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A architettura povera
1977 - 1986
O SESC era um espaço cultural democrático nascido da Vista aérea do complexo na década de 1940
reutilização de um complexo, que foi ressignificado como um
centro cultural e de lazer para o uso das pessoas. Ele “foi
instruído por uma architettura povera – uma arquitetura
pobre, não no sentido de empobrecido, mas no sentido
artesanal, de alcançar o máximo de comunicação e
dignidade com meios mínimos e humildes”2 (BO BARDI,
2013, p. 98.).
1977 1986
(Projeto) (Construção do Setor
Esportivo)
DADOS DO PROJETO
Equipe/Arquiteto(a): Lina Bo Bardi
Local: Rua Cléia, 93 - Barra Funda (São Paulo, SP - Brasil)
Conclusão da obra: 1986
Área construída: 23.571 m²
Área do terreno: 16.573 m²
Fonte: https://fr.foursquare.com/v/sesc-pompeia Tipo de obra: Espaço público; restauração de uma antiga
fábrica
SESC POMPEIA
"A restauração dos galpões foi terminada após cinco anos de trabalho, período
bem maior do que o inicialmente previsto, sendo que nos dois primeiros anos
Lina Bo Bardi morou num barracão no local. Ao final os operários sentiam-se
valorizados e satisfeitos com o resultado da obra, considerada uma grande
experiência na qual todos puderam não apenas opinar mas também ver suas
idéias colocadas em prática. Foram recuperados ao final do trabalho 12.200
m² de área construída que ocupam parte do terreno de 16.500 m². Algumas
pessoas, em visita ao Sesc Fábrica da Pompéia, comentavam aos arquitetos
"Parece que vocês não fizeram nada", o que eles, refletindo sobre o assunto,
acabaram tomando como um elogio." (Cenni, Roberto, 1991)
Localização do Sesc Pompeia
Planta técnica Master Plan do SESC
Fonte: Google
Planta de usos e fluxos
Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia
Vista aérea do complexo revitalizado
Viva
Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia & SESC Fábrica Pompéia, São Paulo - Lina Bo Bardi | Arquitectura Viva
"Tenho pelo ar-condicionado o mesmo horror que tenho pelos carpetes. Assim, surgiram os 'buracos' pré-históricos
das cavernas, sem vidros, sem nada. Os 'buracos' permitem uma ventilação cruzada permanente" (Bo Bardi, Lina,
1986). As janelas se localizam nas faces menores, leste e oeste, do prisma maior. São 4 de cada lado por andar.
Configuram simplesmente aberturas irregulares, criadas a partir de moldes de isopor embutidos durante a
concretagem.
Estrutura dos telhados
Os telhados foram
reforçados com
estrutura metálica,
preservando a
memória industrial
do ambiente. Além
disso, a cobertura,
formada de telhas
de barro e vidro
funcionam como
uma forma de
isolante térmico e
entrada de luz
natural.
Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia
Lina optou por não separar os espaços
Espelhos d'água em pequenas salas ou andares
divididos em funções. Priorizou-se um
espaço em que se pudesse circular
livremente de um canto para outro.
Como traço da união entre áreas de
diferentes funções, a arquiteta pensou
no Rio São Francisco, um pequeno rio
que funciona por meio de bomba de
circulação, possuindo também função
térmica. "Assim, Lina subverte uma
necessidade técnica e um elemento
urbano da tradição europeia em uma
alegoria do imaginário popular
brasileiro." (Perrota-Bosch, Francesco,
2021)
Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia
Teatro A cadeirinha de madeira do
Teatro Pompeia é apenas
"Os autos da Idade
uma tentativa de devolver ao
Média eram apresen- teatro seu atributo de
tados nas praças, o 'distanciar e envolver', e não
público de pé e andando. apenas de sentar-se".
Os teatros greco- (Bo Bardi, Lina. 1986)
romanos não tinham
estofados, eram de
pedra, ao ar livre, e os
espectadores tomavam
chuva, como hoje nos
degraus dos estádios de
futebol, que também não
têm estofados.
Fonte: Livro Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia
Mobiliário O mobiliário se relaciona
diretamente com a
proposta do SESC, uma
vez que, são
posicionados, sempre
em conjunto para
promover a
sociabilidade. Lina
buscou, por meio do
mobiliário, incentivar a
convivência e tolerância
das pessoas.
O partido arquitetônico, por sua vez, se evidencia por meio da manutenção da estrutura
fábril, lugar que o operariado se sente a vontade, proporcionando empoderamento da classe
trabalhadora. Lina Bo Bardi fez isso por meio da revitalização do que lá existia, fazendo
pequenas intervenções para adaptar ao espaço de convivência. A colocação do vidro nos
telhados para permitir luz natural foi uma das técnicas utilizadas por ela.
A participação dos funcionários da obra nas ideias e pequenos detalhes do projeto, bem
como na execução da obra era outra forma de permitir a participação popular e ampla
acessibilidade ao SESC Pompeia. As janelas dos prédios do conjunto esportivo receberam
formas orgânicas criadas pelos trabalhadores da obra. Ao manter os espaços sem divisões
estanques e pensar o mobiliário visando sua utilização compartilhada, Lina possibilitou a
verdadeira convivência entre todos.
Outros projetos de Lina Bo Bardi
Lina Bo Bardi (★ 1914 - ✞ 1992) Projeto de reforma da Casa do Benin, em Salvador, Bahia, concluído
em 2014.