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SESC POMPEIA

A architettura povera
1977 - 1986

CURSO: DISCIPLINA: PROFESSOR(A): AUTORES(AS):


ARQUITETURA E URBANISMO A2: PROJETO HERMANO FREITAS BRUNA DUARTE, LUISA DODSWORTH, JÉSSICA
LIMA E TABATA NEVES
SESC POMPEIA POR LINA BO BARDI

O SESC era um espaço cultural democrático nascido da Vista aérea do complexo na década de 1940
reutilização de um complexo, que foi ressignificado como um
centro cultural e de lazer para o uso das pessoas. Ele “foi
instruído por uma architettura povera – uma arquitetura
pobre, não no sentido de empobrecido, mas no sentido
artesanal, de alcançar o máximo de comunicação e
dignidade com meios mínimos e humildes”2 (BO BARDI,
2013, p. 98.).

No projeto do SESC, Bardi teve que lidar com uma construção


já existente, que ela pretendia preservar. A fábrica existente
fora construída seguindo o design típico inglês do início da
industrialização europeia, portanto a rua interna foi mantida
como a espinha dorsal do complexo, enquanto as antigas
edificações foram transformadas em áreas sociais para
encontros, exibições, representações teatrais e refeições. Fonte: http://www.nomads.usp.br/
Entrada do SESC Pompéia
LINHA DO TEMPO
1982
(Construção do Setor Cultural)

1977 1986
(Projeto) (Construção do Setor

Esportivo)

DADOS DO PROJETO
Equipe/Arquiteto(a): Lina Bo Bardi
Local: Rua Cléia, 93 - Barra Funda (São Paulo, SP - Brasil)
Conclusão da obra: 1986
Área construída: 23.571 m²
Área do terreno: 16.573 m²
Fonte: https://fr.foursquare.com/v/sesc-pompeia Tipo de obra: Espaço público; restauração de uma antiga

fábrica
SESC POMPEIA
"A restauração dos galpões foi terminada após cinco anos de trabalho, período
bem maior do que o inicialmente previsto, sendo que nos dois primeiros anos
Lina Bo Bardi morou num barracão no local. Ao final os operários sentiam-se
valorizados e satisfeitos com o resultado da obra, considerada uma grande
experiência na qual todos puderam não apenas opinar mas também ver suas
idéias colocadas em prática. Foram recuperados ao final do trabalho 12.200
m² de área construída que ocupam parte do terreno de 16.500 m². Algumas
pessoas, em visita ao Sesc Fábrica da Pompéia, comentavam aos arquitetos
"Parece que vocês não fizeram nada", o que eles, refletindo sobre o assunto,
acabaram tomando como um elogio." (Cenni, Roberto, 1991)
Localização do Sesc Pompeia
Planta técnica Master Plan do SESC

Fonte: Google maps

Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia


Planta de usos e fluxos

Fonte: Google
Planta de usos e fluxos

“Os espaços de um projeto de


arquitetura, condicionam o
homem, não sendo verdadeiro o
contrário, e um grave erro nas
determinações e uso desses
espaços pode levar à falência toda
uma estrutura.” BO Bardi, Lina,
1986

Fonte: Elaborado pelas autoras


Esboço Master Plan do SESC Paisagismo

Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia
Vista aérea do complexo revitalizado

Fonte: SESC Fábrica Pompéia, São Paulo - Lina Bo Bardi | Arquitectura

Viva

"[O SESC Pompeia} não era um projeto de arquitetura,


mas eram muitos. Tinha teatros, restaurantes,
exposições, quer dizer, eram muitos projetos dentro
daquela unidade do SESC." Marcelo Ferraz
Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia
Torre Caixa d'água
Para além da importância visual que tinha uma
torre na região no início dos anos 80, também
configurava uma necessidade a finalização
dessa parte da obra em razão do
abastecimento de água na inauguração do
SESC Pompeia. Lina, contudo, não queria uma
torre vertical ordinária. Propôs fazer formas de
madeirite ligeiramente cônicas, onde seria
depositado o concreto, preenchendo a fresta
que separava o anel molde debaixo com o de
cima com pedaços de estopa provenientes de
sacos de batata. Foram construídos os 70m
de torre em 70 dias.

Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia


Janelas

Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia & SESC Fábrica Pompéia, São Paulo - Lina Bo Bardi | Arquitectura Viva

"Tenho pelo ar-condicionado o mesmo horror que tenho pelos carpetes. Assim, surgiram os 'buracos' pré-históricos

das cavernas, sem vidros, sem nada. Os 'buracos' permitem uma ventilação cruzada permanente" (Bo Bardi, Lina,

1986). As janelas se localizam nas faces menores, leste e oeste, do prisma maior. São 4 de cada lado por andar.

Configuram simplesmente aberturas irregulares, criadas a partir de moldes de isopor embutidos durante a

concretagem.
Estrutura dos telhados
Os telhados foram
reforçados com
estrutura metálica,
preservando a
memória industrial
do ambiente. Além
disso, a cobertura,
formada de telhas
de barro e vidro
funcionam como
uma forma de
isolante térmico e
entrada de luz
natural.
Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia
Lina optou por não separar os espaços
Espelhos d'água em pequenas salas ou andares
divididos em funções. Priorizou-se um
espaço em que se pudesse circular
livremente de um canto para outro.
Como traço da união entre áreas de
diferentes funções, a arquiteta pensou
no Rio São Francisco, um pequeno rio
que funciona por meio de bomba de
circulação, possuindo também função
térmica. "Assim, Lina subverte uma
necessidade técnica e um elemento
urbano da tradição europeia em uma
alegoria do imaginário popular
brasileiro." (Perrota-Bosch, Francesco,
2021)
Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia
Teatro A cadeirinha de madeira do
Teatro Pompeia é apenas
"Os autos da Idade
uma tentativa de devolver ao
Média eram apresen- teatro seu atributo de
tados nas praças, o 'distanciar e envolver', e não
público de pé e andando. apenas de sentar-se".
Os teatros greco- (Bo Bardi, Lina. 1986)
romanos não tinham
estofados, eram de
pedra, ao ar livre, e os
espectadores tomavam
chuva, como hoje nos
degraus dos estádios de
futebol, que também não
têm estofados.
Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia
Mobiliário O mobiliário se relaciona
diretamente com a
proposta do SESC, uma
vez que, são
posicionados, sempre
em conjunto para
promover a
sociabilidade. Lina
buscou, por meio do
mobiliário, incentivar a
convivência e tolerância
das pessoas.

A própria criação dos


móveis se deram de
forma simples e prática.
Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia
Corredores Por debaixo do terreno da antiga fábrica de
tambores, passava o córrego das Águas
Pretas, que desemboca no Rio Tietê. Muito
embora nos anos de industrialização da
cidade de São Paulo o córrego tenha sido
poluído e até soterrado em alguns pontos,
Lina, respeitando a natureza "non
aedificandi" da área, optou por construir
dois prédios para alocar o centro esportivo
do SESC Pompeia, unindo-os por via área,
por meio das famosas passarelas que
vemos ao lado.

Por cima da área do córrego, colocou um


deck que se transformou em espaço para
lazer e a praia dos paulistanos.
Fonte: The Making of SESC Pompéia by Marcelo Ferraz - Lina Bo Bardi

Together Lina Bo Bardi Together


Tudo é projeto
O projeto do SESC Pompeia não se limitava
apenas às construções, restauração e
mobiliário. Lina pensava em cada mínimo
detalhe e fazia questão de sempre incluir os
funcionários e seus conhecimentos na
execução. Prezava por uma atmosfera
colaborativa na obra, que expremisse cores e
caracteristicas da cultura brasileira.

Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia


Cada espaço e detalhe

Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia

"Diferente de muitos, não assumiu o papel de importadora de


know-how por sua formação europeia. Não tinha nenhum traço
de índole civilizatória. Lina teve verdadeira curiosidade pelo que
aqui existia." (Perrota-Bosch, Francesco, 2021)
Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia
Conceito x Partido
O conceito do projeto SESC Pompéia é exprimir a cultura por meio da convivência entre as
pessoas, a participação popular e acesso a todos.

O partido arquitetônico, por sua vez, se evidencia por meio da manutenção da estrutura
fábril, lugar que o operariado se sente a vontade, proporcionando empoderamento da classe
trabalhadora. Lina Bo Bardi fez isso por meio da revitalização do que lá existia, fazendo
pequenas intervenções para adaptar ao espaço de convivência. A colocação do vidro nos
telhados para permitir luz natural foi uma das técnicas utilizadas por ela.

A participação dos funcionários da obra nas ideias e pequenos detalhes do projeto, bem
como na execução da obra era outra forma de permitir a participação popular e ampla
acessibilidade ao SESC Pompeia. As janelas dos prédios do conjunto esportivo receberam
formas orgânicas criadas pelos trabalhadores da obra. Ao manter os espaços sem divisões
estanques e pensar o mobiliário visando sua utilização compartilhada, Lina possibilitou a
verdadeira convivência entre todos.
Outros projetos de Lina Bo Bardi

Solar do Unhão - MAM - Slavador/BA (1969) - Área construída: 8.436m²


Fonte: Clássicos da Arquitetura: Solar do Unhão / Lina Bo Bardi | ArchDaily Brasil
Solar do Unhão - MAM - Slavador/BA (1969) - Área construída: 8.436m²
Fonte: Clássicos da Arquitetura: Solar do Unhão / Lina Bo Bardi | ArchDaily Brasil
MASP - São Paulo/SP (1968) - Área construída: 10.485m²
Fonte: Clássicos da Arquitetura: MASP / Lina Bo Bardi | ArchDaily Brasil
MASP - São Paulo/SP (1968) - Área construída: 10.485m²
Fonte: Clássicos da Arquitetura: MASP / Lina Bo Bardi | ArchDaily Brasil
Principais obras - Brasil
Além das obras de arquitetura, Lina produziu para o teatro, cinema,
artes plásticas, cenografia, desenho de mobiliário, entre outros.
Também participou da curadoria de diversas exposições.

No campo da arquitetura, entre suas obras de destaque se encontram:

Casa de Vidro / Instituto Lina Bo e Pietro Maria Bardi, São Paulo,


1951 - originalmente a residência do casal e hoje sede do Instituto
idealizado por eles;
Museu de Arte de São Paulo, São Paulo, 1958 - considerada sua
obra prima;
Casa do Chame-Chame, Salvador , Bahia, 1964;
Casa Valéria Cirell, São Paulo, 1965;
Solar do Unhão - Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador, 1963
Igreja do Espírito Santo do Cerrado, Uberlândia- Minas Gerais,
1976;
SESC Pompéia - Fábrica , São Paulo, 1977;
Reforma do Teatro Politeama (Jundiaí), 1986;
Teatro Oficina, São Paulo, 1990 ;
Reforma do Palácio das Indústrias, São Paulo 1992 - inconclusa;

Lina Bo Bardi (★ 1914 - ✞ 1992) Projeto de reforma da Casa do Benin, em Salvador, Bahia, concluído
em 2014.

CURSO: DISCIPLINA: PROFESSOR(A): AUTORES(AS):


ARQUITETURA E URBANISMO A2: PROJETO HERMANO FREITAS BRUNA DUARTE, LUISA DODSWORTH, JÉSSICA
LIMA E TABATA NEVES

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