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FOTOGRAFANDO SABERES: REFLEXÕES POÉTICAS DURANTE O ENSINO

REMOTO

Radamés Alves Rocha da Silva1

Resumo:

Este relato apresenta uma experiência de docência na disciplina de Arte sob


a forma de um projeto intitulado “Fotografando Saberes: reflexões poéticas
durante o ensino remoto”, nas turmas do Ensino Médio Regular e Educação
de Jovens e Adultos (EJA), na Escola Cidadã Integral Antônio Coelho
Dantas, da rede estadual de ensino do Governo do Estado da Paraíba.
Aconteceu durante os três primeiros bimestres letivos de 2021, sob a forma
de ensino remoto, em virtude dos protocolos instaurados pela pandemia da
COVID-19. O tema foi trabalhado dentro do processo de ensino e
aprendizagem, a partir das referências da Abordagem Triangular no Ensino
das Artes e Culturas Visuais, de Ana Mae Barbosa (2010).

Palavras-Chave: Fotografia, Artes Visuais, Ensino Remoto, COVID-19,


Resistência.

Abstract:

In this report we describe a teaching experience in the discipline of Art in


the form of a project entitled “Photographing Knowledge: Poetic reflections
during remote education”, in a Regular High School and Youth and Adult
Education (EJA) classes, at Escola Cidadã Integral Antônio Coelho
Dantas, from the state education system of the State of Paraíba. The study
was carried out during the first three academic semesters of 2021,
remotely, due to the protocols established by the COVID-19 pandemic.
The theme was worked within the teaching and learning process, based
on the references of the Triangular Approach in the Teaching of Visual
Arts and Cultures, by Ana Mae Barbosa (2010).

Keywords: Photography, Visual Arts, Remote Learning, COVID-19,


Resistance.

1. Introdução

Este relato apresenta uma experiência de docência na disciplina de Arte sob a


forma de um projeto intitulado “Fotografando Saberes: reflexões poéticas, durante o
ensino remoto”, nas turmas do Ensino Médio da modalidade de ensino regular e
Educação de Jovens e Adultos (EJA), no período noturno, na Escola Cidadã Integral

1
Doutor em Artes Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-
USP/2019). Professor substituto do curso de Artes Visuais da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE) e professor de Arte do Governo do Estado da Paraíba.
Antônio Coelho Dantas, da rede estadual de ensino do Governo do Estado da Paraíba
e localizada na cidade de Nova Palmeira, com uma população em torno de 5000
habitantes, na região do Seridó Oriental Paraibano, estando a 250 km da capital João
Pessoa.
Foi desenvolvido durante os três primeiros bimestres letivos de 2021, sob a
forma de ensino remoto, em virtude dos protocolos instaurados pela pandemia da
COVID-19. O Projeto versou por interlocuções com diversos eixos transversais, por
meio de práticas artísticas-pedagógicas, como:
• Discussões sobre direitos humanos e diversidade;
• Atitudes direcionadas à promoção do protagonismo juvenil;
• Sustentabilidade;
• Inclusão digital;
• Educação inclusiva;
• Atividades artísticas e poéticas;
• Estratégias de combate à evasão escolar e busca ativa;
• Competências Socioemocionais;
• Temas Transversais.
Suas ações tiveram forte cunho interdisciplinar, com enfoque na área de
Linguagem e suas Tecnologias, e, também nos conceitos da área de Ciências
Humanas Sociais e Aplicadas. Constituiu-se num convite à reflexão sobre a atual
situação de risco à vida humana, imposta pela pandemia da COVID-19 que, além de
afetar drasticamente vários setores da sociedade, provocou uma mudança ainda em
construção nos processos de ensino e aprendizagem, sob a forma de ensino remoto
ou híbrido. Entre todos os outros problemas gerados por esta situação e pelas
complexidades políticas vividas, a sala de aula precisou reinventar-se, diante do
isolamento social. E a internet demonstrou ser uma das alternativas para que a
Educação continuasse a funcionar: lives, podcasts, reuniões em videoconferência,
exposições virtuais, museus digitais on-line e ferramentas tecnológicas.
A partir deste contexto e do impacto das mudanças em nosso cotidiano, além
de pela necessidade de encontrar novos rumos e restaurar a esperança em dias
melhores, vimos nesta oportunidade e por meio do envolvimento com a Arte, registrar
e resgatar nossos saberes, nossos conhecimentos diários, nossa ancestralidade, de
acordo com as histórias de vidas de cada um; reavivar as memórias; refletir sobre
nossa identidade social e poética; perceber nossas experiências que se
movimentaram como processos de resistência para nossa existência.
Nesta situação problema, a escolha desta temática como intervenção para qual
a interferência da escola se apresenta como possível e plausível solução para motivar
os debates sobre as questões relativas para a qual a Arte/Educação, como um lugar
de pesquisas, relatos, vivências, trocas e práticas artísticas autorais entre alunos e
professores.
O tema foi trabalhado e articulado dentro do processo de ensino e
aprendizagem e explicitado por intermédio de ações em três eixos norteadores, a
partir das referências da Abordagem Triangular no Ensino das Artes e Culturas Visuais
de Ana Mae Barbosa (2010). A metodologia aplicada compreendeu o contato com a
produção visual de diversos artistas contemporâneos; a interpretação em forma de
produções artísticas dos alunos com técnicas e materiais acessíveis; a observação e
a apreciação das produções nos murais virtuais; estimulou a socialização via oralidade
crítica e construtiva; a opinião por meios de comentários em registros escritos; o
aprimoramento das técnicas fotográficas como registro visual, em confluência com as
habilidades socioemocionais e as competências adquiridas e a educação digital, na
interação pelas interfaces das ferramentas tecnológicas utilizadas.
Este projeto proporcionou, de modo muito positivo, um processo criativo e
educacional dos alunos, por meio de uma imersão em várias linguagens artísticas que
promoveram o protagonismo, de forma autoral e crítica. Revelou resultados
qualitativos para uma melhoria no processo de ensino e aprendizagem no formato
remoto, chegando a um patamar que minimizou a evasão escolar, e consolidou a
participação ativa, mesmo mediante problemas tecnológicos enfrentados, como o uso
de dispositivos eletrônicos ineficazes por parte dos alunos e o acesso sem condições
isonômicas ao sinal de internet, pois boa parte do público reside na zona rural.
As estratégias metodológicas foram desenvolvidas entre atividades síncronas
e assíncronas, com aulas expositivas e dialogadas, via videoconferência pela
plataforma Google Meet, e incluíram reflexões em grupo, leituras e análises de
imagens e textos com aportes artísticos, consolidados e experienciados, por sua vez,
em atividades práticas individuais e coletivas. Os encontros por séries do Ensino
Médio eram de 50 minutos e uma vez por semana. Alternarmos várias atividades nos
encontros. Em um deles, aconteceu a imersão nas obras dos artistas, leitura de
imagem, contextualização e discussão das propostas. E na semana seguinte, a
socialização, com um riquíssimo espaço de oralidade para aprimorar a escuta e a fala,
bem como apreciar e valorizar a produção individual e a coletivo, sistematizar os
conceitos, afinar os olhares e valorizar as competências e habilidades.
Foram organizados oito murais interativos na plataforma do Padlet, como
exposição virtual e apresentação cultural sobre a temática em estudo, seguidos de
socialização e leitura das produções de cada aluno, via videoconferência no Google
Meet e atendimentos individuais, via WhatsApp. Incrivelmente e surpreendentemente,
foi possível criar momentos de ensino e aprendizagem significativos e com progressos
exitosos na troca de conversas pelo aplicativo.

2. Os murais interativos e as socializações poéticas

Para ilustrar este relato, utilizaremos alguns prints de tela dos murais, que
exemplificaram o processo criativo dos alunos, deixando também os links de acesso
ao público, por meio dos/as quais eles compartilharam e socializaram suas produções.
Selecionamos alguns trabalhos, que revelam a riqueza e diversidade artística
via processos criativos. É importante ressaltar e dar os devidos créditos aos alunos,
visto que para muitos foram as primeiras realizações desta natureza, ou seja, nenhum
dos alunos tivera, até então, uma experiência anterior. Ainda sem domínio das
interfaces, a cada produção, eles enviavam os registros fotográficos das produções
artísticas via WhatsApp particular do professor que, ao lançar no mural interativo, eram
alimentados com a foto autoral, nome e série. A interação, nos primeiros momentos,
ocorria com curtidas nas publicações. Meses depois, quando todos foram se
familiarizando em realizar login e tiveram seus e-mails institucionais construídos, é
que a interação foi contemplada com as postagens de comentários, como pequenos
textos de opinião ou relatos do processo.
O primeiro trabalho que ilustraremos aqui, foi uma proposta de imersão ao trabalho
da professora e artista Élida Tessler, do Departamento de Artes Visuais e do Programa
de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFRGS, intitulado “Você me dá uma palavra?”.
Nele, a artista pede para que o interlocutor escreva, num prendedor de roupas de
madeira, uma palavra de sua língua materna. As palavras são expostas em um único fio,
que já exibiu suas memórias por diversas exposições nacionais e internacionais.
Essa imersão no trabalho, idealizada pela professora Rosa Iavelberg, da
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, consiste em convidar os alunos
a escolherem uma lista de palavras que expressem os sentimentos, as angústias, as
dores, os medos, as tensões e tudo que nos privou, neste momento, de confinamento
social. Neste caso, materializadas em um varal não convencional, e que de certa forma,
apresentasse sua primeira identidade dentro do Projeto Fotografando Saberes.
Na apresentação da proposta, realizamos uma leitura de imagem dos trabalhos
da artista Élida Tessler; explicitamos como realizar a escolha de materiais que
estivessem a disposição nos domicílios para a produção do varal, enfatizando no
cumprimento dos protocolos da COVID-19; definimos as orientações básicas para o
registro fotográfico e que muitas vezes foram afinadas nas trocas de conversas pelo
WhatsApp; apresentamos a ferramenta tecnológica do Padlet como mural interativo para
a construção da exposição virtual e a socialização na aula seguinte.
Selecionamos alguns trabalhos do primeiro mural (vide figura 1), que
apresentam narrativas significativas que, embora com seus conteúdos
autobiográficos, muito mais nos aproximaram do que nos distanciaram, visto que são
retratos do coletivo da sociedade, os quais, em alguns aspectos, reconhecemos como
retratos do cotidiano ou como preces esperançosas por dias melhores.

Figura 1 - "Você me dá uma palavra?" - imersão na obra de Elida Tessler. Print de tela do meet,2021

Destacamos o trabalho da aluna Maria da Guia (vide figura 2), cujo varal foi
construído com ovos de galinha caipira. Verificamos nitidamente uma preocupação
estética, que não podemos afirmar absolutamente se foi inconsciente ou intencional,
desde a organização dos ovos enfileirados e o forro do fundo com um pano de prato, até
na escolha das tampinhas de garrafas plásticas da mesma cor, como base para os ovos,
destacando a palavra AMOR, ao escrevê-la no ovo de única cor diferente dos demais.
Na socialização do meet, foi perguntado como ela adquiriu os ovos e de onde partiu essa
ideia. E ela nos disse que estava tímida em nos revelar, mas relatou que: “eu olhei pela
casa e vi que o que eu mais tinha eram os ovos das galinhas que eu crio.” A partir desta
fala, abriu-se a oportunidade de falarmos sobre a arte do cotidiano. Era fundamental que,
na socialização, além de fortalecer o espaço da oralidade, fossem evidenciados estes
elementos fundantes da linguagem visual e assim, validado o processo criativo dos
alunos.

Figura 2 – Varal da aluna Maria da Guia, 1º/2ºEJA, 2021.

No trabalho do aluno Nando Soares (vide figura 3), vemos que as palavras-chave
foram substituídas por objetos de identificação social: carteira de identidade, título de
eleitor, carteira do CPF e embalagem para guardar. Na socialização foi questionado
sobre o reflexo na foto da identidade e o último prendedor que faltava um objeto. E ele
nos disse: “O reflexo foi de propósito para que minha identidade não fosse revelada, mas
também, assim pudesse ser de qualquer pessoa. E o último prendedor, vazio, no qual
faltava o objeto era para representar o dia de amanhã que ainda não está construído.”

Figura 3 – Varal do aluno Nando Soares, 1º/2ºEJA, 2021.

No trabalho de Eliane Santos (vide figura 4), ela nos relatou que o uso do pisca-
pisca não era só um resgaste das lembranças das luzes nas festas de fim de ano, mas
também uma antecipação do desejo de que este momento chegasse logo com um
período de paz. E esclareceu que o sapatinho de bebê trançado com lã na ponta de seu
varal, simbolizava a vida nova que estava para chegar na família dela com o nascimento
da sobrinha. Era a certeza de dias melhores e de renovação.

Figura 4 – Varal da aluna Eliane Santos, 2ºC, 2021.

As socializações foram uma oportunidade de expressar, de falar sobre as dores e


mágoas, a partir do confinamento que tanto nos privou do social. Foram momentos de
muita sensibilidade, de entrega, de autoconhecimento, de escuta e fala ativa, de partilha
dos mesmos sentimentos. A religiosidade também se fez muito presente, pois a maioria
das palavras-chave tinham uma natureza de prece em forma de oração para a cura desde
as enfermidades físicas até as psicológicas. Convidamos você, leitor, a acessar o link e
a apreciar o mural para certificar-se desta diversidade de trabalhos tão peculiares.
Outra visualidade muito pertinente nos varais, foi o uso de elementos naturais.
Esta observação desencadeou a segunda proposta de atividade intitulada “Horizontes
Expandidos: paisagem da janela” (vide figura 5). Também foi uma oportunidade de refletir
sobre o confinamento social, tendo a janela como o espaço físico da casa para um
momento de acalanto, de colo, de olhar o mundo e esperançar por dias melhores com o
advindo da vacina. Na socialização dos registros fotográficos das janelas, foram bem
recorrente as formações de chuvas, e nas falas dos alunos era nítida a alegria do que
isto representava para eles: o plantio e a colheita das roças, a água em abundância, as
mudanças na paisagem.
Foi também o momento de conceitos geográficos serem discutidos tais como:
horizontes, relevo, tipos de vegetação, zona urbana e zona rural. E trazer à consciência
as riquezas de seus sítios históricos com pinturas rupestres nas serras que circundam a
cidade de Nova Palmeira e os minérios característicos da região. O mural seguinte foi
intitulado de “Paisagem Sonora”, e consistia em gravar como mensagem de áudio o
barulho ou o som ambiente da janela fotografada, para um processo de sensibilidade
para a escuta. Esta atividade foi desafiante para o aluno com deficiência auditiva na turma
da 3ª série. Durante os meets ele foi acompanhado por um professor intérprete de Libras
e a solução, construída em conjunto entre professor e aluno, foi dele realizar a gravação
a partir da percepção tátil de vibrações do seu ambiente domiciliar.

Figura 5 – Horizontes Expandidos: paisagem da janela. Print de tela,2021

A atividade seguinte, intitulada de “Selfie sombreada” (vide figura 6), teve como
objetivo uma aproximação do retrato convencional, mas ainda sem revelar a identidade.
Nesta oportunidade, discutimos conceitos sobre iluminação, sobre a trajetória do sol no
céu, como se formam as sombras e as silhuetas, sobre ângulos e a incidência da luz.

Figura 6 - "Selfie sombreada”. Print de tela,2021


Seguindo as mesmas intenções de revelar aos poucos a sua identidade, a próxima
atividade teve uma imersão na vida e obra do artista popular “Véio”. É o apelido de Cícero
Alves do Santos, um escultor sergipano que utiliza troncos e galhos, e com a aplicação
de cores intensas dá vida a figuras híbridas e seres imaginários em madeira. O trabalho
do artista inspirou os alunos para, a partir da técnica do boneco graveto, construírem um
autorretrato, desde a escolha de um graveto com proporções físicas similares à aplicação
de acessórios ou de vestuário com linhas e barbantes, revelando seus gostos e
peculiaridades com a arte da moda. (vide figura 7)

Figura 7 – Autorretrato na técnica do boneco graveto - imersão na obra do Véio. Print de tela, 2021

Para fortalecer a identificação com a riqueza e a diversidade dos recursos naturais


da região com potencialidade para a criação artística, a atividade seguinte promoveu uma
imersão na proposta artística da Land Art, conhecida como Arte da terra. Realizamos a
leitura de imagem de obras clássicas dos artistas Robert Smithson, Nils Udo, Richard
Long, Andy Goldsworthy, Jim Devevan, Tony Plant, Ugo Rondinone e Martin Hill. Durante
a socialização, evidências de brincadeiras rememoradas da infância foram marcantes
nas narrativas. (vide figura 8)
A penúltima atividade teve como proposta uma ilustração com café líquido.
Realizamos a imersão como inspiração no projeto Coffee Monsters do artista Stefan
Kuhnigk, nos cartões postais de Ink Julep e Jenn Perg, nos retratos com manchas de
café de Red Hongyi e nas aguadas com café do pernambucano Abraão Figueiredo. Esta
produção foi a que revelou mais dificuldade de aplicação e resultados não tão
significativos.
Figura 8 – Land Art: “A arte da terra”. Print de tela,2021

O último exercício (vide figura 9), contemplou duas propostas de autorretrato: a


imersão na Fotopintura e as selfies com efeitos a partir dos aplicativos de celulares e das
redes sociais. Apresentou uma provocação a mais, pois ao se registrar, o aluno se
colocou no mundo e disponível a ser visto por outra pessoa. Mas de que maneira? Era
preciso refletir qual o efeito iria decidir que fosse visto! Qual rosto eu vou vestir para essa
outra pessoa? Que pose eu vou fazer? Os alunos buscaram uma diversidade de
possibilidades. Desde uma cara séria de quadro formal como a estética apreciada nas
fotopinturas, típicas da arte popular, ou se autoafirmar. O autorretrato digital foi um se
colocar no mundo e o efeito escolhido foi uma forma de tentar poetizar esse se colocar
no mundo.

Figura 9 – Fotopintura e autorretrato digital. Print de tela do meet,2021


3. Conclusão

Neste projeto, o próprio professor teve de se desconstruir e reconstruir inúmeras


vezes e sob muitas dimensões. Na quase totalidade, os alunos acessavam os meets por
celulares e, com visualização em tela muito reduzida. Os desabafos desgostosos em
relação às conexões de internet, contribuíram, em momentos de tensão e desânimo, por
frustrar o acompanhamento da aula. Portanto, sempre ao final de cada encontro on-line,
era compartilhado um resumo da aula via WhatsApp, com links de acesso aos materiais
compartilhados e às instruções das atividades. Esta experiência nos trouxe questões
limitadoras e esclarecedoras, a exemplo do envio de PDFs, imagens e aplicativos para
downloads. Era também impossível para alguns realizar este processo, pois a maioria
tinha dispositivos com pouca memória.

Figura 10 – Bate papo com o aluno Juvenal, 3ºEJA. Print de tela do WhatsApp,2021

Foi no WhatsApp, com atendimentos individuais, que tudo se afinava e era


resolvido. A exemplo da conversa com o aluno Juvenal (vide figura 10), vemos o quanto
eles são abertos com relação às orientações e à necessidade de refazer as atividades,
como os registros fotográficos, aprimorando a técnica, afinando o olhar e reconhecendo
seus progressos. É interessante que até hoje ainda não tivemos a oportunidade do
encontro presencial, mas aos poucos a tela do celular foi oportunizando as aproximações
sociais, foi criando imagens afetivas interpessoais, mesmo que ainda incompletas, isto é,
sem o cheiro, sem o calor humano, sem a dimensão física total.
Por último, é pertinente mencionar que as montagens dos murais virtuais e a
construção das conversas individuais, via WhatsApp, oportunizaram uma busca ativa que
garantiu a participação e o risco de evasão, posto que a aula via videoconferência no
meet, tem suas falhas, como já mencionadas. “Fotografando saberes: reflexões poéticas
durante o ensino remoto”, tem uma subjetividade pautada nestas relações interpessoais,
que refletem este deslocamento ou melhor, é como se fôssemos lançados para uma
articulação do olhar interdisciplinar.

4. Referências

Autorretrato de graveto: imersão na obra do artista "Véio". Disponível em:


<https://padlet.com/radamesrocha/a3dewe77i1ndwur >. Acesso: 20 set 2021

BARBOSA, Ana Mae; CUNHA, Fernanda Pereira (orgs.) A Abordagem Triangular


no Ensino das Artes e Culturas Visuais. São Paulo: Cortez, 2010
023.

Fotopintura e autorretrato digital. Disponível em:


<https://padlet.com/radamesrocha/xvh5i0e3ttxsc9fr >. Acesso: 20 set 2021

"Horizonte Acústico: Paisagem sonora na janela.” Disponível em:


<https://padlet.com/radamesrocha/36gwgbk09mp1xvdw >. Acesso: 20 set 2021

"Horizontes Expandidos: paisagem da janela.” Disponível em:


<https://padlet.com/radamesrocha/tumnccyiudfr0zi9 >. Acesso: 20 set 2021

Ilustração com mancha de café. Disponível em:


<https://padlet.com/radamesrocha/9emr0z1zcsbq4n88 >. Acesso: 20 set 2021

Land Art - "A Arte da terra". Disponível em:


<https://padlet.com/radamesrocha/25l31goojvqczkif >. Acesso: 20 set 2021

“Selfie sombreada.” Disponível em: <https://padlet.com/radamesrocha/6g45oxzhbuqo6wnk


>. Acesso: 20 set 2021

"Você me dá uma palavra?" - imersão na obra de Élida Tessler. Disponível em:


<https://padlet.com/radamesrocha/hwa6ebcvttw5ubos >. Acesso: 20 set 2021

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