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FAVENI

EJA E PSICOMOTRICIDADE

MARISA DE SOUZA SANTOS

O BILIGUISMO NA TURMA DE EJA

NOVA IGUAÇU- RJ

2019
marisadesouzasantos@gmail.com

Declaro que sou autor (Marisa de Souza Santos) deste Trabalho de Conclusão de Curso.
Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado
ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas
consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de
investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO- Este artigo tem como objetivo o exame minucioso das diferentes maneiras de
fornecer Libras em turmas de EJA. Tomei como referencial os teóricos os textos de Mello, Moura, Di
Pierro, Joia e Ribeiro no que tange a Educação de Jovens e Adultos, Perlin e o Abade de l'Épée no que
diz respeito à educação inclusiva em Libras.
O método investigativo , onde utilizei a pesquisa bibliográfica à qual fui construindo o trabalho em
questão, tendo como o foco principal os alunos surdos na educação de jovens e adultos.
No Brasil, a língua de sinais passou a ser uma língua oficial em 2002, por força da Lei Federal nº
10.436/02, cuja regulamentação ocorreu com o Decreto nº 5626/05.
Fundamentando que os hábitos pedagógicos não condizem a uma aprendizagem significativa
para o aluno surdo, surge no contexto o bilinguismo, entendendo a um propósito que este aluno precisa
ser alfabetizado tendo em conta suas particularidades. Agrega-se à hábito pedagógico que não produz o
resultado esperado a necessidade do professor estar em busca de um processo de formação
continuada. Os métodos orais, contrariando uma provável expectativa de toda a sua criatividade e
técnica, são aceitável para realizar a oralização do surdo, mas não para conduzir na "linguagem viva"
(VYGOTSKY, 1989). O bilinguismo tem como conjectura básica que o surdo deve ser bilíngue, ou seja,
deve obter como língua materna a língua de sinais — “que é considerada a língua natural dos surdos e,
como segunda língua, sua língua vernácula” (GOLDFELD, 1997).

Palavras-chave: EJA. LIBRAS. Linguagem. Bilinguismo


1 INTRODUÇÃO

Este artigo foi construído no ponto de vista de que a inclusão, no ambiente


escolar no EJA, não é apenas estar presente fisicamente de um indivíduo em
determinado espaço, e sim vários indivíduos convivendo o igualitarismo, contribuindo
para a formação educacional de todos. Busquei na pesquisa a construção de
metodologias para inclusão de alunos surdos, onde tive a oportunidade de observar
nos estudos aspectos importante nesse processo, por exemplo, que essa modalidade
de ensino, EJA, precisa de metodologias próprias, que esteja em perfeita conformidade
com essa realidade. Observei ainda que os jogos pedagógicos conseguem ajudar no
desenvolvimento de Libras em turmas de EJA, porém pouco tem sido feito com
relação a isso.
Nos estudos deparei com algumas situações onde muitos estão matriculados em
turmas regular de ensino e que são alfabetizados apenas em Língua Portuguesa em
sua modalidade escrita e não em Libras, em uma turmas de EJA – vi então à
necessidade de pesquisar este tema. Foram pesquisados os descritores: Ensino de
Libras. EJA. Bilinguismo. Inclusão e Diferença. Educação e cidadania para que
pudesse começar a ter fundamento teórico para discutir essa experiência e elaborar as
pesquisas do TCC, percebi que esse tema não é muito estudado. Procurei associar o
ensino de Libras e a educação de jovens e adultos. Feito isso percebi que a
importância do sucesso deste estudo contribuirá para que outros profissionais venham
buscar de forma coesa para que todos tenham acesso a alfabetização não só na
escrita da Língua Portuguesa mais também da escrita de Libras.
Os hábitos pedagógicos utilizados com os alunos surdos apresentam muitas
restrições. Muitos chegam ao final da escolarização básica sem ter assimilado a leitura
e a escrita com qualidade de aprendizagem e, em vários casos, sem ter conseguido o
domínio mínimo dos conteúdos escolar.
Fundamentando que as práticas pedagógicas não condizem a uma
aprendizagem significativa para o aluno surdo, surge no contexto o bilinguismo,
entendendo a um propósito que este aluno precisa ser alfabetizado tendo em conta
suas particularidades. Tendo essas práticas que não condizem a uma aprendizagem
significativa apresentando o problema de pesquisa deste arquivo, qual a necessidade
para que o aluno seja alfabetizado no contexto do bilinguismo em turmas de EJA?
Muito ainda tem que ser refletido em resenha a essa prática educacional, como: qual a
forma mais conveniente de fazer crescer o ensino de Libras nestas turmas
considerando as suas peculiaridades e quais os recursos que podem aprimorar a
aprendizagem desses alunos?
Agrega-se à hábito pedagógicas que não produz o resultado esperado a
necessidade do professor estar em busca de um processo de formação continuada. O
professor precisa também adquirir conhecimento de uma "linguagem viva"
(VYGOTSKY, 1989) para que tenha uma aprendizagem significativa dentro da
especificidade de cada aluno. Evidenciei que o uso de jogos pedagógicos ajuda no
dsempenho desse processo, todavia poucos destes que se adaptam a realidade da
educação de jovens e adultos. Em vista disso não podemos descuidar a existência de
alunos surdos em turmas de EJA que precisam desse amparo pedagógico.
Cheguei ao objetivo deste arquivo que é investigar o ensino de Libras para os
alunos do EJA, compreender o processo de como surgiu a língua de sinais do no
ambiente educacional, adquirindo experiências para contribuir com estes alunos, o
processo de inclusão e um pouco da história do processo inclusivo no EJA .
A metodologia adotada partiu de uma acerca da literatura sobre a surdez no
EJA. Reflete em uma educação para surdos que pondere suas características sociais,
desviando a patologia e a aproximação do surdo com o ouvidor é trabalho que está
distante de ser um acordo entre muitos educadores, pois a maneira de pensar essa
educação está ligada à outras atuações frente a surdez. Além disso, “a visão sócio-
antropológica da surdez, pelo seu caráter inovador, ainda está em construção.”
(MACHADO, 2002). A pesquisa foi bibliográfica, tomei como referencial os teóricos os
textos de Mello, Moura, Di Pierro, Joia e Ribeiro no que tange a Educação de Jovens
e Adultos, Imbernón e Freire no que diz respeito à educação inclusiva em Libras.
O método investigativo , onde utilizei a pesquisa bibliográfica à qual fui construindo o
trabalho em questão, tendo como o foco principal os alunos surdos na educação de
jovens e adultos.

2 DESENVOLVIMENTO

[...] a educação inclusiva vai muito além da presença física do aluno no


ensino regular. Não é aquela que só aceita as diferenças, mas faz da diferença
uma maneira distinta de expressão e de operacionalização do mundo, na qual,
compreender pessoas com NEE significa entendê-la a partir de seu próprio
marco de referência. Não basta reconhecer e aceitar a diferença. Há que se
transformar a ação e a experiência variadas em algo que amplie a nossa visão
de mundo no sentido de uma atitude cidadã em respeito às diferenças.
(BRASIL, 2005)

No ambiente escolar no EJA, não é apenas estar presente fisicamente um


indivíduo em determinado espaço, e sim vários indivíduos convivendo o igualitarismo,
contribuindo para a formação educacional de todos.
Segundo Perlin (2002), os mestres de surdos se sobressai sempre. Isso torna-se
real porque muitos de seus procedimentos foram registrados e mencionados como
exemplo para a educação de surdos e alguns desses procedimentos persistem até
hoje. A história da educação de surdos passou por transformações profundas com o
início do uso da língua de sinais no processo de ensino no EJA. O Abade de l'Épée
(1712-1789) foi um dos grandes responsáveis por essas transformações, é uma das
figuras mais destacadas da história para as pessoas surdas em qualquer idade. O
Abade juntou os surdos pobres dos arredores de Paris e criou a primeira escola pública
para surdos ,certamente, influenciado pelos ideais da Revolução Francesa. Foi nesse
ambiente educativo que se iniciou o uso da língua de sinais. O resultado positivo do
método que foi usado pelo Abade francês chamou a brandura aos mestres da época,
usufruindo como solução a criação de várias escolas de surdos pela Europa. A partir
dessa escola, começam a aparecer também os profissionais surdos e ouvintes que se
propagaram pelo mundo, ademais de acontecer a imigração de educadores de surdos
para a França, em busca desse aprendizado. Para Goldfeld (1997), os surdos eram
vistos com comiseração e como pessoas penalizadas pelos deuses e sendo, por
muitas vezes, desamparados ou sacrificados. A surdez de modo consequente, a mudez
eram identificadas com inferioridade ou primitiva.
Considerando o contexto o Ensino Especial em turmas de EJA, o
desenvolvimento de inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais
passou por inúmeras designações, no tempo da história da educação. Percebendo- se
a falha no sistema educacional foi pensado em algo melhor, a partir de muitos
encontros que tiveram com objetivo de uma melhor qualidade no ensino, contemplando
que as pessoas com deficiência também possuíam direitos e, em consequência, tinha a
missão de cumprir sua cidadania. A Lei de Diretrizes e Bases para o ensino de 1º e 2º
graus, nº 5.692/71, ao referir-se a "tratamento especial" para os alunos com
"deficiências físicas, mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à
idade regular de matrícula e os superdotados", apoiou a composição da Educação
Especial de forma paralela à educação regular, o que se tornou habitual desde então.
Assim, inicia-se o processo de inclusão no Brasil, na década de 1980: alunos passaram
a receber educação igualitária, em conjunto com os ditos "normais". Porém, muitos
educadores não possuíam orientação adequada para o processo de inclusão e
alfabetização de alunos portadores de deficiências.
Para Salles (2007):

A formação de professores deverá desenvolver-se em ambiente


acadêmico e institucional especializado, promovendo-se a investigação dos
problemas dessa modalidade de educação, buscando-se oferecer soluções
teoricamente fundamentadas e socialmente contextualizadas. Devem ser
utilizados métodos e técnicas que contemplem códigos e linguagens
apropriados às situações específicas de aprendizagem, incluindo-se, no caso
de surdez, a capacitação em língua portuguesa e em língua de sinais. Nos
casos de cegueira, a capacitação no código Braille; nos casos de surdo-
cegueira, a capacitação para o uso de língua de sinais digital (SALLES, 2007,
p.60).

A LDBEN(Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) nº 9.394/96


esclarece no art. 58, que "a educação especial como modalidade de educação escolar,
deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para os educandos
com necessidades especiais". No seu art. 59 surgere que os sistemas de ensino
deverão assegurar aos alunos "currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e
organização específica para atender às suas necessidades" e o adiantamentos de
estudos para que alunos superinteligente possam terminar em menos tempo o
programa escolar. Assim, o artigo 24 salienta a "possibilidade de avanço nos cursos e
nas séries mediante verificação de aprendizado", como uma incumbência da escola.
É usual ouvirmos que os seres humanos não desempenham o papel de mudar
seus conceitos sociais e as vezes intolerantes. Nessa pesquisa ficou provado, que a
falta de igualdade, é necessário não só modificar tais pensamentos como também
construir novos, não só para os alunos, mas também para os educadores envolvidos.
Os benefícios de jogos pedagógicos e adequados para a realidade da EJA melhora de
forma considerável para o desenvolvimento de ensino aprendizagem, entendendo que
estes não devem ser alfabetizados, mesmo que em Libras, como se passassem como
crianças,acatando assim suas particularidades e constatei ainda que a elaboração de
jogos pedagógicos voltados para a EJA é de árduo acesso, considerando-se que a
pesquisa sobre estes, não encontrei resultados muito importantes, encontrei empenhos
de alguns profissionais da educação em executar por conta própria, em análise a um
blog me deparei com o seguinte relato:

[...] ainda são escassos os estudos dedicados aos materiais didáticos


produzidos diretamente por educadores e estudantes de EJA. Certamente,
uma das razões da escassez de estudos sobre esses materiais resulta da
própria dificuldade que se apresenta ao pesquisador de obter acesso a um
corpus documental significativo sobre as produções que são elaboradas no
meio escolar - que nós denominamos aqui de “produções do meio escolar”, ou
seja, produções elaboradas por professores que atuam em sala de aula,
principalmente na alfabetização, mas também no primeiro e segundo
segmentos da EJA, nas redes públicas de ensino. [...] (MELLO, 2012)

Refleti que o ensino de Libras para jovens e adultos, surdos ou não, precisam de
um procedimento próprio que ainda deve ser desenvolvido, a fim de ganhar uma
correção eficaz esse público que já são, por origem, descuidados. Percebi com os
estudos que é possível alunos surdos estudarem com ouvintes sem danos para ambos;
e que esse convívio entre eles pode ser extremamente produtivo, na razão que essa
conexão provoca uma experiência de vivenciar com o que é mais diferente, afinal de
conta não somos todos iguais.
Segundo Selau (2009):

[...] “a escola inclusiva deve estar preparada para acolher a


diversidade e atender a diferença. Os autores salientam que isto abrange que a
escola implemente um currículo que atenda a heterogeneidade intraclasse, em
níveis distintos de desenvolvimento. Inclusive ressaltam que, ao se referir a
estes alunos em educação inclusiva, deve-se ter o cuidado com o uso de
terminologias que possam ser preconceituosas.” (p. 31)

E ainda:
[...] a educação das crianças, jovens e adultos com necessidades
educacionais especiais no quadro do sistema regular de educação; os sistemas
de educação devem ser planejados, e os programas educativos
implementados, com vista à diversidade; as escolas regulares constituem os
meios mais capazes para construir uma sociedade inclusiva, pedido para que
os governos de todos os países concedam prioridade a esta tarefa. (p. 29)

O que defendi aqui é que relacionar-se com o diferente é extremamente


relevante para todos os indivíduos. É importante que o sentimento da sociedade em
geral sobre as pessoas com deficiência ou que apresentem alguma insuficiência de
uma função psíquica ou intelectual se transforme; que paremos de enxergar as
imperfeições e dessemelhanças destas pessoas como se não possuíssemos os
próprios defeitos e particularidades. Consegui compreender que os métodos utilizados
no processo de educação no EJA devem ser refletido de acordo com a realidade desse
modelo de ensino, uma vez que esta classe já traz consigo uma carga cultural e social
que deve ser prezado, não sendo tratados como crianças. Segundo Moura (2008):

[...] a expectativa do aluno jovem ou adulto quanto à escola é diferente


da criança. O jovem ou adulto tem clareza do que busca na escola. A
objetividade do retorno à escola está, na maioria dos casos, relacionada às

necessidades do trabalho.

Finalmente conclui que não só o ensino de Libras em turmas de EJA é fazível


como é também de grande valor para a formação social do público desta modalidade
de ensino, uma vez que possibilita, ao processo sobre vários temas que transpassam
essas duas realidades, das pessoas surdas e das que não terminaram o seu ensino
em idade adequada, que se vistas bem de perto são bem parecidas, exemplo, o tempo
em que vêm sendo omitidas no que se trata a educação.
3 CONCLUSÃO

Refletir em uma educação para surdos que acredita em suas características


sociais, dando mais ênfase a patologia e a aproximação do surdo com o modelo
ouvinte é trabalho que está distante de ser um acordo entre muitos educadores, pois a
maneira de pensar essa educação está ligada à outras atuações frente a surdez e o
estudo do ensino de Libras em uma turma de EJA promoveu alcançar a importância de
se ensinar Libras no EJA, não exclusivamente para a alfabetização dos alunos, mas
para amparar com a formação deste como indivíduos responsáveis . Muito ainda tem
que ser pensado em relação a essa experiência educacional, como: qual a forma mais
adequada de se desenvolver o ensino de Libras nestas turmas respeitando as suas
singularidades e quais os recursos que podem aperfeiçoar a aprendizagem desses
alunos.
4 REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional, LDB 5.692, de 11 de agosto de 1971.
Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB
9.394, de 20 de dezembro de 1996.
GOLDFELD, Márcia. A Criança Surda: Linguagem e Cognição Numa
Perspectiva Sócio-Interacionista. São Paulo: Plexus, 1997.
LACERDA, C. B. F. Um Pouco da História: Abordagens na Educação dos
Surdos. Caderno Cedes, Campinas - SP, vol. 19, nº 46, p. 68-80, 1998
MAGALHÃES, Rita de C. B. P. Reflexões Sobre a Diferença: Uma Introdução à
Educação Especial. Fortaleza: Ed. Demócrito Rocha, 2002.
MELLO, Paulo Eduardo Dias de. Material Didático para EJA e Diversidade.
Disponível em: Acesso em: 05 de Jun de 2014
MOURA, Tania Maria de Melo (Org.). Educação de Jovens e Adultos: currículo,
trabalho docente, práticas de alfabetização e letramento. Maceió: EDUFAL, 2008.
PERLIN, Gladis T. T. História dos Surdos. Caderno Pedagógico. Curso de
Pedagogia a Distância para Surdos. UDESC, 2002.
QUADROS. R. M & PERLIN, Gladis T. T. Educação de Surdos em Escola
Inclusiva? Rev. Espaço: Informe Técnico Científico do INES. Rio de Janeiro, nº 7, p.
35-40, jun. 1997.
______, KARNOP, L. P. Língua de Sinais Brasileira: Estudos Linguísticos. Porto
Alegre: Artmed, 2004
VYGOTSKI, L. S. Fundamentos de Defectologia. Obras Completas. Havana:
Editorial Pueblo y Educación, 1989.

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