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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E SANITÁRIA

PHD 2460 Decaimento e Mistura de


Poluentes no Meio Ambiente
Aulas 11: Lagos
Eutrofização – Previsão e Controle

prof. RODOLFO MARTINS profa. MÔNICA PORTO


scarati@usp.br mporto@usp.br

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Estratificação Térmica

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1
Densidade água x Temperatura
Curva de Densidade da Água

1.0000
Densidade (g/m3)

0.9990

0.9980 5 0 C!
0.9970

0.9960

0.9950
0 10 20 30

Temperatura (0C)

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Detecção e Estabilidade

• Tempo de Residência
– tr < 1 mês - fraca e instável
– tr > 6 meses - bem definida e estável
• Froude Densimétrico
• FD << 0.3 estratificado
• 0.1 < FD < 1.0 estratificação fraca
• > 1.0 misturado
LQ  0
FD 
zV g
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Eutrofizacão – Flora Aquática

• plantas que se movem livremente com a água


(plantas aquáticas planctônicas): incluem o
fitoplâncton microscópico, plantas flutuantes e
certos tipos de plantas, como as algas
cianofíceas, que podem flutuar na superfície e
mover com a corrente superficial;
• plantas fixas (aderidas ou enraizadas): incluem
as plantas aquáticas enraizadas de diversos
tamanhos e as plantas microscópicas aderidas
(algas bênticas).
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Algas

• As algas são uma designação abrangente de


plantas simples, a maior parte microscópica,
que incluem tanto as plantas de
movimentação livre, o fitoplâncton e as algas
bênticas aderidas. Em todos os casos, as
plantas obtêm a sua fonte de energia
primária da energia luminosa através do
processo de fotossíntese.

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Eutrofização - Definição

• A eutrofização é o crescimento excessivo das


plantas aquáticas, tanto planctônicas quanto
aderidas, a níveis tais que sejam
considerados como causadores de
interferências com os usos desejáveis do
corpo d’água (Thomann e Mueller, 1987). Oo
principal fator de estímulo é um nível
excessivo de nutrientes no corpo d’água,
principalmente nitrogênio e fósforo.

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Evolução
do
Processo

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Problemas da eutrofização

• Problemas estéticos e recreacionais.


– frequentes florações das águas
– crescimento excessivo da vegetação
– distúrbios com mosquitos e insetos
– eventuais maus odores
– eventuais mortandades de peixes

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Mais problemas

• Condições anaeróbias no fundo do


corpo d’água.
– O aumento da produtividade do corpo
d’água causa uma elevação da
concentração de bactérias heterotróficas,
que se alimentam da matéria orgânica das
algas e de outros microrganismos mortos,
consumindo oxigênio dissolvido.

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Mais problemas

• o ferro e o manganês encontram-se na forma


solúvel, trazendo problemas ao
abastecimento de água
• o fosfato encontra-se também na forma
solúvel, representando uma fonte interna de
fósforo para as algas
• o gás sulfídrico causa problemas de
toxicidade e maus odores.

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Mais problemas
• Eventuais mortandades de peixes. A
mortandade de peixes pode ocorrer em
função de:
– anaerobiose (já comentada acima)
– toxicidade por amônia.
• Maior dificuldade e elevação nos custos de
tratamento da água.
• Problemas com o abastecimento de águas
industrial.
• Toxicidade das algas.
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Só problemas!!!!
• Modificações na qualidade e quantidade de
peixes de valor comercial
• Redução na navegação e capacidade de
transporte. O crescimento excessivo de
macrófitas enraizadas interfere com a
navegação, aeração e capacidade de
transporte do corpo d’água.
• Desaparecimento gradual do lago como um
todo.

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NUTRIENTES: N e P

• Fósforo pode ser encontrado como:


– Fósforo solúvel ( ou ortofosfato) PO4- - (diretamente
utilizável)
– Fósforo orgânico particulado (fósforo ainda na cadeia
orgânica)
– Fósforo orgânico dissolvido (fósforo em compostos
orgânicos dissolvidos ou coloidal)
– Fósforo inorgânico particulado (fósforo em minerais ou
rochas ou adsorvido)
– Fósforo inorgânico não particulado (fósforo em cadeias
inorgânicas)
• Usualmente medido como Fósforo Total (P) ou
Fósforo na forma de Fosfato (P-PO4)

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Nutrientes: N e P
• O nitrogênio pode ser encontrado como:
– Nitrogênio livre: N2
– Amônia:
• Ion NH4+
• NH3
– Nitrito: NO2-
– Nitrato NO3-
– Nitrogênio orgânico
– Nitrogênio Kjeldahl: amônia + nitrogênio orgânico
• Usualmente medido como nitrogênio total (N),
nitorgênio como nitrito ou nitrato (N-NOx), ou
Kjeldahl
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Relação N/P

• Nutriente limitante: é aquele que acaba


primeiro

• Quem é o limitante?
– Usualmente é o fósforo
– Depende da relação N/P inicial
– Depende do tipo de planta aquática

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Relação N/P

• Limites usuais
– N/P >>10 limitado por fósforo
– N/P << 10 limitado por nitrogênio

• CUIDADO, CUIDADO, CUIDADO!!!


• Quando ocorre a limitação por fósforo o processo de eutrofização
estabiliza
• Quando ocorre a limitação por nitrogênio, o crescimento das algas
prossegue com aquelas que conseguem usar N2
• Para N/P <4 estimula-se o crescimento das algas azuis, ou
cianofíceas, que são mais tóxicas
• Alguns limnologistas consideram que apenas o fósforo é limitante; o
nitrogênio apenas comanda o tipo de alga que se desenvolve
• A relação N/P é importante para determinar as medidas
de controle

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Relação N/P
FONTE N/P
Esgoto bruto 4

Lodos ativados sem 3.4


remoção de fósforo
Lodos ativados com 27
remoção de fósforo
Carga difusa de áreas 28
agrícolas
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Variáveis de controle

• Transparência
• Concentração vertical de OD

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Graus de Trofia
Item Classe de trofia

Ultraoligotrófico Oligotrófico Mesotrófico Eutrófico Hipereutrófico


Biomassa Bastante baixa Reduzida Média Alta Bastante alta
Fração de algas verdes e/ou Baixa Baixa Variável Alta Bastante alta
cianofíceas

Macrófitas Baixa ou ausente Baixa Variável Alta ou baixa Baixa

Dinâmica de produção Bastante baixa Baixa Média Alta Alta, instável

Dinâmica de oxigênio na Normalmente saturado Normalmente saturado Variável em torno da Frequentemente Bastante instável, de
camada superior supersaturação supersaturado supersaturação à
ausência

Dinâmica de oxigênio na Normalmente saturado Normalmente saturado Variável abaixo da Abaixo da saturação à Bastante instável, de
camada inferior saturação completa ausência supersaturação à
ausência

Prejuízo aos usos múltiplos Baixo Baixo Variável Alto Bastante alto

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Variáveis de controle

• Concentração de fósforo para lagos temperados


– <10 µg/l – oligotrófico
– <20 e >10 µg/l – mesotrófico
– >20 µg/l – eutrófico
• Os valores para lagos tropicais são maiores (CEPIS, 1990)
– 20 µg/l para oligotróficos
– 40 µg/l para mesotróficos
– 110 µg/l para eutróficos
• Biomassa: quantidade, medido por clorofila-a
– Cl-a < 4 µg/l - oligotrófico
– Cl-a > 10 µg/l - eutrófico
– Similar para lagos tropicais e temperados

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Faixas Aproximadas de P

Classe de trofia Concentração de fósforo


total na represa (mg/m3)
Ultraoligotrófico <5
Oligotrófico < 10 - 20
Mesotrófico 10 - 50
Eutrófico 25 - 100
Hipereutrófico > 100

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Avaliação do Estado Trófico
•Vollenweider, 1970
•Lagos temperados
•Lagos tropicais:
•CEPIS, 1990

LP  103
P
1
V (  KS )
TR
P = concentração de fósforo no lago gP/m³
Lp= aporte de fósforo ao lago KgP/ano
V = volume do lago m³
2 Tr = tempo de residência anos
KS  Salas & Martino
TR Ks= taxa de sedimentação de P 1/ano
Fonte: CEPIS, 1990 PHD2460/Aula11/25

Estimativa da Carga de
Fósforo
• Drenagem Pluvial
• Esgotos domésticos e industriais
Fonte Tipo Valores típicos Unidade
Drenagem Áreas de matas e florestas 10 kgP/km2.ano
Áreas agrícolas 50 kgP/km2.ano
Áreas urbanas 100 kgP/km2.ano
Esgotos Domésticos 1,0 kgP/hab.ano

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Controle

• Impedir o aporte de nutrientes:


– Tratamento químico (ou terciário) das cargas
orgânicas
– Proteção das margens etc
• Minimizar áreas já degradadas
• Precipitação e inativação do fósforo
• Oxigenação da coluna d’agua
• Dragagem do lodo do fundo (ruim)
• Manipulação da cadeia alimentar (Paranoá)
• Considerar toda a bacia!

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Sugestões para controle


• Processos mecânicos
– Aeração
– Desestratificação
– Aeração do hipolímnio
– Remoção dos sedimentos
– Cobertura dos sedimentos
– Retirada de águas profundas
– Remoção de algas
– Remoção de macrófitas
– Sombreamento

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• Processos químicos
– Precipitação de nutrientes
– Uso de algicidas
– Oxidação do sedimento com nitratos
– Neutralização

• Processos biológicos
– Biomanipulação
– Uso de cianófagos
– Uso de peixes herbívoros

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Estratégias para controle do


esgoto

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Exemplos: Lago Paranoá
• cidade situa-se a montante do lago
• tempo de residência = 300 dias
• barragem sem descarregador de
fundo, tomadas altas
•Soluções temporárias
•Algicidas
•Retirada de macrófitas
•Soluções definitivas
•Tratamento de esgotos com
retirada de nutrientes
•Ainda falta controle de carga difusa
•Utilizam também biomanipulação da
cadeia alimentar

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Avaliação das cargas


afluentes
• Fatores intervenientes
– Uso do solo: agricultura, pecuária, uso urbano,
industrias
– População
• Coleta, transporte e tratamento de esgoto
• Coleta e disposição de resíduos sólidos
• Coeficientes de geração de cargas
– Valores estabelecidos por parâmetro
• NH
• NO3
• P
• DBO
• SST
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Exemplos (São Paulo, 2005)

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Exemplos (São Paulo, 2005)

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Etapas de Estudo

• Mapeamento do solo
– Software de GIS
– Setores censitários: população e industrias
– Atendimento de água e esgoto
– Atendimento de coleta de Lixo
• Hidrologia
– Caracterização das vazões de cheia e estiagem
predominantes
– Medições de constituintes nos macro-drenos
contribuintes

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Exemplo: Caso Reserv. Billings

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Detalhes.....

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