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FACULDADE RORAIMENSE DE ENSINO SUPERIOR

COORDENAÇÃO DO CURSO DE PEDAGOGIA


LIBRAS
SEMESTRE 8° TURMA “A”
ESTELANNE LIMA SILVA

ATIVIDADE AVALIATIA 2020.2

BOA VISTA – RR
2020

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ESTELANNE LIMA SILVA

ATIVIDADE AVALIATIA 2020.2

Trabalho apresentado ao Curso de


Pedagogia a Distância da Faculdade
Roraimense de Ensino Superior –
FARES na disciplina Libras.

Professora Tutora Joanéia Ribas

BOA VISTA – RR
2020

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho discorre sobre a Educação de Libras, de forma


resumida o texto abrangerá o contexto histórico da Educação do surdo no
Brasil, o atendimento educacional especializado para pessoa com surdez e os
recursos utilizados para os alunos no atendimento.

O futuro profissional da educação precisa está preparado para os desafios


que os dias atuais oferece, a inclusão é um desses desafios, a total aceitação
de alunos deficientes, alunos surdos por exemplo, requer um conhecimento
prévio do docente sobre a comunicação com esses alunos.

Por isso saber se comunicar, entender o aluno e principalmente leva-lo ao


aprendizado, é preciso conhecer a história, leis e os parâmetros que norteiam o
ensino dessas crianças, ter uma preocupação por uma formação continuada,
para que o aluno tenha cada vez mais um ensino de qualidade.

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DESENVOLVIMENTO

O CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DO SURDO NO BRASIL

Em nossos dias a Libras – Língua Brasileira de Sinais é uma das línguas


oficiais do Brasil, foi instituída pela Lei, n° 10.436, de 24 de Abril de 2002, uma
vitória para as pessoas que nascem com surdez, o uso de sinais por essas
pessoas decorre de muitos debates de grandes países, muito antes de chegar
ao nosso Brasil. Os principais países que discutiam a comunicação dos surdos,
foram a Alemanha e França, o primeiro país acreditava que as pessoas
portadoras dessa deficiência podiam se comunicar pela fala, já a França
sempre apoiou uma comunicação por meio de gestos, provando que é possível
sim essa comunicação. Muito se discutiu sobre esse tema entre esses grandes
países.

É exatamente da França que vem o professor E. D. Huet, para o Brasil,


na época do segundo império, alguns historiadores pregam que Dom Pedro II
tinha um neto e um genro chamado Conde d’Eu, portadores dessa deficiência,
a surdez, então convidou o professor Huet para o Brasil com o objetivo de
educar seus familiares nesta condição, dessa forma começa a chegada da
libras no Brasil, que deriva da LSF – Lingua de Sinais Francesa, trazida por
Huet em 1855, e acontece uma mesclagem com a LSF e as formas de
comunicação já usadas pelos surdos no Brasil, o professor Huet ao estudar
sobre essas pessoas o Brasil, descobriu que muitas pessoas tinham essa
especificidade, então criou um projeto de criar um educandário particular, uma
escola para essas pessoas, para que pudesse ensinar essas pessoas a
comunicação pelo gestos.

Dom Pedro II aceitou custear o projeto de Huet, assim surge a 1° escola


para surdos no Brasil, denominava-se Vassinon, posteriormente torna-se o
Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES, instituto dos suros mudos do
Rio de Janeiro, a educação de surdos inicia no Brasil com a utilização do
alfabeto manual, já em 1911 a metodologia muda-se para o oralismo para que
essas pessoas pudessem expressar seus desejos e ideias, essa técnica que
permeou os períodos 1930 a 1947, criada pelo Dr. Armando. P. Lacerda
denominada pedagogia emendativa, pois a ideia que prevalecia era a de que,
esse era um único modo que o surdo seria inserido na sociedade. Os alunos
eram submetidos a testes exaustivos, de acordo com o progresso de alguns
alunos eles eram separados em grupos do mesmo nível de aprendizado.

Depois de cem anos de existência o INES, recebe a primeira profissional


da educação, a professora Ana R. de Faria, junto com a implantação do curso
normal de formação de professores para surdos, com duração de três anos, na
metodologia da oralização, com decorrer do tempo esse método perdeu a força
no ensino e aprendizagem dos surdos, é importante destacar que há escolas
que disponibilizam tratamento com fonoaudiólogo para a oralização daqueles
que desejam falar, pois nas escolas tradicionais a LSB – Língua de
Sinais ............., é fundamental para o aprendizado dos surdos. O bilinguismo
em nosso país é um conceito que precisa de atenção, pois nas escolas
bilíngues(ou escolas de surdos) é ensinado a língua de sinais como língua de

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instrução, segundo Pereira et al. Bilinguismo refere-se ao ensino de duas
línguas para os surdos, a primeira é a língua de sinais, a segunda é a língua
majoritária, ensinada preferencialmente na modalidade de leitura e escrita,
destacando que o aprendizado da primeira dará sustentação para o
aprendizado da segunda.

O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA PESSOA COM


SURDEZ

O AEE, é a realização de um acompanhamento complementar para


alunos com algum tipo de deficiência física ou uma limitação, que estudam na
rede ensino regular. Segundo Aguiar e Santos, o Atendimento Educacional
Especializado, está inserido no documento Orientações para a implementação
da Política de Educação Especial, na Perspectiva da Educação Inclusiva,
objetiva a orientação desses alunos, permitindo o acesso a igualdade de
permanência no meio dos outros colegas, facilitando ao aluno deficiente, com
transtorno e altas habilidade, uma oportunidade de se inserir no meio social,
començando pela escola.

Entendendo esse amparo legal do atendimento educacional, a sua


razão, será especificado o atendimento para pessoas com surdez, relembrando
novamente que a LIBRAS é a primeira língua natural dessas pessoas, para
entendermos esse processo de ensino-aprendizagem de LIBRAS no AEE, é
preciso considerar o que diz Damázio: “As pessoas com surdez enfrentam
inúmeros entraves para participar da educação escolar, decorrentes da perda
da audição e da forma como se estruturam as propostas educacionais das
escolas”. Muitos alunos com surdez podem ser prejudicados pela falta de
estímulos adequados ao seu potencial cognitivo, sócio afetivo, linguístico e
político-cultural e ter perdas consideráveis no desenvolvimento da
aprendizagem.

Por isso deve haver um lugar de aprendizagem rodeado de estímulos


pedagógicos para o aluno com surdez, a criança necessita de uma educação
linguística especial para esta aprendizagem. O AEE torna-se, então, uma
possibilidade de ambiente viável à aprendizagem da língua de sinais, pois
serve a um público específico, e para que o conhecimento seja construído, as
aulas do atendimento no AEE, precisam ser planejadas visando a valorização
dos alunos, desenvolvendo as habilidades dos alunos. Esse atendimento
ocorre diariamente em horário contrário ao das aulas normais, e é ministrado
pelo professor ou instrutor de LIBRAS, preferencialmente com surdez, o aluno
é atendido de acordo com o estágio de desenvolvimento da língua de sinais e
que o aluno está, o professor ou o instrutor organiza seu trabalho, respeitando
as especificidades dessa língua, principalmente o estudos dos termos
científicos do contexto em estudo, e caso não existam sinais, procura-se
entender o contexto, a partir das explicações dos demais professores de áreas,

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especificas, os termos científicos e sinais são registrados, para serem
utilizados nas aulas em LIBRAS. Vale lembrar que o instrutor é aquele que tem
o papel de ensinar em Libras, e o intérprete é aquele que tem o papel de
intermediar a comunicação entre o idioma do emissor ao idioma do receptor.

O Atendimento Educacional Especializado De Língua Portuguesa tem o


objetivo de desenvolver a competência linguística, bem como a textual, dos
alunos com surdez, para que sejam capazes de ler e escrever em Língua
Portuguesa, mas precisa-se entender que o processo de letramento requer o
desenvolvimento e aperfeiçoamento da língua em várias práticas sociais,
principalmente da escrita, a apropriação da língua escrita provém de atividades
de reflexão voltadas para a observação e a análise de seu uso, a reflexão
sobre a língua permite ao aluno conhecer e usar a gramática normativa,
ampliando sua competência e desempenho linguístico. Atualmente no
Brasil existem três tendências pedagógicas para o ensino de LIBRAS, temos o
oralismo é o ensino da utilização do uso e da leitura labial para as pessoas com
surdez, na vida social e na escola, nesse método usava-se a língua da
comunidade ouvinte através da oralidade para a comunicação, essa
metodologia não atingiu seus objetivos porque normalizaram as diferenças, não
se aceitando a língua de sinais das pessoas com surdez e centravam-se os
processos educacionais na visão da reabilitação e natureza biológica.

A segunda tendência pedagógica é conhecida como comunicação total,


essa concepção educacional para as pessoas com surdez, utilizava o uso de
qualquer recurso possível para a comunicação dando ênfase as interações
sociais, cognitivas e afetivas dos alunos, não valoriza a língua de sinais, os
alunos deveriam se comunicar naturalmente potencializando as interações
sociais. Por não valorizar a língua de sinais se considera que essa concepção
é outra face do oralismo, seus resultados não foram muito satisfatórios por que
as pessoas com surdez continuaram segregadas, excluídas da sociedade.

Por fim temo Bilinguismo, é a concepção educacional para as pessoas


com surdez que tem como objetivo capacitar essas pessoas para a utilização
de duas línguas, Libras e língua Portuguesa, com a finalidade de aplica-las na
escola e na sociedade em que vivem, estudos realizados, demonstram que
está dando certo por que respeita a língua natural e constrói, um ambiente
propício para a aprendizagem do aluno, ele aprende a se comunicar através da
lingua de sinais e através do Português, em momentos separados, de modo
que não haja o bimodalismo, que é a mistura de Libras com a Língua
Portuguesa, cada língua deverá ter seu tempo de aprendizagem na rotina do
aluno. Segundo MEC/SEEP, na abordagem bilíngue, a Libras e a língua
Portuguesa, em suas variantes de uso padrão, quando ensinadas no âmbito
escolar, são deslocadas de seus lugares especificamente linguísticos e devem
ser tomadas em seus componentes histórico-cultural, textual e pragmático,

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além de seus aspectos formais, envolvendo a fonologia morfologia, sintaxe,
léxico e semântica.

De acordo com o decreto 5.626/2005, as pessoas com surdez têm


direito a uma educação que garanta a sua formação, em que a língua Brasileira
de sinais e a língua portuguesa (de preferência na forma escrita), constituam
línguas de instrução, e que o acesso às duas línguas ocorra de forma
simultânea no ambiente escolar.

OS RECURSOS UTILIZADOS PARA OS ALUNOS NO ATENDIMENTO

O desenvolvimento das atividades nas salas de Recurso Multifuncionais


organiza-se para que atenda a especificidade dos alunos as matérias que são
ensinadas no atendimento são: Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS);
interpretação de LIBRAS; ensino de Língua Portuguesa para surdos. Damásio
diz que essas salas multifuncionais precisam estruturar-se em momentos
didático-pedagógicos distintos, o primeiro momento é o Atendimento
Educacional Especializado em Libras, o segundo é o Atendimento Educacional
Especializado para o Ensino Da Língua Portuguesa, por fim temos o
Atendimento Educacional Especializado para o ensino DE LIBRAS.

O professor que utiliza a Língua de Sinais como língua de instrução,


desenvolverá materiais didáticos que possibilite a formação de conceitos e
acesso a informações, como já explicitado. Respeitando a experiência visual de
abstração do aluno surdo a, sala de recursos multifuncionais, precisa está
enriquecida com recursos visuais, a partir de uma metodologia dialógica de
fortalecimento e enriquecimento dos conteúdos expressos nos materiais
utilizados. Destaca-se ainda, a necessidade de possibilitar ao aluno que
extrapole o espaço de sala de aula, por maio de experiências concretas com a
realidade estudada, portanto se faz necessário a realização de aulas-passeio
que garantam a exploração da experiência visual, sugere-se também o uso de
diversos tipos de expressão artística. Segundo Damásio, a organização
didática desse espaço de ensino implica o uso de muitas imagens visuais e
todo tipo de referências que possam colaborar para o aprendizado dos
conteúdos curriculares em estudo, na sala de aula comum. Os materiais e os
recursos para esse fim precisam estar presentes na sala de atendimento
educacional especializado, quais sejam: mural de avisos e notícias, biblioteca
da sala, painel de gravuras e fotos sobre temas de aula, roteiro de
planejamento, ficha de atividades e outros.

No que tange o AEE para o ensino da Língua Portuguesa, este tem


como objetivo desenvolver a competência gramatical e linguística, bem como a
textual, para que os surdos sejam capazes de gerar sequências linguísticas
bem formadas, por isso, o ensino da Língua Portuguesa para surdos deve estar
embasado numa metodologia de segunda língua focalizada no estudo nos
níveis morfológico, sintático e pragmático, ou seja, o processo de ensinar e de

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prender esta língua situa-se na elaboração de textos com coerência. Para isso,
se faz necessário o uso de recursos como, riqueza em diversidades textuais
que garantam a familiaridade do aluno surdo com materiais impressos,
buscando a priori significá-los através da Língua de Sinais.

As salas de recursos multifuncionais vai proporcionar esta aprendizagem


por meio do professor e/ou instrutor de Libras (preferencialmente surdo) que
deve organizar suas aulas de acordo com o estágio de desenvolvimento da
Língua de Sinais em que o aluno se encontra, para então iniciar o seu trabalho
usando muitas imagens visuais e de todo tipo de referência, também é
necessário utilizar recursos pedagógicos, tais como: DVDs, livros, dicionários, ,
materiais concretos entre outros. Este profissional deve desenvolver atividades
que estimulem o aluno surdo a se expressar perante um grupo, expor seus
pensamentos de forma clara e organizada e através de materiais concretos,
proporcionar experiências de abstração, análises, sínteses, descrição,
classificação e conceituação. Além de trabalhar também a narração de
histórias infantis e a apresentação teatral em Libras.

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CONCLUSÃO

A inclusão é uma realidade a ser vivenciado com conhecimento prévio


por parte do professor, este trabalho é um resumo da história da educação dos
surdos, e como ela se tornou lei, tornando-se uma modalidade da educação
brasileira. Pode –se observar que o ensino para alunos com surdez pode ser
em três modalidades: o oralismo, a comunicação total e o bilinguismo.

A educação precisa ser vista com amor e dedicação, para que o aluno
possa desfrutar de um aprendizado de qualidade, o docente precisa está
sempre ajudando esses alunos para que possam vencer as barreiras que vida
lhe impôs.

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REFERÊNCIAS

AMORIM, MARILUCE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO:


UMA ANALISE SOBRE AS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS.

Atendimento Educacional Especializado (AEE) para pessoas com surdez


http://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/atendimento-educacional-
especializado-aee-para-pessoas-com-surdez/43054 . Acessado em
21/09/2020, as 12:54.

Saladerecursosmultifunconais.blogspot.com/2011/08/tendências-para-
educacao-da-pessoas-com.html?m=1#:~:text=Historicamente. TENDENCIAS
PARA A EDUCAÇÃO DA PESSOA COM SURDEZ.

SILVA, AMANDA MELO- Libras, apostila disponibilizada pela FARES.

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