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A NOSSA IDENTIDADE CULTURAL: A ÁFRICA E OS AFRICANOS

NO BRASIL

Brejão
2017
INDICE:

1- JUSTIFICATIVA;

2- OBJETIVOS:

2.1 OBJETIVO GERAL;

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFIICOS;

3- ATIVIDADES;

4- FONTES;

5- PÚBLICO ALVO;

6- DURAÇÃO;

7- AVALIAÇÃO:

7.1 AVALIAÇÃO DO PROJETO;

7.2 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM;

8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS;
1- JUSTIFICATIVA

Todo e qualquer ser humano tem cultura. Essa cultura vai se formando nas
relações e experiências que mantemos com o mundo desde que nascemos. Alguns fatores que
agem diretamente ou indiretamente na construção da cultura individual são: família, grupos
sociais a que pertencemos, o conhecimento que adquirimos da cultura científica, tecnológica,
artística, literária, religião, meio ambiente, lembranças do passado, trabalho, estudo, os sistemas
políticos, contexto econômico, além de outros.
O fato é que esses fatores tão diferentes não agem isoladamente, dependem uns
dos outros, convivem e formam uma rede de relações na qual somos inseridos. Ao mesmo tempo
em que recebemos a herança cultural, agimos e produzimos cultura de forma que nos tornamos,
como solidariedade, afeto, respeito, violência. Esse conjunto de valores transmitidos por nosso
grupo social é a nossa identidade.
Os africanos passaram por um longo processo de sofrimento, diáspora e
segregação, entre os séculos XVII e XIX, que possibilitou ao nosso país, dentre outros fatores, a
oportunidade de desenvolvimento. Desenvolvimento este que ocorreu pelas mãos suadas e
calejadas dos negros africanos e de seu sangue derramado, sem falar do preconceito marcado
em sua pele, como uma tatuagem permanente, a desonra, a desgraça e a falta muitas vezes de
esperança enchia de angústia o coração daquele povo tão rico em cultura. Marginalizados e
estigmatizados pelos europeus que se denominavam superiores, dominadores, buscam até
mesmo na atualidade, longe daquela época hipócrita, o seu respeito, a sua honra e a sua
valorização.

2- OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL:

Participar de aulas em museu que envolva o conhecimento e a aprendizagem


sobre a cultura e identidade dos africanos no Brasil, analisando obras e fontes históricas,
resgatando, vivenciando e valorizando manifestações da cultura africana no decorrer da história
do nosso país.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Reconhecer a importância da cultura e identidade africana nas diferentes fontes


e obras do museu;
- Motivar a valorização da cultura africana no Brasil por meio dos africanos e afro-
descendentes;
- Despertar gosto pelas identidades culturais;
- Estudar a exploração do trabalho escravo no Brasil e suas formas de
resistência;
- Refletir sobre a participação do africanos na formação de nossa sociedade.

3- ATIVIDADES

Atividades que possibilitem a reflexão do aluno, buscando uma real participação


do mesmo nas abordagens e discussões a cerca do projeto, desenvolvidas pelo professor.

4- FONTES

O projeto visa a visita de um museu que retrate e relate por meio de suas obras, a
vida e o cotidiano doa africanos, sobretudo, no período colonial de nosso país. O projeto foi feito
por meio do museu virtual da UNOPAR.

5 – PÚBLICO ALVO

O projeto encontra-se voltado para os alunos do 7º ano do ensino fundamental,


que estudam dentre outros conteúdos, a participação dos africanos na história do Brasil.
6- DURAÇÃO

O desenvolvimento do projeto visa uma duração máxima de cinco aulas,


suficientes para que os alunos possam refletir, e avaliar as suas aprendizagens.

7- AVALIAÇÃO

7.1 AVALIAÇÃO DO PROJETO:

A avaliação do projeto está centrada no processo de ensino aprendizagem, que


tem como objetivo diagnosticar, registrar os processos e orientar as dificuldades, adequando os
alunos as necessidades que surgirem no decorrer da vivência do projeto.

7.2 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM:

A avaliação será através de registro em relação a aprendizagem individual e


coletiva dos alunos, frente ao museu e suas obras específicas e as atividades propostas durante
o desenvolvimento do projeto. A avaliação deve possibilitar aos alunos a auto-avaliação de suas
aprendizagens.

8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MOTOOKA, Débora Yumi. Para viver juntos: história, 7º ano: ensino fundamental / Débora
yumi Motooka. – 1. Ed. Ver. - São Paulo: Edições SM, 2009. – (Para viver juntos)

INTERNET

http://www2.unopar.br/sites/museu/index.html
A NOSSA HISTÓRIA: DA ORIGEM A FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA
DO MUNICÍPIO DE BREJÃO.

Brejão
2017
INDICE:

1- JUSTIFICATIVA;

2- OBJETIVOS:

2.1 OBJETIVO GERAL;

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFIICOS;

3- ATIVIDADES;

4- FONTES;

5- PÚBLICO ALVO;

6- DURAÇÃO;

7- AVALIAÇÃO:

7.1 AVALIAÇÃO DO PROJETO;

7.2 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM;

8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS;
1- JUSTIFICATIVA

Toda e qualquer história tem sua origem. É a partir dessa origem que vão se
formando as relações e experiências que regem a constituição da própria história, de um
indivíduo, de um grupo, de uma cidade, ou de uma cultura. Alguns fatores são responsáveis por
agirem diariamente, direta ou indiretamente na construção e na formação de uma cultura, de um
município: a família, o conhecimento que adquirimos da cultura científica, tecnológica, artística,
literária, religiosa, estudo, os sistemas políticos, contexto econômico, além de outros. São na
maioria das vezes as lembranças do passado, transmitidas pela oralidade e tradição, muitas
vezes, indispensáveis para a explicação das origens, desenvolvimento e atualidade. Diversas
fontes podem ser utilizadas, textos, imagem, relatórios, documentários, gravações, o fato é que a
história local deve ser viabilizada e utilizada pelo professor no processo de ensino aprendizagem
do aluno, seja ela trabalhada num âmbito econômico, político, administrativo, social ou cultural.
Como se sabe, a valorização dessa especialidade da ciência histórica é recente.
Seu surgimento deu-se no segundo meado dos anos 80, trazendo uma nova perspectiva para o
ensino de História: a aproximação das pessoas do processo histórico, rompendo com a história
objetiva e tradicional, valorizando a historicidade de pessoas comuns, ou seja, uma forma de
trabalhar a criticidade do aluno por meio de sua própria história. E desse modo, pode-se trazer à
tona acontecimentos, personagens e lugares comuns ao alunado, possibilitando assim, uma
determinada aproximação com a disciplina e faz com que perceba a relação dialética entre
passado e presente, não somente vista em uma história geral, ou do Brasil, uma história mais
próxima do cotidiano do aluno. Esse tipo de estudo tem por objetivo buscar subsídios que
auxiliem na compreensão da história das sociedades e seus vínculos com o poder. Assim, a
forma de abordagem da História Local é diferente da tradicional, que ao ser apresentada nos
livros didáticos de forma pronta e acabada, torna o educando um ser passivo diante do saber e
distante do processo histórico. De acordo com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB)- Lei nº 9.394/96 – no seu artigo 26, enfatiza que a parte diversificada dos
currículos do ensino fundamental e médio deve observar as características regionais e locais da
sociedade.

2- OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL:

Enfatizar os alunos a cerca da história local e de sua importância para o


desenvolvimento social, crítico e histórico, envolvendo o conhecimento e a aprendizagem sobre a
história de sua cidade, desde a sua origem, a sua identidade social e a sua formação
administrativa, resgatando, vivenciando e valorizando os principais fatores, movimentos e
mudanças ocorridas no decorrer da história do nosso município.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Reconhecer a importância da história local em seus diferentes aspectos e


especificidades;
- Motivar a valorização da história local por meio de assuntos pertinentes ao
município;
- Despertar o gosto pela história da cidade;
- Estudar os principais motivos que levaram a emancipação política de brejão em
1958;
- Refletir sobre as mudanças e permanências e a participação do povo no
processo de emancipação e formação de nossa identidade sociocultural.

3- ATIVIDADES

Atividades que possibilitem a reflexão do aluno, buscando uma real participação


do mesmo nas abordagens e discussões a cerca do projeto, desenvolvidas pelo professor.

4- FONTES

O projeto visa à utilização das seguintes fontes: textos documentais, jornais de


épocas diferenciadas, gravações, relatos orais de pessoas idosas do município.

5 – PÚBLICO ALVO

O projeto encontra-se voltado para os alunos do 6º ano do ensino fundamental,


que estudam dentre outros conteúdos, a formação das civilizações, e consequentemente, das
sociedades e das culturas, tornando-se cientes da importância da história local logo no primeiro
ano do fundamental II, para que ocorra uma determinada adaptação a esse tipo de estudo, ou
seja, a história de seu próprio município.

6- DURAÇÃO

O desenvolvimento do projeto visa uma duração máxima de seis aulas,


suficientes para que os alunos possam refletir, e avaliar as suas aprendizagens.

7- AVALIAÇÃO

7.1 AVALIAÇÃO DO PROJETO:

A avaliação do projeto está centrada no processo de ensino aprendizagem, que


tem como objetivo diagnosticar, registrar os processos e orientar as dificuldades, adequando os
alunos as necessidades que surgirem no decorrer da vivência do projeto.

7.2 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM:

A avaliação será através de registro em relação à aprendizagem individual e


coletiva dos alunos, frente aos relatos e as exposições das fontes e obras específicas e as
atividades propostas durante o desenvolvimento do projeto. A avaliação deve possibilitar aos
alunos a auto-avaliação de suas aprendizagens.

8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MOIMAZ, Érica Ramos. Metodologias do ensino da História: história/ Érica ramos Moimaz. –
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.

BITTENCOURT, Circe, Ensino de História: Fundamentos e Métodos, p. 121.


O USO DA TIC EM AULAS DE HISTÓRIA: PRODUÇÃO E EDIÇÃO DE
VÍDEOS.

Brejão
2017
INDICE:

1- JUSTIFICATIVA;

2- OBJETIVOS:

2.1 OBJETIVO GERAL;

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFIICOS;

3- ATIVIDADES;

4- FONTES;

5- PÚBLICO ALVO;

6- DURAÇÃO;

7- AVALIAÇÃO:

7.1 AVALIAÇÃO DO PROJETO;

7.2 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM;

8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS;
1- JUSTIFICATIVA

É fundamental que desde o início da escolaridade os alunos possam perceber a


pluralidade e a diversidade das experiências individuais e coletivas, compreendendo-as no
constante processo de mudanças e permanências, adquirindo a habilidade de analisar as
relações, as diferenças, as semelhanças, as desigualdades e as mudanças. Mudanças essas que
podem ser atribuídas à sala de aula e a forma de como tratar os conteúdos do ensino de História
baseados em novas formas e instrumentos de acesso e aprimoramento do conhecimento
histórico. Sabendo das próprias dificuldades que os professores encontram para ensinar História,
foram elaboradas algumas sugestões de trabalho para orientá-los nessa tarefa, baseadas é claro,
no atual desenvolvimento técnico-científico, trazendo à tona, o mundo e suas diferentes relações
sociais em meio à tecnologia da informação e da comunicação, vislumbrando assim, um melhor e
mais proveitoso ensino de História e uma inclusão digital tão esperada e necessária em nossos
dias. Esse projeto possibilita ao aluno o contato com essas variadas possibilidades de integração
e envolvimento com as novas tecnologias, focalizadas na produção e edição de vídeos que
expressem o conteúdo histórico abordado na sala de aula, trazendo a visão de entendimento da
importante relação entre o passado e o presente para a construção de uma vida melhor e
consciente. O projeto não busca a negação das tradições formais de linguagem para o
conhecimento, utilizadas como sempre, nas práticas pedagógicas, mas tem por objetivo
reconhecer novas formas e experiências cognitivas, deixando a escola no centro das
transformações do mundo contemporâneo. É desse modo, que podemos trazer à tona
acontecimentos, personagens e lugares comuns ao alunado, em conjunto com os conteúdos
trabalhados em sala de aula, possibilitando assim, uma determinada aproximação com a
disciplina, percebendo a relação dialética entre passado e presente, não somente vista em uma
história geral, ou do Brasil, uma história mais próxima do cotidiano do aluno, baseada na
produção e utilização da TIC. Esse tipo de estudo tem por objetivo buscar subsídios que auxiliem
na compreensão da história das sociedades, da cultura, dos povos, unidos pelo desenvolvimento
das tecnologias.

2- OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL:

Enfatizar os alunos a cerca do uso da TIC, sobretudo, dos vídeos e de sua


importância para o desenvolvimento social, crítico e histórico e inclusão digital, envolvendo o
conhecimento e a aprendizagem sobre a história e as tecnologias, desde a análise do conteúdo,
da produção dos vídeos, da edição e da finalidade histórica para que foram criados.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Reconhecer a importância do uso da TIC em seus diferentes aspectos e


especificidades;
- Motivar a valorização da história baseada em uma abordagem e visão
contemporânea por meio do uso de novas tecnologias;
- Despertar o gosto pela produção e edição de vídeos;
- Estudar os principais motivos que levam a utilização da TIC nas aulas de
História;
- Refletir sobre as mudanças e permanências e a participação das sociedades na
relação com as novas tecnologias de informação e comunicação.

3- ATIVIDADES

Atividades que possibilitem a reflexão do aluno, buscando uma real participação


do mesmo, nas produções, abordagens, discussões e na edição dos vídeos a cerca do projeto,
auxiliadas pelo professor.

4- FONTES

O projeto visa à utilização das seguintes fontes: textos documentais, jornais,


revistas, gravações, vídeos e documentários.

5 – PÚBLICO ALVO

O projeto encontra-se voltado para os alunos do 1º ano do Ensino Médio, que


estudam dentre outros conteúdos, a formação das civilizações, e consequentemente, das
sociedades e das culturas, tornando-se cientes da importância da história em contato com as
novas tecnologias de informação e comunicação, para que ocorra uma determinada adaptação a
esse tipo de estudo, ou seja, o ensino de História auxiliado pela própria tecnologia.

6- DURAÇÃO

O desenvolvimento do projeto visa uma duração máxima de seis aulas,


suficientes para que os alunos possam refletir, produzir, apresentar e avaliar as suas
aprendizagens.

7- AVALIAÇÃO

7.1 AVALIAÇÃO DO PROJETO:

A avaliação do projeto está centrada no processo de ensino aprendizagem, que


tem como objetivo diagnosticar, registrar os processos e orientar as dificuldades, adequando os
alunos as necessidades que surgirem no decorrer da vivência do projeto.

7.2 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM:

A avaliação será através de registro em relação à aprendizagem individual e


coletiva dos alunos, frente aos relatos e as exposições dos vídeos e das orientações específicas
e as atividades, sobretudo, por meio das apresentações propostas durante o desenvolvimento do
projeto. A avaliação deve possibilitar aos alunos a auto-avaliação de suas aprendizagens.

8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FRANÇA, Cyntia Simioni. Tecnologias da informação e comunicação no ensino de história:


história/ Cyntia Simioni França. – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.

BRODBECK, Marta de Souza Lima. O ensino de História: um processo de construção


permanente/ Marta de Souza Lima Brodbeck. – Curitiba: Módulo Editora, 2009.
ZUMBI DOS PALMARES: CULTURA DE RESISTÊNCIA/A COR DA
NOSSA CULTURA.

Brejão
2017
INDICE:

1- TEMA;

2- JUSTIFICATIVA E REFERENCIAL TEÓRICO;

3- SÉRIE/ANO PARA QUAL O PROJETO SE DESTINA;

4- OBJETIVOS:

4.1 OBJETIVO GERAL;

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFIICOS;

5- PROBLEMATIZAÇÃO;

6- CONTEÚDOS CURRICULARES;

7- O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO;

8- TEMPO PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO;

9- RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS;

10- AVALIAÇÃO:

10.1 AVALIAÇÃO DO PROJETO;

10.2 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM;

11- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA;


1- TEMA

Todo e qualquer tema tem sua origem. É a partir dessa origem que vão se
formando as relações e experiências existentes entre o próprio tema, o contexto histórico e a
visão do indivíduo ou de seu grupo a cerca do mesmo. O fato é que os estudos históricos são
fundamentais para a construção da identidade social e da consciência histórica do indivíduo,
dessa forma, conhecer a História por meio de um recorte ou tema, possibilita uma maior e melhor
visão do conjunto de conteúdos e elementos retratados nesse tema, e consequentemente, a
percepção do discente como agente, sujeito crítico e reflexivo do processo histórico. O Projeto de
Ensino em História busca a efetivação de novos conhecimentos a cerca de temáticas históricas
que não são abordadas na íntegra ou de maneira eficaz durante o ano letivo, e por meio dele o
alunado poderá construir uma visão mais ampla e global da realidade, atenta a reflexão e aos
questionamentos do presente. A temática abordada compõe um leque de possibilidades, trazendo
a narrativa histórica do personagem Zumbi e do Quilombo dos Palmares, além disso, o projeto
procura refletir sobre as várias visões e percepções atribuídas a Zumbi ao longo da História. O
projeto vem abordar diversos aspectos desse importante personagem e do quilombo mais famoso
e polêmico de nossa História, perpassando a época de sua existência, ou seja, a vida difícil dos
negros em uma sociedade oligárquica e escravocrata, visto como vilão e responsável por um dos
maiores problemas enfrentados pelo Brasil colônia no século XVII. Além de conhecimento
histórico mais aprofundado, um dos principais pontos críticos ressaltados para a reflexão aberta
do alunado é a reviravolta da imagem de Zumbi, de sublevado para herói popular, ou no mínimo
um forte exemplo de resistência das classes mais humildes, como por exemplo, na década de
1960 quando a sociedade brasileira enfrentava um governo militar autoritário e repressivo, que
em pouco tempo passou a reconhecer pela primeira vez esse líder quilombola como símbolo de
resistência e liberdade, fato nunca comentado em nossos livros didáticos. Outra fonte de discurso
é a questão da visão atual sobre essa importante figura histórica representada primordialmente
como principal símbolo de luta dos negros e da cultura afro-brasileira, homenageado no dia 20 de
novembro, data da sua morte, e atualmente, dia da consciência negra. Um personagem cheio de
lacunas a serem preenchidas e analisadas por mentes jovens e sedentas por criticidade e
conhecimento.
2- JUSTIFICATIVA E REFERENCIAL TEÓRICO

O ser humano é inerente à cultura e por meio dela constrói a sua identidade.
Essa cultura vai se formando nas relações e experiências que mantêm com o mundo desde que
nasce, e suas características e especificidades perpassam tempo e espaço, atingindo assim, a
posteridade. É exatamente essa questão crucial de cultura e identidade que se objetiva abordar
no Projeto de Ensino de História a cerca de Zumbi e do Quilombo dos Palmares, temática
absolutamente importante para o estudo da resistência escrava e negra no Brasil. Alguns fatores
que agem diretamente ou indiretamente na construção da cultura são: família, grupos sociais, o
conhecimento artístico, literário, religioso, além de outros como o meio ambiente, as lembranças
do passado, trabalho, estudo, os sistemas políticos, contexto econômico. O fato é que esses
fatores tão diferentes não agem isoladamente, dependem uns dos outros, convivem e formam
uma rede de relações na qual somos inseridos. Ao mesmo tempo em que recebemos a herança
cultural, agimos e produzimos cultura de forma que nos tornamos herdeiros legítimos de nossos
antepassados, e por meio desse legado poderemos utilizar solidariedade, afeto, respeito,
violência. Esse conjunto de valores transmitidos por nosso grupo social é a nossa identidade. E
nada mais justo seria se colocássemos em nosso foco de reflexão a cultura afrodescendente e
afro-brasileira, uma das grandes responsáveis pela construção da nossa própria cultura, apesar
de sofrer com o preconceito, a rejeição e a subserviência de uma sociedade branca. Um dos
principais motivos que levaram esse patrimônio africano e afrodescendente a posteridade foi,
sobretudo, a resistência, direta ou não, em vários locais e em várias épocas, se não todos os
negros haveriam “branqueado” até mesmo as próprias almas por meio da imposição de uma
cultura dita superior que fazia de tudo para apagar resquícios da identidade negra africana nos
indivíduos escravizados.
Os africanos passaram por um longo processo de sofrimento, diáspora e
segregação, entre os séculos XVI e XIX, que possibilitou ao nosso país, dentre outros fatores, as
bases do desenvolvimento econômico. Desenvolvimento este, construído pelas mãos suadas e
calejadas dos negros africanos e de seu sangue derramado, sem falar do preconceito marcado
em sua pele, como uma tatuagem permanente, a desonra, a desgraça, os castigos e a falta
muitas vezes de esperança os levavam ao suicídio, e quando menos à fuga. Marginalizados e
estigmatizados pelos brancos que se denominavam superiores, dominadores, buscavam uma
vida, uma liberdade, o mais próximo daquela que deixaram na África, ou no mínimo o mais longe
daquela que deixaram nas fazendas, nos engenhos, marcada pela hipocrisia, a crueldade e o
racismo.
Como sabemos os eventos, fatos e acontecimentos históricos, deixam suas
marcas, a existência do contínuo processo de mudanças sociais e culturais, de modo geral, as
percepções automaticamente se alteram e se deslocam de maneira impressionante no tempo e
no espaço, contribuindo assim, para o surgimento de novas visões, novas análises, dependendo,
sobretudo, da visão presente do autor, variando-se ora por meio do interesse de poucos, ora por
meio da necessidade de muitos, o fato é que os personagens da História estão sujeitos a
modificações paralelas à própria conjuntura histórica em que os indivíduos responsáveis estão
inseridos.
Os autores selecionados para o embasamento teórico do projeto foram Joel
Rufino dos Santos, com suas obras muito bem destacadas na literatura nacional por tratar de
relevantes fatos históricos, Pedro Paulo Funari e Aline Vieira de Carvalho, por tratarem de
conteúdos históricos numa visão contemporânea de permanências. Rufino muito fiel à cultura
popular, em sua obra “Zumbi”, da coleção biografias, aborda de forma híbrida a vida do maior
personagem negro da historiografia brasileira e a sua luta pela liberdade daqueles considerados
irmãos, subjugados pelas amarras de uma crença dita por ele como absurda, a escravidão negra.
Já Funari e Carvalho com sua obra denominada “Palmares, ontem e hoje” faz uma relação entre
passado e presente tratando do contexto histórico de palmares, da importância de Zumbi em seu
tempo, e também num período de resistência popular a um nítido regime de opressão ocorrido no
Brasil a partir da década de 1960, e atualmente como símbolo do movimento e da cultura negra
no Brasil; toda a obra encontra-se enaltecida por uma perspectiva crítica e participativa, excelente
para incitar a criticidade e a reflexão do discente a cerca de uma temática tão singular e
envolvente. Os autores apresentam as figuras de Zumbi e do Quilombo dos Palmares de modo
particular e intrínseco às suas áreas de pesquisa e atuação, e juntos contribuem de maneira
homogênea para a estruturação teórica do projeto, apesar dos mesmos abordarem diferentes
aspectos de uma mesma temática.
Na obra “Zumbi”, o autor narra de maneira detalhada a trajetória do mais famoso
líder dos Palmares em um modelo heroico e arraigada de detalhes. Rufino elabora essa biografia
utilizando-se de uma versão pertinente a mais popular sobre esse herói negro, ressaltando o seu
intento de lutar com todas as forças contra o sistema vigente de sua época. E se questiona pelo
uso da mão de obra negra para o trabalho escravo nas Américas e suas contribuições para o
enriquecimento da sociedade dominante da época.

“Era certo que o europeu, ao colonizar a América, precisava de braços fortes e


aptos para o trabalho braçal no cultivo do açúcar, porém, por que o trabalho
escravo? (...) O escravo servia como moeda de troca, assim como produzia no
mundo do açúcar a fabulosa massa de artigos tropicais que se pôs à venda na
Europa durante três séculos, enriquecendo as classes dominantes de lá e de cá”.
(SANTOS, Joel Rufino dos. 2006. Zumbi)

O autor expõe com essência o contexto histórico da formação do Quilombo dos


Palmares; comenta sobre aspectos econômicos, políticos e sociais, fora e dentro dos quilombos,
o mundo escravista e o mundo do açúcar. Rufino ressalta com clareza a localização da incrível
fortaleza quilombola, a qual chamavam de Angola Janga ou Angola Pequena. Essa admirável
obra proporciona um leque de possibilidades e detalhes a cerca da vida e do cotidiano dos
palmaristas. Além disso, Rufino narra às sucessivas expedições que objetivavam a destruição do
quilombo, até a ultima delas, organizada pelo ferrenho Bandeirante Domingos Jorge Velho, que
resultou na derrocada de Palmares. Rufino mostra-se explicitamente um paladino defensor da
cultura afro-brasileira e da afirmação de Zumbi como herói nacional. A narrativa tem início com a
fuga de quarenta escravos de um engenho no sul de Pernambuco, no ano de 1597. Por meio
deles Rufino explica a consequente formação do Quilombo dos Palmares, o maior e mais
resistente do Brasil. A obra expõe com clareza a sua localização, Serra da Barriga, Alagoas e as
sucessivas expedições que objetivavam destruir o imponente quilombo. Como o livro é uma
biografia, o autor buscou tratar da história desse guerreiro negro com o máximo de detalhes
possível, desde o nascimento em 1655, sua captura por Brás da Rocha que o entregou a um
certo Padre Melo de Porto Calvo; a sua trajetória de vida até os 15 anos, criado por esse clérigo o
qual lhe batizou com o nome de Francisco; a sua fuga e posterior retorno ao quilombo e a adoção
como sobrinho de Ganga Zumba em 1670, passando a ser chamado pelo nome que o tornou
excêntrico e eterno na História, Zumbi; a sua resistência ao pacto entre o líder do quilombo e o
governador de Pernambuco; a subida ao trono; a destruição do quilombo; até a sua traição e
morte, expressa de maneira intensa, a tiros facadas e por fim, tendo a sua cabeça decapitada e
exposta em praça pública no Recife para servir de exemplo a outros que vislumbrassem mais
alguma investida contra a ordem estabelecida da época. E por fim, Rufino afirma ao comentar
sobre os herdeiros de Zumbi, que esse herói contribuiu para a construção de uma memória
coletiva dos negros no Brasil, a luta pela identidade negra e pela sua afirmação na sociedade,
dessa forma, o objetivo da elite branca, escravocrata e patriarcal daquela época não foi de forma
alguma alcançado, graças ao mais famoso e duradouro modelo de resistência do Brasil colonial.
Na obra “palmares, ontem e hoje”, os autores analisam de forma crítica os
caminhos percorridos pela historiografia brasileira sobre Palmares para se perceber as
construções de diferentes imagens de um único quilombo, de um único líder negro, ressaltando
que cada autor em cada época tenta representar o Quilombo dos Palmares como uma resposta
aos questionamentos do seu próprio presente. Dessa forma, para se compreender o passado é
imprescindível um conhecimento sobre os autores, o contexto em que estão inseridos na
produção de suas obras, sem falar numa intensa análise das fontes existentes e disponíveis, e
das principais teorias que se podem auxiliar na sua interpretação. Outro ponto bastante pertinente
na obra de Funari e Carvalho é o que se sabe sobre Palmares e Zumbi hoje. A partir desse
momento transcorre-se uma narrativa histórica bastante interessante em que estão citados alguns
aspectos como, a formação do quilombo por volta de 1605, a área e a localização, o processo de
crescimento, os ataques dos quilombolas às fazendas, o conjunto de aldeias, a entrada dos
holandeses que favoreceu o assentamento de refugiados, o pacto entre Domingos Jorge Velho e
o governador de Pernambuco e a destruição de Palmares em 1694; todas as informações
norteadas por documentos históricos da época. Funari e Carvalho ressaltam que para a análise
de fontes escritas como é o caso específico de Palmares, o mais prudente é que nos prendamos
ao fato de que esses documentos escritos foram produzidos por uma elite letrada, às vezes muito
distante da realidade física e/ou cultural dos quilombolas, cujas características sociais divergem
muito do escritor, aquele indivíduo formado em uma sociedade patriarcal e oligárquica, com uma
mente racial estereotipada. É a partir desse momento que os autores se questionam a respeito da
veracidade de algumas informações de documentos históricos a cerca do Quilombo dos Palmares
e de possíveis exageros por parte das autoridades que organizavam ou que arcavam com os
gastos das malogradas investidas, reveladas pelos relatos das várias expedições punitivas. Com
relação à figura de Zumbi, os autores se debruçam na afirmação da exponencial importância do
líder para aqueles de sua época que sonhavam com o sucesso do grande Reino Negro dos
Palmares. E infelizmente, com a sua morte, tudo havia caído por terra e a chegada de uma
intensa sensação de tristeza e de desalento cobria os povoados, cidades, fazendas e senzalas
com as notícias do seu terrível e trágico fim.

“Os negros e mesmo muitos brancos e índios não acreditavam na morte do Rei
Zumbi. (...) Não podia ser verdade, Zumbi não era um homem comum e sim o deus
da guerra, o mais poderoso dos gênios, irmão e dono do mar. E viera à Terra para
chefiar a luta dos negros e dar esperança aos ainda cativos. Por isso diziam os
negros, Zumbi era imortal (...) Mas alguns garantiam que Zumbi já fora derrotado;
tanto falavam que os negros começaram a ficar em dúvida”. (FUNARI, Pedro
Paulo. 2005. Palmares, ontem e hoje)

Os autores utilizam-se da historiografia para a análise de mudança da percepção


das classes populares brasileiras no que diz respeito a Zumbi e a Palmares a partir da década de
1960. De acordo com eles, por meio do golpe ditatorial de 1964 Palmares havia se tornado um
importante símbolo social do Brasil, das classes mais humildes, exaltada pelo exemplo da
resistência, e o próprio Zumbi elevado a um patamar de sublevado a herói, passando a ser foco
de discursos que o ilustrava como principal representante da luta contra a sociedade escravista
estabelecida, um rei negro, impondo-o assim, características políticas e revolucionárias. Os
autores dessa época analisaram e discutiram o caráter violento da escravidão e principalmente os
vários formatos e oposição do negro frente à autoridade do seu senhor. Apesar de serem
conjunturas históricas explicitamente diferentes, alguns procuraram por meio de metáforas
instigar a população mais humilde a refletir sobre a situação daquela época. De modo geral, ao
analisar esse discurso sobre a figura de Zumbi nos Anos de Chumbo, os alunos irão refletir sobre
a situação da população brasileira que mesmo por metáforas se comparava as populações
quilombolas, trazendo à tona o sentimento de resistência e consequentemente de mudança na
percepção das pessoas a cerca desse grande líder negro, estigmatizado todos aqueles séculos
até o prelúdio da repressão e do autoritarismo militar no Brasil.
E por fim e não menos importante, a relação existente entre Zumbi e o movimento
negro no Brasil das últimas décadas. A partir do final dos anos 70, esse interessante personagem
tornou-se homenageado pela comunidade negra brasileira, transformando o dia 20 de novembro,
aniversário de sua morte em dia Nacional da Consciência Negra, ou seja, um dia para refletir
sobre o racismo e buscar formas para superá-lo. Para os autores, além de representar a imagem
de um líder da resistência escrava, representa a figura de um herói brasileiro que contribuiu para
o paulatino processo de libertação escravagista, concretizado em 1888. E na tentativa de
sedimentar a cultura afro-brasileira, presente, porém omissa, foi criado um dos grandes pilares de
sustentação e apoio a estas vertentes, a criação da Lei 10.639/03 e sua implementação na
Educação Básica, estabelecendo assim, a obrigatoriedade do ensino da História e da Cultura
Afro-brasileira e africana, servido para amenizar as dificuldades existentes no trabalho com esses
temas, além de refletir sobre a discriminação racial, possibilita uma mudança na mentalidade
preconceituosa e superada, responsável principalmente pelas desigualdades raciais que tanto
ferem as relações sociais em nosso país. Por meio dessa visão atual, o alunado irá notar a
importância da abordagem de uma temática que norteia as práticas discriminatórias, tanto em
escolas, quanto fora delas, contribuindo assim para uma desmistificação de mentalidades
errôneas no que diz respeito à cultura afro-brasileira e afrodescendente e uma desconstrução de
estereótipos raciais que denotam a superioridade de uma raça, ainda dita, ou etnia sobre outra.
Tanto as obras quanto os autores se relacionam de maneira comum à temática
do projeto, contribuindo assim para o aprimoramento do conhecimento histórico a cerca da
narrativa de Zumbi e do Quilombo dos palmares, internalizando no alunado conceitos como
mudanças e permanências, sujeito histórico, dominação e resistência, consequências da
escravidão, racismo e cultura afro-brasileira, ao passo em que eles desenvolvam uma visão
ampla e uma atenuada criticidade mediante os diferentes aspectos abordados pelos autores,
sejam eles no contexto histórico da resistência quilombola, no decorrer da historiografia e de suas
alternâncias ou no ponto de vista atual, nas relações e inter-relações existentes entre essas
importantes figuras e a comunidade negra brasileira que além de lutar por direitos, tenta combater
firmemente o racismo e as desigualdades raciais, duas das muitas heranças deixadas por um
longo período amargo, degradante e sombrio de nossa história.
3- SÉRIE/ANO PARA O QUAL O PROJETO SE DESTINA

O projeto encontra-se voltado para os alunos do 7º ano do ensino fundamental,


que estudam dentre outros conteúdos, a formação do Nordeste açucareiro e por meio dele as
razões que levaram a Coroa portuguesa a prática da economia açucareira e do tráfico de
escravos africanos, ressaltando as lutas dos povos escravizados contra a ordem estabelecida
tanto no Nordeste, quanto em todo o Brasil, tornando-se cientes da resistência negra nos
quilombos, especificadamente o Quilombo dos Palmares e seu principal líder Zumbi, para que
ocorra uma melhor adaptação e aproximação a esse tipo de estudo, voltado para a cultura
afrodescendente e afro-brasileira.

4- OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL:

Enfatizar os alunos a cerca da narrativa histórica de Zumbi dos Palmares, suas


principais características e as variadas visões e percepções desse importante personagem ao
longo da História, desenvolvendo a criticidade e valorizando os estudos no que se refere à cultura
afrodescendente e afro-brasileira.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Caracterizar o contexto histórico da resistência escrava na sociedade brasileira


durante o século XVII;
- Compreender as diferentes análises e abordagens historiográficas a cerca do
personagem Zumbi em diversos contextos históricos;
- Entender a importância do papel de Zumbi na atual luta dos movimentos negros
por direitos e contra o racismo e as discriminações raciais no Brasil.
5- PROBLEMATIZAÇÃO

Sabe-se que o uso da problematização na temática do projeto torna-se essencial


para que se possam produzir os vários discursos, debates e reflexões a cerca de ideologias,
paradigmas e conhecimentos prévios dos alunos no que se refere nesse caso, à narrativa
histórica do personagem Zumbi, do Quilombo dos Palmares e consequentemente das questões
de poder, dominação e resistência, Brasil do século XVII, racismo, cultura afro-brasileira, entre
outras. O processo da problematização ocorrerá em todo o desenvolvimento do projeto, durante a
sondagem dos conhecimentos prévios, a narrativa história, as diferentes abordagens sociais e
historiográficas, sobretudo, na década de 1960 e por fim, durante a atual visão desse importante
personagem histórico brasileiro.
As principais problemáticas utilizadas no projeto irão vislumbrar uma acentuada
visão da temática por parte do aluno, além do desenvolvimento de sua criticidade e reflexão. De
início, logo após a narrativa histórica será utilizado o seguinte questionamento: Por qual motivo
não houve a existência de outros negros como Zumbi e outros Palmares no Brasil? Espera-se
que os alunos comentem que logo após a derrota de Palmares, reduziram-se substancialmente
as revoltas escravas e os grandes quilombos no Brasil graças às várias mudanças na legislação
escravista portuguesa, que passaram a especificar as características do capitão-do-mato que
sondava novos agrupamentos, e também o surgimento de uma nova delimitação nas leis do que
seria uma comunidade quilombola, ou seja, por meio desses funcionários as autoridades teriam
de certa forma, um determinado controle na atuação dos quilombos que para eles passaram a ser
qualquer aglomeração de poucos escravos, evitando assim, a formação de um novo Palmares.
Além disso, os alunos podem também abordar, a questão do grande aumento de alforrias na
colônia a partir do século XVIII. A segunda problemática seria utilizada após a análise das
imagens referentes à temática, como as obras do pintor alemão Rugendas, que retratam a vida
dos escravos nas lavouras; um desenho holandês de Palmares, produzido em 1647,
representando uma cena cotidiana; a imagem de Domingos Jorge Velho de Benedito Calixto; a
ilustração de um livro paradidático de 1990, mostrando Zumbi com músculos e expressões
ferozes; a imagem de monumentos criados a partir de 1960, época em que o personagem passou
a ser visto como herói nacional, como o que se encontra na Avenida Presidente Vargas no Rio de
Janeiro; o retrato de Zumbi feito por Manuel Victor, mostrando um homem forte, mas com
expressão tranquila e olhar fraco e a imagem mais famosa do herói negro pintada por Antônio
Parreiras. Um dos questionamentos: Qual seria o principal objetivo de se analisar as imagens de
Zumbi produzidas em diferentes épocas? É esperado o aluno comentar sobre as diversas
interpretações desse guerreiro representadas de acordo com as percepções e o imaginário
artístico de cada autor em seu contexto histórico, que ora ressaltava a fraqueza do negro, ora
valorizava a sua força. Logo após a abordagem da imagem de Zumbi na década de 1960, o
projeto procura instigar a reflexão do aluno de acordo com a questão a seguir: Por qual motivo
ocorreu à mudança na figura de Zumbi de sublevado a herói nacional nos anos 1960? Espera-se
uma discursão voltada para a questão de que do golpe ditatorial de 1964 havia levado Palmares a
se tornar um importante símbolo social do Brasil, das classes mais humildes, exaltada pelo
exemplo da resistência. E a partir desse momento, o próprio Zumbi elevado a um patamar de
herói nacional, passando a ser foco de discursos que o ilustrava como principal representante da
luta contra a sociedade estabelecida, introduzindo a esse rei negro características políticas e
revolucionárias. E por fim, por meio do discurso na contemporaneidade, o foco será de fato o dia
20 de novembro, com a seguinte indagação: Por qual motivo a comunidade negra escolheu o 20
de novembro (dia da morte de Zumbi) e não o 13 de maio (dia da abolição da escravidão) para
representar o dia da Consciência Negra? É esperado que o alunado por meio da reflexão,
compare as duas datas e seus contextos históricos, levando em consideração a construção da
figura de Zumbi como herói da resistência, aquele que lutou até o fim por seus direitos, o que de
fato é objetivado pela comunidade negra do Brasil. Já o dia da abolição expõe o fim de uma luta e
o começo de outra, além disso, essa data havia chegado de forma paulatina e concretizada por
um conjunto de fatores que não exaltava de forma alguma a figura do negro no país.

6- CONTEÚDOS CURRICULARES

O projeto visa à utilização dos seguintes conteúdos: Relações de poder,


cidadania e movimentos sociais; o Nordeste Açucareiro; escravidão africana; africanos no Brasil:
dominação e resistência. E de acordo com esses conteúdos específicos serão elencados outros
tópicos pertinentes à temática, como mão de obra africana; fuga; mocambo; quilombo; banzo;
tráfico negreiro; Historiografia; diferentes visões; tempo e espaço; cultura afro-brasileira e
afrodescendente; lei 10.639/2003, entre outros. Serão tratados no decorrer de todo o projeto de
maneira objetiva, discursiva e reflexiva, buscando assim, alavancar o conhecimento do alunado e,
consequentemente obter um excelente resultado.

7- O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO

Para o desenvolvimento do projeto serão atribuídas estratégias e atividades


baseadas na utilização de aulas expositivas, imagens, debates, vídeos, músicas, pesquisas,
produções de vídeos e slides, produções de charges e apresentações teatrais. A principal
estratégia é por em prática tanto os conhecimentos prévios dos alunos, quanto os conhecimentos
adquiridos ao longo do projeto. De início será apresentada a temática e por meio dela, a abertura
de um discurso a cerca desses conhecimentos prévios, para que se possa logo de cara, perceber
o nível de conhecimento dos alunos e as visões previamente estereotipadas. Em seguida, será
explanada a narrativa histórica do personagem e do quilombo referido, aberto a perguntas. Logo
após será montado um roteiro de imagens com legendas, que serão expostas visando uma
melhor apreensão dos conteúdos, aberta a debates referentes às obras, os autores, as diferentes
visões e os contextos históricos de cada uma delas. As imagens como já foram citadas
anteriormente serão as seguintes: as obras do pintor alemão Rugendas, que retratam a vida dos
escravos nas lavouras; um desenho holandês de Palmares, produzido em 1647, representando
uma cena cotidiana; a imagem de Domingos Jorge Velho de Benedito Calixto; a ilustração de um
livro paradidático de 1990, mostrando Zumbi com músculos e expressões ferozes; a imagem de
monumentos criados a partir de 1960, época em que o personagem passou a ser visto como
herói nacional, como o que se encontra na Avenida Presidente Vargas no Rio de Janeiro; o
retrato de Zumbi feito por Manuel Victor, mostrando um homem forte, mas com expressão
tranquila e olhar fraco e a imagem mais famosa do herói negro pintada por Antônio Parreiras.
Além do debate, os alunos terão como atividades, as produções e apresentações de vídeos e
slides com a utilização da internet e por fim, a produção de charges levando em consideração a
sociedade escravocrata da época. Em seguida será apresentada a música “Zumbi” com a análise
de sua melodia e de sua letra traduzida para o português. Outra estratégia visa a exposição do
filme “Quilombo”, de co-produção brasileira e francesa de 1984, dirigido por Cacá Diegues, com a
produção de um resumo crítico a cerca do filme. Em seguida, aulas expositivas e dialogadas
sobre as mudanças na figura de Zumbi a partir da década de 1960, aberto ao debate, com
produção e exposição de textos. E por fim, aulas expositivas sobre a visão atual de Zumbi, os
quilombos remanescentes, a comunidade negra do Brasil e a importância do dia da Consciência
Negra. As atividades propostas serão as seguintes: pesquisas sobre os últimos movimentos
negros na atualidade, a luta por direitos e apresentações teatrais, abordando temas como o
racismo e as discriminações raciais na atualidade.

8- TEMPO PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO

O desenvolvimento do projeto visa uma duração máxima de seis aulas,


suficientes para que os alunos possam refletir, e avaliar as suas aprendizagens.
 Primeira aula: apresentação do tema e avaliação dos conhecimentos prévios;
 Segunda aula: explanação da narrativa histórica do personagem e do quilombo referido, e
exposição das imagens;
 Terceira e quarta aulas: Debates, apresentação de vídeos e charges produzidas pelos
alunos. Análise da música “Zumbi” e exposição do filme “Quilombo”;
 Quinta aula: aulas expositivas e dialogadas sobre as mudanças na figura de Zumbi a partir
da década de 1960, debate, produção e exposição de textos. Aulas expositivas sobre a
visão atual de Zumbi, os quilombos remanescentes, a comunidade negra do Brasil e a
importância do dia da Consciência Negra. E apresentação das pesquisas;
 Sexta aula: apresentação das peças teatrais, avalição do conhecimento e considerações
finais.

9- RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS

Durante o processo de realização do projeto serão utilizados recursos materiais e


humanos, como por exemplo, Livros didáticos, aparelho de DVD, aparelho de som/caixa
amplificada, aparelho de data show, microfone, internet/computador, vídeos, impressora, máquina
fotográfica digital, celular, computador, filme em DVD e cópias impressas. Além de toda a
organização e orientação do projeto por parte do docente responsável, serão utilizadas mini
palestras com indivíduos descendentes de escravos, quilombolas ou remanescentes quilombolas.

10- AVALIAÇÃO

10.1 AVALIAÇÃO DO PROJETO:

A avaliação do projeto está centrada no processo de ensino aprendizagem, que


tem como objetivo diagnosticar, registrar os processos e orientar as dificuldades, adequando os
alunos as necessidades que surgirem no decorrer da vivência do projeto.

10.2 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM:

A avaliação será através de registro em relação à aprendizagem individual e


coletiva dos alunos, frente aos relatos e as exposições das fontes e obras específicas utilizadas
no projeto e as atividades propostas durante o desenvolvimento do mesmo. A avaliação deve
possibilitar aos alunos a auto-avaliação de suas aprendizagens.
11- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

FRANÇA, Cyntia Simioni. Produção do conhecimento histórico: história/ VII/Cyntia Simioni


França. – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.

SANTOS, Joel Rufino dos. Brasil – História – Palmares, 1630 a 1695 (Ensino Fundamental).
Zumbi, m. 1695 I. Borges, Rogério II. Título. 2. Ed. rev. – São Paulo: Global, 2006.

FUNARI, Pedro Paulo. Palmares, ontem e hoje / Pedro Paulo Funari e Aline Vieira de
Carvalho. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.

ANDRADE, Manuel Correia de. FERNANDES, Eliany Moury. Abolição/ Fundação Joaquim
Nabuco; v. 21. – Recife: FUNDAJ, Editora Massangana, 1991.

SOUZA, Marina de Melo e. África e Brasil africano/ Marina de Melo e Souza – 2. Ed. – São
Paulo: Ática, 2007.

PINSKY, Jaime. Escravidão no Brasil (repensando a História)/ Jaime Pinsky – 13. Ed. – São
Paulo: Contexto, 1994.

VASCONCELOS, Selma. Zumbi dos Palmares/ Selma Vasconcelos. – Recife: FUNDARPE,


1995.

VALENTE, Ana Lúcia E. F. Ser negro no Brasil hoje (Coleção polêmica)/ Ana Lúcia E. F.
Valente – São Paulo: Moderna, 1987.

D’AMORIM, Eduardo. África : essa mãe quase esquecida/ Eduardo d’Amorim – São Paulo:
FTD, 1997.

GOMES, Flávio dos Santos. De olho em Zumbi dos Palmares: histórias, símbolos e memória
social/ Flávio dos Santos Gomes – São Paulo: Claro Enigma, 2011.

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