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Teresina
2015
BORIZ MENESES FORTES CASTELO BRANCO
Teresina
2016
BORIZ MENESES FORTES CASTELO BRANCO
________________________________________________________
Prof. Msc. João Alberto Cardoso Monteiro
Instituto Camillo Filho
Orientador
________________________________________________________
Prof. Esp. Daniela de Queiroz Ramos
Instituto Camillo Filho
1º examinador
________________________________________________________
Arquiteto Ernane Freitas
Instituto Camillo Filho
2º examinador
AGRADECIMENTOS
- A Deus, pelo dom da vida, fonte de fé e luz sempre me mostrando os bons caminhos a
seguir
- Ao meu orientador Prof. João Alberto, pela paciência e dedicação em me passar informações
e grandes conhecimentos de urbanismo para desenvolver este projeto
- Aos meus amigos, que acreditaram e me ajudaram de todas as formas no desenvolver desse
projeto
- Ao Instituto Camillo Filho, pela oportunidade de apresentar este trabalho de grande
importância para minha formação
RESUMO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 09
2 JUSTIFICATIVA.......................................................................................... 10
3 PROBLEMATIZAÇÃO............................................................................... 12
4 OBJETIVOS.................................................................................................. 14
4.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................ 14
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................... 14
5 METODOLOGIA.......................................................................................... 15
6 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................ 16
6.1 PARCELAMENTO DO SOLO: conceitos e definições................................. 16
6.2 CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS............................................................... 13
6.2.1 No mundo....................................................................................................... 17
6.2.2 No Brasil......................................................................................................... 19
7 ESTUDO DE CASOS.................................................................................... 22
7.1 LLEWELLYN PARK: Nova York, Estados Unidos...................................... 22
7.2 ALPHAVILLE: Barueri-São Paulo................................................................. 23
7.3 PLANO CERDÀ – Barcelona – Espanha ...................................................... 25
8 MEMORIAL DESCRITIVO ......................................................................... 30
8.1 Terreno ........................................................................................................... 30
8.2 Vegetação ....................................................................................................... 31
8.3 Descrição do empreendimento ....................................................................... 31
8.4 Legislação ....................................................................................................... 31
8.5 Masterplan ...................................................................................................... 32
8.6 Tendência de crescimento .............................................................................. 33
8.7 Terraplanagem ................................................................................................ 34
8.8 Sistema viário ................................................................................................. 34
8.9 Descrição dos Lotes ........................................................................................ 34
9 CONCLUSÃO ............................................................................................... 37
REFERÊNCIAS............................................................................................ 39
1 INTRODUÇÃO
1
Acesso em: 03 maio. 2016.
9
2 JUSTIFICATIVA
10
Figura 2 - Exemplo de loteamento com uma infraestrutura adequada
Fonte: http://quixadanoticiasimobiliarias.blogspot.com.br/2014/11/ecolive-loteamento-renato-carneiro.html2
Os loteamentos fechados oferecem aos seus moradores uma qualidade de vida que o
espaço urbano não propicia, por conta das políticas malsucedidas de planejamento. Na
realidade, os loteamentos fechados vêm atender as aspirações da sociedade, oferecendo aos
moradores a sensação de segurança, de paz e de isolamento dos males da cidade, além de
propiciar áreas de lazer, comércio, serviços, vigilância, áreas verdes e conforto.
As transformações urbanas também levaram à necessidade de elaboração de legislação
que regulasse a ocupação dos espaços públicos, de forma a possibilitar o crescimento
minimamente ordenado das cidades. Pode-se destacar a lei nº 10.257/2001, Estatuto da
Cidade, garantindo o direito à cidade. Entretanto, os impactos causados, na sociedade, pelas
novas formas de ocupação da terra urbana, não foram necessariamente benéficos para todos.
Pensando nisso, a proposta do loteamento visa atender à grande demanda e servir de
incentivo para o setor turístico da região, já que a proposta visa também atrair pessoas, com
seus equipamentos urbanos. A região é contemplada por inúmeras belezas naturais, possui um
sólido crescimento econômico, tornando-se, portanto, economicamente viável a implantação
da proposta que se segue.
2
Acesso em: 10 out. 2015.
11
3 PROBLEMATIZAÇÃO
Piracuruca-PI está situada ao norte do estado do Piauí, e é cortada pelo rio homônimo.
Possui uma população estimada de 27.553 habitantes, segundo o Censo 2010, do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. De acordo com estimativas do mesmo órgão, a
população estimada, em 2015, é de 28.160. A sua região se situa em uma posição geográfica
com formações geológicas peculiares, como é o caso do Parque Nacional de Sete Cidades.
A cidade foi fundada no século XVI, e até hoje guarda a aparência da arquitetura do
tempo colonial, destacando-se pela hospitalidade dos habitantes. A economia se baseia
na pecuária e o extrativismo da carnaubeira, palmeira nativa que produz resinas vegetais de
larga aplicação na indústria. A proposta de um loteamento segue com o objetivo de elaborar
um espaço físico com planejamento urbano adequado para a classe média crescente na cidade,
a fim de atender à demanda.
O município se situa em uma posição geográfica marcada pela topografia acidentada e
irregular, o que torna as construções residenciais e comerciais mais complexas, por conta da
irregularidade do terreno. No entanto, o real aproveitamento dos recursos arquitetônicos em
locais como esses se tornam escassos, e a necessidade de definir um projeto adequado se torna
mais evidente, à medida que a cidade cresce demograficamente.
O centro histórico da cidade é um patrimônio único, que guarda importante acervo da
arquitetura típica piauiense. A área de tombamento compreende o centro da cidade, onde se
destacam remanescentes urbanos e arquitetônicos de todos os períodos pelos quais o
município passou ao longo de sua história, desde o início da ocupação de seu território, no
século XVII, até por volta da década de 1960.
Porém, esta arquitetura que compõe a paisagem urbana enfrenta sérios riscos, com o
vandalismo e o abandono. Também a falta de equipamentos urbanos e da manutenção dos
existentes conota uma administração falha, ao longo dos anos, em detrimento ao crescimento
demográfico e financeiro do município.
Diferentemente do Centro, as ruas da periferia da cidade se estendem de forma
irregular, traçando características de crescimento desordenado, o que acarreta dificuldades de
expansão da infraestrutura.
Embora possua esse tipo de terreno, a cidade possui seus encantos, como por exemplo,
o Parque Nacional de Sete Cidades (ver figura 2), Complexo Turístico Prainha e a Barragem,
cartão postal da cidade, situada a Sudeste do município.
12
Toda essa região é cercada por uma cadeia de serras e chapadas que se tornam
marcantes e aptas para a prática de esportes radicais e o ecoturismo. Além disso, o local é
conhecido também por possuir vasta fauna, tornando-se um dos principais atrativos locais.
Figura 3 - Parque Nacional de Sete Cidades - Formação rochosa conhecida como "Mapa do Brasil"
Fonte: http://www.icmbio.gov.br/portal/biodiversidade/unidades-de-conservacao/biomas-
brasileiros/caatinga/unidades-de-conservacao-caatinga/21333
3
Acesso em: 10 out. 2015.
13
4 OBJETIVOS
14
5 METODOLOGIA
15
6 REFERENCIAL TEÓRICO
16
É importante lembrar que o dispositivo ainda define outros objetos de uso do solo, a
fim de assegurar a proteção ambiental e o uso sustentável da terra, como no caso da Area Non
Aedificandi, que são áreas presentes no terreno, que possuem inclinação superior a 45%,
impedindo as construções nesses locais. E também as faixas Non Aedificandi, que são faixas
de terras que têm por finalidade proibir construções de qualquer natureza, em faixa de reserva
de 15 metros, adjacente a cada lado da faixa de domínio da rodovia.
A implantação de loteamentos é considerada potencialmente poluidora, por suas
implicações demográficas ligadas à produção de resíduos sólidos, esgoto sanitário e outras
composições. A luta em defesa desse patrimônio paisagístico, cultural e ambiental deve estar
aliada ao resgate de sua importância, enquanto fonte de vida para as gerações futuras e, mais
ainda, pela incontestável importância de que qualquer forma de vida tem valor em si mesma.
Conciliar interesses econômicos com interesses ambientais é uma dificuldade, porque
o pensamento econômico que predomina é que a ecologia é uma espécie de atrito à economia.
A visão do bem-estar do usuário e do aumento dos lucros não pode estar associada a causar
danos ao ambiente. A ameaça à sobrevivência do homem, em face da degradação do meio
ambiente, a extinção das espécies da fauna e da flora, o aquecimento da temperatura, devido à
emissão de gases poluentes, fizeram a questão ambiental ocupar um lugar de destaque nos
debates internacionais. Assim, é importante analisar qual o impacto, no ambiente, dos
conjuntos residenciais fechados, que alteram as propriedades do ambiente, provocam
desequilíbrio nas relações constitutivas do ambiente e excedem a capacidade de absorção do
desse.
6.2.1 No mundo
Por volta do ano 300 a.C. surgiram as primeiras fortalezas muradas, em solo inglês,
construídas por Roma. Soldados romanos recebiam as terras, a fim de defender os territórios
conquistados, logo após cumprirem o dever. As famílias se reuniam e construíam muros
externos e internos, com o intuito de garantir a proteção contra os invasores.
Quando a Idade Média começou, as atividades nas cidades se tornaram restritas e cada
vez mais a vida de seus moradores estava sujeita a invasões. Com o tempo, os habitantes
foram se deslocando para o campo, diminuindo drasticamente sua população. Em decorrência
disso, muitas vezes uma simples casa campestre valia mais que um palácio na cidade.
17
A vida urbana foi se deteriorando e a cidade deixou de funcionar como centro de
produção comercial. A economia passou a girar em torno da vida rural e começa, então, a
surgir a produção feudal.
A arquitetura militar é a base das fortificações, que com o tempo foram evoluindo,
passando a representar, para os moradores, uma forma de proteção contra as invasões, pois
assim tinham tempo para organizar sua resistência às invasões externas, transmitindo a
sensação de segurança. Porém, à medida que sua população crescia, as cidades ficaram
restritas as suas muralhas, e suas ruas se estreitavam e os espaços livres desapareciam, com a
demanda por novas moradias (BARROSO, 2010).
Com o surgimento da Revolução Industrial na Europa, a partir do século XVIII,
principalmente na Inglaterra, as cidades sofreram grandes transformações. O adensamento
habitacional elevado, ocasionado pelo crescimento populacional acentuado, gerou inúmeros
problemas de infraestrutura na zona urbana, como por exemplo, a questão da mobilidade,
ocasionada pelas grandes distâncias entre a moradia e o trabalho, dificultando o deslocamento
a pé.
As condições sanitárias eram precárias e andar pelas ruas estreitas da cidade se tornou
difícil, com a lama e o mau cheiro que emanava dessas vias. Por conta disso, a administração
pública começou a estabelecer normas e realizar obras para melhorar a qualidade de vida dos
cidadãos, enquanto que a classe mais rica da sociedade passou a procurar os subúrbios,
afastando-se do Centro, à procura de locais mais tranquilos e limpos.
Em Londres, no final do século XVIII surgiram as Country Villas, locais onde os mais
ricos residiam, na busca por melhor qualidade de vida, tornando o campo um local de morada.
No final do século XIX surgiu o conceito de Cidades Jardins, também conhecida como
Cidades Jardins de Howard. Foi através desse modelo que se tornou possível estabelecer um
modelo de fuga dos grandes e caóticos centros urbanos. Esse conceito foi concebido pelo
urbanista britânico Ebenezer Howard, e consiste em uma comunidade autônoma, cercada por
uma zona verde. Utilizando esse conceito, as grandes empresas imobiliárias resolvem
construir e administrar verdadeiros bairros suburbanos planejados com ruas bastante
arborizadas.
Nos EUA, a implantação ocorreu de forma semelhante. Começou-se a implementar
espaços para os ricos e uma grande parte da classe média branca, em ascensão, que estava
fugindo das áreas mais centrais da cidade, onde afloravam os problemas urbanos, como
violência, concentrações étnicas e deterioração.
18
6.2.2 No Brasil
19
sancionada a lei nº 9.785, tendo como principal objetivo estimular a produção de loteamentos
e habitações populares, e também retomar os debates com a comunidade, tendo em vista
reformulações futuras da legislação, quando necessário.
Antes da lei nº 6.766 entrar em vigor, ainda na década de 1970, o loteamento fechado
vem sendo implantado no Brasil, numa tentativa de aumentar a segurança, face à violência
crescente no período. Desde então, esse tipo de loteamento vem sendo implantado sem
regulamentação, em nível federal ou municipal. Por conta disso, esse tipo de instalação tem
como consequência o fechamento de vias e instalação de guaritas, restringindo o acesso
apenas para pessoas autorizadas, contrariando a lei de 1979, que defende o uso comum das
vias de circulação para a população.
Sabendo que o solo urbano se torna cada vez mais valorizado com o passar dos anos,
os empreendedores buscam alternativas financeiramente viáveis para o loteamento, e uma
delas é a busca de executar esses empreendimentos nas periferias, onde o valor do lote é mais
em conta e o mercado consumidor tem como público-alvo as pessoas de baixa renda (ver
figura 3).
Figura 4 - Primeiro projeto habitacional do projeto Minha Casa, Minha Vida, no estado de São Paulo
Fonte: https://andradetalis.wordpress.com/tag/habitacao-popular/4
4
Acesso em: 8 nov. 2015.
20
• Enquanto que nos EUA os empreendimentos fechados constituem apenas cerca de
20% do total de todo o país, no Brasil, todos os condomínios são murados e com
acesso restrito apenas a pessoas autorizadas;
• Os tipos mais comuns de condomínios fechados, no Brasil, são os de prédios de
apartamentos; portanto, ainda são mais urbanos que suburbanos.
21
7 ESTUDO DE CASOS
5
Acesso em: 22 nov. 2015.
22
O conceito de desenvolvimento da paisagem de Llewellyn Park foram as teorias
sociais e religiosas da época, que eram de interesse do idealizador. A concepção e a execução
da paisagem residencial refletiram os aspectos de uma combinação de estética pitoresca (ver
figura 5) e natureza, com a intenção de trazer o homem para mais perto de seu criador, através
da arte e da natureza. Isso foi expresso de maneira mais vívida nos enfeites de paisagem do
local.
Fonte: http://www.trulia.com/property/1044904126-15-Long-Branch-Way-West-Orange-NJ-070526
O condomínio foi o lar de muitos moradores ilustres, como por exemplo, Thomas
Edison, tendo sua casa como uma atração histórica nacional. Dentre outros residentes, estava
o abolicionista James Miller McKim, cuja morada charmosa continha câmaras secretas para
esconder escravos em fuga, onde atravessavam uma estrada de ferro subterrânea. O hall de
visitantes inclui personalidades conhecidas como Eleanor Roosevelt e o presidente Clinton.
6
Acesso em: 22 nov. 2015.
23
Tamboré. Na época houve vários entraves durante a implantação do projeto, como por
exemplo, as reservas indígenas.
No início, a venda de lotes se limitava aos proprietários e executivos de grandes
empresas instaladas nas proximidades. A ideia original era construir um centro residencial em
torno da sede brasileira da empresa multinacional Hewlett Packard (HP), destinado aos
funcionários da mesma. Com o tempo, as vendas se estenderam para funcionários de outras
empresas, e logo em seguida, para qualquer comprador.
À medida que os anos passavam, os empreendedores perceberam que a venda de
residenciais era mais rentável que os imóveis comerciais. Com isso surgiu o Residencial I,
destinado exclusivamente para morada. Atualmente, o Alphaville contém 12 mil casas, 42
torres residenciais e diversos edifícios comerciais e empresariais. Com uma população
estimada em 35 mil habitantes, o local possui 5 hospitais, além de shopping e hotéis.
Expandindo-se para o Oeste, a proposta determinou o início da descentralização
urbana e trouxe desenvolvimento para o município de Barueri-SP, até então uma região de
baixa renda. O local se transformou com a chegada dos novos moradores e novos
investimentos
Fonte: http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/barueri-em-sp-entra-na-era-da-energia-inteligente7
No início dos anos 80, era possível comprar terrenos no condomínio pelo preço de
um automóvel; já em 1987, os preços eram muito mais elevados. Uma das poucas regras do
loteamento fechado era a proibição de instalar casas pré-fabricadas nos lotes, e foi
7
Acesso em: 22 nov. 2015.
24
estabelecido um número máximo de 22 lotes por quadra. Na mesma década o bairro se
verticaliza (ver figura 7), para atender à grande demanda habitacional.
Fonte: https://alphavilleimoveis.files.wordpress.com/2013/04/dsc04060.jpg8
Fonte: http://planocerda.blogspot.com.br/2007/05/o-plano-cerd-nova-barcelona-proposta_29.html
Cerdà escreve em sua “Teoria Geral da Urbanização” que a presença dos dois
conceitos diretores, a “habitação” e a “circulação”, que hoje mais do que nunca continuam
sendo os dois pólos operacionais do urbanismo estão presentes no plano de Barcelona no
cuidado com a habitação e no projeto cuidadoso de uma rua realmente racional, com 20m de
largura e separação entre os meios de locomoção.
Deve-se entender como cidade tradicional um organismo urbano gerado através de um
longo processo histórico. Neste contexto, tanto o traçado viário como a habitação coletiva são
elementos que não podem ser concebidos separadamente. Não existem, portanto espaços
indefinidos nesta relação restrita aos domínios do publico e do privado. A quadra da cidade
tradicional se caracteriza por ser claramente delimitada e homogênea.
O plano de Cerdá desenha uma grelha ortogonal, com quadras de 113m x 113m e vias
de 20m de largura, elevando a taxa de superfície viária, incluindo praças, de 17% para 34%. A
cada conjunto de nove quadras e vias correspondentes se inscreve dentro de um quadrado de
400m de lado. A quadricula estende-se até os núcleos urbanos vizinhos e envolve a cidade
medieval. Apesar de aparentar a imposição de uma nova ordem, indiferente ao contexto, o
26
ajuste das bordas é feito com extrema habilidade tendo como suporte avenidas diagonais que
surgem a partir de conexões pré-existentes. O corte diagonal nas arestas da quadra transforma
o simples cruzamento de vias em lugar, gera também desta forma maior amplitude visual dos
edifícios de esquina. As grandes avenidas possibilitam a conexão metropolitana e a integração
à viabilidade universal. A tipologia é ortogonal, homogênea e igualitária. O melhor exemplo
de habitação coletiva inserida neste contexto é a Casa Milà de Antoni Gaudí.
O plano previa quadra com ocupação perimetral em dois ou no máximo três lados. Os
edifícios não ultrapassariam mais do que dois terços da superfície do quarteirão. Os espaços
internos resultantes se abririam para a cidade oferecendo equipamentos públicos e generosas
áreas arborizadas. O importante é enfatizar que neste momento a quadra passa de uma
condição de residual para se tornar suporte de uma composição urbana que a tem como
espaço da cidade. O perímetro da quadra deixa de ser o limite do espaço público
Cerdà prevê o fluxo simultâneo de pedestres (com ou sem carga), de carruagens e trens
elétricos. Serviços como água, rede de esgoto, telégrafo, ferrovia e rede de energia elétrica são
planejados de modo que não poluam ou interfiram na paisagem da cidade (cabos, fios, postes
e etc.), estes devem ser subterrâneos. Cerdá pensa na cidade como um todo: o ato de ir e vir,
seja qual for o meio de transporte, a ordenação dos serviços básicos, o enquadramento e as
perspectivas do lugar.
No “Plano geométrico parcelado” Cerdá mostra como seria a relação dos lotes após a
passagem da via proposta em seu projeto. Desenhou isto na escala 1/500 para todo o território
indicando as cotas atuais, as futuras cotas das ruas e a área de calçada. Ainda desenhou 7
perfis longitudinais e verticais que serviam para estabelecer o nível das novas vias. Em
1865, a epidemia de cólera e a crise industrial, diminuem a verba para a continuação das obras
de expansão da cidade.
27
Figura 10 – Plano de urbanização de Cerdà
Fonte: http://planocerda.blogspot.com.br/2007/05/o-plano-cerd-nova-barcelona-proposta_29.html
Após a crise, uma dualidade toma conta da sociedade: uma grande quantia é liberada
para a continuidade do plano de expansão, só que sua utilização estava dividida entre a
construção das grandes vias (indenização dos moradores) e o novo projeto de ocupação do
solo (loteamento).
Garriga, arquiteto do governo, propõe a construção de um grande boulevard,
referenciado nos casos de Berlim e Paris, com largura de 60m junto à área da antiga muralha,
o que se opõe aos planos de Cerdá, que era de tornar a área um elemento de costura entre a
expansão e o centro histórico de Barcelona. A cada proposta de Garriga, Cerdá apresentava
uma contraproposta. O projeto do boulevard foi alterado e corrigido por Cerdà
posteriormente.
As ruas eram planejadas seguindo os princípios da orientação solar, largura, perfis
transversais, tipo de pavimentação, diferença de cotas entre outros. As paisagens, praças e
quadras deveriam interagir entre si, além de serem elementos harmônicos na cidade: isso seria
possível através da análise de cortes (relação altura x largura) e na relação da casa com a
quadra.
Analisa as entradas (portas), muralhas e vias de acesso. As muralhas são as condições
do contorno e um elemento importante para a densificação do tecido urbano. Cada porta da
cidade é o ponto de confluência de vias, sendo estes acessos centros do movimento. Quando
limitamos as vias de acesso (interior x exterior), limitamos também a expansão natural das
cidades.
28
Os centros de ação de Cerdà eram classificados conforme o tipo de atividade exercida
e a mobilidade permitida pelo espaço: políticos ou administrativos, econômicos ou industriais,
viários existentes, lazer ou áreas verdes.
Do desejo original de Cerdà permaneceu apenas o traçado viário, que é o elemento
mais visível e conhecido de sua obra. As quadras foram maciçamente ocupadas no perímetro
junto ao alinhamento da calçada retomando um caráter que a reaproximou da quadra
tradicional. Originalmente as quadras foram concebidas em média com 67.000m³ de área
construída, atualmente após 150 anos de adensamento progressivo temos em média
295.000m³ de área construída por quadra.
29
8. MEMORIAL DESCRITIVO
8.1 O Terreno
30
Área total: 244.817,00m²
Topografia: terreno com cotas de nível regulares, pouco acidentada, com diferença de níveis
de 7,00m, onde a cota mais alta se encontra na parte noroeste do local.
Seu formato geométrico é um trapézio, circunstanciado pelos limites.
Vegetação: Predominam arbustos espaçados e as árvores aparecem ainda distantes uma das
outras.
Ocupação: no entorno é possível observar algumas comunidades que se estabeleceram nas
proximidades do terreno, devido à influência da escola técnica, locada na área, e o aeroporto
mais ao norte.
8.2 Vegetação
8.4 Legislação
• Legislação Federal
Lei Federal Nº 7803/89, que dispões área de preservação ecológica pela presença de água
superficial.
Lei Federal 6766/79, que dispõe sobre parcelamento de solo urbano (loteamentos e
desdobramentos)
31
• Lei Estadual
Lei Nº 4515/91, dispões sobre a proteção do patrimônio cultural e dá outras providências.
• Lei Municipal
Lei complementar Nº 3560 de 2006 – Perímetro Urbano
Lei complementar Nº 3561 de 2006 – Uso do Solo
Lei complementar Nº 3562 de 2006 – Parcelamento do Solo
8.5 Masterplan
Inicialmente o terreno foi dividido em 4 grandes setores separados através de duas vias
com características de boulevard, cruzando entre si. O intuito é formar os dois primeiros
setores, mais ao leste, para lotes maiores com áreas a partir de 300,00m², e os dois outros
grandes setores ao oeste, com lotes menores com áreas a partir de 200,00m². Próximo à BR-
343, planejou-se localizar a área comercial, devido sua localização privilegiada.
32
8.6 Tendência de crescimento
33
04- Tendência de crescimento ao Sul – Neste setor há tendência de crescimento ao longo
da BR – 343, o que é comum. Devido ao seu trânsito de mercadorias e serviços, as
residências e comércios se estabelecem guiados pela rodovia.
8.7 Terraplanagem
A distribuição interna é feita por vias simples (8,00m de leito carroçável e 2,50m de
passeio lateral para cada lado) e de mão dupla – boulevard - (8,00m de leito carroçável, 2,5m
de passeio lateral para cada lado e 30,00m de canteiro central).
34
água potável com armazenamento em caixas d’águas, e na I7, com cota mais baixa do terreno,
uma pequena ETE – Estação de Tratamento de Esgoto.
• Quadras:
A,B,C,D,E,F,G,H,I,J,L,M,N,O,P,Q,R,S,T
• Lotes:
Residenciais .......................................................................................................... 249
Comerciais ............................................................................................................ 27
• Vias de circulação: Rua 01, Rua 02, ..., Rua 08, Rua Alfa, Rua Beta, Rua Gama, Rua
Delta, Rua Lambda, Av. Norte, Av. Sul, Av. Leste, Av. Oeste.
35
Plano Diretor
36
CONCLUSÃO
A proposta de moradias é para que neste loteamento sejam construídas casas térreas
com área para residir uma família com uma média de 4 pessoas. Portanto, resume-se o quadro
a seguir:
37
Especificações Taxa (porcentagem)
2º grau completo 0,5 %
1º grau maior (5ª a 8ª serie) 0,5 %
1º grau menor (1ª a 4ª serie) 0,75%
Pré-escolar (0 a 3 anos) 0,75 %
Com esses dados foi possível traçar uma linha de estudos a fim de projetar os
equipamentos urbanos presentes no projeto, inclusive a creche. Deste modo, o trabalho visa
contemplar as diversas faixas etárias de indivíduos que porventura residirão no loteamento.
Dentre outras atribuições, o projeto de urbanismo teve como plano a expansão e melhoria da
qualidade de vida dos habitantes do município de Piracuruca-PI, trazendo um
empreendimento bem elaborado, com partido urbanístico visando o conforto térmico, melhor
distribuição espacial, ruas e avenidas largas para facilitar a fluidez do transito de automóveis,
e boulevard para práticas de esporte, lazer e principalmente bem-estar
38
REFERÊNCIAS
CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. Cidade de muros: crimes, segregação e cidadania em São
Paulo. São Paulo: Edusp, 2000.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia
Científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
PORTAL G1. ADH entrega 286 casas no Residencial Jacinta Andrade. Disponível em:
<http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2015/04/adh-entrega-286-casas-no-residencial-jacinta-
andrade.html> Acesso em: 25 nov. 2015.
39
SANTOS, Denise Mônaco dos. Atrás dos muros: unidades habitacionais em condomínios
horizontais fechados. Escola de Engenharia de São Carlos. Disponível em:
<http://www.eesc.usp.br/nomads/condominio1.htm>. Acesso em: 03 abr. 2012.
SILVA, Éder Roberto da. O movimento nacional pela reforma urbana e o processo de
democratização do planejamento urbano no Brasil. 2003. Dissertação (Mestrado – Área
Engenharia Urbana)- Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2003
40