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MATÉRIA ORGÂNICA

Matéria Orgânica

O que é Matéria Orgânica:

Matéria orgânica é o composto formado por restos vegetais (folhas, galhos, raízes, cascas etc.) e
animais (em menor escala) que integram o solo.

A matéria orgânica quando decomposta pela ação dos micro-organismos forma o humos, um
composto de cor escura, que em função de seus elementos nutritivos, têm grande importância para o
solo, levando fertilidade para as plantas.

A matéria orgânica junto com os minerais, a água, o ar e os diversos seres minúsculos, como os
fungos, as bactérias e as formigas, minhocas, cupins etc., transformam o solo em organismo vivo. A
terra composta de matéria orgânica se transforma em uma esponja, repleta de canais, por onde
circula o ar e a água, retendo os nutrientes e facilitando a absorção dos mesmos pelas raízes das
plantas.

Matéria orgânica e agricultura

A matéria orgânica é o fertilizante básico para a produção da agricultura orgânica, que além de
respeitar o meio ambiente, produz alimentos saudáveis, livres de fertilizantes químicos, prejudiciais
ao solo e à saúde humana.

Muitos agricultores e produtores rurais preocupados não somente com a conservação da fauna e
flora, mas também com a preservação dos solos e dos recursos hídricos, estão recorrendo ao
emprego da agricultura orgânica para a produção de alimentos puros e saudáveis, livres de
agrotóxicos, adubos químicos e substâncias sintéticas que agridem o meio ambiente.

O Brasil já ocupa posição de destaque na produção mundial de alimentos orgânicos. Um selo de


certificação orgânica é emitido por certificadoras nacionais, que garantem a procedência e qualidade
orgânica dos produtos.

Conceito de Matéria Orgânica

A matéria orgânica é aquela formada por moléculas orgânicas que resultam dos seres vivos e que
podem ser encontradas nas raízes, nos animais, nos organismos mortos e nos restos de alimentos.

Por outro lado, a molécula orgânica é um conjunto químico composto de carbono e forma ligações
carbono-carbono e carbono-hidrogênio e em alguns casos também pode conter nitrogênio, enxofre,
fósforo, oxigênio, entre outros. Destaca-se especialmente por ser grande, complexa, diversificada,
como é o caso dos carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucleicos.

Vale ressaltar que as moléculas orgânicas podem ser de dois tipos: moléculas orgânicas naturais
(são aquelas que sintetizam os seres vivos com suas ações e são chamadas de biomolécula) e
moléculas orgânicas artificiais (não são encontradas na natureza e são fabricadas ou sintetizadas
pelo ser humano).

Como mencionado acima, a matéria orgânica é viável de ser encontrada no solo e sua presença é
uma notável contribuição a sua fertilidade. Justamente porque ela é uma condição essencial para que
o solo seja considerado apto para desenvolver as atividades agropecuárias e para hospedar o
satisfatório crescimento das plantas.

A matéria orgânica que é decomposta através de microrganismos e que é apta para o


desenvolvimento das atividades mencionadas é conhecida como húmus.

Além disso, os resíduos produzidos diariamente pelos seres humanos, especialmente os restos de
alimentos descartados ao serem cozinhados, como as folhas, as cascas, entre outros, são
considerados compostos orgânicos. Então, eles podem ser reutilizados, embora seja preciso
constatar que não apresentem nenhum tipo de contaminação.

Em contraste à matéria orgânica, encontra-se a matéria inorgânica que não está composta por
carbono e não resulta da ação dos seres vivos, a não ser da natureza, no caso das reações químicas.

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As moléculas deste tipo de matéria são mais simples e pequenas, como é o caso dos sais, minerais,
cloretos, entre outros.

A matéria orgânica é composta por resíduos animais ou vegetais. Trata-se de substâncias que se
encontram no solo e que o ajudam a ser fértil. Com efeito, para que um solo esteja apto para a
produção agro-pecuária, deve ter um bom nível de matéria orgânica: caso contrário, as plantas não
crescem.

Diversos microorganismos têm a função de decompor a matéria orgânica bruta e de a transformar em


húmus (matéria orgânica num certo estado de descomposição). Para além de não perder nutrientes,
o solo rico em húmus tem uma elevada capacidade de reter a água e ajuda a melhorar as condições
biológicas, químicas e físicas.

A matéria orgânica é um dos principais componentes dos resíduos domésticos. Os restos de comida,
as cascas de frutas e legumes, as folhas apanhadas do jardim e as fraldas sujas, por exemplo, são
compostos por matéria orgânica.

Uma forma de reutilizar esses resíduos é recorrendo à matéria orgânica para fertilizar as plantas do
lar. É importante que a matéria orgânica não esteja contaminada com outro tipo de resíduos.

Os compostos orgânicos ou moléculas orgânicas são, por sua vez, as substâncias químicas que
contêm carbono e, em alguns casos, oxigénio, nitrogénio, fósforo e outros elementos.

Estes compostos orgânicos podem-se dividir em dois grandes tipos: moléculas orgânicas naturais
(sintetizadas pelos seres vivos) e moléculas orgânicas artificiais (substâncias fabricadas pelo homem,
como é o caso do plástico).

Regra geral, a diferença entre os compostos orgânicos e os inorgânicos relaciona-se com a presença
de carbono e de hidrogénio no caso dos primeiros, para além de serem biodegradáveis.

MANEJO DA MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO: FATOR DE SUCESSO PARA O PRODUTOR


RURAL

Quando estudava agronomia em Viçosa há uns vinte e poucos anos, sempre escutava os professores
de solos dizerem que a matéria orgânica é muito importante, mas muito complexa. Todos eram
unânimes em apontar a fração orgânica como um dos componentes fundamentais para que os solos
tivessem boas condições físicas, químicas e biológicas. Entretanto, havia até mesmo um misticismo
em torno do tema: mas é muito complexa e difícil de entender!

Bem, quão difícil é entender a matéria orgânica do solo? Será que não podemos simplificar essa
estória? Quanto precisamos entender para que possamos fazer o seu adequado manejo, tirando o
máximo proveito de suas características benéficas? Para responder essas questões, vou dividir
nossa conversa em três tópicos:

- Afinal, o que é a matéria orgânica do solo?


- Para que serve?
- Como manejá-la?

Matéria orgânica do solo (MOS) representa todo o material orgânico presente no solo, podendo ser
ele resíduos de plantas, animais ou microrganismos em diversos estágios de decomposição,
materiais com alto grau de decomposição, ligados ou não à fração mineral, ou mesmo materiais
carbonizados. Outra parte a ser destacada são os organismos do solo, compostos por fungos,
bactérias, actinomicetos, protozoários, minhocas, insetos, aracnídeos etc.

O importante é entender que o que é orgânico teve origem primária na fotossíntese, podendo ter sido
incorporado nos tecidos de outros organismos na cadeia trófica, mas que entra no solo como resíduo
orgânico, o qual inicia (desde que tenha condições ambientais adequadas) imediatamente o processo
de decomposição. Os organismos do solo encarregam-se desse processo.

Utilizam os materiais orgânicos como fonte de energia e de nutrientes para o seu desenvolvimento. A
matéria orgânica é, portanto, o combustível para a ação dos organismos do solo!

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A próxima pergunta seria 'para que serve?'. Em outras palavras, qual sua função nos solos? A
matéria orgânica está envolvida nos mais diversos processos físicos e químicos do solo, os quais, por
sua vez, são dependentes da ação dos organismos do solo. Na estruturação, por exemplo, a MOS
está envolvida em fases distintas. Primeiramente, são importantes estabilizadores de complexos
organo-minerais (ligação de matéria orgânica com as argilas do solo), que compõem os “tijolos“ que
serão juntados uns aos outros formando os agregados do solo.

Em um segundo nível de agregação, materiais orgânicos produzidos em sua maioria pelos


microrganismos decompositores (polissacarídeos ou gomas) servem de agentes ligantes entre as
partículas do solo, formando e estabilizando os agregados. Como esses componentes têm vida útil
curta no solo (são formados e decompostos em dias ou meses), o seu suprimento deve ser
constante, ou seja, quanto maior e mais constante a atividade biológica do solo, mais provável de se
ter uma melhor agregação.

A melhor agregação gera estruturas mais estáveis, com maior presença de poros, melhor aeração e
infiltração de água. Isso significa que a água tende a entrar no solo, reduzindo o escorrimento
superficial e os consequentes processos erosivos.

Além disso, a matéria orgânica em avançado grau de decomposição (substâncias húmicas), ou


mesmo fragmentos de carvão pequenos e parcialmente decompostos, apresenta elevada densidade
de cargas. A MOS pode ter uma capacidade de troca de cátions (CTC) de até 800 cmolc dm-3,
enquanto as argilas predominantes nos solos brasileiros têm CTC entre 5 e 15 cmolc dm-3!!
Trabalhos em solos de cerrado já comprovaram que a MOS é responsável por mais de 85% da CTC
do solo, ou seja, da sua capacidade de reter nutrientes à disposição das plantas.

É, portanto, fundamental para manter a fertilidade dos solos brasileiros! Há ainda a interferência na
complexação de alumínio, bloqueio de sítios de adsorção de fósforo e formação de quelatos com
micronutrientes. Aspectos esses que melhoram as condições químicas do solo para o
desenvolvimento das plantas.

Bem, então, como manejá-la? Simples, coloque o máximo de matéria orgânica que conseguir em seu
solo e tente evitar que ela se decomponha rápido demais! Começando pelo final, para reduzir a taxa
de perda de MOS e até promover o seu aumento, a principal estratégia é adotar o sistema de plantio
direto. No sistema convencional (com arações e gradagens), o revolvimento do solo e a incorporação
dos resíduos na chamada camada arável aumentam a taxa de decomposição, sendo os resíduos
consumidos muito rapidamente. No plantio direto, os resíduos ficam na superfície do solo e tem uma
taxa mais lenta de decomposição.

Uma vez adotado o sistema plantio direto, o aumento na quantidade de resíduos produzidos no
sistema de rotação ou sucessão de culturas irá favorecer o acúmulo de MOS. A introdução do milho
na safrinha e, mais recentemente, o milho consorciado com capins têm aumentado o aporte de
resíduos para o sistema, gerando condições adequadas para o acúmulo de MOS.

Sistemas integrados, nos quais ciclos de lavouras são intercalados com dois ou três anos de
pastagens, também aumentam muito o aporte de resíduos, contribuindo para a construção de níveis
mais elevados de MOS. Além da quantidade de carbono sendo inserida no sistema, estudos recentes
têm ressaltado a necessidade de um balanço positivo de nitrogênio no sistema de produção para que
se tenha acúmulo da MOS.

Enfim, embora sua composição e reações no solo sejam bastante complexas, não há mistérios em
entender a importância da matéria orgânica para o bom funcionamento dos solos. O seu manejo
adequado passa por reduzir as saídas e aumentar as entradas, o que vem sendo conseguido com o
sistema plantio direto e a inclusão do consórcio milho com capins e os sistemas integrados. O
adequado manejo da MOS representa uma das práticas mais importantes para a manutenção de
níveis crescentes de produtividade das culturas.

Matéria Orgânica do Solo

A matéria orgânica constituinte do solo é essencial para a manutenção das suas funções. As práticas
agrícolas e florestais com impacto no solo devem, portanto, ser adaptadas de forma a promover a sua
manutenção ou aumento.

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O solo é um recurso não renovável à escala humana. É definido como a camada superficial da crosta
terrestre, sendo composto por partículas minerais, matéria orgânica, água, ar e organismos vivos
(fig.1). Entre as funções por ele desempenhadas destacam-se o facto de ser habitat e reserva
genética, de ser plataforma para as actividades humanas, de paisagem e património e de actuar
ainda como fornecedor de matérias-primas (fig.2 e fig.3).

A matéria orgânica do solo desempenha um papel fundamental na manutenção das funções do solo,
dada a sua influência na estrutura e estabilidade do solo, retenção de água, biodiversidade e como
fonte de nutrientes para as plantas (fig.4). A ela também se deve o facto de o solo ser um importante
sumidouro de carbono.

A gestão do solo possui grande influência no conteúdo do solo em matéria orgânica (Matéria
Orgânica do Solo ou MOS). Na generalidade, técnicas de gestão do solo mais invasivas, como a
gradagem, estão associadas a uma perda de solo e de matéria orgânica (fig.5).

Uma significativa porção do nosso território sofreu uma considerável degradação do solo em
resultado de más práticas agrícolas conjugados com as alterações climáticas (fig.6). De acordo com o
Programa de Acção Nacional de Combate à Desertificação, trata-se de áreas de elevada risco de
desertificação, com solo muito pobre em matéria orgânica, pouco produtivo e muito susceptível à
desertificação.

Uma correcta gestão das técnicas de gestão agrícola e florestal com impacto no solo é essencial para
a manutenção ou aumento do teor em matéria orgânica (fig.7). Duas práticas têm ganho especial
atenção em Portugal no enquadramento do Programa de Desenvolvimento Rural e ou/dos programas
domésticos apoiados pelo Fundo Português de Carbono: a sementeira directa, a sementeira de
Pastagens Semeadas Biodiversas e o controlo de matos em áreas de montado com recurso a
métodos que não implicam mobilização do solo.

O que se sabe hoje em dia sobre o efeito da sementeira directa na matéria orgânica no solo, em
Portugal, deve-se grandemente ao trabalho do Professor Mário de Carvalho da Universidade de
Évora. Os ensaios realizados dão conta de um aumento de 18% de MOS devido à sementeira
directa, face à mobilização, e de 62% se forem também deixadas as palhas (Carvalho et al., 2012).

No que diz respeito ao impacto das Pastagens Semeadas Biodiversas, graças à rede de recolha de
amostras implementada pelo INIAV, em dois projectos AGRO (Agro 72e Agro 87) e aos estudos
realizados pelo Eng. David Crespo e, posteriormente, pelos investigadores do IST, concluiu-se que
este coberto vegetal poderia contribuir para triplicar o teor de MOS num período de 10 anos.

De acordo com o mesmo modelo, para 10 anos, o coberto com pastagens naturais indica um
sequestro médio de cerca de 2.6 tCO2.ha-1.ano-1 (na ausência de controlo por gradagem). Para um
coberto com Pastagens Semeadas Biodiversas é esperado um sequestro médio de 6.5 tCO2.ha-
1.ano-1 (Valada et al., 2012).

Finalmente, o efeito na MOS do abandono da gradagem na limpeza do mato em montado e a opção


pelo uso de corta-matos e destroçadores foi objecto de estudos realizados pelo ICAAM e pelo IST. Os
resultados mais recentes apontam para uma diferença correspondente a um sequestro máximo de 9
tCO2.ha-1ano-1, entre solos sujeitos a gradagem e a técnicas não invasivas de gestão (Valada et al.,
2012).

Matéria Orgânica, o que Realmente é isto?

A matéria orgânica do solo consiste em um dos componentes mais importantes para a conservação e
qualidade do solo. Ela é uma das principais responsáveis por se manter a estrutura do solo e
promover o sequestro de C (Tisdall and Oades, 1982). Sua concentração nos solos muitas vezes
também está diretamente relacionada a ganhos de produtividade das culturas, ou seja, quanto maior
os ganhos nos seus estoques, maior a produtividade agrícola (Sá et al., 2014).

Apesar de muito se conhecer sobre sua importância, pouco se sabe exatamente sobre a sua
composição e sobre de que forma cada um dos seus compartimentos atua no solo. A seguir,
falaremos brevemente sobre a composição da matéria orgânica e sobre alguns de seus
compartimentos.

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MATÉRIA ORGÂNICA

Figura 1: A concentração de matéria orgânica do solo e a atividade biológica são dois dos principais
responsáveis em proporcionar a conservação dos solos e a manutenção dos estoques de C.

A Matéria Orgânica é Dividida em Reservatórios

A matéria orgânica do solo é complexa e composta por organismos vivos e mortos em diversos
estágios de decomposição. Sua fração ativa é composta primariamente por fungos e bactérias, que
podem corresponder a cerca de 80% dos organismos do solo (Six et al., 2006). Grande parte do seu
conteúdo é composto por carbono (C), sendo os dois termos muitas vezes considerados sinônimos
dependendo do foco do estudo.

Diversos estágios de decomposição se fazem presentes ao mesmo tempo nessa complexa interação.
A matéria orgânica estável, representa os mais elevados estágios de decomposição do material, que
conta pela maior porcentagem do teor total.

Já os estágios de decomposição mais recentes, chamado de matéria orgânica lábil, estão mais
diretamente relacionados à atividade microbiana do solo, e representam uma menor porcentagem do
total.

A medida que os organismos do solo trabalham na decomposição do material, parte da matéria


orgânicalábil vai passando para estágios mais estáveis, que são mais resistentes à intempéries e ao
manejo do solo.

Figura 2: Diferentes frações da matéria orgânica do solo. Fonte: Adaptado de Saljnikov et al. (2013)

Frações Lábeis Consistem em Importantes Indicadores de Qualidade do Solo

Como visto anteriormente, as frações lábeis da matéria orgânica correspondem aos graus menos
elevados de decomposição do material. Como as frações jovens são sensíveis a mudanças do
ambiente, seja pelo clima ou manejo do solo, seu conteúdo pode consistir em um eficiente indicador
de qualidade do solo.

Uma das frações que tem sido largamente utilizada em pesquisas é a fração do C extraído por água
quente (CAQ). Essa metodologia foi inicialmente proposta por Ghani et al. (2003), e corresponde a
uma das frações mais lábeis da matéria orgânica. Por estar diretamente ligada à atividade microbiana
do solo, seu papel é fundamental na formação de agregados do solo e consequentemente para a
qualidade e saúde do solo.

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Numerosos trabalhos têm demonstrado diferentes formas de se extrair frações da matéria orgânica,
seja por métodos físicos ou químicos. Devido a sua complexidade, ainda há muita discussão sobre os
métodos mais adequados de se realizar essa divisão.

Figura 3: Frações mais lábeis da matéria orgânica estão diretamente ligadas à atividade microbiana
do solo. Foto: modernfarmer.com

Sistema Plantio Direto para a Proteção do Carbono do Solo

Como demonstrado em diversos trabalhos, o sistema plantio direto consiste em uma das principais
estratégias para promover o sequestro de carbono e a conservação dos solos. Um de seus principais
benefícios é proporcionar justamente o aumento das frações lábeis da matéria orgânica, que estão
diretamente relacionadas à atividade biológica do solo (de Moraes Sá et al., 2013). Revolvimentos
ocasionais do solo, por mais que não comprometam frações mais estáveis da, tem um impacto direto
sobre frações mais lábeis, prejudicando a atividade biológica e comprometendo a capacidade de
agregação do solo (Bending et al., 2000).

Matéria orgânica beneficia fertilidade do solo melhorando a produtividade

Um bom índice de matéria orgânica é fator essencial para que os solos se mantenham equilibrados
em suas características químicas, físicas e biológicas dentro do sistema produtivo das lavouras. Entre
os seus principais benefícios está a contribuição para o aumento da fertilidade das terras podendo ser
uma aliada do agricultor na busca por melhores índices de produção em sua propriedade.

Isso acontece porque a matéria orgânica favorece a absorção de nutrientes e água pela planta,
conforme explica o engenheiro agrônomo e professor doutor Cassio Hamilton Abreu-Junior, "a
matéria orgânica (MOS) é fator imprescindível para a sustentabilidade agrícola, e é a Capacidade de
Troca de Cátions (CTC) que controla a quantidade de nutrientes que o solo pode fornecer para as
plantas", afirma.

Segundo o engenheiro agrônomo Leonardo Porpino, gerente técnico da Alltech Crop Science, a
matéria orgânica estimula o desenvolvimento de microrganismos benéficos no solo que "vão auxiliar
na disponibilização de alguns elementos nutricionais para o vegetal, condicionar o meio onde está a
raiz da planta a se favorecer deles e se desenvolver melhor. Isso reflete em maiores produtividades",
complementa.

Dessa forma, a matéria orgânica está diretamente ligada à adubação e à fertilização dos solos e é
utilizada em soluções naturais para tornar estes processos mais eficientes. Contudo, o doutor Cassio
Hamilton Abreu-Junior, ressalta que a adição de materiais orgânicos para melhoria e manutenção da
CTC de solos deve ser pautada na qualidade e estabilidade da matéria orgânica presente no material.

Porpino destaca, dentro deste conceito, o uso de fertilizantes organominerais sólidos que reúnem
nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) juntamente com matéria orgânica bioestabilizada e
micronutrientes no mesmo pellet. A tecnologia tem auxiliado produtores de diversos cultivos a
alcançar melhores resultados na colheita. Seu grande diferencial é a aplicação da fração mineral e
orgânica juntas, de maneira uniforme e gradual.

O que é Matéria Orgânica

A matéria orgânica quando entra em decomposição devido à ação gerada pelos micro-organismo,
vira um importante elemento para a nutrição do solo.

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MATÉRIA ORGÂNICA

Matéria orgânica é a composição produzida por resto, seja por restos vegetais, como folhas, cascas
de arvores, raízes mortas, galhos e etc. Ou por restos animais, normalmente em menor escala, que
ao morrerem e entrarem em decomposição, irão fazer parte do solo.

O significado de matéria orgânica então será o produto gerado pela decomposição de seres da
natureza. A decomposição é feita por micro-organismos que estão na formação dos humos, uma
substancia com cor escura que por decompor os restos de seres naturais, ganha grande valor
nutritivo para o solo, assim como também para a fertilidade das plantas.

A forma como a matéria orgânica trabalha é transformando o solo em uma espécie de esponja cheia
de canais na qual irão circular a água e o ar, segurando os nutrientes e facilitando a absorção desses
mesmos pelas raízes das plantas. Para este processo, a matéria orgânica se agrupa com a água, o
ar, os minerais e toda sorte de seres pequenos que são os micro-organismos. As bactérias, fungos e
até formigas, minhocas e cupins estão neste processo que na verdade transforma o solo em um
organismo vivo.

Matéria orgânica e agricultura

Na agricultura orgânica, o uso da matéria orgânica é primordial, pois além de não maltratar o meio
ambiente com fertilizantes tóxicos e artificiais, a produção de alimentos com matéria orgânica é
cientificamente provada como mais saudável.

Quem planta para vender ou só para consumir sabe que usar fertilizantes químicos não irão somente
trazer males para a saúde de quem consome os alimentos, mas também irá trazer muitos outros
males para o solo, que absorverá esses venenos e a longo prazo perderá grande capacidade da
produtividade, além de prejudicar os recursos hídricos.

Para uma produção de alimentos limpos e livres de agrotóxicos, é necessário o uso da matéria
orgânica como principal fonte de enriquecimento do solo para o plantio. O Brasil, como um grande
país onde tudo que se planta é colhido, é mundialmente conhecido pela sua produção de alimentos
orgânicos. As certificadoras brasileiras emitem um selo de certificação orgânica para garantir que tal
produtor usa matéria orgânica e produz seus alimentos com qualidade.

Dessa forma, para ter um enriquecimento legitimo e saudável do solo que está pretendido ao plantio,
a matéria orgânica é um elemento básico e obrigatório.

Como aumentar a matéria orgânica em pastagens

A dinâmica da matéria orgânica pode ser descrita como um processo onde ocorrem adições e perdas
simultâneas no solo, ou seja, pode ser definida como o fluxo de carbono (C) orgânico através de um
dado volume de solo ( JENKINSON e RAYNER, 1977).

SANCHEZ (1981) considera o teor de C orgânico de um solo em equilíbrio com a vegetação uma
função das adições e decomposições, ou seja, C=B.M/K, onde C é o teor de carbono orgânico em
equilíbrio, B é a quantidade de matéria fresca adicionada, M é a taxa de conversão de matéria fresca
em carbono orgânico e K é a taxa anual de decomposição de carbono orgânico.

A taxa de conversão de MO fresca em húmus (fator M) gira em torno de 30 a 50% por ano e é
relativamente constante nos diferentes ambientes, ou seja, a possibilidade de se alterar os valores de
C orgânico de um solo através deste fator são muito remotas.

A taxa de decomposição do húmus depende de uma série de fatores ligados à atividade dos
microrganismos, qualidade do material adicionado e características do solo que podem até certo
ponto ser manipuladas. Condições de aeração, umidade e temperatura do solo ótimas para o
desenvolvimento de microrganismos favorecem o processo de decomposição de húmus.

Alterações nestas condições podem ser obtidas através de práticas como o uso de cobertura morta
(SANCHEZ,1981), que reduzem a temperatura do solo e suas oscilações, reduzindo o fator K, que
representa a taxa anual de decomposição do carbono orgânico. Desta forma, pode-se inferir que em
pastagens com uma quantidade razoável de perdas, onde a deposição de hastes e folhas na
superfície do solo cria uma camada de cobertura morta se desenvolve um microclima favorável à
redução do fator K, o que contribui para elevar o teor de matéria orgânica do solo.

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Dos fatores citados por SANCHEZ (1981) como determinantes do nível de C orgânico no solo,
provavelmente a quantidade de MO fresca adicionada é o mais fácil de ser manipulado.

O aumento na produtividade não se reflete apenas no aumento da deposição de material senescente


(hastes e folhas) sobre o solo. Plantas bem cultivadas também apresentam um sistema radicular
bastante desenvolvido, o que pode representar uma importante fonte de MO para o solo
(BRADY,1989). Em uma pastagem de braquiária, utilizada sob pastejo contínuo com 1 UA/ha.ano,
1,1%, 7,7% e 91,2% da reserva de MO se encontrava na parte aérea, raízes e solo, respectivamente,
mostrando uma maior contribuição das raízes que da parte aérea para o fornecimento de material
fresco (TEIXEIRA e BASTOS,1989).

Pode-se concluir, portanto, que o manejo adequado do pasto e a correção da fertilidade do solo são
passos fundamentais para que se consiga recuperar, através de aumentos na produtividade de
matéria seca, os níveis de MO.

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