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Introdução
A cadeia alimentar (ou cadeia trófica) é uma trilha ou sequência de alimen-
tos que relaciona espécies diferentes em uma comunidade. Numa cadeia
alimentar, a energia e os nutrientes passam de um organismo para outro,
ou seja, os seres vivos e o meio ambiente transferem e trocam continua-
mente energia e matéria. A principal fonte de energia dos ecossistemas é
a energia solar, a qual é captada pelos produtores (plantas ou microrga-
nismos), por meio da fotossíntese, e transformada em energia química.
Ou seja, os ecossistemas estão relacionados com a termodinâmica, pois
a energia não pode ser criada nem destruída, e sim transformada.
Neste capítulo, você vai compreender um pouco mais sobre os atri-
butos que caracterizam os ecossistemas, vai entender a diferença entre
produção primária e produção secundária e, ainda, vai diferenciar os
ciclos de nutrientes que ocorrem na biosfera.
afirma que a energia não pode ser criada nem destruída, mas somente trans-
ferida ou transformada (REECE et al., 2015).
Autótrofos: seres vivos que produzem o seu próprio alimento, ou seja, são capazes
de sintetizar compostos orgânicos a partir de compostos inorgânicos por meio de
fotossíntese ou quimiossíntese.
Heterótrofos: seres vivos que não são capazes de produzir o seu próprio alimento
e, por isso, necessitam ingerir ou absorver moléculas orgânicas pré-formadas de
outros seres vivos para obtenção de energia e síntese das biomoléculas de que
necessitam.
Reece et al. (2015) ressalta que a energia e a matéria são transformadas nos
ecossistemas por fotossíntese e relações de retroalimentação. Ao contrário da
matéria, a energia não pode ser reciclada. Dessa forma, um ecossistema deve
ser impulsionado pela entrada contínua de energia a partir de uma fonte externa
(que, na grande maioria dos casos, é o sol). A energia flui pelos ecossistemas,
ao passo que a matéria é reciclada dentro e por meio deles.
Quadro 1. Produtividade primária anual líquida (PPL) somada para cada um dos principais
biomas e para todo o planeta (em unidades de petagrama de carbono)
Tundra 0,8
Deserto 0,5
Cultivo 8,0
Produção secundária
Os animais apresentam grandes diferenças metabólicas e comportamen-
tais. Desse modo, o estudo da produção secundária é muito mais complexo
que os estudos sobre a produção primária. Na grande maioria dos casos,
o estudo da produção secundária tem sido conduzido em comunidades de
organismos de pequeno porte e de elevado metabolismo, que possibilitam
que o pesquisador obtenha os dados necessários em um curto espaço de
tempo. A fim de ilustrar a complexidade da produção secundária, a Figura 2
apresenta um esquema ilustrando as relações entre ingestão, assimilação,
excreção e produção secundária.
56 Princípios acerca dos estudos dos ecossistemas e visão sistêmica
Uma parte dos átomos de carbono e oxigênio que uma planta absorve do ar
como CO2 pode ter sido liberada na atmosfera pela respiração de um organismo
em um local distante. Outros elementos, incluindo fósforo, potássio e cálcio, são
muito pesados para existir na forma gasosa na superfície da Terra. Em ecossistemas
terrestres, esses elementos circulam mais localmente, absorvidos do solo pelas
raízes das plantas, e retornam ao solo pelos decompositores. Em sistemas aquáticos,
porém, eles circulam mais amplamente na forma dissolvida levada por correntezas
(REECE et al., 2015).
Na prática
Mas você sabe como ocorre o ciclo do carbono? Esse ciclo é relativamente
rápido: estima-se que a renovação do carbono ocorra a cada 20 anos. De acordo
com Reece et al. (2015), esse ciclo tem uma importância biológica, pois é o
carbono que forma o esqueleto das moléculas orgânicas essenciais para todos
os organismos. Os principais reservatórios de carbono incluem combustível
fósseis, detritos e sedimentos de ecossistemas aquáticos, os oceanos (compostos
de carbono dissolvido), biomassa animal e vegetal e a atmosfera (CO2). Os
maiores reservatórios são as rochas sedimentares, como a pedra calcária, mas
esse reservatório é movimentado muito lentamente.
Todo o processo inicia quando os organismos autótrofos (os quais produzem
seu próprio alimento) e, principalmente, as plantas absorvem o gás carbônico da
atmosfera, utilizando-o para realizar a fotossíntese. Depois disso, o carbono é
devolvido ao ambiente, na mesma velocidade em que é sintetizado (consumido)
pelos produtores, pois a devolução de carbono ocorre continuamente por meio
da respiração durante a vida dos seres.
60 Princípios acerca dos estudos dos ecossistemas e visão sistêmica
O nitrogênio, por sua vez, faz parte dos aminoácidos, proteínas e ácidos
nucleicos e, geralmente, é um nutriente limitante de plantas. O principal
Princípios acerca dos estudos dos ecossistemas e visão sistêmica 61
O homem utiliza os recursos hídricos de diferentes maneiras e com diversos fins, como,
por exemplo, para abastecimento de água, irrigação de lavouras, lazer e despejo de
águas residuais brutas. Essa última atividade ocasiona a eutrofização dos mananciais
hídricos, geralmente, devido ao excesso de nutrientes (principalmente fósforo e ni-
trogênio), conforme mencionam Macedo e Sipaúba-Tavares (2010).
Braga et al. (2005) define a eutrofização como o crescimento excessivo das plantas
aquáticas, tanto planctônicas quanto aderidas, a níveis tais que seja considerado como
causador de interferências nos usos desejáveis do corpo d’água.
Para saber mais a respeito da eutrofização de recursos hídricos, assista o vídeo a seguir:
https://goo.gl/MgEWme
Princípios acerca dos estudos dos ecossistemas e visão sistêmica 63
Leituras recomendadas
BRAGA, B. et al. Introdução à Engenharia Ambiental: o desafio do desenvolvimento
sustentável. São Paulo: Pearson, 2005.
MACEDO, C. F.; SIPAÚBA-TAVARES, L. H. Eutrofização e qualidade da água na piscicultura:
consequências e recomendações. Boletim do Instituto da Pesca, v. 32, n. 2, p. 149-163,
2010. Disponível em: https://www.pesca.sp.gov.br/36_2_149-163rev.pdf. Acesso em:
21 set. 2018.
ROSA, R. S.; MESSIAS, R. A.; AMBROZINI, B. Importância da compreensão dos ciclos bio-
geoquímicos para o desenvolvimento sustentável. São Paulo: USP, 2003. Disponível em:
http://www.iqsc.usp.br/iqsc/servidores/docentes/pessoal/mrezende/arquivos/EDUC-
-AMB-Ciclos-Biogeoquimicos.pdf. Acesso em: 21 set. 2018.
SANTOS, M. A. S. Termodinâmica. 2018. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/
fisica/termodinamica.htm. Acesso em: 21 set. 2018.
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