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INTRODUÇÃO

O valor da libras na alfabetização - “as possibilidades e os desafios”

O tema “O valor da libras na alfabetização- as possibilidades e os desafios”, me


chamou muito atenção desde que tive contato com esse espaço, o convívio com uma família
que tem uma filha com perca auditiva. É um desafio constante se adaptar a rotina de uma
criança com perca auditiva, há dificuldades em achar escola que são adaptadas para alunos
que possuem esse grau de dificuldade, amigos e familiares que tenham paciência, com o
comportamento explosivo e elétrico da criança. Baseado no tempo de convívio com essa
família, esse tema me chamou muita atenção, pois temos que nos adaptar ao mundo e suas
dificuldades, a partir do momento em que eu os vi entrando de cabeça na situação da filha, eu
quis me envolver, fiquei completamente apaixonada por essa área.
Trazer libras para os alunos, para os pais, na escola e na comunidade, é abranger
novos pontos de inclusão na sociedade. Por esses motivos ao qual eu me interesso, pois
haverá momentos em que precisarei usar essas táticas com pessoas que precisam no meu
convívio pessoal, e preciso estar pronto frente a esta situação.
O tema escolhido refere-se a uma realidade que infelizmente esta no meio do âmbito
escolar, há muitas escolas que, não estão preparadas para acolher alunos com dificuldades
auditivas, escolas que matriculam os alunos sem ter suporte para manter esses alunos em
inclusão dentro de uma sala de aula.
O objetivo da pesquisa é trazer e mostrar com clareza, o porquê devemos introduzir o
ensino de Libras em uma sala de aula, como uma matéria essencial.

Diante das circunstâncias que encontramos hoje em dia, na década da inclusão, ainda
é complicado por essa pequena palavra em prática, há muitos tabus que precisam ser
quebrados. Fazer essa inclusão requer necessidades especiais.

Segundo Lacerda, (2006 s/p):


“A inclusão apresenta-se como uma proposta adequada para a comunidade escolar,
que se mostra disposta ao contato com as diferenças, porém não necessariamente
satisfatória para aqueles que, tendo necessidades especiais, necessitam de uma série
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de condições que, na maioria dos casos, não têm sido propiciadas pela escola.”

A sociedade não pode se restringir a não conhecer, a não aprender, é uma língua, é
importante que esse espaço cresça dentro da sociedade em que vivemos, muita das pessoas
não veem libras como uma língua, há certos extremos ainda sobre esse processo da língua
para surdos.
Segundo Lacerda (1996 s/p) apud Nembri (2003 p.26):
“No Brasil, como em muitos outros países, a experiência com educação bilíngue
ainda se encontram restritas. Um dos motivos para este quadro é, sem dúvida, a
resistência de muitos a considerar a língua de sinais como uma língua verdadeira ou
aceitar a sua adequação ao trabalho com o surdo”

Assim que incluímos esse conhecimento no meio do âmbito escolar, é aberto um novo
espaço, sair do desconhecido para o conhecido, usar todos os recursos possíveis, para que
isso delongue-se e desenvolva-se.
Segundo Campello, (2000 p.128):
“É necessário refletir sobre (...) em relação à construção de uma pedagogia visual,
campo desconhecido pela maioria, levando em consideração a realidade do
ensino, principalmente quanto à aquisição da linguagem e dos recursos didáticos
do ensino às pessoas surdas no âmbito escolar.”

O grande erro que os profissionais cometem, é fazer a “exclusão” dentro da própria


sala de aula, o objetivo é incluir, e não fazer exatamente ao contrário, é dar de maneiras
diferentes aos alunos o mesmo conteúdo.

Segundo Felipe, (1997 s/p):


“(...) o ensino da língua portuguesa para crianças surdas, principalmente em escolas
regulares, não tem considerado este fato e as crianças surdas, inseridas em classes
de crianças ouvintes recebem o mesmo tipo de atividade como se já tivessem
adquirido esta língua naturalmente e tivessem o mesmo desempenho das ouvintes.”

De acordo com Skliar, (1997s/p):


“Nessa mesma perspectiva está baseada a proposta de educação bilíngüe, que busca
contemplar o direito lingüístico da pessoa surda de ter acesso aos conhecimentos
sociais e culturais em uma língua na qual tenha domínio. Além disso, aspectos
culturais, sociais, metodológicos e curriculares inerentes à condição de surdez
precisam ser considerados em uma proposta séria de ensino à comunidade surda”.

Como vimos o problema é tratar essa dificuldades com que os alunos de inclusão têm,
separadamente, isto esta errado. É partilhar o mesmo conteúdo, mas trabalhando de formas
diferentes, incluir os alunos de forma com que todos possuam o mesmo objetivo em classe.
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De acordo com Felipe (1997 s/p):


O grande problema é querer ensinar da forma correta, como Felipe diz : “O discurso
atual é o de Inclusão: “Escolas especiais são segregadoras, excludentes!” Mas de
que adianta colocar uma criança surda em uma sala de ouvintes se ela não
conseguirá aprender e apreender tudo que está sendo ensinado em português? Por
que não ensiná-la em LIBRAS, quando já se sabe que ela iria se desenvolver muito
mais rapidamente e realmente iria compreender tudo que fosse ensinado. Por que
não utilizar uma metodologia apropriada para ensino de português para surdos se
até para estrangeiros já existem metodologias específicas?”.

Mesmo com a inclusão, sabemos que é um processo que demora, mas aos poucos o aluno vai
se encaixando e obtendo resultados.
Segundo Lacerda (1996), Góes (1996) e Souza (1996):
“Muitos estudos indicam que pessoas surdas, nessas condições de escolarização,
mesmo após vários anos, apresentam dificuldades em relação à aquisição de
conhecimentos de maneira geral, e no uso da linguagem escrita, especialmente; em
geral, porque as práticas educacionais não contemplam as reais necessidades dos
surdos, fazendo com que eles apresentem conhecimentos muito aquém daqueles
desejados para seu grau/anos de escolaridade”.

Um dos grandes problemas em querer colocar em prática o uso da língua de libras em classe,
esta na alfabetização de ouvintes, cabe tanto ao professor quanto ao aluno enfrentar essas

barreiras.·.

De acordo com GÓES, (1996 s/p):


Essa condição não é exclusiva das experiências escolares de surdos, nem inerente à condição
de surdez. Um dos grandes problemas está no ensino e nas relações sociais de aprendizagem,
mais especificamente, na prática pedagógica, que falha também na alfabetização de ouvintes.
Todavia, cabe ao aluno surdo, nesse contexto, enfrentar complexas demandas adicionais por
apresentar uso restrito da língua utilizada nas atividades de sala de aula.

Segundo Botelho (1999) e Lacerda (1999):


“A inserção do aluno surdo no ensino regular é uma das diretrizes fundamentais da
política de inclusão/integração. Integração é entendida nesse contexto como um
processo dinâmico de participação das pessoas, legitimando sua interação nos
grupos sociais, implicando em reciprocidade. Nesse sentido, a Integração Escolar é
vista como um processo gradual e dinâmico que pode tomar formas distintas de
acordo com as necessidades dos alunos. Acredita-se que essa integração possibilite
a construção de processos lingüísticos adequados, de aprendizado dos conteúdos
acadêmicos e uso social da leitura e da escrita. Nessa proposta o professor media e
incentiva a construção do conhecimento através da interação com ele e com os
colegas. O fato do surdo, em geral, não ter uma língua compartilhada com seus
colegas e professores, e de estar em desigualdade lingüística em sala de aula não é
contemplado”.

Por que na década da inclusão, ainda encontramos dificuldades no trabalho da libras


na alfabetização?

Expor os motivos pelos quais precisamos ensinar os alunos essa língua em sala de
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aula, mostrar a necessidade de se envolver nesse aspecto.

Apresentar com clareza aos leitores desse trabalho as conseqüências da ausência do


ensino da língua de sinais bem como o ensino da Língua Portuguesa escrita a qual é vista
como sua segunda língua.

Apresentar os processos de aquisição da linguagem e da Língua de Sinais para


crianças surdas;
Descrever como ocorre o processo de ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa
escrita. Elencar estratégias de ensino aos professores que atuam ou pretendem atuar com os
mesmos

Este trabalho de pesquisa destina-se à todos que tenham interesse no assunto, mas
principalmente à pessoas, que atuam na área de educação e que se preocupam na busca de
possíveis soluções para lidar com o problema envolvido.

Gil (2002, p. 44) afirma que:

“A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado,


constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os
estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas
desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.”

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