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DEFINIÇÃO

Apresentação dos ciclos biogeoquímicos e dos elementos provenientes dessas reações


na natureza.

PROPÓSITO

Identificar as matérias coexistentes na biosfera, suas afinidades, propriedades e


modificações, estabelecendo relações entre seus aspectos biológicos, geológicos e
químicos.

OBJETIVOS

MÓDULO 1 MÓDULO 2 MÓDULO 3 MÓDULO 4

Identificar os ciclos Reconhecer o ciclo Reconhecer o ciclo Reconhecer o ciclo


biogeoquímicos e biogeoquímico da biogeoquímico do biogeoquímico do
seu impacto no água carbono nitrogênio
planeta

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INTRODUÇÃO

Você já se perguntou o que acontece quando os organismos morrem? Eles


desaparecem?

É comum ouvir respostas como: “Somos poeira estelar.”, “Do pó viemos e ao pó


voltaremos.” ou “A energia não é produzida nem destruída, apenas se transforma.”.

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OS CICLOS BIOGEOQUÍMICOS, OS SERES HUMANOS E O
PLANETA

Vamos entender melhor essa relação!

Para responder a esses questionamentos, é preciso saber que 99% das células vivas são
constituídas por nitrogênio, carbono, fósforo, enxofre, oxigênio e hidrogênio. Essas
substâncias interagem entre si e com o meio ambiente através de processos e trocas de
energias dos diferentes elementos da natureza no planeta Terra.

Os chamados ciclos biogeoquímicos* permitem que esses elementos sejam reciclados:


circulem do ambiente físico para o corpo dos organismos e retornem para o meio
ambiente, garantindo a continuidade da vida.

*Biogeoquímicos: O termo biogeoquímico refere-se aos principais componentes desses


ciclos: o ambiente geológico (atmosfera, oceanos, lagos, crosta terrestre), o biológico
(produtores, consumidores e decompositores) e o químico, com todas as reações que o
envolvem. Todos desempenham um papel nos ciclos e estão conectados.

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Para conservar o ambiente natural, precisamos modificar as ideias de benefício a todo
custo e de crescimento ilimitado que caracterizam nossa sociedade de consumo. Em
resposta aos efeitos negativos que o ser humano gera ao meio ambiente, são
desenvolvidas políticas ambientais mundiais com diferentes objetivos e mecanismos de
ação.

Em termos gerais, podemos identificar as seguintes:

Políticas de proteção e conservação

Preservam espaços naturais de alto valor ecológico por meio da criação de zonas de
proteção, como parques, reservas nacionais e monumentos naturais.

Políticas de correção

Agem em espaços deteriorados e propõem a purificação da água, a reciclagem de


resíduos, entre outras medidas.

Políticas de prevenção

Estabelecem controles para atividades prejudiciais ao meio ambiente e realizam


estudos de avaliação de impacto ambiental.

Essas medidas têm o objetivo de contribuir para o desenvolvimento sustentável, ou seja,


para o crescimento econômico e social, baseado na conservação e proteção ambiental a
fim de atender às necessidades do presente, sem comprometer o abastecimento das
gerações futuras.

Agora vamos tratar dos ciclos biogeoquímicos, seu conceito, principais características,
tipos e importância para a continuidade da vida.

AS TROCAS DE ENERGIA NO PLANETA TERRA

Em nosso planeta, ocorre uma série de processos e trocas de energia mediados por ciclos
biogeoquímicos, responsáveis pela renovação de diferentes elementos da natureza.
Porém, para entender melhor como isso acontece, é preciso conhecer os compartimentos
bióticos e abióticos que compõem o meio em que vivemos.

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O compartimento biótico, chamado de biocenose ou comunidade biótica, é constituído
por seres vivos reciprocamente ligados por cadeias tróficas em um ecossistema. É
formado por três grupos:

Produtores primários Consumidores Decompositores ou


desintegradores
São seres autotróficos, que Vivem, direta ou
produzem substâncias indiretamente, das São organismos
orgânicas a partir substâncias geradas pelos heterotróficos que
de substâncias produtores e, por isso, são consomem matéria
inorgânicas* (sais, minerais chamados heterotróficos. orgânica morta (plantas,
e cloretos), ou seja, Animais, bactérias e fungos animais e seus resíduos) e
sintetizam seus próprios pertencem a esse grupo. a decompõem em
alimentos. São exemplos componentes inorgânicos.
as plantas verdes (no Pertencem a esse grupo os
ecossistema terrestre) e as carniçais, que se alimentam
algas microscópicas ou de cadáveres; os
fitoplâncton (no coprófagos, que se
ecossistema aquático). alimentam de fezes; os
saprofágicos, que se
alimentam de matéria
podre; os detritívoros, que
se alimentam de detritos; e
mineralizadores ou
redutores, que reduzem os
compostos às formas mais
simples, como bactérias e
fungos.

*Substâncias inorgânicas: As substâncias inorgânicas não são feitas de carbono (salvo


raras exceções, como o carbonato de cálcio – CaCO3) e não são fabricadas por seres
vivos, mas pela natureza, por meio de reações químicas.

O compartimento abiótico, chamado de biótopo, é composto por substâncias inorgânicas


e inclui os materiais que formam a base da vida, como oxigênio, dióxido de carbono, água,
carbono, nitrogênio, fósforo, enxofre, potássio, cálcio e vários sais minerais, além da

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energia do Sol, especialmente. Sua estrutura espacial pode variar de acordo com os
ecossistemas (cavernas, lagos, praia, praia pedregosa etc.).

Existem cerca de quarenta elementos químicos essenciais para a vida na Terra. Eles
são convertidos, por meio dos seres vivos, em compostos orgânicos (biomassa)
que participam de reações fundamentais às atividades metabólicas dos
organismos. Esse processo de transformação e sua transferência entre os
diferentes compartimentos bióticos e abióticos do planeta é o que se denomina
de ciclos biogeoquímicos.

Por se tratar de um ciclo, os elementos


químicos inorgânicos podem se transformar e
ser incorporados novamente pela biota*. Essas
substâncias são provenientes de
minerais das rochas, da água, de gases
ou de compostos orgânicos - como
proteínas, gorduras ou açúcares -
produzidos, geralmente, por seres
vivos.

Os processos cíclicos baseados na


transformação de elementos
inorgânicos em orgânicos e vice-versa,
mediados pela atividade biológica de síntese e
degradação de matéria orgânica, são a base
das atividades biogeoquímicas da Terra.

*Biota: Trata-se do conjunto de espécies de plantas, animais e outros organismos que


habitam uma determinada área.

Os ciclos biogeoquímicos estão intimamente


relacionados aos processos geológicos,
hidrológicos e biológicos que ocorrem nos
diferentes compartimentos da crosta terrestre, a
exemplo da atmosfera (compartimento gasoso
acima do solo), da hidrosfera (águas interiores e
marinhas), da litosfera (rochas e solos) e da
biosfera (seres vivos e suas relações).

Principais esferas terrestres

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Excluindo eventos aleatórios (como a queda de meteoritos), que podem incorporar novos
elementos, nosso planeta é um sistema químico praticamente fechado, em que as
reações que sustentam a biosfera são alimentadas pela energia solar e, em menor grau,
pela energia dos processos geológicos internos, como vulcanismo, tectônica superficial e
profunda, convecção do manto e outros.

Devido à grande variedade de ecossistemas terrestres (continentais) e aquáticos


(marinhos), desde baixas latitudes quentes até altas latitudes frias, os processos
biogeoquímicos são muito diversos dadas as características geológicas e biogeográficas.

O termo ciclo biogeoquímico deriva do movimento cíclico dos elementos químicos que
formam os organismos biológicos (bio) e o ambiente geológico (geo).

O termo ciclo biogeoquímico deriva do movimento cíclico dos elementos químicos que
formam os organismos biológicos (bio) e o ambiente geológico (geo).

Veja as principais características desses ciclos:

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Podemos classificar esses ciclos e dividi-los em:

Ciclos biogeoquímicos sedimentares

Os nutrientes circulam na crosta terrestre (solo, rochas, sedimentos etc.), na hidrosfera


e em organismos vivos, e os elementos costumam ser reciclados mais lentamente do
que no ciclo do gás. Além disso, são transformados quimicamente com contribuição
biológica na mesma localização geográfica e retidos em rochas sedimentares por um
período que varia de milhares a milhões de anos. Exemplo: ciclos do fósforo e enxofre.

Ciclos biogeoquímicos gasosos

Os nutrientes circulam, sobretudo, entre a atmosfera e os organismos vivos. Em sua


maioria, os elementos são reciclados rapidamente no período de horas ou dias. A
transformação da substância envolvida altera sua localização geográfica e é fixada a

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partir de matéria-prima gasosa. Exemplo: ciclos de gás carbônico,
nitrogênio e oxigênio.

Ciclo biogeoquímico hidrológico

Trata-se do próprio ciclo da água (seres vivos, oceanos e atmosfera). Ao evaporar dos
oceanos em função da energia do sol, a água se condensa, forma nuvens e volta para a
terra na forma de chuva.

Você deve estar se perguntando a razão de estudar os ciclos biogeoquímicos, certo? O


que eles têm de importante?

Podemos dizer que:

• Tornam a vida possível;


• Permitem a circulação de matéria entre organismos;
• Regulam os elementos vitais para a Terra, que são usados repetidamente pelos seres
vivos;
• Fornecem os nutrientes necessários para a vida;
• Regulam o clima atmosférico.

A fim de estabelecer uma definição, podemos dizer que:

Os ciclos biogeoquímicos são o conjunto de mecanismos, circuitos, movimentos ou


deslocamentos de materiais ou substâncias químicas de um lugar para outro a fim
de garantir a reciclagem de nutrientes na biosfera, na litosfera, na atmosfera e na
hidrosfera.

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Verificando o Aprendizado

1. (FUVEST) Uma das consequências do efeito estufa é o aquecimento dos oceanos. Esse
aumento de temperatura provoca:

a) Menor dissolução de CO2 nas águas oceânicas, o que leva ao consumo de menor
quantidade desse gás pelo fitoplâncton, contribuindo, assim, para o aumento do efeito
estufa global.

b) Menor dissolução de O2 nas águas oceânicas, o que leva ao consumo de maior


quantidade de CO2 pelo fitoplâncton, contribuindo, assim, para a redução do efeito estufa
global.

c) Menor dissolução de CO2 e O2 nas águas oceânicas, o que leva ao consumo de maior
quantidade de O2 pelo fitoplâncton, contribuindo, assim, para a redução do efeito estufa
global.

d) Maior dissolução de CO2 nas águas oceânicas, o que leva ao consumo de maior
quantidade desse gás pelo fitoplâncton, contribuindo, assim, para a redução do efeito
estufa global.

Comentário

Parabéns! A alternativa A está correta.

O aumento da absorção de carbono pelas águas afeta diretamente a fauna e a flora dos
biomas aquáticos, pois altera não apenas sua temperatura, mas também a acidificação
da água e os níveis de oxigênio e nutrientes essenciais para a manutenção de um
ecossistema equilibrado.

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2. (UDESC) Com relação aos ciclos biogeoquímicos, analise as seguintes afirmativas:

I. No ciclo do carbono: as cadeias de carbono formam as moléculas orgânicas através


dos seres autotróficos que fazem fotossíntese. A seguir, o gás carbônico é absorvido,
fixado e transformado em matéria orgânica pelos produtores. Depois, o carbono volta ao
ambiente através do gás carbônico por meio da respiração.

II. No ciclo do oxigênio: o gás oxigênio é produzido durante a construção de moléculas


orgânicas pela respiração e consumido quando essas moléculas são oxidadas na
fotossíntese.

III. No ciclo da água: a energia solar possui um papel importante, pois permite que a água
em estado líquido sofra evaporação. O vapor de água, nas camadas mais altas e frias,
condensa-se e forma nuvens que, posteriormente, precipitam-se na forma de chuva,
retornando ao solo para formar rios, lagos, oceanos ou, ainda, infiltrando-se no solo para
formar os lençóis freáticos.

IV. No ciclo do nitrogênio: uma das etapas é a de fixação do nitrogênio, quando algumas
bactérias utilizam o nitrogênio atmosférico e fazem-no reagir com oxigênio para produzir
nitrito, que será transformado em amônia no processo de nitrificação.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.

b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.

c) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.

d) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.

Comentário

Parabéns! A alternativa D está correta.

No ciclo do oxigênio, os processos de fotossíntese liberam oxigênio para a atmosfera,


enquanto os processos de respiração e de combustão o consomem.

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O CICLO DA ÁGUA

A Terra possui aproximadamente 1,386 bilhão de km3 de recursos hídricos, dos quais
97,5% são compostos por água salgada. Dos 2,5% restantes de água doce, 69% estão
dispostos nas geleiras e 30% em aquíferos, demandando energia para sua retirada.
Apenas 1% é encontrado em lagos e rios, bem como cerca de 13.000 km3 estão na
atmosfera.

Por que é importante saber disso?

Porque a utilização desse bem precisa ser planejada e pensada para não prejudicar a vida
no planeta.

Nos últimos anos, muito ouvimos falar sobre a necessidade de economizar energia
e de reduzir as emissões de carbono. E isso tem feito com que a questão
água versus energia esteja se tornando uma das maiores preocupações
mundiais. (ROCHA, 2013).

Água e energia estão inteiramente conectadas, já que, para produzirmos eletricidade, uma
quantidade expressiva de água é consumida. Por outro lado, é indispensável a utilização
de energia para o tratamento e abastecimento de água. Além disso, a água é necessária
para a geração, exploração, processamento e transporte dos combustíveis fósseis.

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Outros usos estão relacionados à exploração de petróleo e gás, sistemas de refrigeração
em usinas termelétricas, produção de eletricidade em usinas hidrelétricas e no cultivo das
matérias-primas utilizadas na produção de biocombustíveis. Tudo isso necessita de
quantidades assombrosamente altas de água para sua obtenção.

Segundo o site da Agência Nacional de Águas - ANA, o Brasil possui, em comparação a


outros países do mundo, uma boa quantidade de água. Avalia-se que o nosso país possui
aproximadamente 12% da água doce existente, porém, a sua distribuição natural não é
equilibrada:

A região Norte concentra As regiões próximas do Oceano Atlântico,


aproximadamente 80% da quantidade de onde estão mais de 45% dos habitantes,
água disponível, mas apenas 5% da possuem menos de 3% dos recursos
população brasileira. hídricos do país.

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OS COMPONENTES DO CICLO HIDROLÓGICO

O ciclo hidrológico é definido como o processo integral dos fluxos de água, energia e
algumas substâncias químicas. A seguir, você pode observar os principais componentes
desse ciclo:

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CICLO BIOGEOQUÍMICO DA ÁGUA

Vamos conhecer o ciclo da água!

Como vimos, é possível dizer que temos um ciclo hidrológico externo e um interno.

CICLO HIDROLÓGICO EXTERNO

É caracterizado pelo vapor de água que evapora da superfície do mar, condensa-se e,


sob a forma de precipitação, cai nos continentes.

CICLO HIDROLÓGICO INTERNO

É limitado a uma determinada superfície continental, pois o vapor de água evaporado


dessa área se condensa e, sob a forma de precipitação, cai dentro dos limites da
mesma região.

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A fração de água que se infiltra na crosta terrestre pode seguir três rotas bem definidas:

1 Ser absorvida pelas raízes das plantas e tornar-se parte ativa de seus tecidos
ou ser transpirada de volta para a atmosfera.

2 Mover-se paralelamente à superfície terrestre através da área não saturada,


como um fluxo subterrâneo, até surgir nas nascentes.

3 Infiltrar-se até a área saturada, onde recarregará o armazenamento hídrico


subterrâneo.

As águas subterrâneas, limitadas em sua parte inferior por depósitos impermeáveis de


argilas, formações rochosas etc., não permanecem estáticas, mas se movem entre dois
locais com diferença de potencial.

Não podemos esquecer que a evaporação é um processo contínuo quase


estacionário, presente em todos os pontos da bacia, que varia desde a
evapotranspiração nos vegetais até a proveniente da superfície da Terra, dos corpos
abertos de água, dos principais fluxos e áreas secundárias, insaturadas e saturadas.

Vimos que o ciclo hidrológico compreende uma série de interações contínuas bastante
complexas e não lineares. Então, podemos defini-lo como a sucessão de estados pelos
quais a água passa no caminho da atmosfera para a Terra e no retorno à atmosfera. São
eles:

Evaporação do solo, mar ou superfície da água continental

Condensação

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Precipitação

Acumulação no solo e nas superfícies aquáticas

Evaporação

A GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

A água é um fator determinante para o desenvolvimento econômico e social e, ao mesmo


tempo, cumpre a função básica de manter a integridade do ambiente natural. Apesar
disso, ela é apenas um dos recursos naturais vitais e, portanto, é imperativo que essas
questões não sejam tratadas isoladamente.

Setores do governo e do setor privado precisam tomar decisões sobre a disponibilidade e


a alocação de água. Frequentemente, eles enfrentam uma oferta que diminui diante da
demanda crescente. Fatores como mudanças demográficas e climáticas também
aumentam a pressão sobre os recursos hídricos.

A abordagem fragmentada tradicional não é mais válida e uma abordagem holística do


gerenciamento da água se torna essencial. Essa é a base da Gestão Integrada de
Recursos Hídricos (GIRH), aceita internacionalmente como o caminho para o
desenvolvimento e gerenciamento eficiente, equitativo e sustentável de recursos hídricos
cada vez mais limitados a fim de atender às demandas concorrentes.

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Gestão Integrada de Recursos Hídricos (GIRH)

A GIRH é um conceito que decorre da própria experiência de campo de seus


profissionais. Embora muitos dos elementos desse conceito já estivessem presentes há
décadas — desde a primeira conferência global em Mar del Plata, em 1977 — somente
durante a Agenda 21 e a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, em 1992
no Rio de Janeiro, o GIRH foi objeto de debates profundos que incluíram suas
implicações na prática.

A definição dada pela Associação Mundial para a Água (GWP) da GIRH é hoje a mais
aceita: “A GIRH é um processo que promove o gerenciamento e desenvolvimento
coordenados da água, do solo e de outros recursos relacionados a fim de maximizar os
resultados econômicos e o bem-estar social de maneira equitativa, sem comprometer a
sustentabilidade dos ecossistemas vitais.”

Existem grandes diferenças entre regiões em termos de disponibilidade de água, desde a


extrema escassez nos desertos até a abundância nas florestas tropicais. Além disso, há
também oscilação em termos de fornecimento ao longo do tempo, como resultado de
variações sazonais.

Com muita frequência, o grau de variabilidade, o tempo e a duração dos períodos de


fornecimento, altos ou baixos, são imprevisíveis demais. Isso implica a falta de
confiabilidade do recurso, o que representa um desafio importante para a gestão
desse bem, seja de modo particular, seja para a sociedade como um todo.

Os países mais desenvolvidos superaram amplamente a variabilidade natural


com infraestrutura para gerenciar o fornecimento, o que garante um suprimento confiável
e reduz riscos, embora a um preço alto e, frequentemente, com um impacto negativo no
meio ambiente.

Muitos dos países menos desenvolvidos, e alguns dos desenvolvidos, perceberam que
considerar apenas a gestão da oferta não é adequado para atender a uma demanda cada
vez maior — causada por pressões demográficas, econômicas e climáticas. Em vista
disso, foram implementadas medidas de tratamento de águas residuais, reciclagem dos
recursos hídricos e gerenciamento de demanda.

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Existem, ainda, problemas A demanda por esse bem também é Em muitas regiões, a
relacionados à quantidade e aumentada em virtude do crescimento disponibilidade de água, tanto em
qualidade de água disponível, visto populacional e de outras mudanças quantidade quanto em qualidade,
que a contaminação das fontes é demográficas, como a urbanização, e está sendo severamente afetada
um dos principais problemas expansão agrícola e industrial pela variabilidade e mudança
enfrentados e representa uma resultante da modificação dos climática, com mais ou menos
ameaça à manutenção dos padrões de consumo e produção. chuvas, de acordo com as
ecossistemas naturais. Como consequência, algumas regiões diferentes regiões e maior
estão em estado permanente de níveis frequência de eventos climáticos
de demanda excedidos e muitas extremos.
outras sofrem com isso em épocas
críticas ou em anos de escassez de
água.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

3. No ciclo da água, usado para produzir eletricidade, a água de lagos e oceanos, irradiada
pelo Sol, evapora-se dando origem a nuvens e se precipita como chuva. É então
represada, corre de alto a baixo e move turbinas de uma usina, acionando geradores. A
eletricidade produzida é transmitida através de cabos e fios e é utilizada em motores e
outros aparelhos elétricos. Assim, para que o ciclo seja aproveitado na geração de energia
elétrica, constrói-se uma barragem para represar a água. Entre os possíveis impactos
ambientais causados por essa construção, devem ser destacados:

a) Aumento do nível dos oceanos e chuva ácida.

b) Chuva ácida e efeito estufa.

c) Alagamentos e intensificação do efeito estufa.

d) Alagamentos e desequilíbrio da fauna e da flora.

Comentário

Parabéns! A alternativa D está correta.

Apesar das usinas hidrelétricas utilizarem um recurso natural renovável e de custo zero,
como a água, e não poluírem o ambiente, elas alteram a paisagem, pois ocorrem grandes
desmatamentos, que provocam prejuízos à fauna e à flora. Além disso, para a construção
dessa fonte energética, muitas áreas verdes são inundadas e famílias são deslocadas de
suas residências.

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4. As plantas têm uma espécie de poros em suas folhas, chamados estômatos, que
permitem a transferência de gases, como vapor de água, de dentro para fora da planta.
Que função as plantas desempenham no ciclo da água?

a) Ajudam a circulação da água à medida que muda de um estado líquido para um estado
gasoso.

b) Transporte de água do solo para a atmosfera.

c) Transporte de água da atmosfera para o solo.

d) Produção de gotas sob a forma de chuva.

Comentário

Parabéns! A alternativa B está correta.

Um dos principais processos envolvidos no ciclo da água é a evaporação, dada pelos


efeitos do sol na superfície oceânica e terrestre, produzindo transpiração nas plantas e
nos animais. Durante esse processo, a água é transportada das raízes para as partes
aéreas das plantas através de tecidos especializados, representando, aproximadamente,
10% de toda a água evaporada que sobe para a atmosfera até se condensar, ser absorvida
e iniciar o ciclo novamente.

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O CICLO DO CARBONO

O carbono é um elemento integrante de todos os componentes orgânicos, o que o torna


essencial para todas as formas de vida conhecidas. Ele também é o elemento básico na
formação de moléculas de carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos nucleicos, uma vez
que todas as moléculas orgânicas são formadas por cadeias de carbono ligadas entre si.

Desequilíbrios nos ciclos de C, N e P causados por eventos naturais catastróficos


(impactos meteorológicos, vulcanismo) ou por atividades dos seres humanos
podem ter consequências importantes sobre a dinâmica e o funcionamento dos
ecossistemas.

Desde a Revolução Industrial (1760-1840), houve um crescimento exponencial do uso de


combustíveis fósseis e da agricultura intensiva, causando um desequilíbrio nos ciclos
biogeoquímicos de quase todos os elementos. O resultado disso se manifesta por meio
de fenômenos, como a deposição de N e o aumento da concentração do CO2 atmosférico
— o principal responsável pelo aquecimento global —, além das contribuições de P em
vários ecossistemas mundiais, afetando sua produtividade e biodiversidade.

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Estudos sobre os efeitos das mudanças globais na biogeoquímica do planeta têm se
tornado cruciais para qualquer planejamento de uso de recursos do ecossistema.

ETAPAS DO CICLO DO CARBONO

Na biosfera, o carbono pode ser encontrado como parte de matéria inorgânica, na forma
de carbonatos ou bicarbonatos, ou como componente de compostos produzidos pelo
metabolismo de organismos (matéria orgânica).

Para que você compreenda o ciclo do carbono, é preciso entender o conceito essencial
de biomassa.

A biomassa é um tipo de energia renovável proveniente do uso de matéria orgânica e


inorgânica formada em algum processo biológico ou mecânico das substâncias que
constituem seres vivos ou de seus restos. Podemos classificar a biomassa a partir do
material usado como fonte de energia:

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Biomassa Natural Biomassa Residual

Abrange florestas, árvores, arbustos, É o subproduto ou desperdício gerado em


plantas cultivadas etc. Por exemplo, uma atividades agrícolas, como poda ou
série de resíduos ou subprodutos de desbaste (lenha), silvicultura e pecuária,
fazendas florestais não são utilizados na bem como resíduos da indústria
fabricação de móveis ou papel, como agroalimentar (como casca de amêndoa e
pequenas folhas e galhos, podendo servir caroço de azeitona) e de processamento
como fonte de energia. de madeira (serragem).

Seja na forma de compostos estruturais ou de substratos de armazenamento de


energia, o carbono é o constituinte essencial da biomassa de todos os organismos
vivos conhecidos, uma vez que eles obtêm sua energia quebrando as ligações
químicas dos compostos orgânicos. A circulação dessas diferentes formas de C
entre os variados compartimentos da Terra é conhecido como ciclo do carbono.

Do ponto de vista metabólico, existem dois tipos de organismos: aqueles que produzem
sua própria biomassa para formar sua estrutura corporal e fabricar reservas de energia
(produtores primários ou seres autotróficos) e aqueles que obtêm biomassa de outros
organismos (seres heterotróficos).

As vias metabólicas mais importantes do planeta são a produção e a decomposição de


matéria orgânica por fotossíntese e por respiração, respectivamente.

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Fotossíntese

É a via que captura o dióxido de carbono (CO2) e libera oxigênio livre (O2), produzindo a
biomassa de organismos verdes, ou seja, daqueles que possuem clorofila (algas,
musgos e plantas) a partir do consumo de energia solar.

Respiração

É o caminho da degradação da biomassa e produz CO2 a partir do consumo de O2. Além


da fotossíntese, possível graças à energia solar, existem outras rotas de produção
primária mais comuns em áreas sem luz, como o fundo dos oceanos, chamadas vias
quimiossintéticas, realizadas por organismos que produzem biomassa a partir de
energia gerada por reações químicas e não pela radiação solar.

Esquema da fotossíntese

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A reação geral do processo de fotossíntese pode ser expressa da seguinte forma:

Existem vias metabólicas de degradação orgânica que não precisam de O2 (anaeróbicas)


e podem produzir não apenas CO2, mas também metano (CH4). Elas adquirem grande
relevância em áreas sem O2, como no fundo dos ecossistemas aquáticos, a exemplo de
oceanos e lagos.

A produção de CO2 por degradação orgânica pode ocorrer tanto por vias aeróbicas (mais
eficientes), na presença de O2 (respiração), quanto por vias anaeróbicas, que não
precisam de O2; enquanto a produção de CH4 é estritamente anaeróbica.

A matéria orgânica se acumula nos organismos vivos e nos ecossistemas, formando


grandes reservas de C no solo e sedimentos nas bacias dos lagos e oceanos.

Outra importante reserva de C da biosfera não é encontrada na biomassa, mas em


compostos carbonatados nas águas alcalinas dos mares e oceanos. O CO2 é uma
molécula altamente reativa que tende a reagir com a água e produzir ácido carbônico
(H2CO3), que pode ser convertido fisicamente e quimicamente (sem mediação biológica)
em bicarbonato (HCO3-) e carbonato (CO3-2).

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A contribuição dos ácidos orgânicos terrestres transportados pelas águas interiores,
como lençol freático e rios, e o aumento da atmosfera de CO2, resultante da atividade
metabólica e dos vulcões, podem se tornar ácidos ao reagir com a água, contribuindo para
o processo natural de acidificação dos oceanos.

A acidificação reduz o pH e aumenta as concentrações de H2CO3 (a forma ácida do


carbono inorgânico) na água, que pode ser convertida em CO2 na interface água-ar e
atingir a atmosfera. Esse processo não ocorre com reservas inorgânicas de carbono na
forma de bases dissolvidas no ambiente aquático (HCO3- e CO3-2).

O CO2 é a principal moeda da biogeoquímica global de carbono, movendo-se entre


sua forma livre e a que constitui as reservas de carbono orgânico e inorgânico.
Devido à sua capacidade de absorver o calor, alguns gases de carbono presentes
na atmosfera, especialmente CO2 e CH4, produzidos em ecossistemas terrestres e
aquáticos de diferentes vias metabólicas, contribuem para o efeito estufa, processo
fundamental para a manutenção da temperatura.

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CICLO BIOGEOQUÍMICO DO CARBONO

Vamos conhecer o ciclo do carbono!

Em resumo, as etapas mais importantes do ciclo do carbono são:

O carbono também é trocado entre os oceanos e a atmosfera. Isso acontece nos dois
sentidos da interação entre ar e água. Além disso, o ciclo do carbono possui processos
que variam de muito rápidos até muito lentos.

O CO2 vem de várias fontes. Por exemplo, as plantas absorvem dióxido de carbono para
madeira, galhos e folhas e o liberam para a atmosfera quando as folhas caem ou a árvore
morre.

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Atualmente, há uma preocupação relacionada aos combustíveis fósseis, que têm sido
responsáveis pelas grandes concentrações de CO2 liberadas na atmosfera a uma taxa
maior do que a capacidade do sistema climático de tolerar ou se adaptar.

Fontes de dióxido de carbono (Fonte: CIIFEN)

Segundo um estudo realizado pelo


Observatório Mauna Loa, o planeta
alcançou seu patamar mais crítico de
concentração de fontes poluidoras em
2019. A concentração de dióxido de
carbono (CO2) encontrada, então, na
atmosfera foi de 415 miligramas por litro
(mg/L). Veja a evolução no gráfico:

Concentração de dióxido de carbono


atmosférico. (Fonte: NOAA)

Segundo a National Oceanic Atmospheric Administration - NOAA, esse valor


representa a maior concentração dessa substância química no planeta desde os
primeiros apontamentos de vivência humana. A emissão de CO2 está relacionada à
queima de combustíveis fósseis e ao desmatamento.

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O que fazer?

As evidências científicas indicam A perda de cobertura vegetal, mesmo A regulação climática mediada
que, para reduzir significativamente que seja motivada pela geração de pelo ciclo do carbono está
as emissões de carbono na hidrelétrica ou por criação de diretamente ligada à manutenção
atmosfera, é essencial substituir o plantações para biocombustíveis, deve da biodiversidade, questão que
uso de combustíveis fósseis por ser analisada com muito cuidado deveria estar presente em qualquer
fontes alternativas de energia, devido às consequências planejamento sobre o uso de
como a solar, a eólica, o biogás ou potencialmente negativas dos recursos naturais a médio e longo
o hidrogênio. processos de desmatamento. prazo.
Além de todos os valores materiais e
intangíveis de biodiversidade, as taxas
de produção primárias da vegetação
são essenciais para regular o ciclo do
carbono e o clima do nosso planeta.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

5. Entre os processos listados abaixo, marque aquele em que não ocorre devolução do
dióxido de carbono à atmosfera.

a) Fotossíntese

b) Combustão

c) Respiração

d) Decomposição

Comentário

Parabéns! A alternativa A está correta.

A reação de fotossíntese produz açúcar, oxigênio e água. 6 CO2 + 12 H2O + energia


luminosa → C6H12O6 + 6 O2 + 6 H2O

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6. (ENEM 2015) Na natureza, a matéria é constantemente transformada por meio dos
ciclos biogeoquímicos. Além do ciclo da água, existem os ciclos do carbono, do enxofre,
do fósforo, do nitrogênio e do oxigênio. O elemento que está presente em todos os ciclos
nomeados é o:

a) Fósforo

b) Enxofre

c) Carbono

d) Oxigênio

Comentário

Parabéns! A alternativa D está correta.

O elemento que está presente em todos os ciclos citados é o oxigênio. No ciclo da água,
por exemplo, o oxigênio aparece constituindo essa molécula. No ciclo do carbono, por sua
vez, o oxigênio está formando, juntamente ao carbono, o gás carbônico. Também
podemos citar o ciclo do nitrogênio, em que o oxigênio aparece na composição dos
nitritos e nitratos.

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O CICLO DO NITROGÊNIO

A atmosfera é o principal reservatório


de nitrogênio (N), concentrando até
78% dos gases, mas a maioria dos
seres vivos não conseguem utilizá-lo.
A produção de aminoácidos e outros
compostos nitrogenados dependem
do nitrogênio presente nos minerais do
solo. Portanto, apesar da grande
quantidade desse elemento na
atmosfera, a escassez dele no solo é
um fator limitante para o crescimento
das plantas.

O processo pelo qual o nitrogênio circula pelo mundo orgânico e pelo mundo físico é
chamado de ciclo do nitrogênio.

O N é um elemento essencial para a vida em nosso planeta, uma vez que faz parte das
moléculas que constituem as proteínas (aminoácidos) e o código genético (ácidos
nucleicos) e é um componente basilar das enzimas, proteínas que permitem a maioria das
reações metabólicas de síntese e degradação da matéria orgânica.

A forma molecular de N (N2) constitui 78,1% da atmosfera da Terra e é o tipo de nitrogênio


mais abundante na Terra. Porém, é uma molécula praticamente inerte e não disponível
para a maioria dos organismos vivos.

Como N está ausente na maioria dos substratos primários (rochas da crosta terrestre), o
nitrogênio disponível para a biota deriva do processo conhecido como fixação de N, que é
basicamente a transformação de N2 atmosférico em nitrogênio reativo (Nr), o qual é
utilizável pelos seres vivos.

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Esse processo é realizado de forma natural, principalmente, por algumas espécies de
micro-organismos, tanto os de vida livre (em lagos, solos e sedimentos) como os
associados às raízes das plantas simbioticamente e, em menor medida, por relâmpagos.

O N2 da atmosfera acabaria gradualmente, Os incêndios florestais também podem


mas alguns micro-organismos são produzir uma saída importante de N para a
capazes de executar a desnitrificação. atmosfera, uma vez que cerca de 30% de
Nesse processo, utilizam-se formas todo o conteúdo de N contido na biomassa
reativas de N nas vias metabólicas que, afetada se volatiliza na forma de
em última análise, produzem como N2 através de um processo
subproduto o N2 que retorna à atmosfera, chamado pirodesnitrificação.
fechando o ciclo biogeoquímico nitrogênio
global.

AS FASES DO CICLO DO NITROGÊNIO

O ciclo do nitrogênio, como os outros ciclos biogeoquímicos, tem um histórico definido,


mas talvez ainda mais complicado do que os demais, visto que deve seguir uma série de
processos físicos, químicos e biológicos.

O nitrogênio é considerado o elemento mais abundante na atmosfera. Porém, dada sua


estabilidade, é muito difícil que reaja com outros elementos e, portanto, há um baixo
aproveitamento, motivo pelo qual a abundância passa para o segundo plano. É necessária
muita energia para desdobrar ou combinar o nitrogênio com outros elementos como
carbono ou oxigênio, por exemplo. Dois mecanismos podem desenvolver esses
processos e fornecer energia suficiente para formar nitratos (NO3):

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Descargas elétricas

Fixação fotoquímica (reproduzido nas plantas produtoras fertilizantes).

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Existe uma terceira forma de fixação de
nitrogênio que é realizada por bactérias que
usam enzimas em vez de luz solar ou
descargas elétricas. Essas bactérias podem
ser as que vivem livres no solo ou aquelas que,
em simbiose, formam nódulos com as raízes
de certas plantas (leguminosas) para fixar
nitrogênio, destacando os
gêneros Rhizobium ou Azotbacter, os quais
também atuam livremente.

Outro grupo importante são


os cianobactérias aquáticas (algas verde-
azuladas) e bactérias quimiossintéticas,
como o gênero Nitrosomas e Nitrosococus,
que desempenham um papel significativo no
ciclo de nitrogênio ao transformar amônio
em nitrito.

Já o gênero Nitrobacter continua com a


oxidação de nitrito (NO2-) em nitrato (NO3-),
que pode ser absorvido ou dissolvido em
água, passando assim para outros
ecossistemas. Todas as bactérias
pertencentes a esses gêneros fixam
nitrogênio, nitratos (NO3-) ou amônio (NH3).

Os animais herbívoros também sintetizam


suas proteínas a partir dos vegetais, ao
passo que os carnívoros a obtêm a partir
dos herbívoros.

Todos os seres vivos armazenam grandes quantidades de nitrogênio orgânico na


forma de proteínas, que retornam ao solo nos excrementos ou na decomposição
dos cadáveres.

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No metabolismo de compostos nitrogenados, os animais acabam formando íons amônio,
que são muito tóxicos e devem ser removidos para serem, posteriormente, transformados
por bactérias nitrificantes. Sua eliminação é feita na forma de:

AMÔNIA UREIA ÁCIDO ÚRICO

(alguns peixes e (humanos e outros (aves e outros animais de


organismos aquáticos) mamíferos) áreas secas)

A fixação de nitrogênio tem um papel muito importante na agronomia, já que os


agricultores dão um descanso a suas terras depois de um certo número de cultivos. Essa
prática antiga dá oportunidade às bactérias nitrificantes de transformar nitrogênio
atmosférico em compostos de nitrogênio utilizáveis para as plantas.

Ciclo do nitrogênio (Fonte: Khan Academy)

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CICLO BIOGEOQUÍMICO DO NITROGÊNIO

Vamos conhecer o ciclo do nitrogênio!

Nesse ciclo existem seis fases importantes, dentre as quais a assimilação não é realizada
por bactérias.

Fixação

A fase do ciclo em que o nitrogênio presente na atmosfera da Terra é integrado à


vegetação por meio de micro-organismos presentes no solo e em ambientes aquáticos
é chamada de fixação. Esse processo, no qual o N2 é convertido em amônio, é
representado da seguinte forma: N2 → NH4+

Essa fase é essencial porque é a única maneira de os organismos obterem nitrogênio


diretamente da atmosfera. Algumas bactérias, como as do gênero Rhizobium, são os
únicos organismos que fixam nitrogênio através de processos metabólicos. Essa
simbiose ocorre de uma maneira bem conhecida na família das leguminosas, como
feijão, ervilha e trevo.

Nitrificação

A nitrificação é a oxidação biológica de amônio com oxigênio, resultando em nitrito,


seguida pela oxidação desses nitritos em nitratos. Essa é uma etapa importante no
ciclo do nitrogênio nos solos.

A oxidação do amônio a nitrito e a subsequente oxidação a nitrato são feitas por duas
espécies de bactérias nitrificantes. A primeira etapa é realizada por bactérias dos
gêneros microbiológicos Nitrosomonas e Nitrosococcus, entre outras. O segundo
estágio (oxidação do nitrito em nitrato) é formado principalmente por bactérias do
gênero Nitrobacter e, em ambos os estágios, é produzida energia destinada à síntese de
ATP.

Esses micro-organismos nitrificantes são autotróficos e usam o dióxido de carbono


como fonte de carbono para crescer. Outro fator importante é a temperatura do solo e
seu PH. Ainda nessa fase, há a oxidação de bactérias nitrogenadas por outras que as
oxidam, transformando-as em amônio e outras em nitratos, sendo o segundo passo
representado da seguinte forma:

2 NH3 + O2 → 2 HNO2 + 2 H2O + Energia


2 HNO2 + 2 O2 → 2 HNO3 + Energia

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Assimilação

Na fase de assimilação, as plantas, através das raízes, absorvem nitrato ou amônia,


processam-nos e geram proteínas importantes para o consumo animal, visto que
aceitam o nitrogênio em seus corpos sem prejudicá-las.

Amonificação

A decomposição dos materiais orgânicos ocorre durante a amonificação. O desperdício


de alguns ajuda outros a absorverem indiretamente o nitrogênio na forma de amônia
processada em combinação com o ácido úrico e os organismos mortos que estão no
solo.

Imobilização

Nesta fase, o que não é inorgânico é incorporado ao nitrogênio para formar nitrogênio
orgânico, ocorrendo o oposto da nitrificação. As plantas não o absorvem porque não há
decomposição anterior e, portanto, não podem usá-lo.

Desnitrificação

Por último, temos a desnitrificação, que é a transformação biológica do nitrato em gás


nitrogênio, óxido nítrico e óxido nitroso. Esses são compostos gasosos e não são
facilmente acessíveis ao crescimento microbiano, logo, são normalmente liberados na
atmosfera. A desnitrificação biológica é uma reação respiratória anaeróbica, em que o
nitrato é removido pela conversão nos compostos citados.

Observe a seguir uma representação do ciclo do nitrogênio:

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Outra representação do ciclo do nitrogênio.

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VERIFICANDO O APRENDIZADO

7. (ENEM 2015) O nitrogênio é essencial para a vida, e o maior reservatório global desse
elemento, na forma de N2, é a atmosfera. Os principais responsáveis por sua
incorporação na matéria orgânica são micro-organismos fixadores de N2, que ocorrem de
forma livre ou simbiontes com plantas.
Adaptado de: Os grandes ciclos biogeoquímicos do planeta, de R. E. ADUAN et al.

Animais garantem suas necessidades metabólicas desse elemento pela:

a) Absorção do gás nitrogênio pela respiração.

b) Ingestão de moléculas de carboidratos vegetais.

c) Incorporação de nitritos dissolvidos na água consumida.

d) Transferência da matéria orgânica pelas cadeias.

Comentário

Parabéns! A alternativa D está correta.

Como o nitrogênio gasoso não pode ser absorvido pelos animais diretamente da
atmosfera, eles conseguem esse importante nutriente por meio da alimentação.

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8. (Fuvest-SP) No ciclo do nitrogênio, os seres que devolvem N2 à atmosfera são as
bactérias:

a) Que transformam nitritos em nitratos.

b) Desnitrificantes.

c) Que transformam resíduos orgânicos em amônia.

d) Decompositoras.

Comentário

Parabéns! A alternativa B está correta.

Nessa questão, observamos que foi abordada a desnitrificação, uma das etapas do ciclo
do nitrogênio. Nessa etapa, as bactérias conhecidas como desnitrificantes utilizam
nitratos para formar gás nitrogênio.

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CONCLUSÃO

Através de ciclos biogeoquímicos, a matéria circula pelos ecossistemas, ou seja, do meio


ambiente para os seres vivos e de volta ao meio ambiente. Os organismos vivos
selecionam elementos químicos com base em suas necessidades fisiológicas e a
captação desses elementos leva a transformações químicas lideradas por esses
organismos.

Por outro lado, os ciclos biogeoquímicos mantêm dinâmica a composição da matéria viva
e os demais componentes da biosfera. Assim, quando os organismos morrem, seus
componentes são renovados por processos químicos e geológicos para serem usados
por outros organismos vivos.

A Terra é um sistema fechado, onde não entra nem sai matéria. As substâncias usadas
não são perdidas, embora possam chegar a lugares onde são inacessíveis aos
organismos por um longo período. No entanto, a matéria quase sempre é reutilizada e
circula muitas vezes, dentro e fora dos ecossistemas.

CONTEUDISTA

Luciana Barreiros de Lima

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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HADIAN, S.; MADANI, K. The Water Demand of Energy: Implications for Sustainable Energy
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MCMAHON, J.E.; PRICE, S.K. Water and energy interactions. In: Annual Review
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ROCHA, G. O. et al. Química Sem Fronteiras: o desafio da energia. In: Quím. Nova, v. 36,
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ZHANG, C.; ANADON, L.D. Life cycle water use for energy production and its
environmental impacts in China. In: Environmental Science & Technology, n. 47, p. 14459-
14467. 2013.

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EXPLORE +

• El derecho humano al agua y al saneamento: notas para los medios, do Programa


da ONU – Agua
para la Promoción y la Comunicación en el marco del Decenio y Consejo de Colabor
ación para el Abastecimiento de Agua y Saneamiento.

• El derecho humano al agua, do Programa da ONU – Agua


para la Promoción y la Comunicación en el marco del Decenio (UNW-DPAC).

• Agua y Ciudades Hechos y Cifras, do Programa da ONU – Agua


para la Promoción y la Comunicación en el marco del Decenio.

• Decenio Internacional para la Acción ‘El agua fuente de vida’ 2005- 2015, do
Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (ONU-DAES).

• Crédito de carbono pode ser ‘pior do que não fazer nada' contra desmatamento,
aponta ProPublica, da BBC News Brasil, 2019.

• Créditos de carbono: como neutralizar quando emitido em eventos, do SEBRAE,


2019.

• Solo, de INPE/ELAT - Grupo de Eletricidade Atmosférica.

• Química da baixa atmosfera, de INPE/ELAT - Grupo de Eletricidade Atmosférica.

• Ciclos globais de carbono, nitrogênio e enxofre, de Química Nova Interativa, 2011.

• Situação da água no mundo, ANA - Agência Nacional de Águas.

• Como a planta consegue produzir seu próprio alimento?, de João Domingos


Rodrigues, Museu Escola do IB - UNESP.

• Fotossíntese, de Félix H. D. González, UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande


do Sul.

• Níveis de CO2 na atmosfera aumentaram de forma nunca vista antes, de Maria E.


Cury, Revista Exame, 2019.

• A liberação do metano ártico pode criar um cenário apocalíptico, de José


Eustáquio Diniz Alves, Portal EcoDebate, 2017.

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