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Universidade do Estado do Pará

Departamento de Filosofia e Ciências Sociais


Centro de Ciências Sociais e Educação
Campus XVII- Vigia de Nazaré
Licenciatura Plena em História

Elionae Almeida de Sousa


Márcio Andrey O. dos Reis

As ruinas do antigo engenho do Cacau- Os desafios no reconhecimento como


patrimônio e fonte para o ensino de história.

Vigia de Nazaré
2022
As ruinas do antigo engenho do Cacau- Os desafios no reconhecimento como
patrimônio e fonte para o ensino de história.
Escola Municipal Padre Alfredo de Laó, Comunidade de Cacau, Colares/Pa
5º ano do ensino fundamental, período da manhã.
Carga Horária: 100h
Professores: Elionae Almeida de Sousa e Márcio Andrey O. dos Reis

SUMÁRIO

1.APRESENTAÇÃO/INTRODUÇÃO............................................................
2.JUSTIFICATIVA.........................................................................................
3.OBJETIVO..................................................................................................
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.....................................................................
5. METODOLOGIA........................................................................................
8. REFERÊNCIAS.......................................................................................
9. ANEXO....................................................................................................
APRESENTAÇÃO
Este projeto tem como objetivo principal, trabalhar com as ruinas do Antigo
engenho do Cacau, localizada na Comunidade quilombola de Cacau, no Município
de Colares/PA, que até a década de 1960 fazia parte do Município de Vigia de
Nazaré. Cacau é uma comunidade ribeirinha de descendentes de povos
escravizados vindos do continente africano para trabalhar nas terras de Domingos
Antônio Raiol o Barão do Guajará, trata-se de uma comunidade quilombola
contemporânea e foi reconhecida como tal em 20 de novembro de 2003, localizada
na margem direita do rio Tauapará, o acesso a comunidade é pelo ramal
recentemente aberto que vem da vila de Juçarateua do Tupinambá recortando a
campina até Cacau. Porém os acessos mais conhecidos e utilizados são através dos
portos de Guajará e Vigia de Nazaré por manterem linhas regulares de botes que
fazem a travessia.

O projeto intitulado “As ruinas do antigo engenho do Cacau- Os desafios


no reconhecimento como patrimônio”, pretende trazer para sala de aula o debate
educacional da importância e valorização do patrimônio histórico local e a partir
deste debate levar o aluno ao reconhecimento de patrimônio material e imaterial.
As ruinas do antigo engenho da comunidade quilombola de Cacau é um
patrimônio que remete a época da escravatura e faz parte da história cultural
daqueles povos escravizados na região e por esse motivo deve ser mais explorado
educacionalmente, incentivando o aluno a descoberta através de pesquisa, a história
que este patrimônio irá remete-los.
.
JUSTIFICATIVA
Usar as ruina do antigo engenho objeto de estudo para os alunos, projeto
trará para dentro da sala de aula o reconhecimento da importância das ruinas do
antigo engenho do Cacau como patrimônio histórico material, onde através deste
patrimônio o aluno irá conhecer a história afro-brasileira, irá conhecer a história local
e regional deste povo que foi escravizado no Brasil, conhecer a cultura local da
comunidade quilombola de Cacau. Além do que no desenvolvimento das atividades
propostas a história das ruinas da Comunidade Quilombola de Cacau será
trabalhada de forma didática que possa estar inserindo a comunidade local.
Será trabalhado com o aluno o reconhecimento e a valorização do patrimônio
histórico local, através das ruinas do antigo engenho da Comunidade quilombola de
Cacau.
Considerando a necessidade de inserção e o trabalho com a cultura
quilombola na comunidade remanescentes de Cacau-Colares e da importância e
valorização e manutenção da cultura quilombola no âmbito escolar. Tal proposta
pretende contemplar elementos relacionados ao cotidiano da comunidade de Cacau,
assim como as histórias e práticas desse grupo social nas atividades desenvolvidas
na comunidade.
Em se tratando da Educação Escolar Quilombola, a Resolução n.º 8, DE 20
de novembro de 2012 que Define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Escolar Quilombola na Educação Básica fala em seu artigo 34: Que o currículo da
Educação Escolar Quilombola diz respeito:
[...] aos modos de organização dos tempos e espaços escolares de
suas atividades pedagógicas, das interações do ambiente
educacional com a sociedade, das relações de poder presentes no
fazer educativo e nas formas de conceber e construir conhecimentos
escolares, constituindo parte importante dos processos sociopolíticos
e culturais de construção de identidades. (BRASIL, 2012, p. 13)

OBJETIVOS
Trabalhar em sala de aula a importância das ruinas do antigo engenho da
Comunidade Quilombola de Cacau, para que o aluno possa aprender o que é
patrimônio histórico cultural material e imaterial e a sua importância para a história
local, regional e nacional, valorar o patrimônio histórico material da comunidade de
Cacau no ensino -aprendizagem para fortalecimento da identidade local, incentivar
os docentes a se qualificarem na prática da educação quilombola através do
reconhecimento de patrimônio histórico.

REFERENCIAL TEÓRICO
Seguindo a ideia de preservação de patrimônio cultural material e imaterial, pode-se
dizer que a experiência acumulada de iniciativas bem-sucedidas, bem como o
alinhamento com preceitos extraídos das reflexões de educadores e profissionais
das ciências humanas, permitem identificar certos princípios norteadores que
amplificam a eficácia do reconhecimento e da apropriação dos bens culturais e, por
conseguinte, a relevância da implementação dos vários instrumentos legais de
proteção do Patrimônio Cultural.( IPHAN, p.19, 2014)
Logo, podemos considerar que é que os métodos utilizados em sala de aula, a
vivencia dos alunos na comunidade e a maneira que eles se relacionam com a
natureza esses patrimônios vai impactar direta ou indiretamente no processo ensino
a aprendizagem ou seja, é imprescindível que toda ação educativa assegure a
participação da comunidade na formulação, implementação e execução das
atividades propostas. O que se almeja é a construção coletiva do conhecimento,
identificando a comunidade como produtora de saberes que reconhece suas
referências culturais inseridas em contextos de significados associados à memória
social do local. Ação transformadora dos sujeitos no mundo e não uma educação
somente reprodutora de informações, como via de mão única e que identifique os
educandos como consumidores de informações – modelo designado por Paulo
Freire como “educação bancária” (FREIRE, 1970).
Para tanto é impossível dissociar os saberes, eles devem andar de mãos dadas para
que aja um equilíbrio, o ensino da academia não pode bater de frende com os
saberes populares, suas concepções e contradições, ambos devem estar alinhados
pois só assim o ensino aprendizagem pode ser um meio de mudança no que diz
respeito a educação patrimonial como outros temas. E algo semelhante acabamos
realizando conosco mesmos. Pois sendo como todos os outros seres vivos, sujeitos
da natureza, acabamos nos tornando uma forma da natureza que se transforma ao
aprender a viver. Sem cessar e sem exceção, entre todas as comunidades humanas
do passado e de agora, transformamos seres do mundo da cultura: pessoas. Em
seres de direitos e de deveres e, portanto, agentes culturais e atores sociais. Somos
uma pessoa em duplo sentido. (BRANDÃO, p.21)

METODOLOGIA
O projeto será desenvolvido com base na educação patrimonial e terá carga
horária de 100 horas, trabalhado no período de um mês, turno da manhã,
respeitando a realidade da escola e dos alunos, poderá ser trabalhado
alternadamente ou mantendo um cronograma, com as seguintes etapas:
1º Etapa: Aulas expositivas para mostrar para os alunos a importância da
preservação dos bens materiais e imateriais, sua cultura e sua interação coma
natureza, uso de fotos, vídeos e textos que tratem de maneira lúdica o tema sempre
procurando fazer relação com a realidade dos alunos.
2° Etapa: Visita em locais históricos e conversas com moradores para saber
da história local, como o projeto é aborda principalmente as ruinas do antigo
engenho é muito interessante levar os alunos até o local, de maneira segura para
que não ofereça perigo a integridade física, uma pesquisa de campo de preferência
acompanhada pelos pais se possível.
3º Etapa: Bate papo com os alunos para saber os pontos principais que os
marcou na visita e nas entrevistas, observar as dificuldades e trabalhar para que
todos possam interagir.
4º Etapa: Trabalhos livres em sala de aula com textos, desenhos e outras
formas de expressão que os alunos queiram utilizar e apresentação dos trabalhos
para comunidade.
5º Etapas: Aplicação de uma avaliação escrita, tendo base a BNCC assim
com as demais atividades descritas anteriormente, levando em consideração a
realidade dos alunos, sempre dando relevância a questões sobre a preservação dos
patrimônios matérias e imateriais, assim como o ensino de história e Cultura Afro-
Brasileira.
Materiais utilizados: Fotos, vídeos, aparelho celular, cartazes, lápis de cor,
caneta, lápis, borracha, tintas, materiais recicláveis, tesoura, papel e outros.
Obs. Quando se trata de educação em escolas do campo ou em áreas de
quilombo, os recursos são limitados, os professores devem se desdobrar quanto aos
materiais a serem utilizados como é o caso dos vídeos, o professor pode usar um
aparelho celular por exemplo ou outros meios.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação


das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana. CONSELHEIROS: Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva (Relatora), Carlos
Roberto Jamil Cury, Francisca Novantino Pinto de Ângelo e Marília Ancona-Lopez
PROCESSO N.º: 23001.000215/2002-96 PARECER N.º: CNE/CP 003/2004:
Disponível em <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cnecp_003.pdf>. Acesso em
08. Jan. 2022.
_________. Base Nacional Comum Curricular. Educação é a base. 2017. Disponível
em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf>. Acesso
em: 09 jan. 2022.

______. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-


Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

______Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Yoté: o


jogo da nossa história: o livro do professor. Brasília: 2010. 112 p. Disponível em
<http://etnicoracial.mec.gov.br/images/pdf/publicacoes/yote_professor_miolo.pdf>
Acesso em: 09.jan.2022.
FREIRE, Paulo. Educação como Prática da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e terra,
1981.
_______. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

BEHAR, P. A. (org.). Recomendação pedagógica em educação a distância. Porto


Alegre: Penso, 2019.

MUNANGA, Kabengele. Origem e histórico do quilombo na África. USP, São Paulo,


n. 28, p. 56-63, dez./fev. 1995/96.
NASCIMENTO, Olindina Serafim. Educação escolar quilombola: memória, vivência e
saberes das comunidades quilombolas do Sapê do Norte, Escola de São Jorge.
2011. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Espírito
Santo, Vitória, 2011

http://www.ipatrimonio.org/wp-content/uploads/2021/01/ipatrimonio-Quilombos-
certificados-2020-Fonte-Fundacao-Palmares.pdf

http://www.ipatrimonio.org/colares-quilombo-cacau-e-ovo/#!/map=38329&loc=-
0.8693102132071129,-48.21289389429456,17
ANEXO(S)
Acervo pessoal.

Ruinas do antigo engenho da Comunidade de Cacau no município de Colares. Foto 2018

Ruinas do antigo engenho da Comunidade de Cacau no município de Colares. Foto 2018.


Escola Municipal Padre Alfredo de laó, localizada na Comunidade quilombola de Cacau.
Turma de Multsérie do Ensino Fundamental Menor da Escola Alfredo de Laó.

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