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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

ISMAEL DOS SANTOS ANDRADE

FICHAMENTO: A África e o negro nos anos iniciais do ensino fundamental: desafios


para a escola.

Amargosa-Ba
2023
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

ISMAEL DOS SANTOS ANDRADE

FICHAMENTO: A África e o negro nos anos iniciais do ensino fundamental: desafios


para a escola.

Trabalho apresentado como requisito parcial


para obtenção de nota no componente
curricular Educação e Africanidades
ministrado pela professora Dra. Rosângela
Souza da Silva.

Amargosa-Ba
2023
SUMÁRIO
Resumo das ideias do autor: ....................................................................................... 4

Destaque de citações do autor: ................................................................................... 5

Interpretação do texto: ................................................................................................ 6


Resumo das ideias do autor:

Os autores destacam que os anos iniciais do Ensino Fundamental são


importantes, principalmente para os alunos da rede pública, pois representam a
primeira experiência com a educação formal de muitas crianças. Nesse período, os
alunos passam pelo delicado processo de distanciamento físico da família, confronto
com outros valores diferentes dos do lar e início de novas amizades. Além disso, é
nessa fase que muitos começam o processo de alfabetização e têm contato com a
história formal sobre a formação da nação. O cotidiano escolar vivido nos anos iniciais,
juntamente com outras experiências da infância, contribui para forjar o adulto que
somos.
O texto aborda a diversidade na escola e destaca as relações étnico-raciais
nos anos iniciais do ensino fundamental. No texto é mencionado as lições apreciadas
que as crianças recebem e como isso afeta a diversidade. A escola é apresentada
como um espaço de encontro de diferenças, mas que muitas vezes não é tão explora.
As diferenças étnicas, de gênero, de classe, entre outras, são invisíveis se não
estiverem dentro da configuração profissional da escola. Os autores destacam a
história da África e do negro na escola, e suas orientações no currículo e na prática
pedagógica. O texto também menciona a Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino
de História e cultura afro-brasileira nas escolas, públicas e privadas, e em todos os
níveis de ensino.
Bem como apresenta a ideia de que a constituição de marcos legais, apesar
de ser uma conquista importante para os movimentos sociais, por si só não garante a
implementação de práticas pedagógicas de acordo com o que a lei exige. Também se
destaca a importância da dinâmica social, do embate político, das relações de poder
e do cotidiano da escola e do currículo escolar na concretização da lei. A realidade
social e educacional brasileira é complexa, conflituosa, contraditória e marcada pela
desigualdade social e racial, o que gera estresse entre as intenções previstas na lei e
na prática pedagógica nas escolas.
Também é abordado a forma como a história do Brasil foi escrita e forjada a
partir dos interesses de grupos que estavam no poder, como aconteceu com a criação
do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1838, instituição que reuniu

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documentos sobre a história do país e promoveu pesquisas para forjar a nossa
história. Em 1844, o instituto realizou um concurso de monografias com o título "Como
se deve escrever a História do Brasil", cujo ganhador foi o naturalista alemão Friedrich
von Martius, que apresentou a mestiçagem como uma força positiva que levaria o país
ao progresso.
Por fim, é discutido a necessidade de uma educação antirracista no cotidiano
escolar e apresenta alguns desafios que precisam ser enfrentados para que isso se
torne possível. Ela destaca a importância de uma luta subjetiva do professor e da
professora contra seus próprios pré-conceitos e de uma mudança cultural e política
no currículo e na produção de conhecimento, que rompa com o silêncio e a
invisibilidade com que se trata de questões raciais. A autora defende ainda a
necessidade de investimento na formação inicial docente e na descolonização das
universidades e secretarias de educação.

Destaque de citações do autor:

"Os anos iniciais do Ensino Fundamental, que correspondem a um período do 1° ao


5° ano de escolaridade, proporcionam ‒ principalmente aos alunos da rede pública ‒
a primeira experiência com a educação formal de muitas crianças, uma vez que a
quantidade de vagas nas creches e escolas de educação infantil ainda não são
suficientes para atender à demanda das classes populares." (L.F. Oliveira, U.P.L.
Farias, 2014, p. 87).

"Os bons e os maus momentos vividos no cotidiano escolar, concomitante com outras
experiências da infância, contribuem decisivamente para forjar o adulto que somos."
(L.F. Oliveira, U.P.L. Farias, 2014, p. 88).

"A escola é o espaço da diversidade. É o local do encontro das diferenças, de ideias


e valores, que talvez não se encontrem em outros espaços, e por isso ela é tão rica
em possibilidades." (L.F. Oliveira, U.P.L. Farias, 2014, p. 88).

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"As relações de gênero, as diferenças étnicas, de classe, de pertencimento religioso,
de origem regional, as configurações familiares, as necessidades educacionais
especiais são invisibilidades se não estiverem dentro da configuração secreta da
escola." (L.F. Oliveira, U.P.L. Farias, 2014, p. 88).

"Acreditamos que uma das trincheiras de combate a estas desigualdades é a


educação, apesar de todos os problemas que têm acometido a escola, principalmente
a pública." (L.F. Oliveira, U.P.L. Farias, 2014, p. 89).

"Por mais avançado que uma lei possa ser, é na dinâmica social, no embate político,
nas relações de poder, no cotidiano da escola e do currículo escolar que ela tende a
ser concretizada ou não" (Gomes, 2008, apud Santos; Coelho, 2012, p. 43).

Interpretação do texto:

Os autores enfatizam a importância dos anos iniciais do Ensino Fundamental


como um período singular na vida das crianças, pois representa a primeira experiência
com a educação formal e o processo de distanciamento da família. Nesse período, as
crianças têm a oportunidade de conhecer valores diferentes dos do lar e iniciar novas
amizades, além de começarem o processo de alfabetização e terem contato com a
história formal sobre a formação da nação. O cotidiano escolar vivido nessa fase,
juntamente com outras experiências da infância, contribui para moldar a
personalidade e a identidade do adulto que a criança se tornará. Assim, é fundamental
que os anos iniciais do Ensino Fundamental recebam a devida atenção e investimento
por parte das políticas públicas de educação, especialmente para as classes
populares que têm dificuldades de acesso à educação infantil.
O texto discute a importância da diversidade na escola e como ela muitas
vezes é ignorada. É destacado as lições apreciadas que as crianças recebem e como
isso afeta a diversidade. O texto também menciona a história da África e do negro na
escola e como isso influencia o currículo e a prática pedagógica. A Lei 10.639/03 é
mencionada como um passo importante para defender a história e a cultura afro-
brasileira na escola e combater as desigualdades étnico-raciais. A escola é vista como

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um espaço de encontro de diferenças, mas que precisa explorá-las para ser
administradora rica em possibilidades. A educação é vista como uma das trincheiras
de combate às desigualdades, apesar dos problemas que acometem a escola,
principalmente a pública.
É de suma importância a interpretação correta das leis, que nem sempre é
realizada de forma adequada pelos docentes dos anos iniciais do ensino fundamental.
Esses profissionais são responsáveis pela grande parte da formação das crianças e
que, por isso, é fundamental que tenham uma formação adequada. A formação
mínima ainda é o nível médio, na modalidade normal ou magistério, sendo ampliada
a exigência da Licenciatura em Pedagogia. No entanto, os dados do Educa senso
2007 evidenciam que apenas 54,9% dos docentes dos anos iniciais possuem um
curso superior com licenciatura, sendo que a maioria desses cursos é em Pedagogia.
Tendo como base o texto, é importante que se tenha um currículo que promova a
diversidade cultural e racial, destacando a capoeira como uma ferramenta pedagógica
importante para ensinar sobre a África, a escravidão, a resistência e a luta dos negros.
Por fim, a necessidade de uma educação antirracista no cotidiano escolar, que
envolve uma luta subjetiva do professor e da professora contra seus próprios pré-
conceitos e uma mudança cultural e política no currículo e na produção de
conhecimento. Para isso, é necessário investimento na formação inicial docente e na
descolonização das universidades e secretarias de educação. Ainda que as questões
étnico-raciais precisem ser tratadas de forma mais visível e não podem ser ignoradas,
principalmente nas escolas públicas que atendem à grande maioria dos negros e
pardos da população. A educação antirracista é um desafio para todos os envolvidos
na educação escolar e requer vontade política para ser alcançado.

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