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A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO EM LIBRAS DO PROFESSOR OUVINTE NA

ESCOLA REGULAR: Caminhos para a Inclusão do Aluno Surdo

ANTÔNIA MARIA SOUSA


SILVA1 FRANCILENE
PEREIRA2 THELMA
RESUMO PINTO ALVES3

A legislação nacional que norteia ações educacionais para o alunado com surdez
determina a obrigatoriedade de um atendimento diferenciado para esse público, uma vez
que este possui como Língua 01 a Libras e como L2 a língua oficial do país. O objetivo
deste trabalho foi estabelecer uma discussão sobre questões importantes
envolvendo a capacitação de docentes em libra e o ensino e a inclusão de alunos surdos
em escolas regulares, neste trabalho também foi proposto uma analises e reflexões sobre
Práticas pedagógicas para o ensino de Libras, consequências para alunos surdos pela
falta de profissionais capacitados e não utilização da Libras no processo de
escolarização. Diante dessa questão, buscamos analisar as práticas e métodos utilizados
pelos professores para o desenvolvimento educacional de alunos surdos por meio de
pesquisa bibliográfica. Além de compreender sobre a importância das adaptações de
conteúdo do currículo a partir dos fundamentos da educação inclusiva dos indivíduos
surdos e das reflexões sobre o contexto da escola inclusiva. Desta forma, objetivou-se
refletir sobre a importância da formação pedagógica de professores para a devida
inclusão do aluno surdo.
Palavras-Chave: Docente, Libras, Formação, Educação

1
Thelma Pinto Alves graduada em Letras Habilitação em Língua Portuguesa Inglesa e respectivas
Literaturas Pôs em Língua Portuguesa com ênfase em Literatura Brasileira
2
Francilene Pereira Licenciatura em filosofia (faculdade Pan Americana FPA) EM 2012. Licenciatura
em Pedagogia pela UFMA (faculdade Federal do Maranhão em 2016. Pós-Graduada em psicopedagoga
institucional e clínica em 2021 (faculdade de tecnologia e ciências do alto Paranaíba FATAP
3
Antônia Maria Sousa Silva. Graduada em Letras- Língua Portuguesa com habilitação em Língua
Inglesa.Pós-graduada em literatura brasileira.
ABSTRACT

National legislation that guides educational actions for students with deafness
determines the obligation of a differentiated service for this public, since it has Libras as
Language 01 and the official language of the country as L2. The objective of this work
was to establish a discussion on important issues involving the training of teachers in
Libra and the teaching and inclusion of deaf students in regular schools. consequences
faced by the deaf student due to the lack of trained professionals and the lack of use of
Libras in their school education process. Faced with this problem, we sought through
bibliographic research to analyze the practices and methodologies adopted by the
teacher for the educational development of the deaf student. In addition to
understanding the importance of adapting curriculum content from the foundations of
inclusive education for deaf individuals and reflections on the context of the inclusive
school. In this way, the objective was to reflect on the importance of the pedagogical
training of teachers for the proper inclusion of the deaf student.
Keywords: Teacher, Libras, Training, Education
1 INTRODUÇÃO
O contexto educacional tem sido tema de discussão devido à realidade do
despreparo e da falta de profissionais surdos capacitados para o ensino bilíngue na
maioria das escolas públicas. Como tal, as políticas inclusivas atuais precisam ser
traduzidas na prática para que o aprendizado possa realmente prosperar para todos.
Assim, provoca uma reflexão sobre o uso da Libras (Língua Brasileira de Sinais)
e sua importância na formação pedagógica de professores da Educação de Surdos e as
realidades que eles vivenciam no ensino regular.
Por se tratar de um tema importante sobre a educação inclusiva, trata-se da
compreensão dos benefícios que a formação docente de Libras pode proporcionar para o
desenvolvimento do aluno, além de uma análise das técnicas e metodologias que
profissionais de sucesso devem possuir. buscar maneiras de melhorar
É de suma importância ressaltar a importância da Libras na formação docente
no que se refere ao processo de inclusão do aluno surdo no ambiente escolar. Assim,
diante de tantos desafios, limitações, conquistas e avanços da comunidade surda,
reconhece-se a necessidade do engajamento do professor como principal ferramenta de
apoio aos alunos, sendo que ambos devem estar articulados por meio da comunicação e
troca de informações na escola meio Ambiente.
Tendo em vista o impacto anterior na educação de surdos, elegeu-se
como objeto de pesquisa "Libras e sua importância na formação de professores
para educação de surdos" como objeto de pesquisa para completar este estudo,
e foram levantadas as seguintes questões: devido à falta de profissionais bem
Libras, e portanto em Quais as consequências do não uso da Libras em sua
formação escolar, a prevalência de alunos surdos?
Portanto, para responder a esta questão, o objetivo geral é: analisar a
importância da formação docente para a inclusão adequada de alunos surdos.
Com os objetivos específicos: Caracterizar a importância do uso da Libras por
professores ouvintes na formação da educação de surdos; investigar
abordagens pedagógicas utilizadas no ensino de alunos surdos; identificar os
principais motivos de reprovação de alunos surdos.
2 A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS
Os principais argumentos que encontramos na história da educação de
surdos são, na maioria das vezes, contados pelo público e não pelos surdos.
Sempre que possível, a educação dos surdos raramente é contada pelos
próprios protagonistas – os surdos. Estes, portanto, desempenham papéis
coadjuvantes em suas próprias histórias.
A memória individual é refletida, em parte, por
nossa experiência objetiva com o vivido. No
entanto, apenas ela não esgota a experiência. As
manifestações do inconsciente também geram
mecanismos de memória construídos fora da
experiência do vivido-compartilhado com outros
sujeitos (ROCHA, 2010, p. 32).

Os trechos acima revelam a enorme contribuição de Solange Maria da


Rocha para a historiografia da educação, e não apenas no Brasil. A autora conta
a memória da educação de surdos e a história da educação em geral. Segundo
ela, a educação de surdos começou em Milão, em 1880, em uma conferência
internacional de educadores de surdos. Então, entre 6 e 11 de setembro de
1880, a convenção declarou a educação oral superior à linguagem.
Uma resolução para banir a língua de sinais nas escolas. Desde a sua
aprovação em 1880, as escolas em todos os países europeus e nos Estados
Unidos passaram a usar a fala terapêutica sem linguagem de sinais como
método de educar os surdos.
As narrativas sobre esse período, encontradas
nessa produção, ora são descritas somente como
o triunfo do oralíssimo e a proibição da Língua
de Sinais, ora são descritas como distanciadas
dos sentidos da educação geral dos anos
cinquenta no Brasil (ROCHA, 2010, p. 15)

No Brasil, a história da educação de surdos começa com a criação do Instituto de


Surdos-Mudos, hoje Instituto Nacional de Educação de Surdos. - INES, fundado em 26
de setembro de 1857 por E. Huet, professor francês de surdos, que veio ao Brasil a
convite do imperador D. Pedro II para trabalhar na educação de surdos. Inicialmente, os
surdos eram educados em linguagem falada e escrita, digitação e língua de sinais. O curso
durou seis anos,
Destina-se a meninos e meninas de 7 a 16 anos. O tópico "Leitura Labial" é apenas para
aqueles que demonstraram capacidade de desenvolver a linguagem oral. Existe uma
escolha, então existe uma diferença de trabalho para quem não está condicionado a
verbalizar. Assim, ocorreu o primeiro contato de surdos no Brasil com a língua de sinais
francesa, introduzida por E. Huet. Hoje, os encarregados de instruir surdos avançaram,
refletindo o foco do governo na inclusão, mas na época a oralização era feita por
professores ouvintes e não havia especialistas para a tarefa. No Rio de Janeiro, o
Instituto Nacional de Surdos, hoje Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES, é a
única escola federal do país. Assim, há algum tempo, há uma progressão histórica entre
médicos e outros profissionais de que o INES é o único local para onde os surdos devem
ser encaminhados. Por isso, ainda hoje, o INES é considerado a referência nacional na
educação de surdos.
INES foi fundado há 152 anos e a presença de narrativas ligadas à memória
faz parte da cultura institucional. A marca de sua longa história é muito forte
na instituição, embora, contraditoriamente, a atenção com a memória oral
seja mais relevante do que com a memória escrita. Muito se perdeu de fontes
documentais matérias, por diversas razões que não cabem aqui serem
discutidas (ROCHA, 2010, p.33).

Segundo Mora, um dos motivos da decadência do Instituto Nacional de Surdos


foi a intervenção do Estado na educação dos alunos surdos. Há também um ditado que
diz que a educação dos surdos deve ser coloquial para desenvolver a fala, ou seja, os
surdos devem aprender francês, independentemente de sua condição semelhante. “A
possibilidade de um grupo com identidade linguística diferente e cultura própria põe em
risco a centralização e a identidade da França como país” (MOURA, 2000, p. 44)
Em resposta a essa nova realidade, foi promulgado o Decreto nº 5.626,
de 22 de dezembro de 2005, medida oficial e nacional que visa introduzir novos
conhecimentos nos cursos de formação de professores brasileiros.
Obrigatório para a obtenção de uma melhor qualificação do exercício
profissional primário dessa categoria, pois vem recebendo um contingente
significativo dessa população que, muitas vezes, não consegue progredir na
escola por falta de um programa escolar que atenda às suas necessidades.
Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, sobre leis normativas e
fundamentais, art. 1º. O artigo 59, inciso I, trata de métodos, tecnologias e os
mais diversos recursos para atender às necessidades dos sujeitos com
necessidades educacionais especiais, a fim de melhorar suas condições de
acesso à educação formal e, assim, assegurar seus direitos legislativos. Por sua
vez, o Projeto II implementa desligamentos específicos para alunos que não
consigam concluir o ensino fundamental no prazo ou de certa forma devido a
necessidades educacionais especiais, mas somente se o aluno não cumprir a
carga horária estabelecida. O terceiro item é muito relevante porque se refere
aos professores do ensino regular que ainda não se especializaram no ensino
de alunos com necessidades educacionais especiais, e também afirma a
extrema importância de sua especialização e formação para incluir esses alunos
em classes regulares.
Já o item IV refere-se à educação especial e à inclusão de pessoas com
necessidades educacionais especiais. Vejamos o que diz o seguinte artigo sobre
a mesma lei:

Art.60° Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios


de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas
e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e
financeiro pelo Poder Público. Parágrafo Único: O poder Público adotará,
como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos
com necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino,
independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo.

No artigo 60, o governo considerou e designou outras instituições de


ensino, privadas ou filantrópicas, que, além do apoio técnico e financeiro,
pudessem prestar serviços de educação especial à comunidade,
independentemente de serem alunos com deficiência. O parágrafo único do
artigo comentava que apesar de considerar e apontar a escola Excepcional,
preferencialmente regulamentado, como meio de ensino de disciplinas com
necessidades educativas especiais, como o próprio artigo deixa claro, a inclusão
destes alunos no ensino formal nada tem a ver com o apoio prestado aos alunos
por estas instituições.
2.1 Educação de Surdos no Brasil e no Maranhão
As características da educação especial no Brasil apontadas por autores
como Bueno (1993), Jannuzzi (1996), Mazzotta (1996) e Ferreira (1993) estão
claramente refletidas na trajetória da educação especial no Maranhão Em 1962,
o governador do Maranhão era Newton de Barros Bello (1961-1965). Segundo
análise de Bonfim (1985), o quarto dos dirigentes apoiados por Vitorino Freire,
político influente da época.
Então o que aconteceu durante a eleição foi simplesmente trocar um governador
por outro que não ousava arriscar criticar seu antecessor (se é que tinha). Portanto, o
crescimento esporádico ou baseado em plantas pode ser visto em todos os setores As
mudanças ocorridas e as inovações introduzidas no programa educacional
decorrem das diretrizes do projeto do Ministério da Educação e Cultura e
abrangem todo o país. (página 51).
Considerando a situação educacional da época, 448.000 crianças em idade
escolar estavam matriculadas em 1961, enquanto apenas 159.000 crianças estavam
matriculadas (MARANHÃO apud BONFIM, 1985, p.55), o que significa 35,49%. Em
1966, no ensino fundamental, havia 560.261 crianças em idade escolar, enquanto apenas
244.634 crianças eram atendidas, o equivalente a 43,66%, ou seja, menos da metade da
população era atendida (MARANHãO apud BONFIM, 1985, p.70). Também,
relembrando, é desse período a nossa primeira LDB (4.024/61), os acordos
MEC/USAID e, em 1964, o Golpe Militar.
Em 1966, José Sarney (1966-1970) assumiu o governo do estado do
Maranhão. Segundo Nascimento, no projeto de seu governo denominado
Maranhão Novo, “[...] a educação é exigida e adquire relevância social para
definir a ideologia do NOVO instaurada no estado.” (p. 34 pág., grifo). No
entanto, persistem sérios problemas educacionais (foco deste trabalho). Como
exemplo, podemos citar “Em 1970 o déficit de atendimento para a população em
idade escolar de primeiro grau no Maranhão era de 57% do total da população
em idade escolar (7 a 14 anos) [...]” (ROSAR, 1995 , p. 123), ou ainda Segundo
o censo de 1970, a taxa de analfabetismo era de 65,40%, “[...] dobrando o —
13,57%[…]” (MEIRELES, 2001, p. 386).

A educação especial foi lançada oficialmente em 1969 por meio do projeto


Plêiade, cujo objetivo era “[...] ]” (Ma Ragno, [1971-1977], p. 2). O Setor de Deficientes
Visuais tem como objetivo “oferecer condições para que as pessoas com deficiência
visual se desenvolvam plenamente, dentro de suas limitações, na sociedade, na família e
na comunidade”. (Maranhão, 1969).
Também envolvida no projeto estava a Escola de Cegos do Maranhão
(ESCEMA), mantida pelo Lions Clube, logo após desligar-se do projeto. Com
relação a essa demissão, diz-se que ela causou problemas em termos de
redução do número de alunos e efetivação do trabalho (MARANHÃO, 1969). No
entanto, não há registro do motivo da saída da agência. A expectativa é que o
projeto receba recursos da Campanha Nacional de Educação de Cegos.
Nacionalmente, a iniciativa oficial foi o Movimento 5 no final da década de
1950. Em 1971, o Ministério da Educação e Cultura constituiu um grupo de trabalho,
que levaria à criação do Centro Nacional de Educação Especial (CENESP) em 1973.
Esta área foi considerada prioritária no Plano Sectorial de Educação e Cultura 1972/74.
(Bueno, 1993)
Em 1971, o programa Pleiade se expandiu para atender deficientes mentais,
oferecendo a Classe Especial 7. Essa é novamente a "assinatura" da educação brasileira
para os deficientes mentais: as classes especiais são criadas mais por circunstâncias
dentro da escola do que porque algumas pessoas não estão lá; são criadas para alunos que
já estão na escola, não para esse fim de matricular alunos que não estão na escola.
Segundo Ferreira (1993),
O Estado aumentou as oportunidades com abertura de classes
especiais, principalmente para deficientes mentais, junto às
escolas públicas. Essas classes que nascem e crescem para
absorver as deficiências leves, já que os problemas são
detectados dentro do sistema escolar. (p.32).
Alguns anos após sua implantação, a educação especial (provavelmente em
1972) apresenta a seguinte situação: o projeto Pléiade conta com 24 profissionais: 17
professores (7 deficientes auditivos, 5 deficientes mentais e 5 deficientes visuais); 2
coordenadores (1 administrativo e 1 docente coordenador); 5 supervisores (3 da área de
deficiência mental, 1 deficiente visual e 1 deficiente auditivo) e 202 alunos: 37
deficientes auditivos, 23 deficientes visuais e 142 deficientes mentais, 19 turmas (5
deficientes auditivos, 2 deficientes visuais e 10-deficiente mental), ensino de turismo e
ensino abrangente.
Na rede privada, 174 alunos (129 deficientes mentais e 45 deficientes visuais) de
3 instituições: Instituto São Jorge e Escola “Eney Santana”; APAE - São Luis com
Deficientes Mentais e Cegos Escola do Maranhão
Outra característica da educação especial na época: a forte presença do setor
privado, principalmente da filantropia. Dos números de alunos acima (202 e 174)53, 47%
eram da rede pública e 46, 53% da rede privada.
É importante ressaltar que a rede pública (neste caso apenas a rede estadual) não
atendia escolas especiais quando começou a educação especial estadual. Estes são da
rede privada quando criados.
De referir ainda que as classes especiais da rede nacional estão
subordinadas às escolas em que trabalham, e que do ponto de vista
administrativo os professores, à semelhança dos demais do ensino formal, estão
subordinados ao Ministério do Ensino Primário e “[...] O Coordenador do
Programa recebe assessoria e orientação técnica pedagógica”. (Maranhão, [entre
1971 e 1977]). O programa teria consequências contraditórias devido à existência
de um determinado setor de educação especial. Se por um lado fortalece a área,
por outro contribui para a segregação da mesma no sistema educacional ao qual
pertence.

3 A IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO EM LIBRAS DE


PROFESSORESOUVINTES NO ENSINO E NA APRENDIZAGEM DE ALUNOS
SURDOS
A capacitação dos profissionais docentes é de grande importância para o
desenvolvimento de seu trabalho com o aluno, pois são as orientações criadas em sala
de aula, juntamente com outras vertentes, que irão gerar o conhecimento necessário para
a aprendizagem do aluno. Com relação à formação de professores na área de educação
de alunos surdos, pode-se destacar que as pesquisas nessa área do conhecimento têm se
tornado cada vez mais evidentes nos últimos anos. aliás, pela grande necessidade de se
discutir a disciplina de Libra nos cursos de Licenciatura.
O educador deve adentrar todo o contexto da língua de sinais para compreender
sua dimensão histórico-cultural crítica, a fim de cumprir a perspectiva da educação
inclusiva no sentido de tornar as Escalas acessíveis a Libras
A formação do professor deve ser um processo contínuo
que perpassa sua prática com alunos, a partir do trabalho
transdisciplinar com uma equipe permanente de apoio. É
fundamental considerar e valorizar o saber de todos os
profissionais da educação no processo de inclusão. Não
se trata apenas de incluir um aluno, mas de repensar os
contornos da escola e a que tipo de educação este
profissional tem se dedicado, trata – se de desenvolver
um processo coletivo que busque compreender os
motivos pelos quais muitas crianças e adolescentes
também não conseguem encontrar um lugar na escola
(PAULON; FREITAS; PINHO, 2005, p.24).

Portanto, quando falamos em educação de qualidade, penso imediatamente na


necessidade da formação continuada dos professores, pois a cada dia percebemos a
necessidade de conhecimentos progressivos, inovadores, sistematizados, voltados para a
superação de desafios, superação de dificuldades em sala de aula, para que o a
integração do aluno, a inclusão real das leis propostas, mas que muitas vezes não
funcionam. É preciso, portanto, ressaltar que a educação é um direito de todos e é
preciso garantir esse acesso e permanência na escola.
A partir do Plano Nacional de Educação (BRASIL, 2014), o governo traçou metas e
objetivos a serem desenvolvidos para formar professores destinados a atender alunos
especiais. Depois de anos, no entanto, as qualificações específicas associadas à pedagogia
foram eliminadas. Assim, novas políticas foram desenhadas à luz da luta perpassada pelas
comunidades surdas em busca de seus direitos.
A formação de professores é um processo necessário para a orientação
qualificada de todo o processo de ensino, pois através dela poderá adquirir
conhecimentos pedagógicos, organizados e orientados para um objetivo, bem como
formação teórica, científica e técnica que lhe permitirá atingir o seu objetivo. Os
seguintes autores sugerem:
Para a direção do ensino e da aprendizagem é necessário
que o professor domine os métodos de ensino,
procedimentos, técnicas e recursos auxiliares; expresse
com clareza as ideias, fale de modo acessível para que os
alunos entendam; faça com que os alunos pensem por si
mesmos e tirem suas conclusões para responder
perguntas ou solucionar problemas; conheça as
possibilidades intelectuais dos alunos, as suas
experiências de vida e o seu nível de conhecimento,
instigue o interesse pelo estudo e faça com que o aluno
perceba a importância da escola para a participação
democrática na vida profissional, política e cultural
(ARANTES; PIRES, 2012, p.115).

O professor é assim percebido como uma figura essencial no processo de


aprendizagem do aluno, sendo necessário que ele esteja didaticamente preparado para
atender a solicitação do aluno, pois ele é um instrumento de apoio no processo ensino-
aprendizagem, então nada melhor do que trabalhando de acordo com seu preparo
pedagógico, ou mesmo a cada dia buscando aperfeiçoamento conforme a demanda de
atuação profissional.
Sobre o ensino da Libra no processo de educação bilíngue, Quadros e Schmiedt
(2006, p. 19) acreditam que “[...] a educação bilíngue depende da presença de
professores bilíngues. Pensar no ensino de uma segunda língua pressupõe, portanto, a
existência de uma primeira língua. Um professor que se dedique a essa tarefa terá a
necessidade de aprender a Língua Brasileira de Sinais”.
Portanto, para a qualificação profissional do professor, é necessário que o
professor compreenda a língua de sinais como uma linguagem visuoespacial onde as
mãos são os principais articuladores, com funções de movimentação facial e corporal.
desempenho importante, é um conjunto de composições básicas para língua de
sinais.
Mesmo assim, é interessante ressaltar a responsabilidade do professor, que
deve contribuir com seu trabalho com a língua de sinais, língua de grande importância
no âmbito acadêmico e social do indivíduo com quem é necessário trabalhar com
sujeitos surdos em um cotidiano, para apoiar o estímulo de sua linguagem natural e seu
uso efetivo na comunicação entre professor e alunos, a compreensão do indivíduo como
ser humano, capaz de se desenvolver como os demais, o posiciona como cidadão, pois
existem leis que regular os direitos relacionados à inserção da Libra. Além disso,
Quadros (2008, p. 2) afirma o seguinte:
No caso específico da Língua Brasileira de Sinais, há um
reconhecimento legal traduzido por meio da Lei n.º
10.436/2002, comumente referida como a Lei de Libras,
regulamentada pelo Decreto n.º 5.626/2005. Essa legislação
apresenta não somente a lei, mas um planejamento linguístico
para que essa língua seja reconhecida e difundida no país.
Nesse planejamento está prevista a inclusão da Língua
Brasileira de Sinais em diferentes espaços da sociedade. A área
da Educação passa a ter responsabilidade em garantir a
educação bilíngue para os surdos brasileiros, ou seja, na Língua
Brasileira de Sinais, e o ensino da Língua Portuguesa como
segunda língua para os surdos. Ao mesmo tempo, determina a
inclusão da Libras como disciplina nos currículos de todos os
cursos de licenciatura e no de fonoaudiologia. Sugere, também,
que as escolas públicas passem a oferecer Libras no contexto
escolar. Além disso, o Decreto dedica um capítulo à formação
dos profissionais que irão trabalhar com a Libras. Propõe ainda
a criação dos seguintes cursos: letras em Libras, pedagogia
bilíngue, formação de intérpretes de Libras e do curso de
Língua Portuguesa como segunda língua para surdos. Além da
educação, essa legislação regula os direitos dos surdos
brasileiros de terem acesso às informações e de atendimento
público em Libras. Portanto, são vários desdobramentos
desencadeados a partir da Lei de Libras, enquanto política
linguística que vem fortalecer esta comunidade linguística
brasileira. Embora ainda tenhamos uma política maior que
legitima o português como “a” língua brasileira, submetendo as
demais línguas a um status de menos-valia; há uma legislação
que favorece o empoderamento da Língua Brasileira de Sinais
(QUADROS, 2008, p. 12)

O valor que a formação em Libra promove deve ser atribuído ao professor, pois
ele tem a capacidade de criar metodologias adequadas para o ensino de alunos surdos,
levando em consideração não apenas as diferenças linguísticas, mas também as
diferenças culturais entre ouvintes e surdos em um mesmo ambiente educacional .
Por isso, é cada vez mais importante que os profissionais da educação se
esforcem para aprender, conhecer e utilizar as Escalas num contexto educativo onde a
comunicação esteja presente nas mais diversas esferas para promover a verdadeira
inclusão de todos os alunos. A escola entra assim como um elemento chave e
importante para o bom desenvolvimento social do indivíduo e para isso a necessidade
de uma boa comunicação entre os participantes deste processo educativo.
É interessante notar que a educação bilíngue tem grande importância na
educação de surdos, pois visa desenvolver o ensino escolar em português e em
Libra, sendo o português desenvolvido como segunda língua e para alunos
surdos na escrita. Quadros (2008) esclarece ainda mais essa manifestação
quando diz que:

[...]faz-se necessário planejar a viabilização de uma educação


bilíngue nas escolas públicas, na atualidade essencialmente
monolíngues. Esse exercício vai exigir que sejam
desconstruídas essas práticas monolíngues e concebida uma
política bilíngue. Para viabilizar essa educação bilíngue nos
espaços das escolas públicas, os projetos educacionais
precisam estar na alma dos profissionais implicados, afirmando
as duas línguas que passam a fazer parte da escola. Precisa
haver o respeito e a valorização de ambas as línguas que fazem
parte das comunidades implicadas nesse espaço. Há diferentes
espaços em que as línguas ocupam diferentes papéis e há,
também, o contato entre essas línguas. No caso dos surdos
brasileiros, a Língua de Sinais é a sua língua de instrução e o
português, a segunda língua. Por outro lado, para os colegas
ouvintes que estarão nessa escola, a Libras será a segunda
língua, enquanto o português continuará sendo a sua primeira
língua (QUADROS, 2008, p.15).

Assim, ambos os participantes (surdos e ouvintes) já não têm de sentir


saudades da sua língua, pois o ensino bilingue prova que todas as línguas têm o seu
lugar na sociedade e que podem contribuir para um maior enriquecimento cultural,
reforçando a posição do indivíduo, apoio da comunicação ampla onde todos têm direito
e podem se expressar.
Segundo Quadros (2000, p. 53), ao falar do bilinguismo, ele “não estabelece
uma dicotomia, mas reconhece as línguas envolvidas no cotidiano dos surdos, ou seja, a
Língua Brasileira de Sinais e o Português em o contexto mais comum. do Brasil". Assim,
a partir da educação bilíngue, as línguas tornam-se alternativas que são acionadas por
seus usuários, sejam eles falantes ou sinalizadores. Eles são usados de acordo com o
contexto, ou demanda, que é necessário para que a comunicação ocorra.
Portanto, é interessante analisar todos os aspectos que giram em torno
do tema, como a questão da inclusão escolar, os prejuízos no aprendizado dos
alunos surdos pela ausência do seu processo educacional, a importância no
contexto da sala de aula na aprendizagem de alunos surdos, bem como sua
importância na preparação de professores
ATUAÇÃO DOCENTE E AS INFLUÊNCIAS NO PROCESSO DE INCLUSÃO
DO ALUNO SURDO
O processo de inclusão dos surdos passou por diversas etapas caracterizadas
pela sua segregação e exclusão da sociedade. Nos tempos antigos, essas pessoas eram
consideradas mentalmente fracas, loucas e até incapazes de pensar. Os sinais já usados
por eles eram considerados encarnações obscenas, pecaminosas e até espirituais. Na
Grécia antiga, os surdos não recebiam educação básica e em Roma eram condenados à
morte.
Com o tempo, porém, começaram a surgir professores que desenvolviam
trabalhos com surdos. Oralismo se destacou em primeiro lugar, seguido de
Comunicação Total e Bilinguismo. Entre os professores que se destacaram no mundo
pelo interesse pelo tema estão: Ivan Pablo Bonet, Espanha; Abade Charles Miguel de
L'Epée, França; Moritz Hill, Alemanha; Gran Bell nos EUA e OvideDecroly na Bélgica
Como ambiente de estudo, a primeira escola para surdos surgiu em 1756 com
Miguel de L'Epée, o Instituto Nacional de Surdos e Mudos. Ainda em Paris, é realizado
o 1º Congresso Internacional de Surdos, liderado por Alexander Gran Bell. Na Itália em
1880 ocorre II. congresso internacional de professores de surdos, onde foi decidido que
o método oral deveria adquirir o status de único método de treinamento adequado para
surdos.

No Brasil, novamente, os estudos regulares começaram em 1857 com o Imperial


Instituto dos Surdos-Mudos (hoje Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES),
criado pela Lei nº 839, assinada por D. Pedro I. Em 1911, O INES adota o "Oralismo
Puro" e em 1970 surge aqui a Comunicação Total, trazida pela professora Ivete
Vasconcelos. Ao longo do tempo, políticas públicas como a Constituição de 1988, a Lei
da LDB - Lei nº 9.394/96, o Plano Nacional de Educação e a Declaração de Salamanca
surgiram para melhorar o ensino e a inclusão de surdos. A LIBRAS é reconhecida pela
Lei nº 10.436, que a trata como a segunda língua do Brasil.
Considerando os métodos existentes, o bilinguismo é o mais eficaz em termos
de inclusão. Segundo Goldelfd (2002 p. 42): “A premissa básica do bilinguismo é que
os surdos devem ser bilíngues, ou seja, devem adquirir uma língua de sinais como
língua materna, que é considerada a língua dos surdos e como segunda língua oficial, a
língua do seu país"
Portanto, ambas as línguas devem estar disponíveis ao aluno surdo no ambiente
escolar ao mesmo tempo.
Como parte das mudanças pelas quais a educação passou ao longo do tempo,
existem alguns problemas e limitações nesse processo de inclusão de surdos, como as
práticas pedagógicas que vêm sendo utilizadas em sala de aula ao longo do tempo pelos
profissionais ali designados. Portanto, não basta apenas mudar a nomenclatura ou as
referências das escolas. Para consolidar a inclusão é necessária uma profunda mudança
no sistema educacional brasileiro em todas as esferas da educação, para que reflita os
anseios de uma comunidade escolar que inclua a todos.
Falando em profissional, uma professora do atual sistema de ensino aponta
diversos problemas com um aluno surdo em sala de aula. A falta de conhecimento da
Língua Brasileira de Sinais é uma das maiores dificuldades, é vista como um obstáculo
e no processo é menosprezada, subordinada como algo secundário, o que obriga o aluno
surdo a “dominar” outra língua que não a sua, resultando na esmagadora maioria dos
casos contra este aluno. Mas, segundo Mantoan (2003, p. 44), “quem encara o desafio
garante: quando a escola realmente mudar, vai melhorar muito porque vai passar a
receber melhor todos os alunos (mesmo os considerados “normais”), então , a inclusão
propõe uma educação de qualidade para todos.
Segundo Ferreira (2005, p. 43), “uma professora com um coração inclusivo,
independentemente das condições precárias existentes dos seus alunos, procura criar
oportunidades iguais para lutar contra a desigualdade existente na sociedade com a sua
atividade pedagógica.
Contra esses teóricos está a escola atual, que se diz inclusiva, mas não está
devidamente preparada para acolher os mais diversos alunos com suas especificidades e
limitações,como os surdos.
O professor tem um papel importante na inclusão, pois é o elo mais próximo do
aluno, aquele que observa, identifica possíveis problemas dos alunos. No entanto, muitos
acabam apontando alguma dificuldade no aluno da educação especial por ser portador de
deficiência, negando que o erro possa estar na sua prática e não no aluno. para esta
situação

Uma metodologia de ensino inclusiva deve ser capaz de


garantir que o aluno se sinta motivado para frequentar a
escola e participar das atividades na sala de aula, deve
possuir qualidade curricular e metodológica, deve
identificar barreiras à aprendizagem e planejar formas de
removê-las para que cada aluno seja contemplado e
respeitado em seu processo de aprendizagem (FERREIRA,
2005, p. 45).

As técnicas e recursos de ensino são inegavelmente de fundamental importância


na prática pedagógica em relação aos alunos especiais, pois facilitam o processo de
ensino-aprendizagem em um ritmo diferenciado de aprendizagem. Mas todos no
ambiente escolar precisam estar comprometidos com o processo, não apenas o professor,
que já deve ter uma boa base, uma formação sólida e uma formação contínua. Um aluno
surdo precisa estar rodeado de suporte pedagógico competente que possa facilitar seu
aprendizado. O caráter do professor e a relação construída com o aluno surdo podem,
assim, interferir na aprendizagem, que se espera seja positiva.

Damázio (2007), afirma que:


[...] É preciso fornecer meios para que o aluno se sinta
realmente incluindo garantindo-lhes o uso dos recursos
necessários que necessita para superar as barreiras no
processo educacional, usufruindo, assim, de seus
direitos escolares e exercendo sua cidadania, de acordo
com os princípios da Constituição Brasileira (p.14).

O Surdo Dorziat (1998, pp. 24-29) afirma que para que esse aluno seja inserido
em uma escola regular é necessário que ele se aprimore em benefício dos demais alunos
e que os professores conheçam a língua de sinais, levando em consideração que
simplesmente aceitar esta linguagem não é suficiente educação de alunos com surdez,
pois também é preciso que a escola seja estimulante para todos os alunos. Portanto, se o
estudo de uma língua garantisse um aprendizado efetivo, um aluno ouvinte não teria
problemas na escola.
4 A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E SUA ATUAÇÃO INCLUSIVA JUNTO
AOS ALUNOS SURDOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

A Libras é uma língua, seu ensino é de extrema relevância, para que os


educandos surdos possam ter sucesso em sua vida educacional. É uma língua de
comunicação visual e espacial, como língua é distinta da Língua Portuguesa oralizada,
entretando isso não pode ser um elo de exclusão, mas um caminho para o processo de
inclusão, visto que os direitos desses sujeitos devem ser ofertados tanto no ambiente
escolar regular quanto no específico, mediante ações e medidas que fomentem a
inclusão do surdo no ambiente social como um todo.
O meio que a maioria dos ouvintes utiliza para estabelecer interações
comunicativas com os outros é a fala, mas devemos estar atentos a outros indivíduos
que utilizam diferentes sistemas de comunicação e por isso podem ser segregados por
permanecerem à margem da comunicação social. em ambiente escolar.
Nesse contexto, um aluno surdo estará distanciado da interação plena no
espaço escolar, pois não possui o mesmo sistema de comunicação da maioria dos
alunos, e esse tipo de separação entre os sujeitos pode, segundo Koslowski (2000),
contribuir para o insucesso na escola e na alimentação por sentimentos de ansiedade,
vergonha e baixa autoestima por parte desses indivíduos, o que pode contribuir para o
abandono escolar precoce.
Por essas razões, vemos a necessidade de falar sobre o bilinguismo como uma
proposta educacional que, segundo Silva (2018), trata da “[...] A efetiva inclusão escolar
depende de como cada escola aceita e trabalha com as diferenças”.
Trazer essa proposta de ensino para as escolas regulares pode ser uma ferramenta
importante para que alunos surdos possam se comunicar com ouvintes por meio da LP
escrita, além disso, os ouvintes também terão a oportunidade de interagir com a Libras,
aprender com ela e crescer como indivíduos que respeitam e vivem de forma mais
humana na sociedadePortanto a escola precisa ter uma gama de ações e profissionais em
seu
corpo para que o atendimento aos surdos seja realente, além disso, é necessário que os
professores da sala regular busquem formação em libras, além disso, tradutores,
cuidadores, interpretes,fazem parte do conjunto de profissionais que podem auxiliar o
processo de escolarização desses sujeitos.
A atuação do interprete embora diferenciada da do docente, é de extrema
importãncia no precesso educacional de alunos surdos, a conexão e sintonia entre esses
dois profissionais de atribuições distintas pode trazer efeitos positivos para a
escolarização de surdos no ensino regular, seja em qual for a etapa.
Podemos afirmar que uma língua complementa a inclusão da outra, enquanto o
primeiro é traduzido, o segundo faz um trabalho mais espontâneo em momento real.
Mas é preciso frisar que por mais que exista essa cumplicidade muito ainda temos que
fazer para melhorar esse campo de conhecimento, sendo o sujeito surdo principal dessa
estrada que precisa ser moldado ensinado obtendo assim o desenvolvimento de suas
habilidades educacional
Outro ponto a ser trabalhado é discussão das diferenças em sala de aula, e no
espaço escolar como um todo, professores, gestores, alunos, profissionais diversos da
escola e comunidade escolar devem ser inseridos na discussão do processo inclusivo dos
surdos, oficinas de conhecimento da Libras são boas alternativas para o incentivo a
busca coletiva do saber a respeito dessa língua e possivelmente, melhoria no processo
de socilização dos alunos surdos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Finalizando nosso trabalho, podemos considerar que o professor ainda tem uma
compreensão reducionista sobre o processo de ensino/aprendizagem dos surdos. Embora
muitos trabalhos já tenham demonstrado a necessidade de formação continuada do
professor, da importância da língua de sinais, do intérprete em língua de sinais, na
prática, não se tem discutido, efetivamente, que a presença dessa língua não isenta o
professor de compreender os processos diferenciados através dos quais os alunos surdos
utilizam para tornarem-se leitores e escritores de uma língua que não dominam. A
imagem que o professor faz desse aluno como (in)competente e capaz de aprender
também é um fator que deve ser considerado nessa discussão
Para que haja inclusão do aluno surdo é necessário que as pessoas envolvidas
no processo educacional façam um esforço, no sentido de se livrarem de modelos pré-
determinados de homem, de entenderem a importância de que o aluno realize suas
próprias elaborações, que compartilhe suas dúvidas, suas descobertas e seu poder de
decisão.
São necessárias mudanças profundas nas práticas dos professores em sala de
aula, necessitando capacitá-los para esse processo de inclusão, pois os mesmos não
estão sabendo desenvolver metodologias adequadas que proporcionem uma
aprendizagem significativa a todos, que propicie inclusão desses ao conhecimento,
respeitando as competências individuais e as diferenças de cada aluno. Assim,
pensamos que incluir não é só freqüentar a sala de aula; é preciso atendê-los em suas
necessidades e favorecer uma educação de qualidade, pois muitas vezes o aluno surdo é
deixado de lado nos questionamentos, nos debates, seminários, etc.
Para que a inclusão realmente aconteça na escola e na sala de aula, é
importante que o professor e os demais colegas ouvintes conheçam mais sobre a cultura
surda e busquem formas de estabelecer uma comunicação com os colegas surdos, seja
através das libras ou outros meios de comunicação.
Evidencia-se, desta forma, que a escola busque novos recursos e apresente uma
infraestrutura capaz de atender aos seus alunos com maiores dificuldades de
aprendizagem. Para o aluno surdo, e os demais alunos com necessidades educativas
especiais, o acompanhamento pedagógico especializado em turno inverso é necessário e
também servirá para auxiliar os professores que não estão preparados para atender este
alunado. Pois, em classes mistas, há necessidade de respeitar o ritmo dos alunos surdos
que, em comparação aos demais colegas, possuem um ritmo mais lento no
desenvolvimento de suas tarefas, uma vez que necessitam entender a explicação dos
professores por meio da intérprete, e somente depois de concluída, copiam as anotações
do quadro.
A inclusão de surdos no ensino regular significa mais do que apenas criar
vagas e proporcionar recursos materiais, requer uma escola e uma sociedade inclusivas,
que assegurem igualdade de oportunidades a todos os alunos, contando com professores
capacitados e compromissados com a educação de todos.
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Atualizada, 2017.
ANEXO 01

Questionário dos Professores


Nome: Sexo:
Idade:
Formada na Instituição (ano):
Tempo que leciona (anos):
Escola que atua:
Série que Leciona:

1. Você foi orientada sobre a possibilidade de ter aluno surdo em classe?

( ) Sim Não( )

Se a resposta for afirmativa, de que tipo foi esta orientação?

2. Há quanto tempo possui alunos com surdez incluídos em sala de aula? ( ) 1ano

a 5 anos ( ) 5anos a 10 anos ( ) Mais de 10 anos

3. Quais destes aspectos da surdez você tem conhecimento? (

)causas (fatores que ocasionam a surdez)


( )graus (leve, moderada, severa e profunda)
( )locais de alteração na orelha e vias auditivas (perda condutiva,
neurossensorial e mista).
( )período de ocorrência (antes ou depois da pessoa ter aprendido a falar) ( )
abordagens educacionais (abordagem oral, bilingüísmo e comunicação total)

Se tem este conhecimento, como ele ocorreu?

4. Dos aspectos listados a seguir, como você se vê para atender alunos surdos:

( )Capacitado
( )Capacitado, mais sentindo-me receoso ( )
Sem capacitação

Justifique sua resposta:

5. Qual a sua expectativa, em relação a sua formação acadêmica para atuar


com alunos surdos?
6. Você fez algum curso que abordasse o tema da educação especial voltado aos
surdos?
( )Sim Não( )

Se sua resposta for afirmativa, qual tipo de curso?

7. Com relação à afirmação de que o aluno surdo não consegue aprender como os
demais alunos, você concorda?
( )Sim Não( )

Justifique:

8. . Você conhece algum professor que atua em classe comum com aluno surdo incluído
em sala de aula?
( ) Sim Não( )
Se sua resposta for afirmativa, qual o relato deste professor em relação ao
desempenho deste aluno?

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