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Cadernos PDE
II
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Ficha para identificação da Produção Didático-Pedagógica – Turma 2014
Disciplina/Área: História
UNIDADE DIDÁTICA
PONTA GROSSA
2014
ANGELA MARIA KOLITSKI
PONTA GROSSA
2014
INTRODUÇÃO
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No atual contexto educacional, convive-se com práticas discriminatórias e
racistas, onde se valorizam as tradições culturais de matrizes europeias em
detrimento das tradições culturais de matrizes africanas e indígenas. Apesar da
criação de políticas públicas com ações afirmativas de reconhecimento da
diversidade étnico-racial e da sua efetivação nos estabelecimentos escolares,
para tentar reverter práticas preconceituosas presentes no espaço escolar. Além
dos valores discriminativos existentes entre os alunos, também os professores, o
material didático-pedagógico e a própria escola muitas vezes os reproduzem.
Cabe à escola, enquanto espaço de formação de cidadãos críticos,
participativos, democráticos e conscientes, contribuir para o reconhecimento e
valorização das diversas culturas que cooperaram na formação do povo brasileiro.
Através de atividades diversificadas deverá se fortalecer a cultura do respeito às
diferenças, às identidades plurais, tendo por base os princípios da cidadania, da
liberdade e da dignidade humana.
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OFICINA 1 – CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROJETO E DO TEMA
Duração: 6 horas
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Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. As primeiras capitanias do Brasil que
receberam escravos africanos foram as que mais prosperavam na produção de
açúcar.
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Socialização das respostas
1) Em dupla, discutir as respostas e socializar com o grande grupo.
Aprofundando o tema
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escravos e também pelas alianças firmadas com outros grupos sociais. Em
algumas circunstâncias, eram através de negociações que os escravos lutavam
pelo direito de cultuar livremente sua religião, de obter um pedaço de terra só sua,
que auxiliasse na subsistência e de conseguir folga nos finais de semana. (REIS;
SILVA, 2009)
afrodescente no Brasil?
Explorando o tema
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característicos e na consolidação de um território próprio.
Isto começou a se estabelecer, de maneira mais explícita, com o Decreto
4.887/2003, no governo Lula, que considera como remanescentes de
comunidades quilombolas os grupos étnico-raciais: 1º) segundo critérios de auto
atribuição; 2º) com trajetória histórica própria (comum); 3º) com relações
territoriais específicas (território comum); 4º) com presunção de ancestralidade
negra (parentesco comum); 5º) relacionada com a resistência à opressão histórica
sofrida. Então, a caracterização dos remanescentes das comunidades
quilombolas é atestada mediante auto definição da própria comunidade.
Desde os anos de 1980, o quilombo aparece como um movimento por
direitos, principalmente à terra e por cidadania plena, numa sociedade altamente
discriminatória e excludente para a população negra. Esta demanda foi concebida
como forma de compensação e/ou reparação à opressão histórica por eles
sofrida, ou seja, o Estado e a sociedade brasileira tem uma “dívida histórica” para
com os descendentes dos africanos escravizados. Apesar da criação de uma
legislação estabelecendo direitos à demarcação de territórios e outros para as
comunidades quilombolas, a efetivação dessas conquistas há um longo caminho
a ser trilhado.
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OFICINA 2 – QUILOMBOS: MUITO ALÉM DO CONCEITO TRADICIONAL
Duração: 6 horas
Trocando informações
Após assistir o documentário. Sob a mediação do professor, discutir e
sintetizar, em dupla, as informações principais elencadas no mesmo. Na
sequência, cada equipe apresenta os dados que considerarem mais relevantes.
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lugares. Também expressa as tradições culturais preservadas em muitas
Comunidades Quilombolas rurais e urbanas brasileiras.
d) Por que as tradições culturais variam muito de uma região para outra do Brasil?
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considerações discutidas.
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OFICINA 3: COMUNIDADES QUILOMBOLAS NO PARANÁ
Duração: 6 horas
TEXTO 1:
O Paraná foi, por muito tempo, visto como um estado com contingente
populacional, predominantemente, de origem europeia; camuflando a participação
dos africanos, afrodescendentes e povos indígenas na formação social,
econômica, política e cultural paranaense. Segundo Gomes Júnior; Silva e Costa
(2008), o Paraná é o estado com maior população negra do Sul do Brasil (24% da
população paranaense é negra composta por afrodescendentes).
A presença dos africanos no território paranaense dá-se a partir do século
XVII com a exploração do ouro de aluvião no litoral. No século XVIII, com a
decadência da mineração, a mão de obra africana foi transferida para a
agricultura e a pecuária, atividades que exigiam grande quantidade de
trabalhadores sejam eles livres ou escravos. Muitas fazendas surgiram na região
dos Campos Gerais, Guarapuava e Palmas ligando a economia paranaense ao
restante do Brasil, através do Caminho das Tropas. A mão de obra africana
também foi utilizada na extração, beneficiamento e transporte da erva mate no
século XIX, atividade que exigia grande quantidade de trabalhadores, pois
praticamente todo o trabalho era realizado manualmente. Além dessas atividades
produtivas, os africanos trabalharam na extração de madeira para exportação,
nos afazeres domésticos, nas carpintarias, nas ferrarias, nas sapatarias, no
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artesanato entre outras.
Como acontecia em outras regiões brasileiras, no Paraná também os
africanos e afrodescendentes resistiam ao sistema escravista de diversas
maneiras como: negociando a liberdade, através de revoltas, fugas individuais e
coletivas e com a formação de “quilombos” – comunidades, geralmente,
localizadas em locais de difícil acesso, áreas montanhosas, isoladas, próximas de
rios onde os africanos e afrodescendentes viviam em liberdade, cultivavam a terra
e criavam animais coletivamente. Conforme Gomes Júnior; Silva e Costa (2008,
p.15) os quilombos se constituíram como “(...) espaços de liberdade buscados por
negros e negras no Paraná (...) espaços de resistência e manutenção dos traços
culturais que os identificam e os certificam como descendentes efetivos dos
africanos (...)”.
Segundo levantamento realizado pelo Grupo de Trabalho Clóvis Moura
(GTCM) - 2005-2008, existem hoje no Paraná trinta e seis Comunidades
Remanescentes de Quilombos, auto reconhecidas e certificadas pela Fundação
Cultural Palmares (FCP) – instituição responsável pela identificação desses
grupos no Brasil.
Discutindo o texto
africanos e afrodescendentes?
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1) Observe o mapa 1 do Estado do Paraná com as Comunidades Remanescentes
de Quilombos e Comunidades Negras Tradicionais identificadas pelo GTCM:
Disponível:http://www.itcg.pr.gov.br/arquivos/File/Quilombolas_2010/Comunidades_quilombolas.pd
f (Acesso: 24/11/14 às 22:50). (Observação: na oficina o mapa será projetado em multimídia).
de Ivaí:
Remanescentes de Quilombos?
Remanescentes de Quilombolas?
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Disponível:http://www.itcg.pr.gov.br/arquivos/File/Quilombolas_2010/Populacao_Negra.pdf.
(Acesso: 24/11/14 às 23:15). (Observação: na oficina o mapa será projetado em multimídia).
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Disponível: http://www.itcg.pr.gov.br/arquivos/File/quilombolas_2009/IVAI.pdf. (Acesso: 24/11/14,
às 23:30). (Observação: na oficina o mapa será projetado em multimídia).
Aprofundando o tema
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os alunos em equipes com 3 componentes, propor um seminário sobre as
Comunidades Remanescentes de Quilombos no Paraná, enfocando:
6) Apresentação do seminário.
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OFICINA 4: VISITA À COMUNIDADE QUILOMBOLA DO RIO DO MEIO
Duração: 6 horas
Elaborando entrevista
a) Origem da comunidade;
b) Estrutura social e econômica da comunidade;
c) Relações de trabalho;
d) Relações culturais (religião, festas, costumes, etc.);
e) Regularização das terras da comunidade;
f) Entre outras.
Visitando a comunidade
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OFICINA 5: A CULTURA AFRO-BRASILEIRA
Duração: 6 horas
Sistematizando a oficina 4
A cultura afro-brasileira
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OFICINA 6: COMBATE AO RACISMO E A DISCRIMINAÇÃO ÉTNICO-
RACIAL
Duração: 2 horas
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De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente,
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente.
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral
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Uns com a pele clara outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral
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O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca.
E desde sempre não para pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Qualquer tipo de racismo não se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança
cultural
Todo mundo é racista mas não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da "elite"
Não participe
Pois como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
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1) Discutir com os alunos a letra da música “Lavagem Cerebral”, refletindo sobre:
2) Escolher uma música e elaborar uma paródia, em dupla, que faça crítica ao
preconceito, ao racismo e a discriminação.
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REFERÊNCIAS:
REIS, João José e SILVA, Eduardo. Liberdade por um fio: história dos
quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
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