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PROJETO INTEGRADOR

GRAJAÚ EM MOVIMENTO

Tema: Aula pública nas vielas, ruas e áreas do jardim Lucélia e proximidades -
Periferia, arte e cultura como ferramenta de resistência e transformação.

Justificativa

Diante de uma sociedade em constante transformação, com a presença de


tecnologias e inovações cada vez mais frequentes no cotidiano do educando,
juntamente com as novas demandas do ensino médio, tornou-se urgente a
desconstrução da educação bancária e de seus métodos tradicionais enraizados na
prática pedagógica. Diante disso, a fim de atingir e tornar o processo de ensino-
aprendizagem mais significativo para o estudante, os respectivos professores da PEI
Eurípedes Simões de Paula, criaram um projeto que trabalhe os itinerários formativos
de maneira interdisciplinar, inserindo de maneira integradora temas como
sustentabilidade, identidade, ocupação insalubre, ausência de políticas públicas, arte,
cultura, paisagem local, história do bairro, habitação, diferenças étnico-raciais étnico-
culturais e movimentos sociais de coletivos culturais e artísticos, com a finalidade de
desconstruir no educando as visões estereotipadas acerca da periferia e
consequentemente a da sua própria identidade. Para tanto a metodologia usada não
poderia ser nos moldes tradicionais, de modo que, se criou um formato que abordasse
as circunstâncias da realidade periférica, dialogando com os diversos objetos de
conhecimento contemplados dentro dos componentes curriculares, com a clareza de
que atravessar os muros da escola como um dos possíveis caminhos promissores
para o debate que se impõe na sociedade atual.

Objetivo geral
Instigar no público-alvo o desejo de mudar os baixos índices de qualidade de
vida na comunidade. Deixando o legado de reflexão acerca da ausência de políticas
públicas em uma região como o Grajaú, periferia do extremo sul de São Paulo,
incentivando no educando através de ações inovadoras a fim de tornar possível a
sensibilização da comunidade, saindo fora dos muros da escola para ponderar sobre
atuações voltadas à recuperação da cidadania e projetos diversos. Em termos mais
explícitos, o objetivo é que com o projeto o educando e a comunidade sintam-se
acolhidos, dando-lhes a voz de sujeitos historicamente silenciados enquanto minorias
marginalizadas.

Objetivos específicos

• Criar laços com a comunidade ao conectar a Unidade escolar


com o bairro, impactando diretamente para a redução da violência urbana.
• Incentivar o conhecimento como ferramenta de resistência
através da conscientização dos educandos
• Reconhecer e fortalecer experiências pedagógicas que
explorem oportunidades educativas do território onde a escola está inserida
• Resgatar, na comunidade local, o prazer do convívio social
• Encorajar o intuito de se discutir a apropriação de espaços de
maneira interpretativa a partir de determinados grupos sociais em relação a
posse de territórios e suas representações.
• Elaborar premissas críticas acerca de tópicos: Problemas
sociais, projetos sociais, sustentabilidade e manifestações culturais presentes
em suas respectivas localidades, espaços conhecidos ou estudados
• Ressaltar que cada um desses espaços é único, com
características diversas, o que garante uma identidade local, com diferentes
níveis de infraestrutura com realidades singulares e múltiplas.
• Compreender a periferia enquanto espaços vivos e dinâmicos
que refletem características da cidade a quem pertencem.
• Identificar-se com o território, possibilitando a reformulação de
muitos de seus aspectos negativos, agregando valores positivos.
METODOLOGIA

O projeto aula pública, intensifica a saída dos alunos dos Itinerários formativos
entre as ruas, vielas e parques no jardim Lucélia e proximidades da região, tomando
conta e ocupando ruas com caminhadas, cortejos, pesquisas de campo, atividades a
pé com aulas expandidas ou públicas em todos os locais educativos (museus,
parques, exposições, centro culturais) do Grajaú e da cidade de São Paulo. Além de
parceria com coletivos da região, tais como os meninos da Billings, sarau do Grajaú,
sarau das minas e demais movimentos da região, incentivando os educandos para
uma reflexão crítica sócio-histórica acerca do processo de formação de diferentes
territórios, fronteiras, povos e sua mobilização/fixação e as relações de poder neles
estabelecidos, contemplando também estudos sobre impactos tecnológicos causados
nas dinâmicas populacionais e suas consequências de ordem histórica, social,
econômica, filosófica, política e/ou cultural. Inicia-se o primeiro bimestre com um
trabalho prévio em sala de aula, buscando conteúdos formativos muito além dos
materiais didáticos: pesquisa teses de mestrado e doutorado sobre os temas que irá
tratar durante as intervenções e aulas públicas que ocorrerão no segundo bimestre.

Os territórios a serem explorados serão visitados com antecedência, numa


conversa prévia com moradores e buscando introduzir temas que serão trabalhados
durante a Aula Pública. Os educandos estarão com as devidas autorizações
assinadas pelos pais para circular no espaço público. A organização coletiva será
preliminarmente debatida com os estudantes. Reforçando o papel do diálogo na
criação da Aula Pública, já que ele é capaz de estabelecer e pactuar os códigos e
regras que serão levados tanto pelo professor, quanto pelos estudantes, para a rua,
um espaço repleto de estímulos e dinâmicas distintas às da sala de aula.

Durante as atividades, cada professor irá pedir para que seus alunos registrem
o que estão sentindo naquele momento, seja através de vídeos de celular,
depoimentos orais ou desenhos. Posteriormente em sala de aula, se desenrolará
aspectos positivos que aconteceram, um bate papo sobre as dificuldades e
impressões que surgiram. Para pôr último numa ação integradora sugerir a
elaboração de uma agenda 2030, a fim de desenvolver insumos acerca das reflexões
efetivadas durante o percurso para a elaboração e o a finalização deste projeto como
uma intervenção sociocultural.
Cronograma

09/03 Aula pública - Visitação ao centro cultural


20/03 Palestra – Dia Mundial da Água
03/04 Aula pública - Visitação a exposição “Sobrevivendo ao
inferno” - Artista Fernanda “Correrua”
25/04 Visitação a exposição fotografia – Um olho sol
16/05 Data alterada.
30/05 Exibição documentário - Acolhendo Histórias- Daniel
Alexandrino.
06/06 Aula pública - Caminhada pelas ruas e vielas.
16/06 Exibição culminância
27/06 Possibilidade de visitar o museu da favela

Bibliografia

ARAÚJO, Ulisses. Aprendizagem baseada em problemas no ensino superior.


São Paulo: Summus, 2009.

BEIER, Alifer Andrei Veber et al. Metodologias ativas: um desafio para as áreas
de ciências aplicadas e engenharias. In: Seminário Internacional de Educação, II.,
2017, Cruz Alta / RS. Anais Seminário Internacional de Educação... Cruz Alta / RS:
UERGS, 2017. p. 349-350. BERBEL, N. A. N. As metodologias ativas e a promoção
da autonomia de estudantes. Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 32, n. 1, p.
25-40, jan./jun. 2011

BERBEL, Neusi Aparecida Navas. Metodologia da problematização:


fundamentos e aplicações. Londrina: UEL; 1995.

BLIKSTEIN, Paulo. O mito do mau aluno e porque o Brasil pode ser o líder
mundial de uma revolução educacional. Disponível em: Acesso em: 22 jan. 2018.
BONWELL, Charles; EISON, James. Active learning: creating excitement in the
classroom. Disponível em: Acesso em: 22 jan. 2018.

CYRINO, Eliana Goldfarb; PEREIRA, Maria Lúcia Toralles. Trabalhando com


estratégias de ensino-aprendizado por descoberta na área da saúde: a
problematização e a aprendizagem baseada em problemas. Caderno Saúde Pública,
Rio de Janeiro / RJ, v. 20, n. 3, p. 780-788, maio. 2004.

DEMO, Pedro. Conhecer e aprender: sabedoria dos limites e desafios. Porto


Alegre: Artes Médicas Sul; 2000.

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