as


associações mais assombrosas despertam emoções
estéticas, provocadas pela forma, pelos ritmos, pela
exuberância das cores.
ROBERTO BURLE MARX,
2004 pg. 186-188
Agradecimentos

Agradeço primeiramente à Deus, meu anjo da guarda e a toda a série de


acontecimentos que me trouxeram até onde estou hoje.
Agradeço a minha família, em especial a minha mãe, meu pai e minha avó por nunca
terem deixado de torcer por mim, pelo suporte, pela preocupação com as noites em
claro, e por não medir esforços para que eu conclua a graduação.
Ao meu companheiro, Felipe, que sempre me deu todo apoio de todas as formas,
dedicação, ajuda com as maquetes (risos), amor sem fim e por estar sempre ao meu
lado em todos os momentos da vida.
Agradeço especialmente ao apoio das minhas grandes amigas. Emilly, por estar comigo
desde sempre nessa jornada da vida, e a Thaís, um presente da Universidade,
dividimos noites em claro, angústias, conquistas e ensinamentos. Maiores
incentivadoras. Amigas que tenho para sempre no canto mais especial do coração.
Ao meu eterno grupo da faculdade, LTR Arquitetura, novamente a Thaís, e o Raul.
Minha formação acadêmica não teria sido a mesma sem tudo o que aprendi com vocês.
Fizemos projetos e trabalhos incríveis juntos, os quais me orgulho muito.
A todos os professores que conheci, em especial àqueles que plantaram uma
sementinha do saber em meu coração, como, a Claudia Castellano e Lucimar Diniz.
Foram minhas primeiras professoras de projeto e me mostraram que sou mais capaz do
que eu imaginava. Ao Diego Caetano, pelas oportunidades, por me apresentar ao
mundo da pesquisa científica e despertar o encanto pelo conforto ambiental. A Letícia
Prudente, propondo novos desafios projetuais e expandir meus horizontes para o meio
acadêmico.
Minha eterna gratidão ao meu professor e orientador, Fernando Acylino, por todos os
ensinamentos e sua excelente forma de lecionar sobre o paisagismo, onde isso me deu
forças para seguir com este Trabalho Final de Graduação. O agradeço também por toda
a paciência, por ter solucionado minhas dificuldades, por cada explicação, croquis,
diagramas, metodologias e principalmente pela contribuição fundamental para que este
trabalho tenha acontecido.

Com amor,
Lúryann
01 Introdução 03 O Município de São Gonçalo
SUMÁRIO 1.1. Contextualização........................................................................................10 3.1. Origem e Transformação............................................................................37
1.2. Objetivos....................................................................................................10 3.1.1. Subdivisões e Distritos...............................................................38
1.3. Justificativa e Motivadores......................................................................10 3.1.2. Hierarquia Viária.........................................................................38
1.4. Pertinência..................................................................................................11 3.1.3. Cenário Atual do Município.......................................................38
1.4.1 Pesquisa de Bairro.......................................................................12 3.1.4. Áreas Livres e de Praças...........................................................39
1.4.2. Reportagem sobre o Parque Urbano.......................................14 3.2. Localização da Área Objeto......................................................................40
1.5. Metodologia...............................................................................................15 3.2.1. Dados Populacionais...................................................................41
3.3. Legislação e Zoneamento..........................................................................42

02 Fundamentação Teórica 04 Área Objeto


2.1. Ecologia Urbana..........................................................................................18
2.2. Espaços Públicos Urbanos.........................................................................19 4.1. Apresentação da Área...............................................................................48
2.3. Drenagem Urbana.....................................................................................21 4.2. Árvores Existentes...................................................................................50
2.4. Autores Pesquisados................................................................................20 4.3. Mapas.........................................................................................................51
2.4.1. Jan Gehl.....................................................................................22 4.3.1. Mapa Nolli..................................................................................52
2.4.2. Cecília Herzog...........................................................................23 4.3.2. Hierarquia Viária.......................................................................53
2.4.3. Gordon Cullen...........................................................................24 4.3.3. Uso do Solo...............................................................................54
2.4.4. Jaime Lerner.............................................................................25 4.3.4. Gabarito.....................................................................................55
2.4.5. Burle Marx.................................................................................26 4.3.5. Equipamentos Urbanos............................................................56
2.4.6. Fernando Chacel.......................................................................26 4.3.5.1. Imagens.....................................................................57
2.5. Referências Projetuais..............................................................................25 4.3.6. Pontos de Macrodrenagem.....................................................58
2.5.1. Praça Victor Civita - SP............................................................27 4.3.7. Áreas Verdes..............................................................................59
2.5.2. Parque do Flamengo – RJ........................................................29 4.3.8. Áreas Inundáveis......................................................................60
2.5.3. Memorial FDR – Washington - EUA......................................30 4.3.8.1. Estratégias da População..........................................61
2.5.4. Reservatório da Praça da Bandeira – RJ................................32
2.5.5. Renascimento do Rio Cheonggyecheon - Coreia.................33
05 Diagnósticos
5.1. Visão Serial – Rua Dr. Alberto Torres......................................................64
5.2. Visão Serial – Rua Lúcio Tomé Feteria...................................................66
5.3 Visão Serial – Av. Canal.............................................................................68
5.4 Felicidade Interna Bruta da População.....................................................70
5.5. Análise FOFA (SWOT)................................................................................71
5.6. Mapa Síntese.............................................................................................72
5.7. Mapa de Diretrizes.....................................................................................73

06 O Projeto
6.1. Proposta......................................................................................................75
6.2. Setores e Programa de Necessidades.....................................................75
6.3. Divisão dos Trechos...................................................................................77
6.4. Fluxograma.................................................................................................77
6.4.1. Fluxograma – Trecho 1..............................................................78
6.4.2. Fluxograma – Trecho 2.............................................................79
6.4.3. Fluxograma – Trecho 3............................................................80
6.5. Pré Dimensionamento..............................................................................81
6.6. Setorização Geral......................................................................................82
6.6.1. Estudo de Implantação.............................................................83
6.7. Propostas Gerais........................................................................................84

07 Referências Bibliográficas
Anexo
O quão saudável é para todas
as formas de vida no planeta, o fato
de construirmos cidades com
mais CINZA do que VERDE?

Figura 1: A vegetação inserida no meio urbano de New York.


Fonte: <https://www.eliseasanias.com/portfolio-blog/2018/6/20/the-future-of-mobility>
Acesso: Nov. 2019.
CAPÍTULO 1.
INTRODUÇÃO
Este capítulo destina-se a contextualizar e explicitar a abrangência do
tema, apresentar os questionamentos que levaram à realização desta
pesquisa e os objetivos da mesma. Serão apresentadas também as
justificativas da escolha do tema e local para a elaboração do projeto,
assim como as metodologias aplicadas a ambos.
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO 1.2. OBJETIVOS 1.3. JUSTIFICATIVA E
Tanto as mudanças climáticas quanto as O presente trabalho visa desenvolver o modelo de um Parque MOTIVADORES
ações do homem são responsáveis pela Urbano no bairro do Vila Lage, no município de São Gonçalo – RJ.
Acerca dos problemas dos espaços
transformação do meio ambiente, sendo a primeira
também uma consequência da segunda. Paisagens
Partindo da premissa de significar antes de REssignificar o urbanos decorrentes das mudanças climáticas e
das ações do homem, a autora deste trabalho
naturais são quase totalmente alteradas, como rios, espaço urbano onde estará inserido, é importante mencionar que o
apurou sua percepção sobre eles após dois
morros e cidades. Condições meteorológicas Vila Lage é um dos bairros mais antigos do município e sofreu com o
fatores:
extremas associadas a problemas que forte adensamento populacional sem que houvesse um plano de
a) as tragédias causadas em decorrência dos
determinados locais sofrem podem causar danos melhorias para o local. Somado a isso, a existência do trecho de um
efeitos das chuvas;
irreparáveis a todo um ecossistema. rio agravou a situação do bairro por dois motivos: por estar próximo a
b) os estudos sobre vazios urbanos, paisagem
Tais problemas podem ser aumentados foz em um dos trechos com maiores problemáticas, e por causa da
urbana, e afins.
decorrentes às ações do homem, quando este, infraestrutura urbana sobrecarregada. Esses fatores causam
As tragédias, como a do morro do Bumba
visa somente seus próprios interesses, sem problemas crônicos de inundações, perda de vegetação e ruas e
(2010), causaram traumas irreparáveis,
tratar a natureza com a devida importância. calçadas irregulares.
principalmente pelo fato de a autora viver em local
A infraestrutura verde é um elemento A população cresceu “de costas” para o rio, ocupando suas
com risco de deslizamento de terras e conviver
importante como mitigadora dos efeitos margens, jogando lixos e identificando-o como um elemento sujo e
com as enchentes.
decorrentes das ações do homem. Proporciona desagradável. Por esse motivo, o segundo objetivo deste trabalho é
Visto isso, as motivações para este trabalho
inúmeros benefícios, tais como: o aumento das conduzir o reestabelecimento de uma cobertura vegetal
giram em torno da indignação com os
áreas verdes, fundamentais para o bem estar das ecologicamente ajustada ao local, às condições do solo e
problemas urbanos, e pelo medo de dos
pessoas, promove a melhoria da saúde de todos, climáticas, promovendo uma certa renaturalização do rio naquele
efeitos consequentes das mudanças
melhorando a qualidade do ar, redução e retenção determinado trecho.
climáticas.
dos volumes de água da chuva e a diminuição do O terceiro objetivo é desmitificar de forma clara a educação

pico de escoamento, etc. ambiental para a população, pois o conhecimento dessas informações

Os benefícios são mais evidentes em áreas irá fortalecer com o sentimento de comprometimento dos habitantes A ideia para este projeto surgiu a partir
urbanas, onde os espaços verdes são menores e o com o local de intervenção. Dessa forma, a manutenção e cuidados do
parque fará parte das atividades cotidianas destas pessoas. Ou seja, o
da soma da indignação + medo + o desejo de
utilizar as técnicas adquiridas na universidade
dano ambiental mais elevado. Visto isso, fica
evidente a necessidade da
estratégias para aumentar a resiliência das
elaboração de
Parque Urbano Ressignificar será de cunho educacional, cultural,
para ajudar o máximo de pessoas possíveis.
áreas urbanas e suas paisagens, sendo umas de preservação e ecológico.

destas a inserção de um parque no meio Para que os objetivos deste trabalho sejam alcançados, busca-

urbano. se conhecer e analisar os problemas recorrentes nos rios urbanos que


provocam as inundações, e entender o funcionamento de parques
urbanos e suas peculiaridades.

CAPÍTULO 1 10 INTRODUÇÃO
Justificativa do lugar 1.4 PERTINÊNCIA
A principal decisão de realizar o projeto do
Tendo em vista que o bairro Vila Lage é um dos mais
Parque Urbano no Vila Lage foi pela forte ligação
antigos da cidade, e a partir do que foi apresentado, observa-se
emocional com o bairro. Esta ligação dá-se pelo
que ele apresenta grandes problemáticas em todas as infra
fato da autora deste trabalho ter vivido a maior
estruturas (cinza, verde e azul): tais como as redes de drenagem
parte de sua infância no Vila Lage, além de ter
e saneamento precários; os efeitos negativos provenientes das
estudando em uma escola de referência na época
enchentes; solo adensado, árido e sem vitalidade; e problemas
– Colégio São Gonçalo entre os anos de 2001 a
psicossociais.
2008.

As problemáticas do local podem dividir-se em:

• Sociais;

• Ecológicas;

Figura : Logo e rotas do CSG. Fonte: tafulhar.com.br • Saneamento / Insalubridade


Na infância...
Fato curioso é que, enquanto criança a • Urbanas.
autora possuía um encanto com o pátio da escola,
mas sempre percebia que ‘’do lado de fora’’ era
diferente. Em sua visão, os diversos espaços
vazios e ociosos (do lado de fora) passavam a
sensação de ser um local perigoso, e somado a
essas sensações negativas, outro fator que
agravada era que costumava enfrentar grandes
enchentes no retorno para casa. .

Figura : Rua Dr. Alberto Torres – Vila Lage - SG

CAPÍTULO 1 11 INTRODUÇÃO
1.4.1. Pesquisa de Bairro Indique as sensações e percepções que você tem ao caminhar pelo bairro
Como forma de confirmar algumas das
problemáticas da área objeto, foi realizada uma Espaços vazios e ociosos

pesquisa de bairro, divulgada por meios Dificuldade de andar nas calçadas


500m
eletrônicos online para pessoas que residem e/ou
Insegurança
frequentam o bairro.
A pesquisa teve como objetivo entender Calor
questões qualitativas, como as percepções,
0 5 10 15 20
sensações, e anseios dessas pessoas. E os
critérios adotados para esta análise foram: bem-
Todos esses votos mostram que a falta de infraestrutura urbana também é notada pelos transeuntes, e é um
estar psicológico, saúde, tempo de locomoção, incômodo forte. Isto foi demarcado na próxima pergunta, em que foi solicitado que os respondentes marquem para
vitalidade, educação, cultura, interação com o meio cada item, se consideram: bom, regular, ruim ou inexistente.
ambiente e padrão de vida. 14
Houve aproximadamente 40 respondentes, 12 Bom

em sua maioria mulheres (76%) de 18 a 65 anos de 10


Regular
8
idade. Além das questões citadas neste momento,
6 Ruim
foram perguntados a respeito dos alagamentos. 4
Inexistente
Item que será exposto no capítulo 4 deste trabalho. 2
0
(A pesquisa poderá ser consultada na íntegra
Arborização e Qualidade do rio Escomento das águas Policiamento Praças e espaços de
no Anexo deste trabalho). vegetação pluviais convivência
14
12
Em uma escala de 1 a 5, o quanto você sente 10
8
que é agradável caminhar pelo Vila Lage? 6
4
20 2
0
15 Pontos de ônibus Calçadas e faixas de Trailers de lanches Trânsito Limpeza e coleta de Comércios do bairro
pedestres lixo
10

5 Essas opiniões mostram o quanto o local carece de um projeto que contemple melhorias e que traga
0
um novo significado positivo, para que minimamente a população sinta prazer ao caminhar e saber que ali há
1 2 3 4 5
um parque que levará vitalidade e melhorias.

CAPÍTULO 1 12 INTRODUÇÃO
Todos os anos diversos bairros de São Gonçalo sofrem com as enchentes. Segundo o comunicador

Calçadas irregulares, insegurança, Matheus Graciano, Neves, Vila Lage e arredores fazem parte de uma das regiões mais antigas da cidade.
Sendo cercada pelo rios: Brandoas, que está entre Vila Lage e Porto Velho, e o Bomba, que divide São
falta de vegetação e espaços de lazer são Gonçalo e Niterói. Observa-se que a rede de águas pluviais é tão antiga, que não foi planejada para

algumas das reclamações da população. sustentar o volume de águas que passam nas galerias. Somado aos problemas da alta impermeabilização
do solo, a retificação e manilhamento dos rios, o resultado é um grande volume de chuvas correndo com
Estes problemas multiplicam quando mais rapidez às galerias, não havendo vazão suficiente e a partir daí as enchentes ocorrem.

ocorrem as inundações. De acordo com os moradores de


Neves (bairro vizinho), apenas uma rua
Plataforma AlagaMaps criada para mapear os principais pontos
de alagamento em São Gonçalo.

Disponível em: https://simsaogoncalo.com.br/alagamaps/.


do bairro possui estação de esgoto,
com manilhas pequenas que foram
colocadas há mais de 40 anos. Segundo
Sidney Valle, presidente da Associação
de Moradores para o Desenvolvimento
de Neves (Amoneves), representantes

Acesso em: Nov/2019


da Prefeitura foram convidados para
uma reunião que aconteceu no dia 25 de
maio 2019, mas ninguém compareceu.

Área Objeto

Figura: Reportagem do Jornal O São Gonçalo. Fonte:


https://www.osaogoncalo.com.br/geral/60712/moradores-de-neves-se-
reunirao-para-debater-questoes-de-enchentes-no-local

Vila Lage

Figura : Homens fugindo da enchente no vila Lage. Fonte: https://www.osaogoncalo.com.br/geral/60712/moradores-

Figura : Reportagem do Jornal O Fluminense. Fonte: https://www.ofluminense.com.br/pt-br/cidades/chuva-que-parou-niter%C3%B3i de-neves-se-reunirao-para-debater-questoes-de-enchentes-no-local

CAPÍTULO 1 13 INTRODUÇÃO
1.4.2. Reportagem sobre o Parque Urbano
A pesquisa online chamou a atenção de Gonçalenses engajados com
questões sociais e ambientais por abordar questões específicas e pertinentes do
bairro.
Durante a etapa de divulgação e captação de moradores para dialogar sobre
as questões da pesquisa, a autora conversou brevemente com o produtor de
conteúdo e político de São Gonçalo, Romário Régis.
Posteriormente, a jornalista Samara Oliveira (escreve as reportagens do
site do Romário) buscou saber do resultado da pesquisa para que fosse publicado
no site. Ambos ficaram interessados em saber o que motivou a autora deste
trabalho a realizar tal pesquisa online, e consequentemente, entender sobre
temática deste trabalho final de graduação. Este fato acabou virando uma
entrevista.
Publicada no dia 12 de novembro de 2019. A matéria pode ser conferia na
íntegra através do link: https://romarioregis.com/2019/11/12/projeto-de-universitaria-
pode-mudar-situacao-de-enchentes-em-sao-goncalo/.
Na última segunda-feira, 11, mais uma vez São Gonçalo viveu um dia de terror

A população anseia por mudanças... por causa da forte chuva que causou alagamentos na cidade. Sempre depois
de uma tempestade o que se vê são bairros embaixo d’água e pessoas
Após a publicação nas redes sociais, a reportagem chamou atenção de ilhadas. Ao olhar para essa realidade, Lúryann Guimarães, de 25 anos, decidiu
diversas pessoas na esperança de que as problemáticas citadas anteriormente que esse seria o tema do seu trabalho final de graduação.
sejam resolvidas.

Resultado parcial do engajamento com a reportagem uma semana depois de publicada: Muito mais do que apenas um tema acadêmico, a estudante de arquitetura e
urbanismo da Estácio de Sá, pensou em um Parque Urbano como solução
para ser aplicada no bairro Vila Lage, em São Gonçalo. A ideia é que a
iniciativa se espalhe e seja recriada em outros pontos mais críticos da cidade,
310 curtidas resolvendo assim, um dos principais problemas da região.

60 comentários
[...]
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Figura: Alguns dos comentários realizados na rede social Facebook.

CAPÍTULO 1 14 INTRODUÇÃO
1.5. METODOLOGIA SISTEMA I.D.E.A.

É todo o material que possa ser utilizado no processo; como pesquisa de


A metodologia adotada para o presente trabalho foi dividida em dois conceitos I Inventário opinião, processo criativo, levantamentos, mapeamentos, pesquisa
bases: Sistema I.D.E.A. e Análises S.W.O.T. ao fim de cada etapa produzida. bibliográfica, contextualização , legislação e etc.

RSVP Cycle / Sistema IDEA


Diagnóstico/ Elaboração do programa, diretrizes projetuais, diagnósticos. Serve para
D
Diretrizes controlar e tornar visível todas as instruções para o trabalho.
A metodologia usada para o presente trabalho chama-se R.S.V.P. Cycles e foi
desenvolvida pelo arquiteto paisagista Lawrence Halprin em 1969. Em The Desenhos seguindo as metas estabelecidas no programa elaborado na
E Estudo etapa anterior. É responder projetualmente ao diagnóstico e diretrizes
RSVP Cycles: creative processes in the human environment, Halpin criou um
propostas.
modelo cíclico, que enfatiza a persistência e o processo, de forma em que o
Etapa fundamental de avaliação de todas as etapas anteriores, sendo esta
autor não siga uma hierarquia, tampouco um sistema linear. Ou seja, o R.S.V.P
A Análises a etapa que faz com o que sistema I.D.E.A. não seja linear, pois a análise
Cycles é uma ferramenta de projeto explicitada em forma de um diagrama onde será elaborada em cada etapa.
uma parte é independe da outra e quem for utiliza-la poderá iniciar o processo Quadro: Sistema I.D.E.A.

projetual por qualquer parte assim como em qualquer etapa poderá também MATRIZ SWOT
voltar nas etapas passadas. É um sistema de análise relacional de fatores externos e internos, positivos e
negativos, que, devido a sua simplicidade metodológica, pode ser utilizada para fazer
Resources qualquer tipo de verificação de cenário ou ambiente.
R
(Recursos)
Ao longo de todo o trabalho de monografia, principalmente ao fim de cada capítulo, a
Score
S autora irá realizar uma análise SWOT do assunto abordado com o objetivo de identificar
(Pontuações)
problemas, pontos fortes, propor diretrizes, fortalecer pontos positivos, prever
Valuation
V
(Avaliação) oportunidades e ameaças relacionadas a cada tópico.
Performance Além da matriz SWOT, serão inseridos elementos visuais em determinados itens da
P
(Performance)
monografia que serão guiados por cores ‘’chaves’’ indicando uma pré análise do que a
Figura 1: Diagrama RSVP Cycle de Lawrence Halprin. Quadro: Sigla R.S.V.P.
autora identificou do assunto. São elas:

O sistema I.D.E.A. é a adaptação do processo metodológico citado acima, Quadro: Análise SWOT

com ênfase na criação de projetos de paisagístico, arquitetônico e botânico


FATORES FATORES
brasileiros, desenvolvido pelo arquiteto paisagista Fernando Acylino. PONTO FORTE
POSITIVOS NEGATIVOS

Esse modelo adapta-


INTERNOS
FATORES
FORÇAS FRAQUEZAS OPORTUNIDADE
do é a principal ferramenta
utilizada como diretriz para F F
PONTO FRACO
DIAGNÓSTICO nortear a presente O A
EXTERNOS
FATORES

fundamentação. OPORTUNIDADES AMEAÇAS


AMEAÇA

Figura: Diagrama Sistema I.D.E.A.


CAPÍTULO 1 15 INTRODUÇÃO
Figura: Colagem cidades verdes por Gehl Architects. Fonte: <https://gehlpeople.com/cities/city-green-residents/> Acesso: Nov. 2019.
CAPÍTULO 2.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo visa aprimorar o embasamento teórico e referências de
autores e projetos, para que se compreenda os conceitos e diretrizes
adotadas na fase do pré projeto desta monografia.
2.1. ECOLOGIA URBANA
É importante o entendimento dos conceitos relacionados aos fatores ecológicos para a presente monografia
para compreender a importância do estudo das infraestruturas verde e azul (natureza urbana) que fazem parte deste
trabalho, o perigo que elas correm de entrar em colapso, como elas podem se readaptar e trazer grandes benefícios ao
meio em que estão localizadas. Estes itens podem ser compreendidos com os conceitos:

• FATORES ECOLÓGICOS • TEORIA DA RESILIÊNCIA


• FATOR LIMITANTE • URBANISMO BIOFÍLICO
• VALÊNCIA ECOLÓGICA

Fatores ecológicos são todos os elementos presentes no ambiente que influenciam o sistema vivo,

podendo influencia-los em pelo menos um momento de sua vida.


Podem ser divididos como:
a) Fatores bióticos: relacionado aos seres vivos, a sua capacidade de modificar a evolução biológica, como o tempo,
nutrição, adaptação ou predadores;
b) Fatores Abióticos: Em relação às condições do meio ambiente, como o clima, relevo, topografia, calor, etc.

Cada elemento vivo possui um Fator Limitante, que consiste em um limite de tolerância (mínimo e máximo),
onde o mínimo é um fator limitante que torna difícil a sobrevivência, crescimento e/ou a reprodução de uma espécie.
Enquanto o máximo é chamado de “ótimo ecológico”, sendo este o ponto onde o desenvolvimento e reprodução de um
determinado elemento ou espécie se desenvolve e reproduz, atingindo sua máxima intensidade.

Em paralelo, o conceito da Valência Ecológica consiste na capacidade de um ser vivo povoar diversos

ambientes com diferentes fatores ecológicos e condições ambientais. Isso significa que uma espécie com grande
valência ecológica está presente em diversos biomas ou extremos climáticos, em contrapartida de uma espécie com
Baixa Valência, em que pouco suporta grandes variações de determinado fator. É importante considerar que pequenos
fatores podem ser responsáveis por modificar a Valência Ecológica dos organismos, ou seja, os limites de tolerância de
certo seres vivos, como: ações antrópicas; temperatura; umidade ou outros fatores, podem ser responsáveis por
causar maior ou menor tolerância a alterações de meio ambientes.
Verificou-se sobre os limites de tolerância e a forma de um ser vivo sobreviver em um ambiente. Nesse

contexto, a Teoria da Resiliência trata sobre a forma que um ecossistema se mantém em equilíbrio após um

colapso, ou seja, a capacidade adaptativa dos organismos é a forma de lidarem com incertezas e mudanças de acordo
com o meio ambiente situados, aumentando sua aprendizagem e auto organização.

Figura : Khoo Teck Puat Hospital (KTPH) Singapore. Terraço Verde e Parede
Verde. Fonte: <https://www.greenroofs.com/2014/02/25/greenroof-greenwall-
CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA project-of-the-week-for-february-24-2014-khoo-teck-puat-hospital//> Acesso:
18 Nov. 2019.
2.2. ESPAÇOS PÚBLICOS URBANOS
A Biofilia faz parte da essência do ser humano, significa o
Historicamente, os parques urbanos surgem a partir da concentração das
amor a vida e a natureza. É a tendência natural do ser humano se
pessoas nas cidades em um momento que não havia a preocupação com o meio
voltar para a natureza. Essa necessidade de ir ao encontro da dela
ambiente por parte dos governantes, e nesse contexto, os parques foram uma maneira
torna-se mais evidente na atualidade devido aos espaços urbanos
encontrada para melhorar a qualidade de vida das cidades que eram insalubres.
monofuncionais, escassez de recursos naturais e atuais mudanças
Associado a acontecimentos como a Primeira Revolução Industrial na segunda metade
climáticas, causando impactos ambientais negativos de grandes
do séc. XVIII, e no Brasil após a década de 1930, quando iniciou-se a Era Vargas, que
magnitudes a ponto de estar próximo a causar um colapso em alguns
as áreas verdes passaram a ser necessárias nos grandes centros justamente para
ecossistemas.
suprir a falta dela.
Espaços verdes integrados a malha urbana são considerados a
Segundo Andrade (2004), conforme citado por Ferreira (2007, p. 8), após a
solução ecologicamente mais adequada tanto para atuar na mitigação
apropriação do território, iniciou-se o processo de ocupação. No processo de formação
dos efeitos negativos causados pelas ações antrópicas, quanto para a
das cidades, os espaços de convivência e comemorações, conhecidos popularmente
minimização dos extremos climáticos. Áreas verdes ainda
como praças, tornaram-se uma necessidade vital, uma vez que a vida pública da cidade
proporcionam o acesso da população a espaços que acomodam
desenvolvia-se e hierarquizava-se por meio delas.
benefícios psicológicos e neurológicos. Isto é o Urbanismo Biofílico.
Os métodos dos projetos biofílicos são caracterizados por “Do o âmbito físico, podemos considerá-lo (espaço público)

intervenções de baixo impacto ambiental e pelo estabelecimento de como “vazio” urbano conformado pelos volumes

espaços sustentáveis, com maior resiliência às intempéries. construídos nas zonas centrais da cidade e muitas vezes

(CHENOWETH et al.,2014-15). são os espaços em que o verde da cidade se expressa com


maior protagonismo, e onde tradicionalmente tem se
Alguns benefícios do Urbanismo Biofílico: instalado esculturas artísticas de médio e grande formato e
a) Redução de Estresse;
monumentos comemorativos.
b) Depressão e ansiedade, com o aumento de
Eles contêm aquilo que é chamado de “mobiliário urbano”,
sentimentos positivos
isto é, equipamentos que facilitem seu uso: luminárias,
c) Formação de laços afetivos e de conexão comunitária;
bancos, lixeiras, pontos de ônibus, sinalização de trânsito e
d) Redução do crime;
de informação em geral, entre outros.
e) Diminuição de problemas de comportamento e hiperatividade das
Sendo os serviços urbanos uma responsabilidade do
crianças.
setor público, então os Espaços Públicos são inclusive os
Sabendo disso, é fundamental para a saúde humana e o meio
lugares por onde passam e se desenvolvem as redes de
ambiente incluir sistemas e processos naturais em nossas paisagens
infraestrutura viária, de transporte e técnicas, que garantam
construídas.
a habitabilidade, sejam estas na superfície, subterrâneas
ou sem fio.”
Patricia Rodríguez Alomá, Archdaily, 2013

CAPÍTULO 2 19 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


A necessidade dos parques urbanos: “A cidade industrial moderna, com seu cotejo de problemas, colocou a exigência de áreas verdes, parques e jardins,
como elemento urbanístico, não destinados apenas à ornamentação urbana, mas como uma necessidade higiênica, de
recreação e mesmo de defesa e recuperação do meio ambiente em face da degradação de agentes poluidores, e
elementos de equilíbrio do meio ambiente urbano, de equilíbrio psicológico, de reconstrução da tranquilidade, de
recomposição do temperamento desgastados na faina estressante diária. A arborização das vias públicas, além de
embelezá-las, é também um fator de atenuação de ruídos, de fixação e retenção do pó, da re-oxigenação do ar”.
Silva (1974 p. 127). O Direito Ambiental Constitucional

Nesse contexto de criar uma rede de espaços públicos, urbano e


ambiental, que criam e fortaleçam laços de comunidade e Tipos de Parques Urbanos
infraestruturas é fundamental para o surgimento dos parques urbanos,
Segundo Cavalheiro e Del Picchia (1992), a classificação dos espaços urbanos diferem-se em
como uma estratégia para minimizar os impactos negativos
relação à categoria e a finalidade, atributos e com o tamanho, como a sua capacidade de suporte para
decorrentes da expansão urbana.
visitação, quantidade de equipamentos, e a maximização de sua manutenção.
a) Parques Urbanos: Lima et al. (1994) definem parque urbano como uma área verde, com função
ecológica, estética e de lazer, com uma extensão maior que as praças e jardins públicos. Têm uma
função social muito importante para a cidades pois contribuem para aumentar a socialização entre os
Inicialmente...
frequentadores, diminuem a poluição, melhoram a permeabilidade do solo minimizando as enchentes,
protegem os cursos d’água não canalizados, reduzem as áreas de construções irregulares e contribuem
Lazer e estética para a qualidade de vida das pessoas que vivem na região. Os parque urbanos podem ser subdivididos
Quando surgiram,
as áreas verdes e entre parque de vizinhança (de menor abrangência, destinado a servir uma unidade de vizinhança ou de
espaços públicos
urbanos eram vol- habitação) ou parque de bairro, sendo este o adotado para o presente trabalho.
tados para estéti-
A partir de 1980 • Parques de Bairro: devem conter uma gama ampla de equipamentos de lazer; podem
ca e lazer.
desempenhar função paisagística e ambiental, dotados de vegetação, espaços livres de
Questão Ambiental impermeabilização e águas superficiais.
A partir desta década
os espaço públicos b) Parque Lineares: São intervenções urbanísticas que buscam traçar a cidade de maneira contínua
passaram a pensar
situado ao longo de um corpo d’água, conectando espaços edificados e espaços abertos. Os parques
também nos proble-
mas ambientais e na lineares agregados às áreas de inundação, caracterizam-se como espaços abertos, livres e de pouca
qualidade de vida dos
habitantes. manutenção, onde são priorizadas a preservação ambiental e o lazer contemplativo.

CAPÍTULO 2 20 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


2.3 DRENAGEM URBANA
O solo nas áreas urbanas e periféricas estão sendo cada vez mais impermeabilizados, fazendo com que o
volume de água escoado nas ruas aumente de forma significativa. Vale ressaltar o despejo de esgotos
irregulares nos rios urbanos e o consumo desenfreado da água. As consequências da falta de visão ambiental
por parte da população implica na deterioração dos mananciais e a redução da quantidade de água de qualidade
para o consumo.
Todos os conceitos até aqui mencionados são de extrema importância, mas para sejam efetivos no
contexto urbano em que a proposta do presente trabalho situa-se, é importante que as infraestruturas verdes e
Figura: Proposta conceitual do Parque Linear para o Rio Silao – México. Por Aurarquitectos.
Fonte: https://www.aurarquitectos.com/parque-lineal-rio-silao. Acesso em: nov/2019. cinza estejam associadas em um bom funcionamento de todo o meio. Em 2018 as Organizações das Nações
Unidas (ONU) divulgou o Relatório denominado Desenvolvimento dos Recursos Hídricos, segundo Pedro
Peduzzi (repórter da Agência Brasil, 2018) o relatório aponta que o equilíbrio entre estas infraestruturas como a
c) Praças e Jardins Públicos: Atualmente, ideia de praça está melhor opção para um uso adequado da água.
associada a espaço público urbano ajardinado, com ênfase na
“Soluções baseadas na natureza não estão limitadas à infraestrutura verde, é pensar
vegetação. Segundo Ferreira (2007, p. 12) a praça tem como
onde as duas juntas (infraestruturas verde e azul) darão o melhor benefício.”
função principal o lazer, sendo um centro social integrado a
Ângela Cordeiro, engenheira ambiental da ONU
cidade. São considerados como Jardins Públicos as praças com
vegetação localizadas nas cidades. O aumento populacional principalmente em centros urbanos e a expansão irregular da periferia tem
produzido grandes impactos negativos tanto nos espaços livres quanto nos recursos hídricos. Um desses
impactos ocorre na drenagem urbana, causando efeitos como o aumento da frequência e magnitude das
inundações e consequentemente a degradação ambiental. Segundo Valéria Borges Vaz (2004), a drenagem é o
gerenciamento da água da chuva que escoa no meio urbano, tendo como objetivo minimizar os riscos que a
população está sujeita, diminuir os prejuízos causados pelas inundações e possibilitar o desenvolvimento urbano
de forma harmônica, articulada e sustentável.

“Os fundamentos da drenagem urbana moderna estão basicamente em não transferir os


impactos à jusante, evitando a ampliação das cheias naturais, recuperar os corpos
hídricos, buscando o reequilibro dos ciclos naturais (hidrólogos, biológicos e ecológicos) e
considerar a bacia hidrográfica como unidade espacial de ação.

Para gerenciamento adequado da drenagem urbana são indispensáveis o conhecimento


da área, o seu monitoramento, o planejamento da ações visando minimização dos
impactos e principalmente da participação e motivação da população envolvida.”

A urbanização causa enchentes para própria urbanização”


Valéria Borges Vaz. Núcleo de Pesquisa e Extensão


em Gerenciamento de Recursos Hídricos Comitê de
Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo - Maio/2004

CAPÍTULO 2 21 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


2.4.1. JAN GEHL
Tendo como premissa um de seus livros: “Cities for Peoples”, Jan Gehl
defende a escala do observador, em que as pessoas devem ser a prioridade nas
cidades, ao contrário dos automóveis particulares.

Um bom espaço de vizinhança para pessoas felizes


1. Vida deve começar sendo moldados pela vida, seguindo do
espaço urbano e por fim a arquitetura adaptada a este
espaço. Quando o contrário disso é aplicado, o resultado é
2. Espaços uma série de cidades sem vitalidade.
Através dos estudo de como as pessoas usam os
AUTORES
PESQUISADOS

espaços públicos, Gehl explica sobre a importância do que


3. Edifícios acontece ao nível da rua para a qualidade de vida nas cida-
des, ou seja, quanto mais atividades acontecer no nível térreo, mais segura e
2.4.1. Jan Gehl.....................................................................................22 saudável será o espaço urbano. Quanto mais gente estiver na rua, melhor. Como
2.4.2. Cecília Herzog...........................................................................23 já havia afirmado Jane Jacobs há 50 anos em “Morte e vida de Grandes
2.4.3. Gordon Cullen...........................................................................24 Cidades”. Gehl criou 12 critérios para avaliar a qualidade de uma cidade quando
2.4.4. Jaime Lerner.............................................................................25 3
considerada ao nível da rua, alguns deles são:
2.4.5. Burle Marx.................................................................................26 • Proteção dos pedestres contra o tráfego e acidentes;
2.4.6. Fernando Chacel.......................................................................26
2.4.

• Zonas atraentes para sentar e/ou ficar de pé nas bordas dos espaços, suportes para ficar de pé;
• Experiências sensoriais positivas;
• Convite à criatividade e a atividades físicas, a toda hora e em todas estações;
• A rua estar sob os olhos de muita gente, e ter boa iluminação;
• Escala humana nos edifícios e nos espaços abertos: que sejam pensados para a pessoa que
caminha e não para quem passa dentro de um carro. É uma questão de tamanho e densidade.

Figura: Jan Gehl. Fonte:


CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA https://tobiarchitects.com/en/jangehl/
22 . Acesso em: Nov. 2019
2.4.2. CECÍLIA HERZOG • Jardins de Chuva e Canteiros Pluviais • Biovaleta (Bioswale)
Figura: Cecília Herzog. Fonte: São jardins em cotas mais baixas que recebem água escoada de
foto: Rebecca Dios
https://ceciliaherzog.wordpress.com/. Crédito da superfícies impermeabilizadas, que podem ser projetados em ruas,
residências, edifícios, para receber as águas do escoamento São jardins lineares
superficial de áreas impermeáveis. rebaixados com um tubo de
drenagem e elementos
filtrantes, como camadas de
brita e pedrisco, que
promovem a descontamina
cão inicial das águas de
chuva contaminadas por
resíduos de óleos, borracha
de pneu, partículas de
poluição, entre outros.
A busca por cidades com melhor
Figura: Diagrama da biovaleta. Fonte: http://thewatershedproject.org/rain-gardens-bioswales/.
qualidade de vida integrada a natureza é Acesso em: Nov. 2019

algo que Cecília Herzog dedica-se em


pesquisar.
para Cidades mais Sustentáveis, ela
Em Infraestrutura Verde
• Bioengenharia
disserta também sobre tipologias de São soluções para resolver os problemas ambientais utilizando
técnicas “naturais”, que adotam materiais e produtos de origem
infraestruturas verdes como forma de vegetal e que interferem o mínimo possível no meio ambiente.
reestabelecer dinâmicas naturais dos Herzog define a bioengenharia como técnicas ecológicas para
a proteção de locais em risco ambiental utilizando
fluxos hídricos e bióticos; melhorar o conhecimentos milenares, com a combinação de materiais
conforto das pessoas; filtrar águas das inertes e vegetação, isto significa a substituição das técnicas
tradicionais de engenharia para contenção de encostas e
chuvas; permitir a permeabilidade do margens de corpos d’água.
Figura: Diagrama do jardim de chuva. Fonte: https://thewatershed.org/green-infrastructure-
solo; promover habitat para a rain-gardens/. Acesso em: Nov. 2019

biodiversidade; mitigar as ilhas de calor;


• Wetlands
promover passeios sombreados,
agradáveis e seguros; diminuir a
velocidade dos veículos e evitar o
assoreamento dos cursos d’água, entre
Figura: Canteiro pluvial em interseção viária.
outros. Fonte: https://onegreen.com.br/jardins-de-
chuva-estao-surgindo-pela-cidade-de-sao-
São estratégias a serem adotadas paulo/. Acesso em: Nov. 2019
na escala local de acordo com as “São áreas alagadas que recebem as
águas pluviais, promovem a retenção
especificidades de cada situação, sendo e remoção de contaminantes. Devem
Figura: Wetlands. Fonte:
todas essas passíveis de serem https://www.institutodeengenharia.org.b
ser construídos em locais adequados
r/site/events/wetlands-construidos-para- para a mitigação da poluição difusa,
adotadas no parque urbano do tratamento-de-esgoto/. Acesso em: Nov. dentre outros serviços ecológicos.” Figura: Proteções ecológicas para os cursos d’água de acordo com a progressão de energia utilizada
2019 Herzog (2010 p. 27) para sua instalação. Fonte: https://www.ofitexto.com.br/comunitexto/beneficios-da-bioengenharia-para-o-
presente trabalho. projeto-de-protecao-de-rios/. Acesso em: Nov. 2019

CAPÍTULO 2 23 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


2.4.3. GORDON CULLEN • Apropriação do espaço: forma em que as pessoas podem ter autonomia de se apropriarem dos espaços;
O conceito de paisagem
urbana que Cullen aborda, fala
• Território ocupado: são elementos que levam as pessoas a se apropriarem dos espaços. É a forma como

sobre a forma que as pessoas têm os locais são ocupados por elementos físicos ou não, tais como: a sombra, desenhos no pavimento,

a percepção da cidade em relação postes de iluminação, etc;

aos espaços e aos ambientes.


• Privilégio: quando um local possui uma qualidade imediata da vista sobre a paisagem que é suscetível de
Também fala sobre os
ser ocupada;
aspectos da paisagem que vão
alterando ao longo do percurso, a • Viscosidade: quando um local simultaneamente está sendo ocupado, estando em movimento, e em
partir daí ele aborta a visão serial, contrapartida há um local inóspito próximo, acentuando a segregação entre eles;
Figura: Gordon Cullen. Fonte:
que são as percepções
https://encrypted-
tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9
sequenciais dos espaços urbanos
• Enclaves: espaço interior aberto para o exterior, porém com livre transição entre elas;
GcT6pl7iiugFJpWo_yUH4hi7E9SnkyokV8
K0Y0ghBzZMiUOTjVOn
no decorrer do percurso.
• Recinto: é um local importante, aconchegante, o local para onde o tráfego nos conduz;
• Ponto focal: é um ponto que define a situação, como uma confirmação de que o transeunte está no local

certo, ponto de referência. Símbolo vertical;

• Espaços inatingíveis: elementos que criam outro espaço, acentuando o clima de interpenetração espacial;
• Delimitação do espaço: são meios para delimitar espaços fragilizados, é um espaço cercado;
• Truncagem: elementos em planos distintos resultando em uma perspectiva sobreposta;
• Desníveis: sensações causadas pelos diferentes níveis de um lugar, podendo ser positivas ou negativas,

como superioridade, claustrofobia, mistério e curiosidade;

Figura: Visão serial. Fonte: http://thewatershedproject.org/rain-gardens-bioswales/.Acesso em: Nov. 2019


• Perspectiva grandiosa: ligação do primeiro plano com o próximo plano;
Somado a isso, o autor conceitua diversos temas sobre as • Delimitação: forma marcante da quebra de continuidade entre espaços, mas sem perder a sensação de
sensações, percepções, cenário e o sentido de localização do usuário ao
progressão;
se deparar com um espaço. Nossa reação depende da nossa posição
relativa no espaço. Sensações e reações provocadas por espaços abertos • Recessão: discrepâncias numa perspectiva, diferença de escalas que criam uma ilusão de algo mais perto

e fechados. A fundamentação do Parque seguirá como método de e algo mais longe;


análise do espaço urbano a ótica da visão serial (figura acima), assim
• Expectativa: curiosidade gerada por uma perspectiva limitada, que dá vontade de seguir e vê-la por
como alguns dos conceitos acerca da paisagem urbana.
completo.
Os principais serão expostos ao lado:

CAPÍTULO 2 24 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


2.4.4. JAIME LERNER

O arquiteto e urbanista que

mudou a vida de muitas pessoas com


seus projetos urbanos, pois muitos
deles funcionariam como agulhadas
trazendo vida aos centros nervosos
atingidos, intervenções pontuais no
tecido urbano. Este é o princípio
Figura: Jaime Lerner. Fonte: básico da Acupuntura Urbana, título
https://www.vivadecora.com.br/pro/arquite
tos/jaime-lerner/ de seu livro lançado em 2003, que

Lerner fala sobre sua experiência como prefeito e Curitiba e como


criou projetos que mudaram a cidade.
Sem precisar intervir radicalmente no traçado e no
planejamento, melhorando a cidade sem a necessidade de grandes
obras urbanas, Lerner procura provocar as pessoas a entenderem
e planejarem suas próprias cidades.

“Uma boa acupuntura é ajudar a trazer gente Figura: Ilustração do modelo de cidade
por Jaime Lerner. Fonte:
para a rua, criar pontos de encontro, fazer com http://www.urbanglitch.com/2014/04/urb
an-acupuncture.html. Aceso em: Nove

que cada função urbana catalise bem o 2019

Figura : Gordon Cullen. Fonte: https://encrypted-


tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcT6pl7iiugFJpWo_yUH4hi7E9SnkyokV8K0Y0ghB
zZMiUOTjVOn
encontro entre as pessoas”
Lerner, 2003, pg. 47

Figura: Rua XV de Novembro – Curitiba - PR. Fonte:


Lerner apresenta seu modelo ilustrativo de cidade como uma https://pixabay.com/pt/photos/curitiba-rua-novembro-
cal%C3%A7ad%C3%A3o-1071278/. Aceso em: Nove 2019
tartaruga (Imagem acima). Ela é descrita como um ser que ‘’vive,
trabalha, mora e diverte-se’’ no mesmo lugar; seu casco representa
as divisões de uma cidade com suas ruas e equipamentos públicos
integrados. Caso o casco seja quebrado, dividindo estes elementos
que integram a cidade, a tartaruga (cidade) morre.
O presente trabalho buscar ser parte integrante do
sistema de acupuntura urbana de forma que preencha o vazio
do bairro Vila Lage, inserindo uma função verdadeiramente
Figura: Gordon Cullen. Fonte: https://encrypted- necessária naquela área, através do parque urbano.
tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcT6pl7iiugFJpWo_yUH4hi7E9SnkyokV8K0Y0ghB
zZMiUOTjVOn

CAPÍTULO 2 25 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


2.4.5. BURLE MARX 2.4.6. FERNANDO CHACEL
Considerado como sucessor de Burle
Marx, Chacel mostra sua preocupação com as
questões ambientais e a recuperação de áreas
degradadas, transferindo seu conhecimento para
o livro Paisagismo e Ecogênese (2002).
Em seus projetos, o design fica em
segundo plano, tem como principal foco o de
preservar ou de recuperar a natureza ameaçada
Figura: Roberto Burle Marx. Fonte: https://braziljournal.com/burle-marx- ou degradada. Mostra domínio em trabalhar em
no-bronx-uma-homenagem-a-exuberancia
Figura: Fernando Chacel. Fonte: glebas e áreas de porte elevado.
[...] o homem da cidade está mais do https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/entrevi
sta/fernando-chacel-01-07-2005
que espremido e sufocado em sua
moradia, onde a ordem é ‘mínimo “A ecogênese é a reconstituição de
ecossistemas parcialmente ou totalmente
standards’, há necessidade de se criar
grandes espaços livres, onde se possa
respirar, entrar em contato com a
natureza, ter a oportunidade de poder
degradados, valendo-se de uma re-
meditar, contemplar uma flor ou uma interpretação do ecossistema através do
replantio de espécies vegetais autóctones
forma vegetal num lugar sossegado [...]
(MARX, 2004b, p. 74)
Figura Projeto de jardim para o Ministério da Educação e Saúde (1938). Figura: Parque de Educação Ambiental
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/792669/roberto-burle-marx-um-
mestre-muito-alem-do-paisagista-modernista
Professor Mello Barreto. Fonte:
https://www.vitruvius.com.br/revistas/read
[...] prima pela reconstrução de paisagens
Roberto Burle Marx trabalhava seus /resenhasonline/01.001/3274 que já sofreram profundas modificações
em sua estrutura, valendo-se de
jardins como verdadeiras obras de arte,
propondo um novo estilo de composição
paisagística, não somente visando a
elementos vegetais autóctones,
questão estética, mas também unindo a
provenientes de todos os estratos,
função ecológica. A partir da cuidadosa recompondo suas associações originais.
harmonização dos elementos naturais, [...] A palavra ecogênese, proveniente da
possíveis de serem moldados, como botânica, é um neologismo, isto é, um
árvores, arbustos, flores, forrações e pedras, nome novo para uma antiga idéia. Esse
Burle Marx pincelava a paisagem. Seus termo tem sido, com freqüência,
jardim eram as suas telas.
associado ao nome de Fernando Chacel,
O método que o paisagista utilizava
pois é ele quem mais utiliza a palavra
para como o gesto de design de seus jardins
será amplamente citado ao longo do projeto
ecogênese em seu discurso projetual. ”
CURADO, Miran. 2006
deste presente trabalho.

Figura: Chacel e sua obra ecogenética. Fonte: https://www.funverde.org.br/blog/abaixo-a-


CAPÍTULO 2 26 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA fitoxenofobia-a-intolerancia-atinge-o-reino-vegetal/
2.5.1. PRAÇA VICTOR CIVITA
Local: Pinheiros – São Paulo
Projeto: Levisky Arquitetos Associados e Anna Julia Dietzsch
Ano: 2007
Área do terreno: 13.648 m²

Parceria Público Privada (PPP) para recuperar e desenvolver o espaço à sociedade.

O projeto foi elaborado a partir de premissas sustentáveis, contando com


propostas educativas e tecnológicas. A essência do projeto foi a recuperação e
remediação do local, visto que era um espaço sem condições de acesso pois trata-se
de uma área contaminada por um antigo incinerador de Pinheiros.
REFERÊNCIAS

“Um grande deck de madeira certificada pousa sobre o terreno,


PROJETUAIS

sustentado por estrutura metálica, de modo a impedir o contato

2.5.1. Praça Victor Civita - SP............................................................27 com o solo contaminado. O deck se estende na diagonal do

2.5.2. Parque do Flamengo – RJ........................................................29 terreno, propondo um percurso que enfatiza a perspectiva

2.5.3. Memorial FDR – Washington - EUA......................................30 natural do espaço e convida o usuário a percorrer os caminhos
da Praça. [...] Este deck, suspenso a aproximadamente 1,00 m
2.5.4. Reservatório da Praça da Bandeira – RJ................................32 3
do nível do piso existente, leva o usuário a um passeio pelo
2.5.5. Renascimento do Rio Cheonggyecheon - Coreia.................33 conhecimento de processos ligados à sustentabilidade, como a
2.5.

certificação da madeira, laboratório de plantas com espécies


em pesquisa para produção de biocombustíveis, hidroponia,
renovação de solos, fitoterapia e engenharia genética.”
"Praça Victor Civita / Levisky Arquitetos e Anna Julia Dietzsch" 09 Dez 2011.
ArchDaily Brasil. Acessado 16 Nov 2019.
<https://www.archdaily.com.br/10294/praca-
victor-civita-levisky-arquitetos-e-anna-julia-dietzsch>

Através da parceria com instituições como o IPT, CETESB e GTZ, a Praça Victor
Civita apresenta uma oportunidade de investimento na pesquisa de temas ligados à
sustentabilidade, como a certificação da madeira, laboratório de plantas, uso de
sistemas orgânicos para a reciclagem de água e racionamento energético. As soluções
permitem um visível registro histórico do que é o passado e o presente, sendo possível,
ao chegar e usufruir do lugar, perceber e experimentar a sensação de estar em uma
condição melhor do que a vivenciada anteriormente, quando o local encontrava-se
abandonado.

CAPÍTULO 2 27 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


Figura: Programa de Necessidades. Fonte: Figura: Programa de Necessidades. Fonte:
https://app.emaze.com/@AOOIZFWQT#13 https://app.emaze.com/@AOOIZFWQT#13

Figura: Praça Victor Civita. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-10294/praca-


victor-civita-levisky-arquitetos-e-anna-julia-dietzsch

CAPÍTULO 2 28 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


2.5.2. PARQUE DO FLAMENGO
Local: Aterro do Flamengo – Rio de Janeiro
Projeto: Roberto Burle Marx
Ano: 1965
Área do terreno: 1,2km² e 7km de extensão

Parque Público semelhante ao Central Park no aterro carioca.


“A característica mais marcante do Parque do Flamengo
é a diversidade de sua flora, formada principalmente por
espécies nativas selecionadas por Burle Marx. A riqueza
vegetal atrai muitas aves. Sua área foi arborizada com 11.600
árvores de 190 espécies, nativas e exóticas. Entre as 4.400
palmeiras de 50 espécies estão preciosidades como a talipot
Figura: Jardins do parque do Flamengo. Fonte: http://www.maisrio.com.br/parques-jardins/parque-do-flamengo
(Corypha umbraculifera) que floresce apenas uma vez e morre.
Além do fato de ser um parque urbano, ele tem características
Figura: Vista aérea parque do Flamengo.
muito especiais, como grupos de plantas da mesma espécie, o Fonte: https://www.wikirio.com.br/Aterro_do_Flamengo
uso de plantas brasileiras que não eram de uso comum em
paisagismo - como o abricó-macaco e o pau-mulato.”
Franklin, para o site Mais Rio na matéria Parque do
Flamengo 07 abril 2016. Acesso em: nov/2019

Os jardins são verdadeiras obras de arte, associando formas vegetais, de


florescimento em estações distintas estações do ano, textura e coloração variadas, a
traçados de caminhos, calçadas, composições em seixos e desenhos geométricos em
pedras portuguesas. A arrumação de volumes, em sua concepção original, oferece
recantos mas prioriza, especialmente, a visão desobstruída da paisagem da cidade.

Figura: Planta do parque (1965). Fonte:


http://arqconcursos.com.br/conteudos/questoes/sistema-viario-e-mobilidade-urbana/page:5

CAPÍTULO 2 29 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


2.5.3. Memorial Franklin Delano Roosevelt
Local: Washington, DC - EUA O memorial é constituído por pequenos recintos, mistério, eixos de visada e interseção com o visitante.
Projeto: Lawrence Halprin e Dean Abbott
Ano: 1997 Seu objetivo é contar em quatro sessões as diferentes fases do mandato de FDR, que liderou o país durante a
Área do terreno: 1,6 hectares grande depressão e posteriormente no período da Segunda Guerra Mundial.
Halprin criou “quartos” ao ar livre de granito vermelho e suas características vão mudando de acordo em
Parque ao ar livre em homenagem ao ex-presidente dos EUA. que a pessoa caminha, acompanhando a narrativa do parque.
Figura: Vista aérea do memorial. Fonte: https://guia.melhoresdestinos.com.br/franklin-delano-roosevelt-memorial-159-3723-l.html

CAPÍTULO 2 30 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


Figura: Vista aérea parque do Flamengo. Fonte:
https://tclf.org/sites/default/files/microsites/halprinlegacy/FDR-memorial.html

Conceitos urbano-paisagísticos: Escala humana, Eixos de Visada, Sequência lógica de eventos, Recintos Múltiplos, Ponto Focal, entre outros.

Figura: Vista aérea parque do Flamengo. Fonte: https://tclf.org/sites/default/files/microsites/halprinlegacy/FDR-memorial.html

CAPÍTULO 2 31 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


2.5.4. RESERVATÓRIO DA PRAÇA DA BANDEIRA - RJ
Local: Praça da Bandeira – Rio de Janeiro
Em 2013 foi inaugurado o Os reservatórios recebem o excedente das chuvas, servindo para amortecer
Ano: 2013
Capacidade: 18 milhões de litros d’água “piscinão” da Praça da Bandeira, ele os grandes volumes em momentos de altos índices pluviométricos,
Profundidade: 12m
faz parte de uma rede de projetos de principalmente no período mais chuvoso, durante o versão. A água dos
drenagem para a Zona Norte da piscinões será liberada à medida que a rede de drenagem suportar.
O projeto faz parte do Programa de Controle de Enchentes da cidade, o Programa de Controle de
Grande Tijuca - RJ, que contempla a construção de cinco Enchentes da Grande Tijuca,
Figura: Vista aérea da Praça da Bandeira finalizada.
Fonte: https://www.visitriodejaneiro.city/pt-br/monumentos/estadio-do-maracana/
reservatórios subterrâneos para acúmulo de água da chuva. elaborado pela Prefeitura do Rio de
Janeiro.
Sob a responsabilidade da
Fundação Rio-Águas pela operação
dos equipamentos, esse reservatório
minimiza os transtornos num dos eixos
viários mais importantes da cidade,
que liga o Centro à Zona Norte. Os
outros três, construídos lado a lado no
subsolo da Praça Niterói, foram
inaugurados em outubro de 2015. Já
em junho de 2016, o quinto
reservatório foi entregue, na Praça
Varnhagen, o que complementou o
Figura: Vista interna do reservatório.
sistema. Os cinco juntos têm a Fonte: https://www.visitriodejaneiro.city/pt-br/monumentos/estadio-do-maracana/

capacidade de armazenar 119 milhões


de litros de água das chuvas.

Figura: Esquema. Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-


Figura: Vista aérea da Praça da Bandeira durante as obras. Fonte: https://encrypted- janeiro/noticia/2012/01/paes-da-inicio-obras-contra-
tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcRZSHlNrRZbm_uQ5fxI-ofSr0FwhgUWW9YhvAa60DCstSjm6GQT enchentes-na-praca-da-bandeira.html

CAPÍTULO 2 32 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


2.5.5. RENASCIMENTO DO RIO CHEONGGYECHEON
Local: Seul – Coreia do Sul
Em julho de 2003, urbanistas desenvolveram um projeto revitalizar a área e ajudar Seul a se tornar
Ano: 2005
Dimensões: 5,8km de extensão por 80m de largura uma cidade moderna e ecologicamente correta como parte de um vasto projeto de revitalização urbana. O
plano previa a remoção da via elevada, a reabertura e revitalização do Cheonggyecheon. A demolição do

Maior Parque Linear como medida para a renovação urbana do planeta. viaduto gerou 600 mil toneladas de entulho – 75% deve entulho foi reciclado e utilizado na construção do
parque. Foi feita a restauração do curso de água através de bombeamento do Rio Han, purificada e
Segundo Ferdinando de Sousa, em seu blog de mesmo nome distribuída em 4 pontos do córrego.
(2016), o Rio Cheonggyecheon é um canal artificial que foi construído a
• Valorização do pedestre; • Requalificação da qualidade da água do rio degradado;
partir de 1392 com a função de drenar as águas pluviais e controlar as
enchentes da antiga cidade de Seul.
• Utilização da água para o lazer; • Ressignificação da cidade de Seul;
Durante centenas de anos, o rio manteve suas características originais, • Melhora no conforto térmico e microclima; • Reintrodução da flora e fauna.
mas na década de 1950, durante a guerra que dividiu a Coreia, milhares • Controle das enchentes e captação de água do esgoto;
de refugiados do Norte migraram para Seul iniciando o processo de
urbanização, industrialização e modernização.
Em pouco tempo, as antigas águas límpidas se transformaram num
canal de esgotos a céu aberto. Com a tentativa de alavancar a indústria
automotora, a Prefeitura de Seul criou o seu plano de novas avenidas, a
canalização do Rio Cheonggyecheon, e a construção de um extenso
viaduto sobre ele.

Figura: Vista aérea do rio. Fonte


https://atelie5faufba2017.files.wordpress.com/2017/06/revitalizac3a7c3a3o-do-rio-cheonggyecheon.pdf

1970 1990 2005


Figura: Viaduto sob o rio canalizado. Fonte:
Figura: Início dos anos 1970. Fonte: https://atelie5faufba2017.files.wordpress.com/2017/06/r Figura: Vista aérea do rio após a conclusão da obra. Fonte: Figura: Vista aérea do rio. Fonte: https://ferdinandodesousa.com/2016/11/03/o-
http://www.viveraviagem.com.br/cheonggyecheon/ evitalizac3a7c3a3o-do-rio-cheonggyecheon.pdf https://sustentarqui.com.br/restauracao-sustentavel-de-rio-em-seul/ renascimento-do-cheonggyecheon/

CAPÍTULO 2 33 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


Figura: São Gonçalo, por Diego Baravelli. Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4b/S%C3%A3o_Gon%C3%A7alo_by_Diego_Baravelli.jpg/> Acesso: Nov. 2019.
CAPÍTULO 3.
O MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO
Este capítulo contará a um pouco da história do município, falar sobre
sua evolução e os problemas decorrentes disto. Além disso, alterar a
escala da monografia para a área objeto que será o projeto, e as
legislações significativas do local, para entender as possibilidades e
viabilidade do projeto.
São Gonçalo
Itaboraí

Baixada Fluminense

Vila Lage

Rio de Janeiro

Maricá

Niterói

5 km

Figura: Localização de São Gonçalo em relação aos municípios vizinhos.

CAPÍTULO 3 36 SÃO GONÇALO


3.1. ORIGEM E TRANSFORMAÇÃO O Distrito de São Gonçalo foi elevado, em 22 de setembro de 1890, a vila e município,
através do Decreto Estadual 124. Em 1895, foi inaugurada uma ferrovia com o trajeto de São
Gonçalo a cidade de Maricá. Naquela época existia apenas duas estradas de ferro cujo seus
Contextualização respectivos nomes eram Leopoldina e Maricá. Devido ao trajeto dessas linhas férreas, o
São Gonçalo é um dos 22 municípios que fazem parte da Região Metropolitana desenho urbano da cidade surgiu aos arredores das estações e das suas margens. A expansão
do Estado do Rio de Janeiro, também intitulada como Grande Rio. Tem uma de suas industrial influenciou o crescimento populacional desenfreado, devido a demanda de mão de
margens litorâneas voltada para a Baía de Guanabara. Ocupa uma área de obra para as fábricas. Outro fator que ajudou a intensificar esse crescimento foi o parcelamento
aproximadamente de 249.142Km² e faz divisa com os municípios de Niterói, Maricá e do solo para a construção de casas para os operários, e o desmembramento dos lotes das
Itaboraí. Está localizado a 22km da capital do Estado. Sua população passa de 1 antigas fazendas.
milhão de habitantes, sendo assim, é o 2º município mais populoso do Estado e o 16º No período de governo de Joaquim de Almeida Lavoura, o município teve um
país mais populoso do Brasil (IBGE, 2019). investimento alto para a urbanização com calçamento e asfaltamento das principais vias que
conectam Niterói a Alcântara. Em 1929 foram inseridos os primeiros bondes a vapor na cidade.
Porém, quando houve a migração do pólo industrial para outras áreas do Rio de Janeiro, houve
a falência de diversas fábricas no município, acarretando assim na diminuição do seu PIB.

Figura: Mapa do Estado do Rio de Janeiro com


ênfase à RMRJ. Fonte: A autora sob o Google
Maps.

Rio de Janeiro

Surgimento e História do Município


Ao fim do século XVI houve a colonização do município e suas terras foram
divididas em sesmarias, havendo a exploração da monocultura de cana-de-açúcar e
café, e também a exploração do pau-brasil e pequena produção de críticos de
aguardente de cana. Após a queda das monoculturas, São Gonçalo passou a ser um
importante pólo industrial no século XX, e juntamente com suas usinas metalúrgicas,
fez parte do imenso parque Industrial, considerado entre as décadas de 1940 e 1950,
Figura: Mapa do Estado do Rio de Janeiro com
como um dos mais importantes centros industriais do Estado do Rio de Janeiro, ênfase à RMRJ. Fonte: A autora sob o Google
Maps.
contava com fábricas de fósforos, vidro, tinta, papel, cimento, conservas de peixe,
curtumes, eletroquímica e muitas outras indústrias.

CAPÍTULO 3 37 S Ã O G O N ÇA L O
Centro de SG.........................24min
São Gonçalo: Cidade Dormitório 3.1.2. Hierarquia Viária e Acesso Terminal de Alcântara........ 35min
Centro de Niterói.................20min
Parte da população passou a buscar emprego nas cidades vizinhas, Segundo o Plano Diretor de São Gonçalo
Centro do RJ.....................1h10min
voltando à São Gonçalo para dormir, pois o custo de moradia era mais baixo do (2009), mapa com as principais vias que permitem
que nas cidades próximas, ou seja, o município tornou-se uma cidade dormitório. o acesso ao município e a área de intervenção.
Centro de SG.........................36min
O crescimento do município a partir de então foi de forma desordenada, Terminal de Alcântara.................1h
comprometendo os recursos naturais, muitas vezes já escassos ou inexistentes Centro de Niterói..................46min
devido a Era Industrial que a cidade passou. Sem uma política eficiente de uso e Centro do RJ.....................1h20min
ocupação do solo, acompanhamento do poder público e planejamento urbano, a INEXISTENTE
ATÉ A DATA DA
população construiu suas casas em áreas periféricas e de risco, como em CONCLUSÃO DESTE
TRABALHO

margens de rios, encostas e manguezais.


Este problema não foi acompanhado de investimentos em infraestrutura
urbana, acarretando assim na ineficiência do abastecimento de água e drenagem Figura: Mapa do Estado do Rio de
Janeiro com ênfase à RMRJ.
pluvial, coleta de lixo irregular, entre outros. Sua belezas naturais foram se Fonte: A autora sob o Google
Maps.
esgotando ao longo dos séculos devido a toda essa ocupação. Inclusive os os
rios eram utilizados para a navegação, pesca e lazer, mas nos dias de hoje são
em sua maioria canalizados e manilhados.

3.1.1. Subdivisões e Distritos Área de


Intervenção
São Gonçalo possui 91 bairros e estão distribuídos em 5 distritos.

3.1.3. Cenário Atual do Município


De acordo com GUIMARÃES (2019) a cidade possui um campus universitário
estadual que é a Faculdade de Formação de Professores, a FFP/UERJ. A educação a nível
fundamental, médio e técnico estão distribuídos em: 19 Escolas Estaduais, 20 Escolas
Área de
Intervenção Municipais, 01 Instituto Federal de Educação. Quanto aos hospitais, possui 08 para
atendimento da população. Existem 09 empresas de ônibus que oferecem em 107 linhas
para o deslocamento diário municipais e intermunicipal.
O turismo na cidade não tem destaque em relação as cidades vizinhas. A população
crítica a falta de preservação da prefeitura referente aos pontos turísticos. Quanto as área de
praças, parques e infraestruturas verdes, nota-se a densidade imobiliária intensa, e percebe-
se a grande necessidade desses espaços verdes em zonas com maior concentração urbana,
pois parte delas encontram-se próximo a faixa litorânea ou em Área de Proteção Ambiental.

CAPÍTULO 3 38 SÃO GONÇALO


3.1.4. Áreas Livres e de Praças 2. Praça dos Ex-Combatentes - Patronato 5. Praça Chico Mendes – Raul Veiga

4
1
Figura: Praça dos Ex-Combatentes. Fonte: https://simsaogoncalo.com.br/sao- Figura: Praça Chico Mendes. Fonte: https://territoriogoncalense.blogspot.com/2017/10/que-
6 5 goncalo/praca-dos-ex-combatentes-historia/ reviravolta-sinistra-das-pracas.html
2
3 7
3. Praça Estephânia de Carvalho – Zé Garoto 6. Praça do Gradim – Porto da Madama

Área de
Intervenção

1. Praia das Pedrinhas – Boa Vista

Figura: Praça Zé Garoto. Fonte: Figura: Praça do Gradim. Fonte: http://wikimapia.org/1105237/pt/Pra%C3%A7a-do-


https://www.osaogoncalo.com.br/servicos/60364/arraia-da-praca-ze- Gradim
garoto-chega-neste-fim-de-semana-em-sao-goncalo

4. Praça da Trindade - Trindade 7. Praça do Rodo – Centro de São Gonçalo

Figura: Praia das Pedrinhas. Fonte: https://territoriogoncalense.blogspot.com/2014/01/a-nova- Figura: Praça da Trindade. Fonte: https://www.facebook.com/PracaDaTrinidadeSG Figura Praça do Rodo. Fonte: https://simsaogoncalo.com.br/sao-goncalo/praca-e-do-rodo/
cara-da-bela-praia-das-pedrinhas.html

CAPÍTULO 3 39 S Ã O G O N ÇA L O
3.2. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA OBJETO

O significado do Vila Lage e as suas charmosas habitações


Localizado a sudoeste do município de São Gonçalo, o Vila Lage é
um conjunto de construções habitacionais que segue um padrão
arquitetônico capaz de nos levar a um encantamento nostálgico. A
tipologia das casas, com grandes portas e janelas de madeira e suas
varandas mantém-se preservadas por alguns herdeiros dos antigos
operários que reconhecem a importância de manter viva a história da vila Antes de ser conhecida pelo seu nome atual, a área em que estabilizou o futuro bairro era
que se confunde com as suas próprias histórias e memórias. chamada de “Vila Operária”. A vila de casas geminadas foi construída no ano de 1920, para abrigar
O bairro é um vestígio no tempo e no espaço das os trabalhadores do estaleiro da Costeira S/A do empreendedor Henrique Lage. Segundo o
transformações urbanas, econômicas e sociais, do São Gonçalo do início comunicador Matheus Graciano, Neves, Vila Lage e arredores fazem parte de uma das regiões mais
do século XX. As reformas contemporâneas das habitações promoveu a antigas da cidade. Sendo cercada pelo rios: Brandoas, que está entre Vila Lage e Porto Velho, e o
descaracterização da vila, processo iniciado ao final do mesmo século. Bomba, que divide São Gonçalo e Niterói

Figura: Imagem a): Vila Proletária, Neves. Daniel Ribeiro. Centenário da


Independência do Brasil. Álbum do Estado do Rio de Janeiro.

Imagem b): Google Maps, GOOGLE, 2013.

Figura: Vila Neves atual Vila Lage. São Gonçalo – RJ Fonte: Revista
Cruz de Malta, ano I, n. 8, mai/jun 1937. Acervo da Biblioteca Nacional.

CAPÍTULO 3 40 SÃO GONÇALO


3.2.1. Dados Populacionais (IBGE 2010) MAPA: Bacias Hidrográficas
de São Gonçalo
População total: 8.919 habitantes. Fonte: PMSG editado pela autora.

Conforme o censo 2010 a No que diz respeito à faixa LEGENDA


01 – BACIA DO RIO BOMBA
população do Vila Lage é etária, foi agrupado em grupos
02 – BACIA DO RIO BRANDOAS
distribuída entre homens e de 0 a 4 anos, 0 a 14 anos, 15 a
03 – BACIA DO RIO MARIMBONDO
mulheres demonstrada abaixo 64 anos e 65 anos +. O gráfico 04 – BACIA DO RIO DAS PEDRINHAS
(%). A população masculina, abaixo demonstra essa relação 05 – BACIA DO RIO IMBOASSÚ

representa 4.102 hab, e a (em porcentagem): 06 – CANAL DO PORTO DO ROSA


07 – BACIA DO RIO ALCÂNTARA
população feminina, 4.817 hab.
08 – SUB-BACIA DO RIO GUAXINDIBA
5,6 09 – SUB-BACIA DO RIO GOIANÃ

8,6 10 – SUA-BACIA DO RIO ALDEIRA

19,6
45,99
54,01
71,8
Área Objeto

Homens Mulheres 0 a 4 anos 5 a 14 anos


15 a 64 anos 65 anos e +

3.2.2. Hidrografia MAPA: Área Especial de


Controle Socioambiental
Fonte: PMSG editado pela autora.
O bairro está localizado sob a Bacia do Rio Brandoas, e um LEGENDA
trecho crítico do rio Brandoas atravessa o bairro a montante. Possui NASCENTES

extensão aproximada de 4,8 Km e sua área de drenagem possui RIOS E DRENAGENS


ORLA DA BAÍA DE GUANABARA
aproximadamente 6,4 Km². Hoje, o rio é identificado pela população que
MANGUE
reside às margens como um valão.
ZONA DE AMORTECIMENTO DE ESEC
Sua nascente localiza-se na APA do Engenho Pequeno, DA AGUANABARA
atravessa o bairro Sete Pontes, passa pelo Barro Vermelho e chega a ZONA DE AMORTECIMENTO DO PESET
Vila Lage, onde tem a Baía de Guanabara como foz. EXTRAÇÃO MINERAL
CEMITÉRIO
Na maior parte da extensão do rio é possível verificar a
ATERRO SANITÁRIO
construções irregular de muros, vegetação dentro da calha principal que
RISCO DE INUNDAÇÃO
chega a impedir a visualização da lâmina d`água em alguns trechos, o
Nota da autora:
descarte inadequado de lixo e observa-se que o rio passa por baixo de Sabe-se que a área objeto sofre de
residências em alguns trechos. Área Objeto inundações constantes, porém, observa-
se que a prefeitura não mapeou o local
como “risco de inundação”.

CAPÍTULO 3 41 S Ã O G O N ÇA L O
3.3. LEGISLAÇÃO E ZONEAMENTO
SEÇÃO I
DAS ESTRATÉGIAS DE PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
PLANO DIRETOR Art. 12. Para a preservação do meio ambiente do Município de São Gonçalo serão adotadas

O Plano Diretor do município de São Gonçalo, Lei Complementar Nº 01/2009, as seguintes estratégias, representadas por políticas públicas:

apresenta as regras para o uso e ocupação do solo desde que os bens naturais e I - adoção de um modelo de gestão ambiental para unidades de conservação direcionado

culturais sejam preservados, bem como suas diretrizes, estratégias e zoneamento. para resultados e que contribua para o aproveitamento sustentável dos recursos naturais, a

As citações destacados neste trabalho servem como fundamentação para o promoção do reflorestamento e a recuperação de áreas degradadas no Município;

presente trabalho, servindo de estudo do planejamento urbano da cidade, e da áreas II - promoção de educação ambiental para a construção de uma sociedade melhor

de interesse público, obedecendo as normas instituídas para a área de zoneamento, informada, que saiba viver em harmonia com a natureza, garantindo o compromisso com o

onde a área do objeto de estudo se encontra. Diversos problemas socioambientais que futuro;

serão mencionados no Capítulo 4 - Área Objeto poderiam ser minimizados com a III - recuperação e reflorestamento de áreas degradadas do Município, com a adoção de

utilização do Plano Diretor como ferramenta de Gestão e no Planejamento Urbanístico ações coordenadas em parcerias entre os setores públicos e privados;

Municipal. IV - proteção dos recursos hídricos, Incluindo a elaboração de um Plano Diretor de Recursos
TÍTULO II Hídricos e a sua implementação, articulada com os organismos governamentais federais,
DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO
metropolitanos e estaduais responsáveis.
CAPÍTULO I
DO OBJETIVO CENTRAL SEÇÃO II
DAS ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
Art. 9º São diretrizes gerais do Plano Diretor:
Art. 13. As estratégias de promoção do desenvolvimento econômico do Município serão
IV - adequação do uso da infraestrutura urbana à demanda da população usuária,
exercidas por meio da criação e consolidação de atividades produtivas competitivas,
evitando a ociosidade ou sobrecarga da capacidade instalada;
conforme a seguir:
X - cooperação entre governos, a iniciativa privada e os demais setores da
II - incentivo e apoio à agricultura urbana, com a utilização das pequenas propriedades com
sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social;
agricultura familiar, visando à ampliação da base produtiva municipal;
XI - proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído e
SEÇÃO III
do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;
DAS ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIAL
XIII - prioridade para os pedestres nas áreas de maior concentração de
Art. 14. A promoção do desenvolvimento social do Município será atendida com a adoção
transeuntes e nas proximidades dos espaços de uso coletivo;
das seguintes estratégias:
XIV - oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços
VI – estratégias para a segurança pública, mediante
públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às
a) promoção de ações integradas e em cooperação com o poder público do Estado do Rio
características locais;
de Janeiro, tendo em vista o provimento de infraestrutura e equipamentos, o aumento e
Art. 10. São diretrizes específicas:
aperfeiçoamento do efetivo policial afeto a São Gonçalo, em busca da melhoria dos serviços
V - as áreas deterioradas ou em processo de deterioração terão sua recuperação
de segurança pública e da qualidade de vida no município;
contemplada de forma a devolver-lhes as condições da habitabilidade ou de uso
coletivo;

CAPÍTULO 3 42 SÃO GONÇALO


TÍTULO III MAPA: Áreas de
Interesse Paisagístico
DA ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO Fonte: PMSG editado pela autora.

Art. 18. O território municipal é dividido em Macrozonas integradas com o objetivo de


possibilitar o planejamento adequado para implementação das estratégias e ações
definidas pelo Plano Diretor.
Art. 19. Ficam instituídas as seguintes Macrozonas integradas no Município de São
Gonçalo, conforme Anexo II desta Lei Complementar:
I - Macrozona de Preservação Ambiental
II - Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana.

MAPA: Município de São


Gonçalo, definição das Área de
P.A. Intervenção
Macrozonas
P.A.: Macrozona de
Preservação Ambiental
E.Q.U.: Macrozona de CAPÍTULO II
Estruturação e Qualificação
Urbana. DA MACROZONA DE ESTRUTURAÇÃO E QUALIFICAÇÃO URBANA
E.Q.U.
Fonte: PMSG editado pela autora. Art. 35. A Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana, conforme Anexo IV desta Lei
Complementar, é dividida em cinco zonas:
I - Zona de Urbanização Consolidada – ZUC1;
Área de (Mais
P.A. P.A. II - Zona de Urbanização em Consolidação – ZUC2; intervenção informações
situada nestas na página
III - Zona de Urbanização Controlada – ZUC3; seguinte)
macrozonas
Área de
IV - Zona de Dinamização – ZDI;
Intervenção
V - Zona Industrial – ZIN. MAPA: Zonas da
Macrozona de
estruturação Urbana
Art. 20. Sobrepõem-se à Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana as Áreas de Fonte: PMSG editado pela autora.
Diretrizes Especiais, que exigem parâmetros de uso e ocupação do solo diferenciados e
preponderantes sobre aqueles da referida Macrozona.
Art. 21. As Áreas de Diretrizes Especiais são:
II – Áreas de Interesse Paisagístico, indicadas no Anexo VII desta Lei Complementar, tidas
como são porções do território destinadas aos usos de lazer, turismo e atividades correlatas
à preservação da natureza, com densidades demográfica e construtiva baixas.

Área de
Intervenção

CAPÍTULO 3 43 S Ã O G O N ÇA L O
SEÇÃO I Lei de Uso e Ocupação do Solo - Lei complementar nº 007 de 2010
DAS ZONAS DA MACROZONA DE ESTRUTURAÇÃO E QUALIFICAÇÃO URBANA
DA ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO
SUBSEÇÃO I
DA CAPACIDADE DE ADENSAMENTO DAS ZONAS CAPÍTULO I - DAS ZONAS
SEÇÃO II - DAS MACROZONAS
Art. 36. A Zona de Urbanização Consolidada é aquela onde a disponibilidade de
SUBSEÇÃO II - DA MACROZONA DE ESTRUTURAÇÃO E QUALIFICAÇÃO URBANA
infraestrutura, a rede viária, o meio ambiente natural e construído e a estratégia de
desenvolvimento territorial permitem a intensificação do uso e ocupação do solo. Art. 14. Para a disciplina de uso e ocupação do solo, a Macrozona de Estruturação e
Parágrafo único. Na Zona de Urbanização Consolidada o coeficiente de aproveitamento Qualificação Urbana subdivide-se nas seguintes zonas de uso.
máximo é igual a 10,0 (dez); I - Zona Residencial - ZRE;
Art. 39. A Zona de Dinamização é aquela onde a disponibilidade de infraestrutura, de rede
II - Zona Mista - ZM; corresponde a porções do território destinadas à implantação de
viária de fácil acesso, o meio ambiente natural e construído e a estratégia de
usos habitacionais e não habitacionais, inclusive no mesmo lote ou edificação, segundo
desenvolvimento territorial permitem a intensificação do uso e ocupação do solo com a
critérios gerais de compatibilidade de incômodo e qualidade ambiental, que serão
instalação de equipamentos de grande porte protegendo a comunidade local sendo
estabelecidos em Decreto posterior, tendo como referência o uso habitacional. A zona mista
preservada as características da população tradicional (Caiçaras e Pescadores Artesanais).
possui densidade demográfica e construtiva média, com coeficiente de aproveitamento
Parágrafo único. Na Zona de Dinamização o coeficiente de aproveitamento máximo é
mínimo igual a 0,2, básico igual a 1,0 e máximo igual a 3,0; e gabarito máximo de até 30m
igual a dois.
para uso nH3;

III - Zona Axial - ZA; lotes com frente aos corredores de transporte público e às rodovias
TÍTULO IV
RJ-104 e RJ-106, destinados à localização de atividades de comércio, industriais dos tipos
DA POLÍTICA URBANA
Ind-1a e Ind-2b, de baixo impacto no meio ambiente, de serviços e de sub centros
CAPÍTULO I
regionais, onde se concentram atividades urbanas diversas. Têm ocupação e usos
DA CIRCULAÇÃO E DOS TRANSPORTES
relacionados à posição hierárquica da via, capacidade de transportes e características dos
Art. 46. Constituem diretrizes gerais para execução da política de transportes urbanos:
bairros onde se inserem.
I - priorizar a circulação das pessoas em relação aos veículos, restituindo e ampliando os
São caracterizados pela coexistência entre os usos não habitacionais e a habitação, porém
espaços destinados aos pedestres e ciclistas em vias exclusivas, calçadas, praças e
com predominância de usos não habitacionais, classificadas como:
travessias, proporcionando-lhes condições seguras de deslocamento e humanizando a
a) Zona Axial 1 - ZA1: zona axial com coeficiente de aproveitamento mínimo igual a 0,2,
cidade;
básico igual a 1,0 e máximo igual a 4,0;
IV - Zona De Centralidade Linear - ZCL:
V - Zona Predominantemente Industrial - ZPI;

VI - Zona Ocupação Especial – ZOE: porções do território do município destinadas a


abrigar atividades de comércio, negócios e eventos:
a) ZOE 1: coeficiente de aproveitamento mínimo 0,2, básico igual a 1,0 e máximo igual a
2,0;

CAPÍTULO 3 44 SÃO GONÇALO


Mapa: Zonas de Uso da Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana.

Fonte: PMSG editado pela autora.

ÁREA DE INTERVENÇÃO

CAPÍTULO 3 45 S Ã O G O N ÇA L O
Figura: Paisagem do Vila Lage ao amanhecer. Fonte: Acervo pessoal de Claudia Martins (amiga da autora). 2019.
CAPÍTULO 4.
ÁREA OBJETO
Este capítulo irá situar o leitor de todas as questões pertinentes à área
objeto através de mapas, diagramas, pesquisas e explicações. Assim
como falar sobre as considerações da autora acerca de determinados
conceitos e diretrizes importantes para o projeto.
4.1. APRESENTAÇÃO DA ÁREA Como ponto de partida, a autora
A área do Parque Urbano Ressignificar compreende as seguintes quadras realizou uma análise da relação entre o
[Visão Macro da Área]

entre as ruas: Dr. Alberto Torres; Lúcio Tomé Feteira; Procópio Ferreira e a Av. Canal. sagrado e o profano atuantes na paisagem

Com isso, o parque compõe um circuito no meio urbano, possibilitando diversas da área de intervenção.

possibilidades e cenários para quem o utilizar. Para este trabalho, entende-se como

Sagrado toda a parte de paisagem natural


500 m
com menor interferência da urbanização;

Enquanto o conceito de Profano é


evidenciado pela cidade densificada; com
maior interferência da urbanização.

Poente Rua Dr. Alberto Torres Av. Canal

300 m

Nascente
Ventos predominantes
Rua Lúcio Tomé Feteira Rua Procópio Ferreira
0 25 50 100m
Figura: Diagrama de apresentação da área objeto. Fonte: A autora sob Google Earth 2018.

CAPÍTULO 4 48 ÁREA OBJETO


Genialidade do Local Paisagens despercebidas:
Os equipamentos que darão suporte ao parque são consolidados no local. O bairro é Vistas aéreas de elementos naturais que compõem a paisagem, como a Baía de
predominantemente de uso residencial, com forte comércio de bairro. Há escolas, creches e 2 Guanabara e o nascer do sol entre os morros.
CIEPs, sendo um deles na área de intervenção. Uma grande casa de show movimenta a região
durante a noite, dando suporte também aos bares e trailers de lanches.

Pessoas

Figura: Homem andando de bicicleta. (acervo pessoal da autora)

Espaço São Jorge Escolas / CIEP

Figura : Imagem aérea. Fonte: A autora


sob Google Earth 2018.
Localização da foto abaixo

Figura: Casa de Show Espaço São Jorge Figura: CIEP - 413

Forte comércio de bairro / Sobrados Condomínios

Figura: Comércio do bairro Figura: Condomínios


Figura: Vista para o nascer do sol. Fonte: Acervo pessoal Claudia Martins (amiga da autora) 2019.

CAPÍTULO 4 49 ÁREA OBJETO


4.2. ÁRVORES EXISTENTES

a. Albizia Lebbeck - Albizia b. Roystonea Oleracea – c. Syagrus romanzoffiana d. Triplaris Surinamensis e. Pachira aquática –
Palmeira Imperial – Jerivá – Pau-de-Formiga Munguba

f. Bauhinia violacea – g. Tecoma stans – h. Licania Tomentosa – Oiti i. Tabebuia heptaphylla – j. Cedrela fissilis –
Jerivá Ipê-de-Jardim Ipê roxo Cedro rosa

k. Leucaena leucocephala l. Eugenia jambolana – m. Sapindus saponaria – n. Terminalia catappa –


– Leucena Jamelão Saboneteira Amendoeira

CAPÍTULO 4 50 ÁREA OBJETO


o. Psidium guajava - Goiabeira p. Plumeria rubra – q. Spathodea campanulata –
Jasmim Manga Espatódea

MAPAS
Mapa Nolli..........................................52
Hierarquia Viária................................53
Uso do Solo........................................54
Gabarito..............................................55
Equipamentos Urbanos.....................56
Redes Macrodrenagem......................58

4.3.
r. Senna siamea – Acácia Siamia r. Mangifera indica – Mangueira r. Tabebuia ochracea – Áreas Verdes......................................59
Ipê amarelo
Áreas Inundáveis...............................60
Gráfico: Espécies que mais se repetem
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
t. Hyophorbe verschaffeltii – Albísia Leucena Amendoeira Oiti Palmeira Pau de
Palmeira-Fuso Fuso Formiga

Obs: Todas as espécies apresentadas foram mapeadas pela autora e seu orientador.
CAPÍTULO 4 51 ÁREA OBJETO
4.3.1. Mapa Nolli

CHEIOS E VAZIOS

40%
60%

Cheios Vazios
Mapa: Mapa Noli. Fonte: Base cadastral de SG editada pela autora.

A relação das áreas edificadas e não edificadas é demarcada pelas principais vias que atravessam a área. A
primeira vista, tem-se a impressão de que são grandes avenidas, mas este é um equívoco, pois estas ruas são de
duas faixas, enquanto a área restante compreende um canteiro, rua coletora (quase local) e espaço público vazio.

CAPÍTULO 4 52 ÁREA OBJETO


4.3.2. Hierarquia Viária

Mapa: Hierarquia Viária. Fonte: Base cadastral de SG editada pela autora.


Via Expressa (Rod. Niterói-Manilha / BR-101)
Alto fluxo de veículos nas ruas Dr. Alberto Torres e Lúcio Tomé Feteira. A área do projeto está em local de
Via Arterial
“entrada e saída” do município amplamente utilizado. Outro item gerador de trânsito dentro do bairro é o fato de
Via Coletora
60% dos ônibus intermunicipais e 40% municipais circularem na região. Isto é bom pois a população possui
Via Local
variedade de transportes públicos, porém, causa impactos negativos para a infraestrutura das vias e calçadas.

CAPÍTULO 4 53 ÁREA OBJETO


4.3.3. Uso do Solo

TIPOLOGIAS
ARQUITETÔNICAS

10%
20% 40%

30%

Sobrados Condomínios
Uso misto Indústrias
Mapa: Uso do Solo. Fonte: Base cadastral de SG editada pela autora.

O adensamento das edificações às margens da rua principal (Rua Dr. Alberto Torres) indica a forte relação entre residências e comércios. A tipologia antiga do
bairro está sendo “engolida” pela ‘’contemporânea”, ou seja, sobrados de uso misto.

Predominantemente residencial Conjuntos residenciais Indústrias Áreas livres


Predominantemente comercial/misto Instituições de ensino Área militar Baía de Guanabara

CAPÍTULO 4 54 ÁREA OBJETO


4.3.4. Gabarito

Mapa: Gabarito. Fonte: Base cadastral de SG editada pela autora.

O gabarito da região é baixo, sendo predominantemente de 2 a 4 pavimentos. A construção de novos empreendimentos 1 a 2 Pavimentos
habitacionais no bairro está sobrecarregando todo o sistema de redes e infraestruturas, sem a preocupação com o estudo 3 a 6 Pavimentos
de impacto de vizinhança (EIV). Estes novos conjuntos habitacionais possuem 6 pavimentos.

CAPÍTULO 4 55 ÁREA OBJETO


4.3.5. Equipamentos Urbanos

Mercados e mercearias
Escolas

Praça do Vila Lage


Campos de futebol
Lazer
Igrejas
Pontos de ônibus
Mapa: Equipamentos Urbanos. Fonte: Base cadastral de SG editada pela autora.
Semáforos
Durante o dia a área é movimentada pelas escolas e comércios, que fomentam a economia e dão suporte a população residente. A noite, há pontos de
penumbra, com pouca ou nenhuma iluminação pública. As pessoas limitam-se a ocupar somente as áreas onde estão as carrocinhas de lanches e as calçadas
onde há comércio. A grande casa de show existente, o Espaço São Jorge, é um importante meio que atrai pessoas de outros municípios para o bairro. Calçadas
irregulares, desniveladas, pisos variados e inadequados. Não há presença de agentes públicos para manter a segurança, cabines de polícia e serviços públicos
básicos de saúde. Só há uma pequena praça pública no bairro, a 200m da área objeto.

CAPÍTULO 4 56 ÁREA OBJETO


4.3.5.1. IMAGENS

Semáforos
Ponto de ônibus
Rua Lúcio Tomé Feteira
Rua Dr. Alberto Torres

Poste de Iluminação Pública


Rua Dr. Alberto Torres
Calçadas irregulares
Níveis e pisos diferentes.

Praça do Vila Lage


Rua Dr. Alberto Torres

CAPÍTULO 4 57 ÁREA OBJETO


4.3.6. PONTOS DE MACRODRENAGEM

Mapa: Bueiros. Fonte: Base cadastral de SG editada pela autora.

Macrodrenagem

CAPÍTULO 4 58 ÁREA OBJETO


4.3.7. Áreas Verdes

40%
60%

Áreas Verdes
Área Antropizada

Mapa: Áreas Verdes. Fonte: Base cadastral de SG editada pela autora.

Parte dos morros foram ocupados por residências.

CAPÍTULO 4 59 ÁREA OBJETO


4.3.8. Áreas Inundáveis

Mapa: Gabarito. Fonte: Base cadastral de SG editada pela autora.


Cotas de Inundação:
As áreas com maiores cotas de inundação são as da Rua Dr. Alberto Torres, a partir do rio Brandos seguindo
Até 0,3m
para o sentido Niterói. São inúmeros transtornos que as pessoas passam, como a piora significativa no Até 0,8m < 0,90m 1m >
trânsito, estresses, faltar compromissos e adaptações na residência/comércio para que a água não inunde na Acima de 0,8m
parte de dentro.

CAPÍTULO 4 60 ÁREA OBJETO


4.3.8.1. ESTRATÉGIAS DA
POPULAÇÃO
Os transtornos que as pessoas passam são
inúmeros, desde a piora significativa no trânsito,
estresses, pessoas faltando compromissos e até
mesmo adaptações na residência/comércio para
que a água não inunde na parte de dentro.
De acordo com a pesquisa de bairro, a autora
constatou diversas adaptações feitas pelos moradores
para que suas casas não inundem. Além de relatados e
observações de perdas total ou parcial de veículos
particulares, móveis, e vidas.

• Muros altos com escadas da entrada;


• Drenos com bombeamento;
• Barragens móveis e fixas nos portões de entrada e nas
habitações do térreo,
• Mureta de proteção no quintal-hall de entrada dos
prédios. Figura: Muros das casas como barreiras.

Figura : Barragem – Placa de metal. Figura : Mureta no Hall de um prédio.

CAPÍTULO 4 61 ÁREA OBJETO


Fonte: Acervo pessoal da autora.
CAPÍTULO 5.
DIAGNÓSTICOS
Análise geral e diagnóstico dos itens, paisagens, localização, e tudo o
que compõe a área objeto.
5.1. VISÃO SERIAL [ Rua Dr. Alberto Torres ]
1 a

1 b

8 Cruzamento perigoso, falta sinalização. O canteiro central cria uma delimitação do espaço.

b
a
7 a b
2 a 2 b 2 c
6
a b
c
5
a b
c
4
a b
c
3 3 a 3 b 3 c
b
a
c
2
a
1
b

0 50 100 Sempre há presença de pessoas. Elas se


apropriam do espaço disponível.
Fonte: Acervo pessoal.

CAPÍTULO 5 64 DIAGNÓSTICOS
Continuação [ Rua Dr. Alberto Torres ]
4 c
4 b
4 a

Oportunidade de integrar o térreo do CIEP ao projeto, rua ameaçada


Pouca vegetação; solo impermeabilizado e compactado; sem pela insegurança da área. A forma da disposição das árvores na
iluminação pública; vazio urbano. esquina passam a sensação de espaços inatingíveis.

Nesse trecho a delimitação do espaço é menor devido às menores dimensões do


canteiro central. Criando perspectivas grandiosas e sensação de ruas maiores.

5 a 5 b 5 c 6 a

Área degradada, sensação de abandono.

6 b 7 a 7 b 8

Área crítica descoberta do rio; tubulações expostas. Trecho arborizado com calçadas mais regulares.

Fonte: Acervo pessoal.

CAPÍTULO 5 65 DIAGNÓSTICOS
5.2. VISÃO SERIAL [ Rua Lúcio Tomé Feteira ]
2 b
b c
a
5 b 6
a
a

3 b
a 4 b
2 b
1 0 50 100
a

1 2 a

Expectativa de seguir na rua e vê-la por completo. Perspectiva grandiosa, expectativa e oportunidade de ponto focal.

3 a 3 b 4 a

Tubulações de água causando delimitação no espaço.

CAPÍTULO 5 66 DIAGNÓSTICOS
Continuação [ Rua Lúcio Tomé Feteira ]
4 b 5 a

5 b

As tipologias históricas do bairro devem ser preservadas Perspectivas grandiosas.

6 a

6 b

6 c

Recinto e possibilidades de oportunidades gerados pela diferença de escalas e curvas.

CAPÍTULO 5 67 DIAGNÓSTICOS
5.3. VISÃO SERIAL [ Av. Canal ]
2 3
1 2 3

4
a 7
5 b
8
6
0 50 100
9

1 4

Em novembro/2019 (momento de elaboração deste caderno) estava acontecendo uma obra de asfaltamento neta rua. A autora não obteve mais informação sobre a obra. Fonte: Acervo pessoal.

CAPÍTULO 5 68 DIAGNÓSTICOS
Continuação [ Av. Canal ]
5 a 5 b
7

Falta de interação com o rio. Lado esquerdo da imagem ainda sem sofrer
6 interferência da obra, nota-se a presença de
8 vegetações rasteiras.

Falta de manutenção,
urbanização, cuidados
e interação com o rio.

Presença de pequeno
córrego não canalizado que
desagua no rio Brandoas.
Expectativa para ver o que
há após as curvas.

Fonte: Acervo pessoal.


CAPÍTULO 5 69 DIAGNÓSTICOS
5.4. FELICIDADE INTERNA BRUTA DA
Um termômetro capaz de indicar como a população se sente
POPULAÇÃO
A autora utilizou a pesquisa de bairro (disponível no Anexo) para
realizar a análise e avaliação do FIB da população do Vila Lage.
O coletivo vale mais do que o individual.
Gráfico radar: quanto mais próximo da borda,
Segundo MALLMANN (2018) para o site coworkingbrasil.org, foi em mais INSATISFEITOS estão com o item referente.
1979 que o rei do Butão, declarou que eles não mais utilizariam as medidas do

Satisfação com a Paisagem


PIB (Produto Interno Bruto), mas sim com o FIB (Felicidade Interna Bruta).
Para o restante do mundo, essa ideia só começou a ser propagada no início 1
dos anos 2000, mas certamente soou como desvairo.
2
O que essa filosofia prega é que uma nação pode ser muito produtiva e
Bem estar psicológico Diversidade Cultural
estar financeiramente estável, mas não necessariamente as pessoas são
3
felizes. Portanto, o governo do país asiático adotou uma nova metodologia
para medir o “sucesso” de sua nação. Alguns itens que podem ser analisados: 4

• Saúde mental: a população está estressada? Como ela se sente?


5
• Saúde física: o bairro oferece alguma atividade de bem-estar? Com que
frequência os moradores adoecem? Educação Tempo de locomoção
• Felicidade social;

• Bem-estar ambiental;

• Satisfação geral;

• Entre outros que podem ser observados ao lado.


Equip. de Saúde Públicos Serviços
Os benefícios são inúmeros, tais como: os profissionais ficam mais
tempo no espaço público, e com pessoas mais felizes, até mesmo a
produtividade dispara; quando sentem que são parte importante do local, há
uma identificação e vontade de ajudar na manutenção; diante de problemas,
Diversidade Ecológica
tendem a se unir e buscar soluções.

CAPÍTULO 5 70 DIAGNÓSTICOS
5.5. ANÁLISE FOFA (SWOT)

FATORES POSITIVOS FATORES NEGATIVOS

• Bairro essencialmente • Inexistência de lazer cultural,


residencial; passivo, e outras modalidades
• Disponibilidade de espaço; de lazer ativos (exceto campo de
• Atividades feitas pelos próprios futebol);
moradores; • Carência de equipamentos
• Perspectivas grandiosas; sociais, de saúde e de segurança.
• Presença de duas escolas que • Drenagem de águas pluviais
podem fomentar as atividades insuficiente;
culturais; • Árvores existentes ameaçadas
• Vitalidade; pela infraestrutura urbana;
INTERNOS
FATORES

• Sensação de insegurança;
• Poluição sonora;
• Iluminação pública insuficiente;
• Espaços sub utilizados;
• Ilhas de calor;
• Problemáticas do rio:
1. Assoreamento;
2. Poluição;
3. Margens destituídas de mata
ciliar;
4. Pessoas o reconhecem como
um valão;
5. Retificado e canalizado.
FORÇAS
F F FRAQUEZA

OPORTUNIDADES O A AMEAÇAS

• Educação ambiental; • Falta de segurança pública;


• Nova identidade cultural e espacial • Falta de investimento público
para o espaço (ressignificação); para infraestruturas verdes e
• Eixos de visada; educação ambiental;
EXTERNOS

• Aproximar a população da • Efeitos negativos das


FATORES

natureza (Biofilia); enchentes;


• Melhora no conforto ambiental; • Insalubridade;
• Minimizar desequilíbrios • Obra de pavimentação da Av.
ambientais. Canal;
• Possibilidade de criar opções de • Insuficiência de sinais de
lazer, culturais, de saúde e trânsito e faixas de pedestres;
segurança; • Trânsito intenso na hora do
• Melhora da drenagem: rush.
1. Cisterna para captação de
águas pluviais;
2. Tipologias de infraestruturas
verdes.

Figura: Análise FOFA (SWOT. Fonte: Acervo pessoal.

CAPÍTULO 5 71 DIAGNÓSTICOS
5.6. Mapa Síntese

Construções às
margens do rio Trechos
retificados

Trecho
retificado e
enterrado
Curva
Solo compactado e acentuada e
ausência de vegetação estreita

Alta concentração de
pedestres e dificuldade
para atravessar

Trailers de lanches e Sensação de


atividades noturnas insegurança

Campo de futebol
Entroncamento/
Trânsito
Trânsito intenso
em horário de rush

Sentido de maior intensidade das Sentido de maior frequência


chuvas e índices pluviométricos e velocidade dos ventos Complexo da Coruja
(nov – dez – jan / 200mm) predominantes.

Mapa: Mapa síntese. Fonte: Base cadastral de SG editada pela autora.

CAPÍTULO 5 72 DIAGNÓSTICOS
5.7. Mapa de Diretrizes

Expectativa

Intimidade

Ponto focal

Privilégio

Apropriação pelo Escala humana


movimento

Praça pública

Espaço
inatingível

Recintos
Ponto focal múltiplos

Transição

Expectativa

0 50 100 150 200m

Figura: Mapa de Diretrizes. Fonte: A autora.

CAPÍTULO 5 73 DIAGNÓSTICOS
Figura: Concurso Renova SP - Grupo 2: Lote 1: Pirajussara 5 - 1° Lugar. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-3170/concurso-renova-sp-grupo-2-lote-1-pirajussara-5-1-graus-lugar-libeskindllovet-arquitetos-mais-jansana-de-la-villa-de-paauw-arquitectes.. Acesso em: nov. 2019.
CAPÍTULO 6.
O PROJETO
Este capítulo contém a evolução projetual, conceitos e diretrizes
adotadas, propostas, programa de necessidades, setorização,
fluxograma e o pré projeto paisagístico.
6.1. PROPOSTA 6.2. SETORES E PROGRAMA DE NECESSIDADES
• Cisterna Linear • Jardins de chuva

Regenerativo
O conjunto de mapas, pesquisas e diagnósticos foram fundamentais para o
• Recuperação da mata ciliar • Composição paisagística
entendimento da área, analisando das escalas que vão do macro ao micro. Foi
• Wetlands • Valas de Inundação
possível entender "Quem é” o Vila Lage em relação à São Gonçalo.
• Manta geossintética • Estação de tratamento de
Para atender todas as demandas do local mencionadas acima, o programa
biodegradável águas pluviais

de necessidades do Parque Urbano Ressignificar abrange os seguintes fatores:


• Praça contemplativa
Lazer • Praça semicoberta

Contemplativo
• Praça da terceira idade
• Parque infantil < 6 anos
• Parque Pets

Lazer Ativo
• Espaço lanches
• Playground > 6 anos
• Academia ao ar livre
• Skate Park
Principais tipos de atividades: • Quadra polivalente
• Bicicletário
Paisagismo Praças
Parquinhos

Lazer Cultural
• Espaço Cultural
• Palco Multiuso

Lazer Cultural Lazer Passivo/ Lazer Ativo


• Mobiliário urbano • Sanitários e bebedouros
Apoio
Contemplativo
• Circuito ciclovia • Vagas de estacionamento
• Bancas de Jornal • Apoio comércio existente
• Abrigos de ônibus
• Paraciclos

CAPÍTULO 6 76 O PROJETO
6.3. DIVISÃO DOS TRECHOS
A área objeto foi separada por trechos para melhor
organização espacial das atividades. A etapa de diagnóstico
foi fundamental para possibilitar a organização dos espaços
de acordo com suas peculiaridades e demandas.
1
TRECHO DESCRIÇÃO GERAL DAS ATIVIDADES ÁREA
Atividades calmas, prioriza a
1 contemplação, valorização e
17.800
regeneração do trecho do rio.
RIO Integração meio ambiente =

2
comunidade.

Concentra as atividades mais


agitadas e de regeneração.
2 “Porta de entrada” do bairro. 17.700
CENTRAL Setor de integração social, nova m²
possibilidade de caminho e
circuito. Descoberta e mistério.

Setor de união e transição entre


os anteriores, unindo o lazer
3 ativo e passivo. Fortes eixos de 10.600
MÚLTIPLOS visada e expectativas geradas m²
para conhecer os demais
setores.

Total 46.100

Quadro 1: Trechos
3

6.4. FLUXOGRAMA

Intensidade da
TRECHO RIO
conexão entre os
trechos:
Fraca
Média
Forte TRECHO TRECHO
CENTRAL MÚLTIPLOS
0 25 50 100m

Figura: Demarcação dos trechos. Fonte: A autora.

CAPÍTULO 6 77 O PROJETO
6.4.1. FLUXOGRAMA - TRECHO 1
Espaço
educacional

TRECHO RIO

Área
W.C.
multiuso

TRECHO TRECHO
CENTRAL MÚLTIPLOS

Espaço Cultural

Quadra
multiuso

Jardins Praça
Cisterna linear
de Chuva Contemplativa

Rua Dr. Alberto Av. Canal Rua Lucio


Torres Tomé Feteira

Praça
Rio Brandoas Vala de Inundação
Contemplativa

Manta
Wetlands
geossin. Bio.

Recup. da mata
ciliar

Regenerativo e Cultural

CAPÍTULO 6 78 O PROJETO
6.4.2. FLUXOGRAMA - TRECHO 2

TRECHO RIO

TRECHO TRECHO
CENTRAL MÚLTIPLOS

Rua Procópio
Ferreira
Palco
multiuso

W.C.
Rua Lucio
Av. Canal Praça CETEP São
Playground Tomé Feteira
semicoberta Gonçalo

Praça Rua Dr. Alberto Torres Espaço


contemplativa
Lanches

Jardins
Parque infantil Praça 3ª idade Bicicletário
de chuva

Academia Cisterna
Parque Pets
ao ar livre linear

Lazer Ativo e regenerativo

CAPÍTULO 6 79 O PROJETO
6.4.3. FLUXOGRAMA - TRECHO 3

TRECHO RIO

TRECHO TRECHO
CENTRAL MÚLTIPLOS

Rua Procópio
Ferreira

Rua Dr. Alberto


Praça Av. Canal
Torres
Contemplativa

Rua Lucio Tomé Feteira Área livre e


Skate Park
permeável

Espaço Lanches Jardins


de chuva

W.C. Cisterna
linear

Lazer Contemplativo e ativo

CAPÍTULO 6 80 O PROJETO
6.5. PRÉ DIMENSIONAMENTO

TRECHO LOCALIZADO HORÁRIO ÁREA


SETOR ATIVIDADES QTD. DESCRIÇÃO
1 2 3 DE USO TOTAL
Cisterna Linear M/T/N 3 X Contenção de águas pluviais, situado em baixo da vila local projetada.
Recuperação da Mata Ciliar M/T/N X X Busca do equilíbrio do ecossistema local.
Wetlands construídos M/T/N X X Sistema natural para tratamento de águas.
REGENERATIVO Manta geossintética biodegradável M/T/N X X Inibidor de erosões superficiais devido as chuvas torrenciais.
1.800m² Vala de inundação M/T/N 1 1000m² Área verde passível de inundação.
Jardins de Chuva M/T/N X 30m² Coletar e absorver águas pluviais por meio de bolsões.
Composição paisagística M/T/N X X Promover maior interação da sociedade com o meio ambiente.
Estação de Trat. de Água das Chuvas M/T/N X X Próxima à foz do rio para o tratamento das águas coletadas.
Praça Contemplativa M/T/N 2 300m² Contemplação do rio, eixos de visada e pontos focais.

LAZER Praça Semicoberta M/T/N 1 50m² Poderá ser utilizada mesmo em dias de chuvas.
CONTEMPLATIVO Praça da Terceira Idade M/T/N 1 30m² Equipamentos específicos para idosos.
600m² Parque Infantil < 6 anos M/T/N 1 30m² Utilização da vegetação como meio lúdico.
Parque Pets M/T/N 1 70m² Área cercada com atrativos para os pets.
Espaço Lanches (Quiosques) M/T/N 2 500m² Atividade consolidada na região no período noturno.
Playground > 6 anos M/T/N 1 50m² Brinquedos lúdicos associados à vegetação.
LAZER ATIVO Academia ao Ar Livre M/T/N 2 100m² Aparelhos de musculação e exercícios físicos.
2.200m² Skate Park M/T/N 1 1.000m² Espaço recreativo para prática do skate.
Quadra multiuso M/T/N 1 500m² Melhoraria e readaptação do espaço de futubel dos moradores.
Bicicletário M/T/N 1 30m² Local de "garagem" e manutenção de bicicletas.
CULTURAL Espaço Cultural M/T/N 1 1.500m² Para fins educacionais e culturais da comunidade.
1.700m² Palco Multiuso T/N 1 200m² Espaço para pequenas apresentações culturais.
Mobiliário Urbano M/T/N X X Bancos, mesas, postes de luz, lixeiras e mesas de jogos.
Circuito Ciclovia M/T/N X X Calçada e ciclovia em todo o perímetro da área objeto.
Bancas de Jornal M/T 4 40m² Recuperação e instalação.
APOIO Abrigos de Ônibus M/T/N 4 40m² Novo modelo de infraestrutura.
450m² Apoio comércio existente M/T 1 20m² Apoio Espaço Cultural p/ manutenção e agendamentos.
Paraciclos M/T/N X X Estacionamentos pontuais para bicicletas.
Sanitários e bebedouros M/T/N 4 80m² Estruturas fixas como suporte às atividades.
Vagas de estacionamento M/T/N 20 250m² Apoio ao comércio local / carga e descarga / visitas ao parque.
ÁREA TOTAL 6.750m² 30% de circulação > 8.775m²

1 Trecho Rio 2 Trecho Central 3 Trecho Múltiplos

CAPÍTULO 6 81 O PROJETO
6.6. SETORIZAÇÃO GERAL Regenerativo

Contemplativo

Lazer Cultural

SETORES
Lazer Ativo

Apoio

Via local

Circuito ciclovia

Acessos

Setorização Geral (m²)


2.500

2.000

1.500

1.000

500

0 25 50 100m

Figura: Setorização geral. Fonte: A autora..

CAPÍTULO 6 82 O PROJETO
6.6.1. ESTUDO DE IMPLANTAÇÃO
REGENERATIVO
1 Cisterna Linear
2 Recuperação da mata ciliar
3 Wetlands
4 Manta geossintética biodegradável 1
5 Jardins de chuva
6 Composição paisagística 1 1
5
7 Valas de Inundação 3 6 1
1 6
5 5 5
2 1
CONTEMPLATIVO
4
1 Praça contemplativa
6 3
2 Praça semicoberta
7
3 Praça da terceira idade 2
4 1
3 5
4 Parque infantil < 6 anos 3 5
1 5
5 Parque Pets 2 5
2
LAZER CULTURAL 4

1 Espaço Cultural
2 Palco Multiuso
2
4
LAZER ATIVO 6
1 3
1 Espaço lanches 1
5
2 Playground > 6 anos
6 3 2
3 Academia ao ar livre
1
6 5
4 Skate Park 1 1
5 Quadra polivalente
5 1 1
4
6 Bicicletário 4
7 5 6
APOIO
1 Mobiliário urbano
2 Bancas de Jornal
3 Abrigos de ônibus
4 Paraciclos
5 Sanitários e bebedouros 0 25 50 100m

6 Vagas de estacionamento
Figura: Implantação. Fonte: A autora.

CAPÍTULO 6 83 O PROJETO
6.7. PROPOSTAS GERAIS
Via local projetada ao longo de
todo o perímetro do parque. Esta
via será movida para próximo
aos condomínios para:
1. Acesso facilitado;
2. Aumentar área de parque;
3. Servir de base para a constru-
ção da cisterna, que ficará em
determinados trechos (a analisar)
das Rua Dr. Alberto Torres, Lúcio
Tomé Feteira e Av. Canal.

Pequeno talude

Fonte: A autora.

COMÉRCIO PASSEIO RUA. DR. ALBERTO TORRES RECUO SEGURO ÁREA VERDE CIRCUITO CISTERNA LINEAR PASSEIO CONDOMÍNIO

REDE DE MACRODRENAGEM PARA PONTO CICLOVIA EM BAIXO DA VIA


DE ÔNIBUS LOCAL PROJETADA

Esquema básico da cisterna


CORTE ESQUEMÁTICO
Sem Escala

Fonte: A autora.

CAPÍTULO 6 84 O PROJETO
Biovaletas, jardins de chuva e as demais tipologias de Área livre inundável.
infraestrutura verde serão utilizadas ao longo de todo o parque. (Vala de Inundação)

AS PLANTAS FILTRAM E
TRANSPIRAM ENQUANTO
MELHORAM A PAISAGEM
URBANA.

DIRETRIZES PARA TODO O TRECHO


A ÁGUA DA SUPERFÍCIE
DO RIO BRANDOAS COMPREENDIDO
CAI NO CANTEIRO
ATRAVÉS DE CALHAS NOS MAPAS DO CAPÍTULO 4.
NO MEIO-FIO

Manta Geossintética Biodegradável

Wetlands
O SOLO PERMITE INFILTRAÇÃO Recuperação
À CAMADA DE CASCALHO
da Mata Ciliar
A TUBULAÇÃO DIRECIONA A ÁGUA PARA A
CISTERNA

Imagem: Jardim de Chuva. https://www.jdilworth.com/fullscreen-page/comp-jo4k6xh5/96b848cd-3a1c-44a1-969a-6ca618541ff1/3/%3Fi%3D3%26p%3Dd34uk%26s%3Dstyle-jemmuvhd

CAPÍTULO 6 85 O PROJETO
Referências Bibliográficas
BIBLIOGRAFIA
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gestão da água, resumo executivo. 2018
• HERZOG, Cecília. Infraestrutura Verde: Sustentabilidade e resiliência para a paisagem
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• CAVALHEIRO, F. & DEL PICCHIA, P.C.D. Áreas Verdes: Conceitos, Objetivos e Diretrizes
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• CURADO, Mirian Mendonça de Campos. Pasagismo contemporâneo no brasil: Fernando
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• FERREIRA, Adjalme Dias. EFEITOS POSITIVOS GERADOS PELOS PARQUES
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• BUSCHBACHER, Robert . A teoria da resiliência e os sistemas socioecológicos: Como se
preparar para um futuro imprevisível. Boletim regional, urbano e ambiental | 09 | Jan. - Jun.
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• Ofitexto. Benefícios da Bioengenharia para o projeto de proteção de rios.
<https://www.ofitexto.com.br/comunitexto/beneficios-da-bioengenharia-para-o-projeto-de-
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<http://www.blogdaarquitetura.com/como-surgiram-as-pracas-e-duas-diferentes-funcoes-
sociais-ao-longo-da-historia/> Acesso em: set/2019.
• ALOMÁ, Patricia Rodríguez. O espaço público, esse protagonista da cidade.
<https://www.archdaily.com.br/br/01-162164/o-espaco-publico-esse-protagonista-da-cidade>
Acesso em: Ago/2019.
• GUIMARÃES, Priscilla. PARQUE URBANO ALCÂNTARA. Trabalho Final de Graduação.
UNESA – Niterói. 2019.
ANEXO – PESQUISA DE BAIRRO Respostas

1. Sexo

27,3
Homem
Mulher
72,7

2. Idade
20

15

10

0
15 - 24 25 - 30 31 - 40 41 - 60

3. Como você se refere aos rios de


São Gonçalo?
4,8

19
Valão
Rio
Canal
76,2

ANEXO PESQUISA DE BAIRRO


4. Na sua residência/condomínio há 5. Caso a resposta ao lado seja positiva, o que foi feito como proteção?
7. Em uma escala de 1 a 5, o quanto você
algum tipo de proteção para que não a) Escadas da entrada com um tamanho bem acima do normal;
b) Drenos com bombeamento, barragens móveis e fixas nos portões sente que é agradável caminhar pelo Vila Lage?
alague durante fortes chuvas? de entrada e nas habitações do térreo, mureta de proteção quintal-
hall de entrada dos aptos, ralos vedados; 20
c) Placa de metal na garagem;

Conheço locais 15
adaptados
17
6. Após as enchentes, você Diarreia 10
Sim 8 nota a proliferação de quais Coceira e… 5
doenças ou sintomas? Dor e fraqueza
Não 3 Febre 0
1 2 3 4 5
Dengue
0 10 20
0 5 10 15

8. Indique as sensações e percepções que você tem ao caminhar pelo bairro. 9. Marque Bom Regular Ruim Inexistente

Espaços vazios e ociosos 14


12
Dificuldade de andar nas calçadas 10
8
Insegurança
6
4
Calor
2
0
0 10 20
Arborização e Qualidade do rio Escomento das águas Policiamento Praças e espaços de
vegetação pluviais convivência

14
12
10
8
6
4
2
0
Pontos de ônibus Calçadas e faixas de Trailers de lanches Trânsito Limpeza e coleta de Comércios do bairro
pedestres lixo

ANEXO PESQUISA DE BAIRRO


A pesquisa foi finalizada questionando o que poderia ser melhorado no bairro, e para isso foi
solicitando que as pessoas respondam o que elas consideram que sejam pontos positivos e negativos.
As respostas que mais se repetem foram copiladas para um melhor entendimento.

10. O que você acha que poderia melhorar?


Para essa resposta, cite 3 pontos positivos e negativos do bairro.

a) Positivo pontos de ônibus, comércio e escolas. Pontos negativos segurança, diversão e


trânsito;
b) Vegetação em quantidade, usos melhor determinados dos "canteiros", maior iluminação,
faixas de pedestres em lugares estratégicos;
c) * Positivos: Acesso a transporte público. Coleta de lixo regular. Comércio no bairro. *
Negativos: Insegurança Pavimentação Trânsito
d) Positivos: Boa localização de comércios Potencial de melhoria Negativos: Péssimas estradas
Má localidade e funcionamento de sinais de trânsito Mal gerenciamento de guardas de trânsito
e) Negativos - falta de segurança e policiamento, falta de manutenção do que já há e somente 2
linhas de ônibus que transitam basicamente pelo bairro o que torna o trajeto demorado.
Positivos: calçadas foram recentemente reformadas por conta das obras do condomínio da
MRV, foram instalados sinais de transito e faixa de pedestre e houve alguma arborização.
f) Aumento das calçadas, enterramento dos fios de energia e telefonia, construção dos grandes
tanques para conter inundações, desapropriação mediante pagamento dos imóveis da linha
do trem, para aumento das vias.
g) Segurança, arborização e espaços públicos de mobilização, mais atenção às calçadas.
h) Com vontade política e pressão popular poderiam ter-se melhor infraestrutura, segurança e
oportunidades de lazer e trabalho. Sinto dificuldades em ressaltar pontos positivos.
i) Principalmente escoamento de agua, pontos específicos para coleta de lixos e limpeza das
ruas. Recente uma construtora privada fez boa modificações em uma parte do bairro e ficou
com boa iluminação, limpeza da rua e digamos que um embelezamento da mesma.
j) Negativos: escoamento pluvial, lixo e saúde. Positivos: localização, transportes e comércios.

ANEXO PESQUISA DE BAIRRO


P A R Q U E U R B A N O

SIGNI
FICAR
Intervenção Paisagística
e Requalificação Urbana
no Vila Lage
“ O ambiente é o que somos em nós mesmos.
Nós e o ambiente somos dois processos diferentes;


nós somos o ambiente e o ambiente somos nós.
Jiddu Krishnamurti

Fonte: https://www.oeco.org.br/blogs/frases-do-meio-ambiente/26849-frases-
do-meio-ambiente-jiddu-krishnamurti-250113/

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