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Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), Universidade Federal do Cariri, campus
Juazeiro do Norte
RESUMO
O presente artigo objetiva relacionar os saberes propostos por Paulo Freire em “A Pedagogia da
Autonomia” com a experiência formativa no Curso de Licenciatura em Letras Libras e no Núcleo de
Letras Libras do Pibid da Universidade Federal do Cariri (UFCA), bem como com as suas experiências
das professoras em formação, enquanto docentes, no Curso de Introdução à Libras, ofertado a uma
escola estadual de Ensino Médio do Estado do Ceará, sediada no município de Juazeiro do Norte. No
decorrer do texto, debatemos os saberes apresentados na obra de Paulo Freire, como por exemplo, o
respeito aos conhecimentos do educando, a crença na mudança, o comprometimento com cada educando
e o estímulo à curiosidade e à autonomia, dentre outros. Durante as discussões, citamos autores e autoras
da área da Libras para embasar as análises e vivências descritas por Freire em seu texto, que nos leva a
refletir sobre o exercício de se tornar professor/a cada dia, acompanhando o desempenho dos alunos/as
e buscando sempre resultados satisfatórios.
INTRODUÇÃO
O presente artigo faz uma relação entre a formação no curso de licenciatura em Letras-
Libras e o livro “Pedagogia da Autonomia”, de Paulo Freire, o qual aborda questões essenciais
para formação de bons/as professores/as, além de apresentar tópicos da relação ensino-
aprendizagem entre aluno/as com o/a educador/a, como também, trata da ética, de uma postura
progressista e do respeito aos/às educandos/as para o ensino em sala de aula e na sociedade.
Ademais, contextualiza a experiência prática de um curso de Introdução à Língua
Brasileira de Sinais (Libras), vinculado à Escola de Ensino Médio Governador Adauto Bezerra,
em Juazeiro do Norte-CE, ministrado pelos bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de
1
Graduandas do curso de Letras-Libras da UFCA. (Autora, e-mail:patrine.cunha@aluno.ufca.edu.br);
(Autora, e-mail: jakeline.goncalves@aluno.ufca.edu.br); (Autora,e-
mail:tereza.escariolano@aluno.ufca.edu.br); (Autora, e-mail: tainara.reis@aluno.ufca.edu.br).
2
Professora Supervisora de área do Pibid Letras-Libras. (Co-autor, e-mail:brunataide@gmail.com).
3
Coordenador de área do Subprojeto Pibid Letras-Libras. (Co-autor, e-mail:
lucas.romario@ufca.edu.br).
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Iniciação à Docência (Pibid), do curso de Letras-Libras, da Universidade Federal do Cariri
(UFCA), na modalidade de ensino remoto.
Segundo o Projeto Pedagógico de Curso (PPC) da Universidade Federal do Cariri
(UFCA), o curso de Letras-Libras tem como objetivos habilitar o/a profissional a ensinar Libras
aos estudantes do Ensino Fundamental II, Ensino Médio e Ensino Superior. O campo de atuação
do/a licenciado/a refere-se ao ensino de Libras como L1 e L2. L1 significa a primeira língua de
alunos/as surdos/as, e o português, a primeira língua para ouvintes. No caso dos/as surdos/as, a
L2 é o português, na modalidade escrita, e a Libras assim o é para os/as alunos/as ouvintes.
Além disso, o curso de Letras-Libras deve também deve “[...] formar licenciados em
Letras, que tenham o trabalho pedagógico como norte da sua formação, numa perspectiva de
ensino e aprendizagem dialético e dialógico.” (UFCA, 2018, p. 23) Desse modo, os
profissionais capacitados a trabalhar dialogicamente com os/as educandos/as poderão construir
um melhor processo educacional, com base na maior valorização dos educadores em formação
no contexto da Língua de Sinais.
Dessa forma, este artigo possui dois objetivos, a saber: relacionar os saberes propostos
por Paulo Freire em “A Pedagogia da Autonomia” com a experiência formativa no Curso de
Licenciatura em Letras Libras e no Núcleo de Letras Libras do Pibid da Universidade Federal
do Cariri (UFCA), bem como com as suas experiências enquanto docentes no Curso de
Introdução à Libras, ofertado a uma escola estadual de Ensino Médio do Estado do Ceará,
sediada no município de Juazeiro do Norte.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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Assim como Paulo Freire aborda em sua obra, é preciso ser um educador ou educadora
que trabalhe com generosidade, ética, humildade, que dialogue com os discentes e seja
comprometido ou comprometida com a tarefa de educar, para que assim torne a educação mais
justa e democrática a todos os indivíduos.
Consideramos que o papel dos professores também é de desconstrução para que possam
construir novos saberes sobre os sujeitos que educam. No curso de Letras-Libras, os professores
em formação adquirem novas perspectivas acerca da comunidade surda, tendo em vista que é
comum o/a graduando/as em Letras-Libras ingressar no curso sem saber sobre a cultura surda,
trazendo consigo a crença de uma sociedade ouvintista. No decorrer do curso, o/ a professor/a
em formação vai desmistificando seu saber anterior e conhecendo o sujeito surdo, as
características da língua de sinais, de sua cultura e as singularidades da comunidade surda, não
obstante esse conhecimento vai se aprofundando com a prática em sala de aula, ao ter contato
com cada aluno/a, ou seja, a formação inicial aproxima os/as professores/as em formação dos
sujeitos com quem irão trabalhar, mas não substitui o contato diário e o olhar atento a seus
alunos e suas alunas. Para tanto, é necessário uma transição da curiosidade ingênua para a
curiosidade epistemológica (FREIRE, 1996),, ou seja, quando o/a professor/a em formação
transita de um lugar no qual as respostas estão postas, sem questionamentos, baseadas apenas
no senso comum, avançando para novos conhecimentos, de forma crítica, com bases em
conhecimentos empíricos e teóricos. O curso de Letras-Libras tem gerado em nós,
professores/as em formação, uma curiosidade que se move de conhecimentos do senso comum
sobre as pessoas surdas e gerando uma necessidade de aprender cada vez mais, desconstruindo
uma perspectiva clínica sobre a surdez, que percebe os surdos como sujeitos deficientes,
incapazes, e passa a vê-los como sujeitos culturais, que possuem uma cultura, uma língua
gestual-visual (GESSER, 2009).Segundo Paulo Freire (1996), “sem a curiosidade que me
move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino”, assim essa é uma
prática fundamental da pedagogia da autonomia, pois ela é capaz de estimular o/a estudante e
o/a professor/a, no entanto, quando o educador é autoritário e usa de tradicionalismo, priva a
curiosidade do educando e, por fim, a sua própria curiosidade. Como defende esse educador, a
curiosidade é um direito de cada ser, ela propicia um ambiente pedagógico-democrático, porém
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ela deve ser exercida com limites: “minha curiosidade não tem o direito de invadir a privacidade
do outro e expô-la aos demais” (FREIRE, 1996).
Historicamente falando, as pessoas surdas não tinham o seu direito exercido da
curiosidade, como já citado anteriormente elas eram impostas a práticas ouvintistas que não
feriam somente o seu interior, mas o seu aprendizado também. Conforme afirma Karin Strobel
(2008)
Era muito comum na época a prática escolar de uma aprendizagem de tipo passivo e
receptivo, o controle, o disciplinamento – chamando os surdos de macacos por usarem
língua de sinais - a correção e a punição aos sujeitos surdos que não correspondiam
às práticas tradicionais ouvintistas, este tipo de aprendizagem, a língua de sinais e a
compreensão desempenhava um papel muito reduzido, pois o mais importante era
saber ‘falar’, fazendo com que os surdos sejam próximos de modelo ouvinte: de serem
‘normais’, segundo eles, mesmo que seja de forma mecânica (STROBEL, 2008, p.
48).
Não devo pensar apenas sobre os conteúdos programáticos que vêm sendo expostos
ou discutidos pelos professores das diferentes disciplinas, mas, ao mesmo tempo, a
maneira mais aberta, dialógica, ou mais fechada, autoritária, com que este ou aquele
professor ensina (FREIRE, 1996, p.35).
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2.2 Ensinar exige consciência do inacabamento
Paulo Freire relata em seu livro que a sociedade está em constante evolução, afirmando
que “o mundo não é. O mundo está sendo” (FREIRE, 1996), e como seres racionais não
devemos nos abster das decisões. Como mencionado, os estudos sobre a Libras ainda são
recentes e suas metodologias ainda estão em constante teste. Sobre a história da educação de
surdos, por exemplo, de acordo com Strobel (2009, p. 30 apud SÁ, 2004, p. 3):
Em síntese, a história dos surdos, contada pelos não-surdos, é mais ou menos assim:
primeiramente os surdos foram “descobertos” pelos ouvintes, depois eles foram
isolados da sociedade para serem “educados” e afinal conseguirem ser como os
ouvintes; quando não mais se pôde isolá-los, porque eles começaram a formar grupos
que se fortaleciam, tentou-se dispersa-los, para que não criassem guetos.
Assim, é notável o quanto a exclusão sofrida pelas pessoas surdas por parte da população
ouvinte acarretou no atraso linguístico desses indivíduos. Os estudos ainda passam por diversos
testes sobre quais as metodologias adequadas para ensinar uma pessoa surda. A própria escrita
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de sinais ainda é algo recente e não tão difundida quanto deveria, devido à exclusão que os
surdos sofreram.
Desse modo, a Libras não era considerada língua, até que passou a ser considerada por
meio dos estudos linguísticos e por força da lei 10.436 de 24 de abril de 2002. E com a esperança
que esta evolução traz, faz-se necessário o incentivo da língua e sua cultura; mas, mais que isso,
é preciso acreditar de fato na mudança, pois ela deriva da luta de pessoas que idealizaram uma
realidade melhor. A busca da difusão da língua de sinais se torna ainda mais urgente quando
analisamos a opressão que surdos e surdas sofreram e sofrem.
De igual modo, é preciso compreender que a mudança da situação de opressão que as
pessoas surdas passam também perpassa pelo trabalho pedagógico. Nós, professores/as em
formação, devemos crer que é possível contribuirmos para a mudança nessa situação de
exclusão que assola as pessoas surdas ao longo da história.
Sabendo que o aluno surdo ou a aluna surda, por exemplo, possui formas diferentes de
experienciar o mundo, portanto, há a necessidade de que, na formação e na prática, os/as
educadores estejam abertos para acompanhar e respeitar a forma como aquele sujeito pensa,
expõe e reproduz o que foi apreendido com o decorrer do tempo, corroborando com Freire
(1996, p. 23) quando assevera que “afinal, minha presença no mundo não é a de quem a ele se
adapta, mas a de quem nele se insere. É a posição de quem luta para não ser apenas objeto, mas
sujeito também da História”.
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privando de apropriar-se de sua cultura, por muito tempo foi uma forma de condicionamento,
pensando desta forma, Freire nos questiona se esta condição que foi posta, é realmente a que se
deve aceitar.
A forma como o docente se mostra para o discente reflete no que ele compreenderá por
ensino e aprendizagem, sendo assim, Freire (1996, p. 37) reforça que “daí, então, que uma das
minhas preocupações centrais deva ser a de procurar a aproximação cada vez maior entre o que
digo e o que faço, entre o que pareço ser e o que realmente estou sendo”. De acordo com esse
trecho, pode-se dizer que o educador, como qualquer outra pessoa, não é totalmente sábio e
deve estar aberto a novas opiniões, quando se fala de educação bilíngue principalmente, porque
é a apreensão de uma nova língua e um novo mundo com o qual estará lhe sendo apresentado.
Educadores são responsáveis por passar conhecimentos, estimular, respeitar cada ser educando
em formação, por isso é imprescindível que se esteja comprometido com a realidade de cada
um.
Professores bilíngues, em sua maioria ouvintes, devem sempre estar abertos ao novo, ao
que o seu aluno surdo ou aluna surda tem a oferecer para a construção de um novo entendimento
da língua viso-gestual. No entanto, no caso dos professores citados, em que os ensinamentos
foram destinados a alunos e alunas ouvintes, com uma cultura e língua já estabelecida, a
curiosidade ingênua prevaleceu, precedendo a epistemológica, a experiência que esses alunos
tiveram é considerada rica, pois a curiosidade dos mesmos, os fez prosseguir e aprender sempre
mais sobre uma língua que, por muitos anos, foi alvo de preconceitos e proibida dentro da nossa
sociedade.
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METODOLOGIA
Este artigo apresenta reflexões sobre a relação entre teoria e prática, considerando a
leitura da obra “Pedagogia da Autonomia”, de Paulo Freire, a formação no Curso de
Licenciatura em Letras Libras e a experiência do Pibid na regência do Curso de Introdução à
Libras, ministrado pelas bolsistas. Para tanto, realizou-se pesquisa bibliográfica no livro de
Paulo Freire, com apresentações de seminários por todas as bolsistas, relacionando às leituras
dos livros: “Ensino de Libras”, de Neiva de Aquino (2016) , “O ouvinte e a Surdez”, de Audrei
Gesser (2012) como também os artigos: “Surdos: Vestígios Culturais não Registrados na
História” (2008) e “História da educação de surdos” (2009), da autora Karin Strobel. Além
disso, foi avaliado, enquanto eram ministradas as aulas do curso, em que medida esses saberes
estavam presentes na prática e que resultados se obtinha dessa presença ou ausência.
O trabalho só foi possível pelo companheirismo da equipe de quatro pibidianas, as quais
se reuniam semanalmente, além da troca de experiências com a outra turma, sob orientação
constante da supervisora e do coordenador de área, como também da participação em
minicursos para o ensino de Libras. A reflexão sobre a prática foi feita de forma individual, já
que tais percepções são pessoais, essas mesmas compreensões foram partilhadas pelas
integrantes do grupo. Ademais, para chegar a essas conclusões foram usadas comparações entre
a prática e a teoria freiriana.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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No tocante ao que prevê Freire (1996), em relação ao respeito aos saberes do aluno
observa-se que, aprendemos no curso de formação em Letras- Libras, que a educação deve ser
inclusiva, no entanto, essa realidade nem sempre é assim, uma vez que os alunos e as alunas
ouvintes são tratados/as como “normais” pelos professores, e os surdos são deixados de lado.
Os professores, por exemplo, não se interessam pelo aprendizado de sua língua e se dirigem
apenas ao intérprete para falar, tendo em vista que não conseguem sinalizar, deixando o aluno
surdo excluído pela falta de interação docente-discente. O Decreto 5.626/2005, dispõe de
escolas bilíngues ou classes bilíngues para alunos surdos ou alunas surdas, com professores/as
bilíngues, utilizando a Libras como língua de instrução e a língua portuguesa na modalidade
escrita. Entretanto, a realidade é muito diferente do que se tem escrito por lei, como foi citado
anteriormente, as escolas inclusivas inserem os surdos juntamente com ouvintes, não fazem uso
da língua de sinais como L1, mas sim o português como língua de instrução e há presença de
intérprete em sala de aula.
Como pôde ser visto na prática, alunos ouvintes de escola pública não tem essas
informações sobre as pessoas surdas, sobre a educação ideal para elas, não sabem sobre a
cultura surda e somente com o tempo do curso de Libras em que aprenderam sinais e sobre a
comunidade surda, foi perceptível a mudança que eles começaram a ter acerca do assunto.
Dessa maneira, a educação dos alunos surdos ou surdas se torna precária em relação a
educação de alunos ouvintes, pois estes aprendem em sua língua materna, ao contrário dos
outros que por não serem respeitados no ensino da língua de sinais, que é sua língua materna
não obtém o mesmo desempenho acadêmico. Isso gera atraso na idade escolar, a falta de
interação com os colegas faz com que alguns desistam de estudar, por conta disso, os surdos e
surdas acabam por não prosseguirem no ambiente educacional, sendo poucos frequentando a
universidade.
Por esse viés, cabe aos professores/as em formação trabalhar essa realidade, colocando
em prática todos os aprendizados durante a graduação e suas experiências acadêmicas e
pessoais, no caso de professores surdos e surdas, tendo compartilhado das mesmas dificuldades
quando estudavam, podem moldar a metodologia de ensino dentro da cultura surda, em prol de
suprir as necessidades educacionais de crianças e jovens surdos e surdas, com a falta de
professores bilíngues em escolas brasileiras. Para Albres (2016), os professores surdos de
Libras podem trazer um olhar diferente do ensino de Libras que nem sempre o ouvinte tem.
Nesse caso, os surdos têm prioridade nos cursos de licenciatura em Letras-Libras, pois:
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[...]fomentam o uso da Libras em todos os espaços da escola e por se constituírem
como surdos, por sua trajetória de vida têm condições experienciais e linguísticas de
contribuir de forma ímpar com a construção de uma didática bilíngue. (ALBRES,
2016, apud SARUTA, 2012, p. 45).
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inacabamento foi observado durante o curso de Introdução a Libras na escola, no qual a cada
aula, os professores precisam se desdobrar e se renovar para ensinar da forma contextualizada,
respeitando os saberes dos alunos, buscando novas respostas para os anseios de seus alunos,
valorizando sempre a sua cultura, suas identidades e seu contexto social.
Assim, observa-se, mais uma vez, o encontro entre a teoria de Freire e a experienciação
em sala de aula, com as dificuldades que a pandemia trouxe, a adesão do curso foi razoável,
desta forma vemos um comprometimento dos professores em formação e dos alunos do curso
de Introdução à Libras. Em se tratando do comprometimento, esse é visto quando o educador é
questionado por um aluno sobre o significado e origem de determinado sinal, deve ser sincero
ao dizer se sabe ou não, para que este aluno não siga sua vida acadêmica pautada em se restringir
a essa curiosidade. Freire (1996) simplifica: “[...] isso não me dá autoridade e quem conhece,
me dá a alegria de, assumindo minha ignorância, não ter mentido[...]”. Desta forma, na
experiência em sala de aula, houve muitos questionamentos de como eram os sinais, de como
se formavam, de como se criava, o professor na sua transparência conseguiu mostrar que era
um ser inacabado, inconcluso, podendo saber ou não determinado sinal e sua origem, mas,
sempre demonstrando que iria em busca dessa informação; assim, fazendo com que o aluno e
a aluna sentisse mais curiosidade para um próximo momento.
Durante todo o Curso de Introdução à Libras ofertado pelo Pibid núcleo Letras- Libras,
houve empenho dos pibidianos que atuaram como professores para fazer da sala de aula um
ambiente dialógico, que fosse colocada na prática a escuta, isso foi realizado por intermédio de
debates na sala e de perguntas que induziram os alunos a refletir. Proporcionar momentos assim
levou os alunos e alunas a tentar saciar sua curiosidade mais profundamente, não somente na
sala de aula, mas por fazerem pesquisas, mostrando assim que a curiosidade os levou a ter um
bom aprendizado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS/CONCLUSÃO
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aos conhecimentos da língua de sinais, cultura, educação, experiências pessoais e
compartilhadas com a comunidade surda e pesquisadores da área. Considerando essas
diferenças no processo de ensino e aprendizagem que cada educador/a e educando/a possui,
podemos perceber que se torna fundamental o respeito aos conhecimentos prévios e a
humildade de se reconhecer como “ser inacabado.”
Ademais, se faz necessário o respeito às diferenças e identidades dos formandos, como
também a curiosidade, que sem essa não os levaria ou as levaria a indagar, sugerir e observar a
maneira de ser de cada docente, para assim ir se transformando como professor ou professora.
Reconhecemos também a inviabilidade da perfeição, pois todos os cursos possuem falhas, mas
aqui ressaltamos a importância de permanecer aperfeiçoando-se constantemente em favor de
um melhor aprendizado para os alunos e alunas.
REFERÊNCIAS
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