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Rio de Janeiro
Junho de 2016
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Rio de Janeiro
Junho de 2016
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus orientadores que estando por aqui ou onde são necessários,
nunca faltaram em me auxiliar pelos caminhos do mundo.
A minha mãe Ana Lucia, minhas irmãs Luciana e Tatiana.
E ainda a minha namorada Valeria Lima...
Sem eles e elas, nenhum caminho me seria pleno.
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AGRADECIMENTOS
Compelido a reconhecer, de todo o bem querer, sou grato por todo e qualquer ato, que por
mim mentalizaram ou realizaram de fato.
Á Veronica Luz por ser compreensiva e amiga, por tudo agradeço. Que a vida a bendiga. Com
todo o apreço.
A Valeria Lima do Nascimento, minha namorada tão amiga, amada eterna companheira de
vida e caminhada.
À Luciana e Tatiana, minhas queridas irmãs, que sempre iluminam meus dias com muitos
afãs.
À Ana Lucia, para mim o símbolo das lutadoras campeãs. Eterno estímulo e amparo de todas
as manhãs. Por demais sou suspeito ao dizer. Afinal, é minha mãe, como não agradecer?
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RESUMO
ABSTRACT
From the environmental diagnosis of Vidigal, district located in the southern part of the mu-
nicipality of Rio de Janeiro, it was possible to find strengths and weaknesses in the implemen-
tation of environmental legislation. These concepts are defined from the SWOT matrix (or
SWOT) adopted tool for tabulating diagnosis. From the found situation arose elements that
make it possible to compose a plan of action to mitigate vulnerabilities found.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
1.1 MOTIVAÇÃO ........................................................................................................... 1
1.2 JUSTIFICATIVA...................................................................................................... 3
1.3 OBJETIVOS .............................................................................................................. 6
1.4 METODOLOGIA E TRABALHO REALIZADO ................................................ 6
2 ASPECTOS TÉCNICOS E LEGAIS .................................................................................. 8
2.1 SITUAÇÃO NORMATIVA-LEGAL ...................................................................... 8
2.2 DIMENSIONAMENTO DO DIAGNÓSTICO .................................................... 33
2.2.1 DIMENSÃO FÍSICA .................................................................................. 34
2.2.2 DIMENSÃO AMBIENTAL....................................................................... 38
2.2.3 DIMENSÃO CULTURAL ......................................................................... 41
2.2.4 DIMENSÃO TÉCNICA ............................................................................. 42
2.2.5 DIMENSÃO DE SAÚDE E SANITÁRIA ................................................ 44
2.2.6 DIMENSÃO SOCIOECONÔMICA......................................................... 45
2.3 INDICADORES ...................................................................................................... 46
3 A MATRIZ SWOT E SUA APLICAÇÃO ........................................................................ 48
4 DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 53
4.1 DISCUSSÃO ............................................................................................................ 53
4.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 61
GLOSSÁRIO .......................................................................................................................... 67
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LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Balneabilidade das parias da zona sul carioca (adaptado do INEA). ....................... 13
Tabela 2: volumes de chuva no bairro. ..................................................................................... 38
Tabela 3: Matriz FOFA - INTERNA ....................................................................................... 49
Tabela 4: Matriz FOFA - EXTERNA ...................................................................................... 51
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Lista de Gráficos
CAPITULO 1
1 Introdução
O ser humano é um animal social. A partir desta afirmação, Aristóteles, em seu livro
A Política, atribui a humanidade a característica elementar de buscar conviver em conjunto.
Isto se evidencia através da história em várias civilizações. E estas informações chegam até a
atualidade devido aos relatos escritos que deixaram para trás. Ainda com Aristóteles, surge o
conceito de cidadão com sendo aquele que habita a cidade. Segundo Eigenheer (2009), as
civilizações antigas se defrontavam com estes problemas e atualmente isso se agrava nas ci-
dades modernas com o crescimento populacional, ocasionando um consequente aumento de
resíduos gerados. Segundo a ABRELPE (2014), no Brasil são produzidas cerca de 78.583.405
toneladas de resíduos por ano e apenas 52,5% são coletados ou tratados na região sudeste,
para 22,2% na região nordeste, 10,8% na região sul, 8,1% na região centro-oeste e 6,4% na
região norte.
Maior e Cândido (2014) corroboram esta ideia ao anunciar que o adensamento popu-
lacional origina os aglomerados urbanos, os quais criam locais de aumento de temperatura,
aumento das emissões de gases oriundos de veículos e indústrias, lançamento de efluentes
entre outras formas de poluição. Neste contexto, surgem locais cuja infraestrutura (serviços
essenciais como saneamento básico, energia elétrica, coleta de lixo, ações de saúde pública) é
precária ou inexistente, o acesso é difícil (pelo declive ou pela distância), além de estarem
expostos a problemas de violência em vários níveis. Estas condições estão intimamente asso-
ciadas ao poder aquisitivo destas populações, que via de regra, é hipossuficiente.
1.1 Motivação
O ano de 2015 possui características atípicas de todos os anteriores. Isso se deve pelo
fato de estar situado entre dois eventos internacionais que trazem uma exposição do Brasil, e
em especial o município do Rio de Janeiro. Em 2014 ocorreu a Copa do Mundo de Futebol, e
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em 2016 ocorrerá a 31ª edição dos jogos Olímpicos da Era Moderna. Tal evento traz os holo-
fotes da mídia internacional para o país e para o município.
Desta forma, é de suma importância que a cidade esteja preparada para atender as
demandas atuais e futuras, as quais surgirão, quer seja para atendimento a logística necessária
para os eventos, quer seja para apresentar nossa sociedade ao mundo, em suas atividades coti-
dianas. Estas, vão desde o atendimento às leis até a recepção aos turistas, fator que atende a
vocação natural do município do Rio de Janeiro, que em 2014 recebeu 6,4 milhões de turistas
(BRASILIA, 2015). A expectativa para o período das Olimpíadas, é que a cidade receba entre
300 mil e 500 mil turistas. Sendo o Rio de Janeiro uma cidade plural, no sentido de ter várias
peculiaridades e necessidades derivadas das demandas sociais por transporte de qualidade,
preservação ambiental, segurança entre outras. Assim, o atendimento à legislação, além de ser
um elemento fundamental e obrigatório ao funcionamento de qualquer cidade moderna, é de
supra importância para que neste período, a cidade do Rio de Janeiro possa suprir as necessi-
dades da população, dos turistas e para o funcionamento dos jogos. Todas estas demandas
devem estar em consonância com o plano diretor da cidade, estipulado na Lei Complementar
111 de 1º de fevereiro de 2011 (RIO DE JANEIRO, 2011).
1.2 Justificativa
A gestão de resíduos é uma ferramenta determinante para a redução dos impactos ge-
rados pela presença humana. Uma etapa de suma importância é o diagnóstico ambiental, que
neste caso tem como seu objeto o bairro do Vidigal. E como resultado, tem-se um conjunto de
ações a serem adotadas objetivando a mitigação ou compensação destes impactos. O bairro do
Vidigal recebe este nome graças ao ex-comandante da Polícia do Estado do Rio de Janeiro,
major Miguel Nunes Vidigal, o qual, no século XIX recebeu suas terras dos monges benediti-
nos por serviços prestados em 1820. Situado na zona sul do município do Rio de Janeiro, en-
contra-se entre os bairros do Leblon (a nordeste), São Conrado (a oeste), Rocinha (ao norte) e
o Oceano Atlântico (a Leste). Por apresentar uma vista privilegiada, se mostra como área de
valorização imobiliária. A região, inicialmente atravessou fases turbulentas através dos tem-
pos. A partir de 1940, a região foi povoada por construções irregulares (TEPEDINO, 2007).
Durante o período militar, houve uma tentativa de remoção dos moradores para a
construção de condomínios de luxo. Os moradores, organizados como associação, receberam
apoio da sociedade, dos juristas Sobral Pinto e Bento Rubião e de advogados da Pastoral das
Favelas, resistindo assim às ações do governo, o qual veio a retroceder e manteve a comuni-
dade na região. Em 1978, o governador Chagas Pinto desapropria a região em benefício dos
moradores. Em 1980, o Papa João Paulo II visitou a região e reconheceu a mesma como um
marco da resistência das favelas, doando seu anel a comunidade (TEPEDINO, 2007).
A história das favelas e comunidades se assemelha muito entre si. Em sua pública-
ção, “A Gênese da Favela Carioca: A produção anterior às Ciências Sociais” Valladares
(2000) apresenta a ideia por trás do conceito de favela: “a denominação morro da Favella vem
revestida de um forte conteúdo simbólico que remete à resistência, à luta dos oprimidos contra
um oponente forte e dominador”. Antes as habitações eram feitas de madeira (barracos). To-
davia, melhorias foram feitas. Os barracos deram lugar a casas de alvenaria.
Com a Lei Municipal 2.704/98, a então favela do Vidigal passa a ser definida como
Área de Interesse Social, e a partir da regulamentação dada pelo decreto 33.352 de 2011, que
reconhece o Vidigal como bairro carioca. Tais alterações estão em consonância com a lei
complementar 111/2011 que institui o Plano Diretor do Município do Rio de Janeiro. O pro-
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Vamos Iluminar - Secretaria Municipal de Conservação - Rio Luz -Equipes da Rio Luz
atuam regularmente na manutenção da iluminação pública e substituição de lâmpadas. No
Vidigal, foi feita a correção de pontos apagados e de lâmpadas acesas durante o dia.
Sistema Alerta Rio - Defesa Civil - Sistema de alerta comunitário desenvolvido pela De-
fesa Civil, inaugurado e em funcionamento no Vidigal tem o objetivo de reforçar a atuação
em casos de urgências e se utiliza de tecnologias oportunas na prevenção de desastres natu-
rais. O sistema utiliza sirenes acionadas remotamente do Centro de Operações da Prefeitura
sempre que o índice pluviométrico de uma região chega a 40mm em 1 hora e alerta a popula-
ção para se dirigir a um ponto de apoio. Serve-se também de aparelhos celulares cedidos pela
Prefeitura, que recebem SMS (torpedos) com alertas em caso de ocorrências de chuvas. Con-
tam com representantes da comunidade treinados.
Vila Olímpica - Secretaria Municipal de Esporte e Lazer - Reforma de espaço que conta
com pista de atletismo, piscina, quadras esportivas e campo de futebol, além de atividades
gratuitas de esporte.
Rio em forma Olímpico - Secretaria Municipal de Esporte e Lazer - Uma unidade atende
até 640 idosos e crianças. O Projeto Rio em Forma Olímpico realiza atividades esportivas,
culturais, sociais e de saúde, dentro das comunidades. Através das oficinas, tem o objetivo de
agregar novos conhecimentos e valores éticos.
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1.3 Objetivos
Analisar como o poder público fiscaliza o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos,
recursos hídricos e as condições de saneamento ambiental;
Compreender o atual panorama de atuação do poder publico gerencia os serviços sociais
em consonância com a legislação ambiental vigente.
Identificar irregularidades no quotidiano do bairro e propor as correções pertinentes.
O equipamento foi utilizado para a realização das fotos, mapeamento por GPS atra-
vés do aplicativo nativo Google Mapas, assim como, realizar anotações em tempo real. As
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incursões no bairro ocorreram no período entre agosto e setembro de 2015. Para a busca do
referencial teórico, foram utilizadas as bases SCIELO e LILACS.
Como critério de inclusão, adotou-se a busca por assunto com as palavras chave “di-
agnóstico socioambiental”, “favela” combinada com ”resíduos sólidos”, “comunidade” com-
binada com “resíduos sólidos” e “gerenciamento de resíduos”, num período temporal compre-
endido entre 2010 e 2015.
Como critérios de exclusão, artigos que não tratassem localidades brasileiras por
possuírem características culturais, climáticas e políticas distintas da nossa realidade. Buscas
realizadas utilizando-se como termo de busca “Vidigal” não retornaram resultados. Para a
fundamentação técnica, a consulta aos sites do IBGE, Prefeitura do Município do Rio de Ja-
neiro, Ministério das cidades, COMLURB foram fundamentais para a consolidação das in-
formações, bem como o embasamento para as discussões apresentadas em capítulo a parte.
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CAPITULO 2
Para a tabulação dos dados, optou-se pela matriz FOFA ou SWOT, onde a finalidade
é detectar pontos fortes e fracos de uma empresa, com o objetivo de torná-la mais eficiente e
competitiva, corrigindo assim suas deficiências. A adaptação do método para o projeto se
mostrou eficiente por estabelecer um paralelo entre o bairro, em sua organicidade e uma em-
presa cuja finalidade é sua integração com os demais bairros do entorno.
O art. 3º desta lei apresenta a Educação Ambiental como um direito que deve ser in-
tegrado a ações do Poder Público, nos termos da Constituição Federal (art. 205 e 225), da
educação formal e na participação popular visando a conservação e melhoria do meio ambien-
te.
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Ainda, a apresentação das relações entre meio ambiente, economia e questões sociais
como sendo interdependentes é um fator preponderante para que a ampla participação de to-
dos os integrantes do bairro possam ser membros atuantes na mudança de hábitos em relação
ao ambiente. Fornecer meios para que a população perceba os impactos positivos e negativos
que cada ação (individual e coletiva) traz para o ambiente local, regional e global.
Cabe ressaltar que o ano de 2016, por incremento dos jogos Olímpicos, a vocação tu-
rística da cidade terá grande possibilidade de aporte financeiro devido ao ecoturismo na regi-
ão.
A Política Nacional de Meio Ambiente precisa ser acrescida à realidade deste traba-
lho devido o seu art. 2º, o qual atribui à presente lei seu objetivo que é a preservação, melho-
ria e recuperação da qualidade ambiental, visando entre outras questões, promover condições
ao desenvolvimento socioeconômico e à dignidade da vida humana. Utilizando-se ações go-
vernamentais na manutenção do equilíbrio ecológico e preconizando o ambiente como patri-
mônio público, sendo portanto, imprescindível preservá-lo (BRASIL, 1981).
O presente trabalho atende as demandas apresentadas pelo mesmo art. 2º, em seus
incisos III, VI, VII e X, ao ser desenvolvido um instrumento de acompanhamento das condi-
ções ambientais e buscando apresentar ações de educação ambiental visando a implementação
de melhores práticas da comunidade junto ao ambiente.
para a racionalização dos recursos ambientais, bem como a difusão destas informações e tec-
nologias.
Tais elementos devem ser consonantes com a formação de uma mudança de para-
digma junto ao comportamento da população, de forma a preservar e restaurar o meio ambien-
te, associados ao uso racional dos recursos ambientais, responsabilizando o poluidor e ao pre-
dador destes recursos pelo seu uso.
O art. 5º desta Política, em seu parágrafo único, estipula a condição para que as ativi-
dades públicas ou privadas estejam de acordo com as diretrizes desta Política. E o art. 9º apre-
senta, como seus instrumentos, dentre outros, padrões de qualidade ambiental e avaliação de
impactos ambientais, além de incentivos à produção e instalação de equipamentos e tecnolo-
gias voltados a melhoria da qualidade ambiental e as penalidades disciplinares ou compensa-
tórias imputáveis aos responsáveis pelo não cumprimento destas diretrizes. Este trabalho está
em consonância com esta Política e colabora para a sua execução.
Em seus arts. 6º e 7º, a Política Federal de Saneamento Básico se refere ao lixo como
resíduo sólido urbano quando seu manejo não for de responsabilidade do gerador, portanto
cabendo a COMLURB sua adequada, varrição, coleta, triagem, destinação, transbordo, trata-
mento e disposição final, no município do Rio de Janeiro.
Otima MÁXIMO DE 250 NMP/100ml COLIFORMES FECAIS OU 25 NMP/100 ml ENTEROCOCOS EM 80% OU MAIS DO TEMPO.
Boa MÁXIMO DE 1.000 NMP/100ml COLIFORMES FECAIS OU 100 NMP/100 ml ENTEROCOCOS EM 80% OU MAIS DO TEMPO, EXCETO AS ÓTIMAS
Regular MÁXIMO DE 1.000 NMP/100ml COLIFORMES FECAIS OU 100 NMP/100 ml ENTEROCOCOS EM 70% OU MAIS DO TEMPO E MENOS DE 80% DO TEMPO.
Má MÁXIMO DE 1.000 NMP/100ml COLIFORMES FECAIS OU 25 NMP/100 ml ENTEROCOCOS EM 50% OU MAIS DO TEMPO E MENOS DE 70% DO TEMPO
Péssima PRAIAS QUE NÃO SE ENQUADRAM NAS CATEGORIAS ANTERIORES. NÚMERO DE RESULTADOS INSUFICIENTE PARA A QUALIFICAÇÃO
Ainda, atribui aos resíduos sólidos, valor agregado, além de possibilidades de reuso e
reciclagem como alternativas preferíveis ao descarte; responsabiliza de modo compartilhado
todos os envolvidos na cadeia produtiva envolvida no consumo, desde a produção até o con-
sumidor e a partir deste, o descarte para a coleta. O reconhecimento das diversidades locais e
regionais, assim como a necessidade de controle social, da divulgação de informações a res-
peito tanto do produto como de toda logística envolvida, da coleta à disposição final do resí-
duo, são características fundamentais desta lei, que abre um espaço importante na tomada de
decisão ao reunir todos os interessados, desde as esferas de poder, empresários e cidadão.
Estes são objetivos que merecem uma reflexão, posto que numa sociedade voltada
para a aquisição de bens, ou melhor dizendo, consumo, como sendo a referência de cresci-
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São instrumentos desta lei a coleta seletiva, a logística reversa, a criação de coopera-
tivas, o monitoramento e a fiscalização ambiental e sanitária com cooperação técnica e finan-
ceira entre os setores públicos e privados, além da incorporação de tecnologias e o fomento a
pesquisas a fim de promover o equilíbrio entre as relações sociais, econômicas e ambientais,
além da promoção da educação ambiental em suas várias formas.
O art. 13º classifica os resíduos de acordo com a sua natureza e origem. Todavia, o
escopo deste trabalho abrange o resíduos classificado nos itens “a” (resíduos domiciliares),
“b” (resíduos de limpeza urbana),”c” (resíduos sólidos urbanos) e “d” (resíduos comerciais e
prestadores de serviço). Todos os resíduos incluídos são classificados como não perigosos.
Foram excluídos os resíduos de construção civil e de serviços de saúde (pela existência do
posto de saúde), por possuírem características especiais e necessidades específicas de logísti-
ca.
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O art. 19º se refere ao Plano Municipal de Gestão integrada de resíduos sólidos, onde
se destaca a necessidade de execução de diagnóstico da situação de resíduos sólidos no local,
desenvolvimento de ações e programas de educação ambiental, metas de redução de resíduos,
reutilização, coleta seletiva e reciclagem, ações corretivas e preventivas. Este trabalho colabo-
ra positivamente com o plano municipal de gestão de resíduos.
O §1º do art. 27 da presente lei ressalta que é responsabilidade individual pelos danos
que possam ser causados pelos resíduos por estes gerados. Contudo, para resíduos domicilia-
res, o gerador tem sua responsabilidade cessada após correta disposição dos resíduos para a
coleta. Desta forma, reforça-se a ideia que locais corretos para a destinação final destes resí-
duos é um dispositivo legal a ser implementado.
Decreto 21.305/02 - Regulamenta a Lei n.º 3.273, de 6 de setembro de 2001, que dispõe
sobre a Gestão dos Serviços de Limpeza Urbana
Em seu art. 1º, este decreto atribui à Companhia Municipal de Limpeza Urbana
(COMLURB) a responsabilidade da gestão do sistema de Limpeza Urbana no Município do
Rio de Janeiro, e em seu art. 2º, torna-a a empresa responsável pelo comprimento do disposto
na lei municipal 3.273/01 (RIO DE JANEIRO, 2002).
Todas as etapas e a logística necessária ao que seja relacionado aos resíduos sólidos,
desde a sua coleta até sua disposição final, incluindo a terceirização, fiscalização, elaboração
e regulamentação das atividades de limpeza neste município, conforme seu art. 3º. Neste
mesmo artigo, os itens VI ao IX se destacam particularmente em relação a este trabalho, pois
estabelecem a competência desta empresa de implantar, promover e incentivar programas de
redução de resíduos e a implantação de centrais de separação e classificação destes materiais,
tornando as centrais de separação e reciclagem uma realidade a ser alcançada. E no art. 4º,
fica atribuída a COMLURB e aos agentes de Fiscalização da Limpeza Urbana a competência
de fiscalizar e aplicar multas de acordo com os termos do art 5º da lei 3.273/01.
A atividade de limpeza propriamente dita fica definida como toda e qualquer ação de
caráter técnico-operacional necessária à logística envolvida, desde a coleta, manuseio, remo-
ção de resíduos de vias públicas, separação, valorização, destinação, tratamento, disposição
final, regulamentação, fiscalização e monitoramento. Tais definições estão apresentadas no
art. 1º desta lei, estabelecendo as necessidades e atribuições referentes à limpeza urbana.
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Esta lei, em seus art. 6º e 7º classifica os resíduos como resíduos sólidos urbanos e
resíduos especiais. O primeiro grupo é composto pelo lixo domiciliar ou doméstico com ca-
racterísticas não perigosas produzido em residências em virtude da preparação de alimentos
ou limpeza deste ambiente. Como nos mostram BAGGIO e MANCIA (2008) e Junior e EIDT
(2014), bens de consumo que terminaram seu uso, por defeito ou por obsolescência (progra-
mada ou percebida), como por exemplo, eletrônicos, mobília, eletrodomésticos ou semelhan-
tes, resíduos de poda, varrição de logradouros, entulho de pequenas obras de reforma, demoli-
ção ou construção, resíduos de feira livre, resíduos de eventos, excrementos animais, ferra-
gens, vidros, papel e papelão, além de resíduos de comércio, indústria ou tratamento de saúde
humana ou animal, desde que possuam características que não tragam perigo às pessoas ou ao
ambiente (figura 3).
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Figura 3: Caçamba com resíduos de poda de árvores, lixos eletrônicos no ponto de coleta na avenida
principal. Fonte: O próprio autor. 2015
Ainda, no mesmo art. 10°, em seu parágrafo único, define-se coleta regular ou ordi-
nária como a coleta efetuada por órgão ou entidade competente. E coleta especial, como a
responsável pela coleta dos resíduos especiais, a qual pode ser realizada por órgão ou entidade
competente, por empresa habilitada credenciada ou pelo próprio gerador.
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Nos arts. 11º ao 16º são definidas características inerentes à limpeza urbana. Defi-
nem-se limpeza de logradouros como o conjunto de atividades necessárias à remoção dos re-
síduos presentes nestes locais com a utilização de veículos apropriados, oriundos de varrição,
poda de árvores, lavagem, ralos e outros locais em vias públicas. Como transporte a transfe-
rência física dos resíduos coletados até uma unidade de tratamento ou disposição final utili-
zando veículos apropriados. Já com valorização ou recuperação dos resíduos, tem-se como
operações de reaproveitamento dos resíduos através de reciclagem ou reutilização de materi-
ais, compostagem de matéria orgânica ou aproveitamento energético oriundos destes resíduos.
Conforme disposto no art. 17º desta lei, compete ao município definir, através de
normas técnicas específicas o correto manuseio dos diversos resíduos sólidos urbanos e em
seu art. 18º atribui a responsabilidade deste manuseio aos seus geradores.
O art. 20º define a necessidade do local para a estocagem interna dos resíduos estar
preparada, com grande área livre e revestido com material como cerâmica, para fins de higie-
nização. Os resíduos, quando dispostos para fins de coleta devem estar no chão, sendo proibi-
do serem colocados em estruturas suspensas, disponibilizá-los em horários diferentes dos pro-
gramados para coleta e tornando proibida a catação ou extração dos resíduos por pessoas não
definidas pelo órgão competente. (art. 20º)
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O art 25º define coleta regular a coleta domiciliar, a coleta pública e a programada.
Sendo a coleta regular definida como o recolhimento e o transporte dos resíduos sólidos urba-
nos dentro dos horários definidos com os resíduos devidamente acondicionados, reforçado no
art 27º. E coleta programada, o art 28º é similar à coleta regular, com a diferença que ocorre
em horários acordados entre o gerador e a empresa responsável pela coleta, e de forma gratui-
ta.
Em seu art. 31º, são responsabilizados pelo acondicionamento dos resíduos para fins
de coleta os geradores. Quando em condomínios, o responsável é o síndico ou a administra-
ção; em empresas, gerentes ou profissional indicado; em locais onde não há responsável, to-
dos respondem solidariamente.
A ABNT NBR 9191:2008 define características específicas para sacos plásticos para
acondicionamento dos resíduos sólidos domiciliares, definidos art. 32º como adequados para a
disposição para coleta dos mesmos.
Esta lei recomenda que a empresa municipal de limpeza pública disponibilize contêi-
neres padronizados em capacidades estabelecidas de 120L, 240L ou 360L com tampa, con-
forme descrito no art 33°. Recipientes não padronizados que estejam em desacordo com as
características descritas, ou em mal estado de higiene ou conservação, ou ainda que a tampa
destes não seja fechada, serão considerados irregulares, conforme o art. 34° (Figura 4). Líqui-
dos devem ser drenados e materiais perfuro-cortantes (vidros, objetos pontudos, cortantes)
devem estar acondicionados de modo a evitar danos às pessoas, veículos ou ao ambiente, con-
forme estabelecido no art 35º.
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Figura 4:Caçambas de coleta na avenida principal, na porção mediana do bairro, com danos estrutu-
rais. Fonte: O próprio pesquisador. 2015
Esta lei proíbe a disposição de resíduos domiciliares misturados com resíduos incluí-
dos na descrição de resíduos especiais e se estes causarem danos às pessoas, veículos ou ao
ambiente, serão aplicadas sanções descritas nesta lei, conforme disposto no art. 36°.
Em seu art. 40º, é reforçada a obrigatoriedade da disposição dos resíduos gerados pa-
ra a coleta em locais e horários específicos para que sejam recolhidos corretamente pela em-
presa de limpeza urbana, ressaltando a necessidade de protegê-los das intempéries e evitando
seu acesso a animais e vetores. E no art. 41º, ressalta a responsabilidade do gerador pelos re-
síduos até sua coleta. Nos arts. 43° ao 48°, esta lei define condições e proibições para a dispo-
sição de resíduos, entulhos, bens inservíveis e aparas de jardinagens.
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Em seu art. 57°, esta lei reforça que a separação dos resíduos, manuseio, transporte,
tratamento, disposição final dos resíduos gerados em eventos é de total responsabilidade de
seus geradores, podendo ser firmado acordo entre estes e a entidade municipal responsável ou
com empresas credenciadas. Este artigo se destaca em sua aplicação no bairro do Vidigal,
pois há um aumento expressivo na geração e consequente volume de resíduos no bairro quan-
do ocorrem eventos como festas, ensaios de escola de samba ou demais eventos que ocorrem
com certa sazonalidade. Há taxas específicas para este serviço, como se refere os arts. 59° e
60°.
Os arts. 63° e 64° tratam dos resíduos especiais. Definem como remoção dos resí-
duos especiais o seu afastamento do local de produção mediante coleta, manuseio e transpor-
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te, sendo de responsabilidade de seus geradores. Tal responsabilidade pode ser terceirizada
para empresas credenciadas ou para a própria empresa pública, contudo, acordos devem ser
assinados para tal. Já o art. 68° trata de resíduos extraordinários e as responsabilidades especí-
ficas de seus geradores.
As sanções e multas cabíveis pelo não cumprimento dos artigos presentes nesta lei
estão apresentados a partir do artigo 82°. É de suma importância o acompanhamento das con-
dições de coleta de resíduos no bairro do Vidigal devido às incongruências percebidas neste
diagnóstico com as situações verificadas no bairro no período deste trabalho.
Conforme descrito no parágrafo único do art. 1° desta lei, fica estabelecido o Estatuto
da Cidade, cujo objetivo é estabelecer regras que regulam o uso da propriedade urbana em
prol do bem coletivo, da segurança, do bem-estar dos cidadãos e do equilíbrio ambiental.
Além disso, em seu art. 2°, define que a política urbana tem por objetivo ordenar o pleno de-
senvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana de forma a garantir o
direito a cidades sustentáveis, entendido como direito à terra urbana, à moradia, ao saneamen-
to ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao
lazer para as presentes e futuras gerações. A gestão democrática também é uma realidade
apresentada por este artigo, incluindo a participação entre os governos, iniciativa privada e os
demais setores da sociedade (BRASIL, 2001).
E seu art. 4°, esta lei apresenta os instrumentos que se valerá para a aplicação. Em
seu inciso III, sobre a competência dos municípios há o plano diretor, o plano plurianual, o
zoneamento ambiental, a gestão orçamentaria participativa, os planos de desenvolvimento
econômico e social, além dos planos, programas e projetos sociais. Estes instrumentos bus-
cam ampliar a democratização dos serviços e permitem o empoderamento de setores da socie-
dade tradicionalmente vulneráveis. Este artigo ainda confere poderes e recursos às instituições
para atuarem de modo a garantir uma melhor organicidade do município.
O capitulo III desta lei se refere ao Plano Diretor, cujos arts. 39° a 42°, estabelecem
os critérios inerentes ao plano. A função social da propriedade urbana se configura quando
esta atende as exigências fundamentais de ordenação da cidade em conformidade com o plano
diretor, atendendo as necessidades do cidadão quanto a qualidade de vida, justiça social e ao
desenvolvimento de atividades econômicas, conforme o art. 39°.
O art. 40° define que o plano diretor é aprovado por lei municipal e é o instrumento
básico da política de desenvolvimento e expansão urbana, devendo constar o plano plurianual,
diretrizes orçamentarias e o orçamento anual. Além disso, deve englobar o território do muni-
cípio e ser revisto a cada 10 anos, sendo obrigatório para cidades com mais de 20mil habitan-
tes, integrantes de regiões metropolitanas, integrantes de áreas de especial de interesse turísti-
27
Um plano diretor, conforme disposto no art. 42°, deve conter as delimitações das
áreas urbanas, sistemas de acompanhamento e controle, mapeamento de áreas suscetíveis a
desastres naturais, drenagem, áreas de risco, diretrizes e áreas específicas para proteção ambi-
ental, interesso público, construção de infraestrutura, sistema viário e demais equipamentos
públicos e privados.
No art. 2° desta lei, são apresentadas as bases da Política urbana, a qual visa alcançar
o desenvolvimento sustentável, função social da cidade e da propriedade urbana, valorização
e uso sustentável do meio ambiente, da paisagem e do patrimônio natural, histórico e arqueo-
lógico, a universalização do acesso à infraestrutura e serviços urbanos, do acesso a terra e a
moradia regular digna, democracia participativa, acessibilidade, planejamento continuo e in-
tegrado visando a eficiência e eficácia dos serviços públicos, integração e articulação das Po-
líticas de ordenamento, cooperação entre governos e garantia da qualidade ambiental. Isto
inclui a preservação dos maciços e morros, florestas e demais áreas com cobertura vegetal, da
orla marítima, sua vegetação de restinga, dos corpos hídricos, complexos lagunares e suas
faixas marginais, manguezais, marcos referencias e paisagísticos da Cidade.
A respeito do descrito neste art. 2°, sua aplicação no presente trabalho se torna rele-
vante, pois o bairro do Vidigal encontra-se situado num morro, com cobertura vegetal e conta-
to direto com o mar. Além disso, a necessidade de analisar e relacionar a legislação, incluindo
as Políticas públicas de saneamento, resíduos sólidos, meio ambiente e educação ambiental
28
são instrumentos que compõem a política urbana, conforme descrito. Desta forma, é obrigato-
riedade legal incluí-las no presente diagnostico e permitir apresentar soluções que possam ser
utilizadas no plano de ação a ser desenvolvido. Em seus §3°, 4° e 5º inclui-se a paisagem co-
mo o bem mais valioso da cidade, identificando-a internacionalmente através de seus atributos
peculiares, naturais e decorrentes da manifestação cultural de seus habitantes, além de definir
paisagem como interação entre o ambiente natural e cultural.
Esta lei, em seu art. 3° determina que a Política urbana municipal tem como objetivo
a promoção do pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana
através de diretrizes que orientam a redução do consumo de energia e ao uso racional dos re-
cursos naturais, com a definição de parâmetros mínimos de eficiência. O condicionamento das
ocupações humanas à proteção de morros, maciços, florestas, da orla e corpos hídricos, con-
forme consta no inciso II deste artigo, reforçando a relevância deste trabalho e apontando para
a adequação do bairro à legislação vigente.
O art. 7° define a função social da propriedade urbana ao definir que esta ocorre
quando o imóvel está em consonância com o Plano Diretor, assegurando o atendimento às
necessidade do cidadão quanto aos seus direitos civis. Tal definição visa garantir a dignidade
às pessoas de forma equânime.
Em seu art. 28°, o Pano Diretor define as áreas com condições físicas adversas a
ocupação, ou áreas frágeis, aquelas que são áreas de encosta sujeitas a deslizamento. Esta é
uma característica que está presente no bairro, por estar situado em um morro. Reforça esta
informação o fato de existirem no bairro as sirenes da Defesa Civil que são acionadas no perí-
odo de chuvas fortes. Assim, a aplicação dessas diretrizes constantes no Plano Diretor é mais
uma necessidade do bairro.
30
Em seu art. 55°, há a referencia ao Código de Obras, que em seu paragrafo único, in-
ciso XIII exige a construção de calçadas, telhados e coberturas com plantio verde, além da
criação de áreas arborizadas ou ajardinadas de acordo com a disponibilidade do terreno. Não
há quaisquer ações que visem a atender a este dispositivo legal no bairro, fato que poderia
aumentar consideravelmente a cobertura verde na região. E no art. 62°, é estipulado o poder
fiscalizador do município, que a qualquer momento pode efetuar a fiscalização de modo a
apurar irregularidades a fim de eliminar ameaças a integridade física das pessoas ou bens e
minimizar riscos. Tal possibilidade se desdobra em ações preventivas ao bairro que se materi-
alizam a partir deste diagnostico.
O código ambiental municipal será composto pela Política municipal de meio ambi-
ente, pela legislação municipal ambiental de modo harmônico com o plano diretor, conforme
descrito no art. 63° desta lei, definindo normas, padrões, parâmetros e critérios para o licenci-
amento ambiental, avaliação de impactos, controle, monitoramento e fiscalização ambiental
da poluição dos recursos naturais, sonora, do solo e subsolo, dos passivos ambientais, dos
resíduos sólidos e da poluição visual. Estas condições já apontam para futuras ações que re-
forçarão a necessidade de implementações de ações mitigadoras no bairro, as quais trarão
mudanças no estilo de vida de seus moradores.
Em seu art. 107°, são definidos os instrumentos de Gestão Ambiental, que podem ser
compreendidos como definições de áreas de conservação, preservação permanente, sítios de
relevante interesse paisagístico e ambiental, área de interesse ambiental, criação de corredores
ecológicos e em destaque as medidas dinâmicas de controle, monitoramento e auditoria. Estas
últimas podem ser destacadas por apresentar características proativas com consequências que
podem alterar as práticas locais. Aqui se destaca, mais uma vez, a necessidade de ações de
Educação Ambiental para que o objetivo geral desta lei seja alcançado, que é garantir o de-
senvolvimento da cidade em todos os seus aspectos.
Todos estes objetivos tem por finalidade a harmonização entre as atividades antrópi-
cas e o equilíbrio ambiental. Todavia, tais possibilidades devem ser monitoradas de modo
permanente e efetivo, devido a constante modificação das necessidades humanas e suas ações
que ocasionam impactos a qualquer ambiente em que estejam inseridas.
Desta forma, o diagnóstico realizado neste trabalho, além de atender as Política já ci-
tadas, também é um instrumento fundamental para a efetivação do plano Diretor do município
do Rio de Janeiro. E seu resultado forma uma importante contribuição não só para o bairro do
Vidigal de modo pontual, como também tanto para os bairros do entorno quanto para a cida-
de, por contemplar critérios que estão dispostos na presente lei e fundamentar o planejamento
urbano.
33
Assim, tem-se:
Dimensão Física
● O relevo afeta a coleta de RS?
● O relevo afeta o acondicionamento dos Resíduos sólidos (RS)?
● Os RS são ficam expostos ao ambiente?
Dimensão Ambiental
● Que tipo de vegetação está presente na região?
● Há ou houve supressão da vegetação nativa? A vegetação é afetada com os RS?
● Que tipo de fauna poder ser encontrada no local?
● Há mudança no comportamento animal devido a presença de RS?
● Há alteração na presença da fauna nativa?
Dimensão Cultural
● Há a queima de RS?
● Há palestras sobre Educação Ambiental?
● Os moradores e frequentadores da região tem o hábito de acondicionar corretamente
os RS? Levam-nos corretamente aos coletores?
● Há hotéis/pousadas na região?
Dimensão Técnica
● Os coletores/acondicionadores de RS são adequados a realidade? São suficientes?
34
Dimensão Socioeconômica
● Há pessoas em situação de vulnerabilidade social?
● Há Pessoas que sobrevivem a partir da coleta de RS?
● Qual é o perfil socioeconômico da região?
● Qual o volume de resíduos gerados pela população?
● Há muitos restaurantes/bares na região? Comércio? Empresas?
500m de comprimento situada na parte inferior da av. Niemeyer próxima a parte final do bair-
ro do Leblon (Figura 7).
O bairro, por se encontrar em área de encosta, apresenta em toda a sua extensão, re-
giões de difícil acesso (vielas e becos) e regiões de acesso permanente a motos, carros e cami-
nhões. Conforme informações da associação de moradores, há 4 pontos principais de coleta
dos resíduos, conhecidos como Biquinha, Mercado, Jaqueira e Vila olímpica.
No local existem áreas de risco. Desta forma, ações de engenharia civil já foram rea-
lizadas, e nos locais onde ainda há risco potencial de deslizamento foram instaladas sirenes de
alerta em caso de chuvas fortes, controladas pela Defesa Civil. Alertas são emitidos por SMS
ao mesmo tempo em que as sirenes tocam.
37
O bairro está totalmente inserido no município do Rio de Janeiro, ou seja, é uma re-
gião topical. Conforme dados obtidos na estação de medição pluviométrica situada na
av.Niemayer1, a região recebe muita umidade do oceano tornando as chuvas frequentes na
região. A tabela 1 apresenta as quantidades de chuva para a região, mês a mês, desde 2001 até
2014.
1
Localizada no topo do edifício do Hotel Sheraton. Bacia da Zona Sul. Fonte IPP.
38
pela mesma instituição, define a cobertura vegetal referente ao Rio de Janeiro como bioma
Mata Atlântica do tipo Floresta Ombrófila Densa (rain forest) (Figura 10).
Figura 12: Entrada do PARNA Tijuca (região integra este parque Nacional).
Fonte: O próprio pesquisador. 2015
Situado nos limites no bairro do Leblon (bairro vizinho ao Vidigal), há ainda o Par-
que Natural Municipal do Penhasco dois Irmãos. Foi criado em 1992 através do decreto
11.850, possui 39,44 ha, serve de espaço paisagístico onde as espécies encontradas são oriun-
das de reflorestamento com espécies nativas da Mata Atlântica. Desta forma, espécies vege-
tais catalogadas encontradas no parque podem ser utilizadas como representações da flora
local (Figura 13).
41
O bairro apresenta características urbanas comuns, tais como coleta regular dos RS,
realizada a cada 2 dias. Desta forma, apenas em casos esporádicos os RS ficam muito tempo
expostos. A população costuma carregar seus resíduos acondicionados em sacos plásticos até
os pontos destinados. Todavia, podem ser encontradas embalagens de produtos industrializa-
dos, copos plásticos, garrafas plásticas entre outros resíduos nas vielas e becos.
Há também ONGs no bairro. O GRUPO NÓS DO MORRO, voltadas para ações cul-
turais. Além da Associação de Mulheres de Ação e Reação – AMAR, Associação Pró Espor-
te, Educação e Cultura Raff Giglio – APECC / Escola de Boxe Raff Giglio – Projeto Todos na
Luta, Centro Cultural da Associação de Moradores da Vila do Vidigal – Centro Cultural do
Vidigal, Grupo de Ação Social Comunitário – GASCO, Ser Alzira de Aleluia (aulas de inglês
e reforço) e a ONG Horizonte.
Dentre estas, o Grupo Nós do Morro se destaca por ações frequentes de artistas que o
próprio grupo promove. E através de atores por eles lançados, chamam atenção a necessidades
da comunidade. Ainda, encontram-se no bairro 2 creches (Creche Municipal Doutor Sobral
Pinto e a Creche Municipal Vidigal) e duas escolas públicas (Escola Municipal Prefeito Djal-
ma Maranhão e Escola Municipal Almirante Tamandaré) e o Centro popular de Educação e
Assistência Stella Maris, uma instituição filantrópica pertencente a congregação rede filhas de
Jesus, que funciona como escola atendendo aos estudantes do bairro que não estão na rede
pública.
Quanto a coleta de esgoto e aguas pluviais (sistema não separador) (Figura 14), 4202
residências são atendidas pela rede pública, 22 possuem fossa séptica, 5 utilizam fossa rudi-
43
mentar, 54 fazem seus lançamentos em valas, 7 lançam diretamente no mar e 4 dão outro tra-
tamento não tradicional. O Censo de 2010 apresenta 4304 residências oficialmente. Sendo que
4303 são atendidas pela coleta de lixo do bairro. Uma residência dá outro destino, não infor-
mado (INSTITUTO PEREIRA PASSOS, 2014).
Os resíduos sólidos coletados diariamente são levados até a central de triagem e se-
paração da COMLURB situada no bairro do Caju. De lá, os não orgânicos são levados ao
Centro de Tratamento de Resíduos de Seropédica, e os compostos orgânicos são tratados em
biodigestores anaeróbicos com a produção de biogás e biofertilizantes.
2.3 INDICADORES
São elementos que servem para monitorar as condições do bairro, além de orientar a
administração pública para implementar ações futuras visando a melhorias das condições so-
cioambientais do bairro. Desta forma, a partir das dimensões observadas, os indicadores estão
intimamente associados a cada uma das características da região.
CAPITULO 3
Para determinar as ações necessárias para mitigar os impactos na região de modo cri-
terioso a fim de evitar medidas tendenciosas ou escolhas subjetivas, e assim atuar de forma a
corrigir os problemas, de modo que sejam oportunidades de melhoria tangíveis, foi utilizada a
análise SWOT (em português FOFA ou FFOA).
Esta ferramenta tem como objetivo obter uma visão interna e externa do empreendi-
mento (uma empresa, um projeto), identificando os elementos-chave para a gestão. A partir
disso, estabelecer prioridades de atuação e de decisões a serem tomadas. O resultado é um
“retrato” da situação.
Conforme nos mostra Bastos (2015), tal ferramenta pode ser compreendida como
uma matriz de classificação onde os pontos fortes e fracos são distribuídos conforme as carac-
terísticas do ambiente, e separadas conforme a abrangência; se interna ou externa à localidade.
O termo SWOT se origina do idioma inglês que se baseia em Fortalezas (Strengths), Fraque-
zas (Weeknesses), Oportunidades (Oportunities) e Ameaças (Threats).
49
Aspectos
Positivos Negativos
Forças Fraquezas
Dimensões
(Ação - Capitalizar) (Ação - Fortalecer)
Presença de animais
domésticos revirando
Ambiental
os resíduos
Há ligações irregulares
no bairro
Há rede elétrica Técnica
(gatos)
Há pontos abertos na
rede de coleta de esgo-
tamento sanitário
Distribuição de água e coleta Técnica
(Acumulo de resíduos
de esgotos
carreados pela água da
chuva)
Há um Posto de Saúde da
Família (PSF)
Saúde/Sanitária
que atende ao bairro
(Ação - Identificar)
Ambiente Externo
(Ação -Investir)
CAPITULO 4
4.1 DISCUSSÃO
E como há a presença de resíduos nas trilhas que atravessam tais áreas, bem como a
exposição dos pontos de coleta de resíduos ao ambiente e a coleta destes ocorre a cada 2 dias,
criam condições ideais a proliferação destes animais nas áreas de recuperação.
Uma solução possível poderia vir de uma ação educativa junto aos moradores, onde
os resíduos gerados seriam mantidos nas residências até o momento da coleta; ou a construção
de locais protegidos das intempéries, de acesso limitado, onde somente os descartes seriam
lançados e acondicionados aguardando a coleta da COMLURB.
Há, no bairro, a rede elétrica regular, chegando ao bairro pelo acesso principal. Con-
tudo, verifica-se, não raro, a existência de ligações clandestinas (gatos) por toda região. Tais
ligações existem por vários motivos, que evidenciam-se pela ausência de relógios marcadores
de consumo devido a irregularidade das habitações cujos procedimento para a instalação de-
pendem de documentação que muitos moradores não possuem junto ao registro de imóveis;
devido a falta de interesse da empresa de energia (LIGHT) em cadastrar os moradores, os
quais também não procuram a empresa para regularizar a situação; muitos residentes não re-
gularizam por temer valores indevidos nas contas (seja por gatos de outros moradores, seja
pelo costume de não pagar as contas).
Outra opção para os moradores nestas situações citadas é o Hospital Municipal Mi-
guel Couto, o qual se situa a 4.6 Km. Cabe ressaltar que o acesso ao bairro se dá a partir de 4
linhas de ônibus ou uma linha de van, afetando sobremaneira a logística dos moradores e fre-
quentadores para a entrada e saída do bairro.
A crítica que se faz é quanto ao suporte logístico disponível, pois em casos de emer-
gência, os moradores ficam expostos à dificuldade de acesso, o que se apresenta como uma
vulnerabilidade em relação às necessidades de acesso a saúde. Embora seja apontado como
uma FORTALEZA, apresenta esta peculiaridade do local, o que sugere uma adaptação às
necessidades do bairro.
...foi criado em julho de 2010 pela Prefeitura do Rio com o objetivo de pro-
mover a inclusão social, através da integração urbana e social completa e de-
finitiva de todas as favelas do Rio até o ano de 2020. Coordenado pela Se-
cretaria Municipal de Habitação e Cidadania e considerado o maior progra-
ma de urbanização de favelas do país, a iniciativa faz parte do legado da Pre-
feitura para realização das Olimpíadas. (RIO DE JANEIRO, 2010)
Para existir a integração urbana e social completa, como o programa apresenta como
objetivo principal, faz-se necessária a intervenção em várias frentes a fim de alcançar o que se
propõe. A necessidade de obras de saneamento como as citadas anteriormente, sinalização nas
vias de acesso, com iluminação adequada, calçamento, regularização do transporte, facilitação
do acesso à moradores com necessidades especiais, são algumas ações que o programa pode-
ria apresentar.
57
Tais intervenções estão descritas como sendo integrantes do programa. Assim se evi-
dencia no trecho:
O bairro está situado na zona sul carioca, entre os bairros do Leblon e São Conrado.
A paisagem observada no bairro e a partir do bairro tem grande apelo turístico, tornando o
local um ponto de interesse, seja pelo turista, seja pelo visitante ou pelo residente. Isso se evi-
dencia pela constante presença de turistas ou moradores de origem não brasileira.
Há no bairro, em seu acesso principal uma UPP, a qual responde pelo acesso a popu-
lação a segurança pública. Além de sua sede, há postos avançados distribuídos pelo bairro.
Não há relatos de violência no local. Frequentemente pode-se observar a presença de policiais
em rondas e revistas aos moradores. Desta forma, tem-se a atuação do Estado no bairro. É
uma intervenção dentre tantas outras necessárias.
O planejamento estratégico para o bairro pode ser construído tomando-se por base
suas ameaças e vulnerabilidades. Contudo, esse procedimento compete aos tomadores de de-
cisão responsáveis pelo local, que no caso são o prefeito, o governo estadual, a associação de
moradores e empresários cujos interesses estejam vinculados ao bairro.
59
• A promoção de ações em educação ambiental, ressaltando a coleta seletiva como uma ne-
cessidade ambiental, e como atendimento a legislação (atendendo a Política Nacional de Re-
síduos Sólidos – Lei 12305/10, art. 17, item XII, §3º; Lei 4969/08 – Gestão Integrada Muni-
cipal de Resíduos Sólidos – art. 3º Item V; Decreto Municipal 21305/02 – atribuições da
COMLURB – art. 3º);
• Regularização do sistema de coleta de esgotos, bem como a limpeza dos canais de coleta
mista e gradeamento dos pontos abertos;
de ações futuras para aperfeiçoar os processos de urbanização, que mesmo após terem sido
implantados requerem ações mais pontuais.
Cabe ressaltar que todas as informações organizadas neste diagnóstico apontam situ-
ações que afetam a qualidade de vida dos moradores e frequentadores do bairro. Além disso,
apontam irregularidades legais que devem ser corrigidas a fim de evitar-se sanções legais,
multas ou outras intervenções do poder público, o que pode agravar a situação de vulnerabili-
dade socioambiental em que o bairro e seus cidadãos se encontram.
61
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65
SANCHEZ, Luís Enrique. Avaliação de Impacto Ambiental. 2. ed. São Paulo: Oficina dos
Textos, 2010.
Glossário
Acordo setorial: ato de natureza contratual firmado entre o poder público e fabrican-
tes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação da
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto;
Área contaminada: local onde há contaminação causada pela disposição, regular ou
irregular, de quaisquer substâncias ou resíduos;
Área órfã contaminada: área contaminada cujos responsáveis pela disposição não se-
jam identificáveis ou individualizáveis;
Carga poluidora: quantidade de determinado poluente transportado ou lançado em
um corpo de água receptor, expressa em unidade de massa por tempo;
Ciclo de vida do produto: série de etapas que envolvem o desenvolvimento do pro-
duto, a obtenção de matérias primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a
disposição final;
Coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua
constituição ou composição;
Controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à sociedade
informações, representações técnicas e participações nos processos de formulação de
políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de sane-
amento básico;
Degradação da qualidade ambiental – alteração adversa das características do meio
ambiente;
Destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a reu-
tilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético
ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do
Suasa, entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de
modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos
ambientais adversos;
Disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos em
aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos
à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;
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