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SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
LENITA ASALIN
UEM
MARINGÁ
2016
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA
DA EDUCAÇÃO - SUED DIRETORIA DE POLÍTICAS E TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS – DPTE COORDENAÇÃO DE ARTICULAÇÃO
ACADÊMICA - CAA
Ficha para Identificação – Produção Didático-Pedagógica:
Apresentação
Objetivo geral
Dessa forma, faremos aqui uma retomada de cada uma das etapas destas
sequências do Letramento literário - teoria e prática, de Cosson (2014).
SEQUÊNCIA BÁSICA
Nesta etapa, não é necessária uma atividade de caráter festivo, basta que o
aluno faça uma reflexão a respeito, compartilhe com os demais e estabeleça um
diálogo sobre esta experiência entre os leitores.
SEQUÊNCIA EXPANDIDA
2º encontro – Retomada da aula anterior, caso não tenha sido possível concluir o
conteúdo. Seguindo com a segunda etapa de Cosson (2014), a introdução, na qual
apresentaremos a obra que norteia nossa proposta de trabalho, o cordel biográfico
de Dandara dos Palmares, bem como sua autora, Jarid Arraes.
3º encontro – Retomada da aula anterior, concluir o conteúdo, caso não tenha sido
feito. A terceira etapa a ser trabalhada, proposta por Cosson (2014), é a leitura.
Assim, encaminharemos a leitura oral do cordel Dandara dos Palmares, de Jarid
Arraes, observando suas características como entonação, ritmo e musicalidade. Na
sequência, pesquisaremos o vocabulário, e promoveremos a discussão do cordel,
buscando sua compreensão.
9º encontro - Refletir sobre um projeto para o trabalho com a lei 10639/2003, dentro
do contexto escolar no qual estamos inseridos. Apresentando propostas e definindo
o caminho que será percorrido.
SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Professor, seja bem-vindo a esta unidade didática, ela foi produzida com
muito carinho e comprometimento, pensada para enriquecer nossas aulas e,
consequentemente, a formação do nosso alunado. Embora ela tenha sido
construída, objetivando oportunizar uma formação para professores e funcionários,
entendemos que ela pode ser trabalhada com alunos do nono ano ou ensino médio,
fazendo as mudanças, que julgar necessárias, em consonância ao grupo, em que
será aplicada. Optamos por utilizar caixas de diálogos para sugerirmos leituras e
encaminhamentos, as verdes. E nas amarelas, apresentamos explicações e
retomamos conceitos.
Orientações metodológicas:
3) Esclarecimentos sobre pontos relevantes como carga horária, controle de presença, atividades e
avaliação.
Vamos conversar?
§ 3o (VETADO)"
"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da
Consciência Negra’."
Disponível em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm
(acesso em 13/11/2016)
Para refletir sobre a lei 10639/2003:
1) De que forma a lei 10639/2003 pode contribuir com a melhoria das condições de
vida do cidadão afro-brasileiro?
2) Para o cidadão que não pertence ao grupo afro-brasileiro como a lei pode lhe
favorecer?
3) Vamos assistir ao vídeo que traz uma avaliação dos dez anos da lei 10639/2003.
Vídeo: Roda de Conversa - Tema: História e Cultura Afro-Brasileira - 1/3
https://www.youtube.com/watch?v=n2TBh-fn1Vc&feature=youtu.be 30/06/2013
(acesso em 13/11/2016)
Orientações metodológicas:
Professor, peça aos alunos para lerem a entrevista, em seguida, siga o roteiro
das questões, acrescentando os comentários que julgar necessários e incentivando
a participação dos alunos.
1) Observe as imagens abaixo e aponte o que estas duas mulheres têm em
comum? O que as diferencia?
De pantufas roxas, ela apareceu à porta para me receber. Você sabe que está
entrando no mundo de Jarid Arraes pela cor: o roxo começa a despontar aqui e ali,
nas paredes, almofadas e até no seu cabelo, crespo e volumoso, recém-cortado na
altura do queixo.
Como escritora, Jarid também tem muito a revelar através de seu trabalho. Foi
exatamente para descobrir isso que fui até ali – juro que não foi só pra comer bolo.
– Fui uma criança diferente dos meus amigos, cresci cercada de cultura popular
nordestina – Jarid começou a contar. – Meu avô fundou uma associação de artesãos
em Juazeiro do Norte, a Associação de Artesãos do Padre Cícero, que funciona num
lugar chamado Centro de Cultura Popular Mestre Noza. Meu avô foi diretor, depois
minha avó, depois meu pai. E eu cresci lá. Então sempre gostei muito de tudo o que
as outras crianças não gostavam: cordel, xilogravura, maracatu, banda cabaçal.
– Os jovens acabam se identificando mais com “cultura pop”, né? Que é, na
verdade, cultura americana – observei.
– Isso. Você quer se aproximar do que está na moda, do que aparece na televisão,
do que é considerado legal. E cultura popular nordestina não é visto como algo
“legal”. Mas às vezes os trabalhos de escola aconteciam lá no Mestre Noza, e todo
mundo ficava maravilhado porque eu conhecia tudo, me pediam para meu pai dar
entrevista. E eles ficavam surpresos quando descobriam.
Desde criança, Jarid lia muito cordel. Ouvia o pai declamar cordel. Mas começou a
escrever cordel só de uns quatro anos pra cá.
– Eu achava que não tinha talento. Mas fiquei incomodada pensando: meu avô é
bem idoso, ele está com 80 anos. Em breve vai morrer. Um dia meu pai também vai
morrer. Se eles morrem, acaba com eles a tradição do cordel na família, porque
ninguém mais escreve. Resolvi então começar a escrever.
Foi num sábado à noite que ela sentou na frente do computador para escrever.
Nunca havia feito isso. Tinha ao seu lado um cordel do pai para usar como
referência, mas percebeu que não ia precisar. Os versos saíram com tanta
naturalidade que, dez minutos depois, estava pronto seu primeiro cordel: Dora, a
negra e feminista.
– Parece que saiu magicamente, mas não! Estava na minha memória, era algo que
fazia parte de mim. Por isso eu tenho mais facilidade pra escrever cordel. Levanto
desesperada e penso “tenho que fazer cordel hoje!”, sento e faço.
– Lembro que no cordel sobre a Carolina Maria de Jesus você escreveu algo como
“era o ano de quatorze / inda de mil e novecentos”. Assim quebrado – comentei.
– É isso mesmo. Tenho que fazer uns “migué” para caber no ritmo. Outra “trapaça” é
comer sílabas das palavras. Mas acho que faz parte da técnica. Até nas oficinas de
cordel que dou, falo para as pessoas se sentirem à vontade para escrever “errado”.
Quanto mais errado, mais legal fica. Dá identidade.
No ano passado, Jarid lançou seu primeiro livro de ficção. A ideia foi resgatar uma
heroína brasileira negligenciada pela história, a ponto de não haver registros sobre
ela – muitos acreditam que ela nem chegou a existir. Assim Jarid deu forma ao
livro As Lendas de Dandara, imaginando histórias épicas que preenchessem essa
lacuna sobre a heroína de Palmares.
– Tem, mas também é bem diferente do que eu estava acostumada a ler: Senhor
dos Anéis, As Brumas de Avalon. Mitologia nórdica, europeia. E também não sei se
dá pra considerar As Lendas de Dandara como fantasia, porque muitas pessoas
acreditam em orixás. Também não acho relevante dar o rótulo de fantasia. Até
porque, sinceramente, não vejo o público que lê fantasia se interessando tanto por
mitologia africana. Esses dias eu estava procurando mais livros de fantasia para ler.
Fui procurar em alguns sites para ver o que me interessava e era tudo a mesma
coisa. Castelo, dragão e mago. Minha gente, até na mitologia europeia tem mais
coisa do que castelo, dragão e mago.
– É quando a história consegue fluir de um jeito que eu nem percebo como ela foi
parar naquele ponto. O livro Kindred, da Octavia Butler, tem muito isso. Mesmo com
todas as idas e voltas no tempo, quando a personagem vai parar na casa do senhor
de escravos, as coisas são muito fluidas, vão se emendando de uma forma natural.
– Além da Octavia Butler, os livros da Chimamanda. Gosto muito do Hibisco Roxo,
mas juro que não é porque tem roxo no nome! É uma história protagonizada por
uma garota, filha de um homem muito rico na Nigéria. Os personagens são muito
interessantes e a narrativa, em primeira pessoa, tem muita dessa fluidez que eu
estava falando.
Sua atenção se voltou ao celular por um momento, quando ela começou a procurar
a capa de outro livro para me indicar: Mel e Amêndoas, de Maha Akhtar. Um livro
com várias personagens que têm suas histórias interligadas, e gira em torno de uma
mulher que tem um salão de beleza em Beirute.
Então Jarid lembrou-se de outro livro, de um autor negro independente, que ela
conheceu na Feira Preta: Outras vozes, de Plínio Camillo.
– Olha o clichê – ela comenta – o que considero boa literatura é aquilo que me
emociona.
O que ela chamou de clichê pode ser considerado, na verdade, algo profundamente
humano. Todas as pessoas buscam na literatura aquilo que as emocionam. Ainda
que se emocionem de formas diferentes. Ainda que algumas se emocionem com
histórias de castelo, dragão e mago. Acontece.
Apesar de ser um trabalho que se faz sozinha, lembrei pela minha própria
experiência, que escrever é uma profissão que envolve exposição. Porque escrever
é se expor, colocar sua verdade no trabalho; mas também porque exige visibilidade
para promover livros, chamar a atenção das pessoas. Perguntei:
– Mesmo com essa exposição, o que você acha que as pessoas não veem ou não
imaginam sobre o trabalho de escritora?
– Elas nem imaginam que às vezes você não quer visibilidade – Jarid contou. –
Você quer que seu livro seja famoso, seja lido. É diferente de querer ser celebridade.
– Vamos agora viajar muito no futuro: qual é o seu objetivo dentro da literatura?
– O que quero fazer hoje com minha literatura é honrar minha ancestralidade. Não
só a parte negra da minha família, mas a parte branca e como elas se misturam. E
aí entra o cordel, que faz parte da minha família nordestina. É algo que me
emociona muito e acho que essa é a minha verdade. A verdade que coloco na
minha literatura.
Abraçada à sua almofada roxa de franjinhas, Jarid pareceu olhar para um tempo
muito distante. Futuro ou passado? Talvez os dois.
– Espero que quando eu tiver uns 60 anos, eu possa ver que publiquei muitas coisas
que honraram minha ancestralidade. Porque acho que nunca vou conseguir
conhecer exatamente a minha origem, saber quem foi a pessoa negra da família do
meu pai que fez com que só ele e eu nascêssemos negros. Não sei se vou saber,
então vou usar a escrita para imaginar várias versões dessa pessoa.
Uma pessoa que pode ser Dandara, ou a protagonista de seu novo livro, alguma
personagem de seus cordéis, a Luísa Mahin, a Tereza de Benguela, ou todas elas.
Ela diz que, já que não sabe quem foi, então foram todas.
– Quero contar a história dessas pessoas que não puderam contar a história delas.
Como os personagens que escrevo hoje são pessoas que tiveram a humanidade
roubada delas, contar essas histórias é uma forma de torná-las humanas de novo.
A narrativa fluida que mais cedo ela disse gostar na literatura também estava ali,
enquanto ela me contava sua própria história.
http://www.cartacapital.com.br/cultura/jarid-arraes-201cescrevo-para-honrar-minha-
ancestralidade201d 29/03/2016
(acesso em 10/10/2016)
3) O que você acha que motivou estas escolhas textuais (verbal e não verbal)
dentro da temática que pretendemos desenvolver aqui? Levante hipóteses.
4) Qual a importância desta autora para a sociedade contemporânea?
5) Complete o quadro abaixo:
6) Aponte no texto lido algo sobre Jarid Arraes que desperta a sua atenção e
curiosidade. Comente.
7) De acordo com o que você descobriu sobre Jarid Arraes, levante hipóteses,
descrevendo quem poderia ser a mulher, cuja “foto” está ao lado de Jarid.
8) A imagem abaixo traz a capa do livro que vamos ler, você conhece este nome?
Levante hipóteses sobre a identidade desta pessoa.
Terceiro encontro – Terceira etapa do Letramento literário - Leitura
Orientações metodológicas:
1 3 5
Pra falar dessa guerreira Feito bravo furacão É a branquitude cega
Faço humilde reverência Era tão como Iansã Do racismo idolatrada
Pois Dandara dos Palmares Do africano panteão. E pra completar o quadro
Tem importante influência A mulher é rejeitada
É para as mulheres negras Ela nunca aceitou terra
Cheias de resiliência. Em troca de paz forjada Se esquecem de Dandara
Pois a guerra pra Dandara Porque ainda são racistas
A História é que não conta Era bem mais desejada Só falam da tal Europa
Sobre a vida de Dandara Visto que fazer acordo Com ideias narcisistas
Pois além de ser racista Na verdade era cilada Mesmo no tempo de hoje
Seu machismo se escancara A guerreira de Palmares No fundo são escravistas
Sem um pingo de respeito Resistia com bravura
E sem vergonha na cara. O orgulho era profundo Vou estender minha fala
Sua pele era armadura Criticando Feminismo
Se você já ouviu falar Determinação crescente Por também não se lembrar
Da história de Zumbi Tinha como assinatura Da luta contra o racismo
Peço então sua atenção Por exemplo disso tudo Só com norte-americana
Pro que vou contar aqui A Zumbi fez sugestão Não se derruba o machismo
Que talvez você não saiba 2 De que tomasse Recife 4 Pois é muito lamentável 6
Por isso eu vou insistir. Fazendo a dominação Ter só heroína branca
Da cidade nordestina Como ficarão as negras
Ninguém sabe onde nasceu De um bruto supetão Se representação franca
A Dandara destemida É a base da autoestima
No Brasil é mais provável Esse era o seu estilo Que o racismo atravanca?
Pois linhagem reprimida De nunca fugir da luta
Foi ranço da escravidão Sempre era só oitenta Para tora brasileira
Que multiplicou a lida. Era intensa sua conduta Dandara sim, pode ser
Essa constante ofensiva Um exemplo aguerrido
No entanto já se sabe Fez-se pura e resoluta Para se fortalecer
Que ela se estabeleceu Como parte da história
No Quilombo dos Palmares Para o FEMINISMO NEGRO Pro feminino crescer.
Onde a luta aconteceu É Dandara um expoente
Foi casada com Zumbi De mulher inspiradora E ao movimento negro
E nunca se esmoreceu. E de preta como a gente Quero muito reforçar
Que nos serve como gás Que machismo é veneno
Ela ainda teve filhos Pra botar o fogo quente Violento de matar
Foram 3 os seus rebentos E que as mulheres negras
Para dar continuidade Um sinal definitivo Devem sempre respeitar
Com fortes engajamentos Do orgulho que ensinou
Fez o povo negro livre Foi a causa de sua morte A história de Dandara
Ter bastantes fundamentos. Pois Dandara se matou Nunca se deve esquecer
Se jogou de uma pedreira Ela é um belo exemplo
Liderança feminina Se render não cogitou Para nos enriquecer
Forte com convicção E passar a enxergar
Ela jamais aprovou A partir de sua morte Como é preciso
Tratado de rendição Entendemos sua mensagem Se ver
Discordou de Ganga-Zumba Antes fosse um suicídio
Em prol da revolução. Que voltar à serviçagem Nenhuma mulher é frágil
Para o nosso povo negro Temos de Dandara o punho
É verdade que Dandara Isso é mais pura coragem Que mantemos bem erguido
Era dura e radical Sendo nosso testemunho
Pois não compactuava A maior parte dos fatos De que a história feminina
Com papo de menos mal Que se conta sobre ela Não é feita pra rascunho.
Sua liberdade plena É de lenda repassada
Para ela era ideal. Como memória singela A partir desse momento
Para despertar a preta Quando em Zumbi pensar
As tarefas femininas Que altiva se rebela Lembre também de Dandara
de limpar e cozinhar Que com ele foi lutar
Não eram do seu feitio A responsabilidade Na mais pura resistência
Que partia para caçar Pela porca ignorância Da peleja a batalhar
E além da plantação Que domina esse Brasil
Também sabia lutar. É da torpe arrogância Onde quer que ela esteja
Do machista e racista Dandara é minha chama
Aprendeu a capoeira Que deteve a dominância Para quem consiga olhar
Teve arma em sua mão A fim de vencer o drama
Liderava mil batalhas Quem escreva a história Minha militância inspira
Lá no livro registrada E ao meu coração reclama
Atenção à leitura, pois vamos discuti-la, seguindo o roteiro através das questões
abaixo:
12) O cordel apresenta vocábulos que não são de emprego comum. Vamos tentar
descobrir o significado dos mesmos através do contexto. Escreva nos espaços a
possível definição:
Resiliência Iansã
Destemida Panteão
Linhagem Sopetão (supetão)
Lida Resoluta
Esmoreceu Serviçagem
Rebentos Singela
Engajamentos Torpe
Convicção Narcisistas
Aguerrido Peleja
13) Observe os vocábulos e sua definição, associando as duas colunas:
(i) Aguerrido ( )
1) Que entorpece;
2) Acompanhado de entorpecimento;
(m) Resoluta ( ) Certeza obtida por fatos ou razões que não deixam dúvida
nem dão lugar a objeção, convencimento, crença.
(n) Peleja ( ) Pessoa que tem propensão ao narcisismo, que nutre amor
excessivo a si mesmo, a sua imagem. *
(o) Singela ( )
(q) Narcisistas ( )
(a)
Movimento articulado na Europa, no
século XIX, com o intuito de conquistar a
equiparação dos direitos sociais e políticos
de ambos os sexos, por considerar que as
mulheres são intrinsecamente iguais aos
homens e devem ter acesso irrestrito às
( ) machismo
mesmas oportunidades destes. (O
movimento pressupunha, já de início, uma
condição fundamental de desigualdade,
tanto em termos de dominação masculina,
ou patriarcado, quanto de desigualdade de
gênero e dos efeitos sociais decorrentes
da diferença sexual.)
(b)
1 Teoria ou crença que estabelece uma
hierarquia entre as raças (etnias).
2 Doutrina que fundamenta o direito de
uma raça, vista como pura e superior, de
( ) feminismo
dominar outras.
3 Preconceito exagerado contra pessoas
pertencentes a uma raça (etnia) diferente,
geralmente considerada inferior.
4 Atitude hostil em relação a certas
categorias de indivíduos.
(c)
( ) preconceito
1 Qualidade, comportamento ou modos de
macho (homem); macheza, machidão.
2 coloquial: Orgulho masculino em
excesso; virilidade agressiva.
3 Ideologia da supremacia do macho que
nega a igualdade de direitos para homens
e mulheres.
Orientações metodológicas
1) Releia Dandara dos Palmares e imagine que você é uma personagem que
“visitou” a história. Neste papel, relate o que viu e viveu. Busque traduzir as
impressões do título sobre o leitor e o que mais atraiu você na obra. Socialize sua
produção, enriquecendo a leitura coletiva.
2) Ao final do encontro, a partir da socialização das leituras, produza uma reflexão
mais elaborada sobre a obra lida.
Quinto encontro – continuação da quarta etapa do Letramento Literário –
Primeira interpretação
Orientação metodológica
Características do cordel
https://www.youtube.com/watch?v=7DosjK6GSUQ
5) Sabendo que Dandara, segundo o cordel lido, foi mulher de Zumbi dos Palmares
(1655 – 1695), a partir das discussões estabelecidas em sala de aula, vamos tentar
preencher a tabela abaixo, observando as partes constitutivas deste gênero:
Relembrando conceitos:
Disponível em :
* http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/versoestroferima.htm
** http://www.infoescola.com/literatura/silabas-poeticas-ou-metricas/
(acesso em 11/12/2016)
Observe:
4) A partir dos estudos sobre a obra Dandara dos Palmares, e fazendo uma
releitura do cordel estudado, em dupla, escolha uma pessoa para ser o tema de um
cordel biográfico, (alguém que julgue ter relevância e mereça um cordel), observe o
exemplo abaixo:
Orientações metodológicas
http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=5609
Contextualização histórica
Onde acontecem os fatos narrados? Como é este lugar em que a personagem vive?
(Século XXI)
Contextualização presentificadora
Quando os fatos são narrados? Qual é o fato narrado? Por que este fato é
narrado?
De que lugar a narradora fala? Como é este lugar em que a narradora vive?
Orientações metodológicas
Branca! Negra!
Branca! Negra!
Disponível em : http://www.emdialogo.uff.br/content/gritaram-me-negra
(acesso em 11/12/2016)
Recapitulando:
É a voz que fala através do poema. Não confundir com a voz do autor. Chico
Buarque, por exemplo, tem muitas músicas, cujo eu lírico é feminino.
6) Como podemos observar, o poema pode ser analisado em três etapas. Em cada
uma delas a palavra “negra” traz um sentimento, que provoca uma situação de
mudança da personagem. Explique as etapas, citadas no poema, vivenciadas pelo
“eu-lírico”, preenchendo o quadro abaixo.
Início Desenvolvimento Fim
Peru / África
Com uma voz forte e intensa, Victoria Eugenia Santa Cruz Gamarra declama seu
poema “Gritaram-me nega” em referencia a experiência de preconceito vivida ainda
criança dentro de um grupo de amigos que a expulsaram simplesmente por ser
negra.
Foi a partir deste momento que a poeta, coreógrafa, estilista e folclorista afro-
peruana passou a refletir sobre a importância do sofrimento, percebendo que certas
injustiças poderiam até despertar ódio. Tais experiências fizeram com que ela se
reconhecesse como negra, aumentando assim sua autoestima e fazendo com que
descobrisse o prazer de viver de uma forma mais equilibrada. Victoria cresceu,
consciente de sua negritude.
Aos 36 anos, Victoria cria o grupo Cumanana juntamente com seu irmão mais novo,
o poeta, pesquisador e jornalista Nicomedes Santa Cruz Gamarra, um dos primeiros
grupos teatrais inteiramente integrado por negros que tinha como intuito difundir as
diversas vertentes da cultura afro-peruana. Deste projeto, posteriormente, foram
lançados alguns discos contando um pouco da história deste povo e de suas
manifestações artísticas.
Posteriormente, ela correu o mundo com sua companhia, especialmente nos tempos
em que era diretora do Conjunto Nacional de Folclore do Instituto Nacional da
Cultura. Victoria chegou a fazer turnês pelos Estados Unidos, El Salvador, França,
Bélgica, Suíça, entre outros países.
Victoria Santa Cruz foi uma das poucas mulheres latino-americanas e negras a
lecionar na requisitada Universidade Carnegie Mellon, Pensilvânia, nos Estados
Unidos, entrando, à principio como professora convidada, mas anos depois alcança
o cargo de professora vitalícia.
Victoria deixa sua mensagem de que é preciso sim absorver o que vem de forma
negativa, mas transformá-lo em afirmação, fortalecendo assim o ser como sujeito
numa maior compreensão de si mesmo. É o renascer, é se esclarecer como negra
pertencente a este mundo. Para a poeta, se todas as “diferentes” raças não
perceberam que são uma só, jamais descobrirão o que é o homem!
http://www.afreaka.com.br/notas/victoria-santa-cruz-forca-de-uma-voz-afro-peruana/
(acesso em 12/11/2016)
Orientações metodológicas
Texto 1
http://geekpublicitario.com.br/15002/quem-disse-berenice-empoderamento/
(acesso em 21/11/2016)
Texto 2
http://geekpublicitario.com.br/15002/quem-disse-berenice-empoderamento/
(acesso em 21/11/2016)
http://geekpublicitario.com.br/15002/quem-disse-berenice-empoderamento/ 13/9/2016
(acesso em 12/11/2016)
No entanto, muitas vezes nós deixamos de lado a questão racial pela falsa sensação
de que o preconceito com negros em nosso país é algo vencido.
E isso nunca ficou tão claro pra mim na publicidade, como neste post realizado pelo
pessoal dos Laticínios Itambé, onde abordaram sem alarde tampouco preconceito
uma família completamente negra para divulgar o produto Nolac.
O resultado foi uma comoção geral de ativistas sociais que simplesmente adoraram
a atitude da empresa. Já são quase 10 mil likes no post, além de 320 comentários
quase em sua maioria todos positivos. Algo completamente incomum para os outros
posts da página.
Ver uma família comum, com um rosto comum causar estranhamento como me
causou, me prova que os estereótipos ainda dominam e causam impactos grandes,
ainda que inconscientes. E é incrível saber que existe uma marca como a Itambé,
capaz de pensar nos pequenos detalhes pra tentar transformar o mundo num lugar
melhor.
http://geekpublicitario.com.br/8602/itambe-anuncio-post-facebook-familia-negra/
(acesso em 05/10/16)
13) Como você pode observar, a imagem referente ao texto três denota que ele é
um texto publicitário, entretanto, ele não está no seu suporte original, uma vez que,
na realidade, ele se trata de uma matéria, como pode ser observado no texto abaixo
da figura, abordando esta publicidade. Com que objetivo a publicidade da marca
Itambé é retomada neste texto?
14) Você compraria este produto, considerando o argumento de que as escolhas
feitas aqui demonstram um posicionamento em favor do empoderamento do negro,
na sociedade?
Texto 4
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/09/18/ibge-n-de-autodeclarados-pretos-e-
pardos-sobe-e-negros-sao-45-no-pais.htm 18/09/2014
(acesso em 12/11/2016)
16) Por que autodeclarar-se é importante?
17) Quais fatores podem contribuir para que o indivíduo se reconheça e se
autodeclare?
18) De que forma os textos da “Quem disse Berenice”, Itambé e “Notícias UOL”
dialogam? O que eles têm de semelhante?
19) Pesquise textos que revelam o empoderamento do negro. Faça cartazes e
divulgue-os.
20) Pesquise e confeccione adereços e indumentárias, relacionados à cultura
africana. Em seguida, reproduza as imagens, maquiando e vestindo os
descendentes de africanos da comunidade escolar. Feito esse trabalho, fotografe-
os e selecione algumas fotos para organizá-las para uma exposição.
Nono encontro: Produção coletiva de um projeto que norteará o trabalho com
a lei 10639/2003
Sugestões:
Nesta etapa, não é necessária uma atividade de caráter festivo, basta que o
aluno faça uma reflexão a respeito, compartilhe com os demais e estabeleça um
diálogo sobre esta experiência entre os leitores.
SANTOS, Zilma Lima dos, Variantes da linguagem oral por Patativa do Assaré em A
triste partida, 2013, Camaçari. Disponível em:
http://www.cchla.ufpb.br/clv/images/docs/tcc/2013/bahia/camacari/zilma_lima_dos_s
antos.pdf (acesso em 17/11/2016)