Você está na página 1de 3

CURSO: Formação Pedagógica em Educação Especial

ACADÊMICO: Jean Carlos Pelozato RM: 1109969


Data: 10-07-2023

RELAÇÃO: ALUNO SURDO E ESCOLA

A integração do aluno surdo em classe comum não acontece como num passe de
mágica. É uma conquista que tem que ser feita com muito estudo, trabalho e dedicação de
todas as pessoas envolvidas no processo. A inclusão de alunos surdos no ensino regular
significa mais do que apenas criar vagas e proporcionar recursos materiais, requer uma
escola e uma sociedade inclusivas, que assegurem igualdade de oportunidades a todos os
alunos, contando com professores capacitados e compromissados com a educação de
todos.
Para ofertar uma educação de qualidade para todos os surdos, a escola precisa se
articular, capacitar, preparar, e adaptar seus professores para obter melhores resultados,
pois a inclusão não é só matricular o aluno com necessidades especiais e colocá-lo em
uma classe comum, sem dá ênfase às suas necessidades específicas, mas dá suporte ao
professor e a escola para colocar em prática sua ação pedagógica.
Souza e Góes (1999) afirmam que o processo de inclusão do aluno surdo vem
sendo acompanhado por professores e profissionais que desconhecem a língua de sinais
e as condições bilíngues do surdo. Razão pela qual os professores tendem a considerar-se
despreparados para atuar com essa população. É fundamental refletir que estamos
inseridos em um meio social que marca o indivíduo em suas diferenças e dessas surgem
preconceitos, que muitas das vezes nos impedem de avançar e de realizar de fato uma
mudança. A experiência com a educação bilingue no Brasil se encontra na dificuldade de
aceitar a língua de sinais como uma língua verdadeira.
Apesar de seu anonimato o Surdo estará sempre imerso no mundo de experiências
visuais e através delas construindo ideias e pensamentos sobre a vida, o surdo “tenta”
compreender e, muitas das vezes, acompanhar um modelo social que não contempla suas
experiências visuais, mas que o impõe a se adaptar a um contexto oral- auditivo.
Atualmente, no Brasil, há escolas que utilizam a proposta bilíngue como método de ensino
de seus educandos surdos.
Em contrapartida, as escolas que se localizam em cidades (e que ainda não
possuem associação de surdos), trabalham, somente, a metodologia oralista.
Principalmente quando se refere em cidades do interior, onde para encontrar interprete de
libras ou até oferecer cursos para o ensino de libras tanto para os professores como
também para o próprio surdo, que por sua vez aprende mimica para poder se comunicar
com seus familiares.
Machado (2008, p. 79) afirma que “o fracasso escolar do aluno se relaciona com a
inadequação da escola para atender as suas especificidades de aprendizagem”, tornando-
se, evidente, o despreparo da escola em receber os alunos surdos. Os professores, sem
preparo para receber os alunos surdos, e por não conhecerem a história e a importância da
cultura surda, não compreendem as causas do fracasso constante desses alunos. Cabe
salientar que a inclusão do surdo no ensino regular é, portanto, fator determinante para o
seu desenvolvimento como ser social no contexto das relações socioculturais, as quais
estão inseridos. Percebe-se que as mudanças são inevitáveis e necessárias para a
efetivação da inclusão.
Muito além de ações meramente superficiais como modificar alguns ambientes para
garantir o acesso de alunos que precisam de rampas, corrimões ou outros acessórios, a
inclusão é uma atitude que envolve a escola como todo, para tanto faz-se necessário mais
investimentos na formação dos profissionais que irão atuar em sala de aula com os alunos
surdos, e que haja também políticas públicas para que aconteça de fato a inclusão total do
aluno surdo na rede regular de ensino. Para Silva (2010), no entanto tem se observado um
aumento de alunos com surdez ou deficiência auditiva em salas de aula, especialmente na
rede pública de ensino. No entanto essa mudança deve-se ao desenvolvimento de
legislação que apoia a educação inclusiva para alunos com deficiência.
Entrevista realizado com o aluno Ruan Carvalho Bachmann, aluno surdo do
primeiro ano do Ensino Médio da Escoa de Educação Básica General José Pinto Sombra,
Lages-SC.
1. Você nasceu surdo?
R: Sim.
2. Seus Pais são ouvintes?
R: Ouvintes.
3. Em relação aos colegas, você interage com eles?
R: Sim, alguns conhecem a libras e também faço leitura labial.
4. Qual dificuldade que você encontra dentro da escola?
R: É difícil quando eles não têm o conhecimento da língua de sinais. Por isso, a
comunicação se torna mais difícil.
5. Quanto ao corpo docente, como é visto?
R: Com atenção, carinho por todos e principalmente respeito.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. MEC - Ministério da Educação. Diversos textos. Disponível em http://


www.mec.gov.br.
Acesso: 14 de outubro de 2022.

MACHADO, Paulo C. A Política Educacional de Integração/Inclusão: um olhar do


egresso surdo. Florianópolis: Ed. Da UFSC, 2008.

SILVA, Aline Maira da. Educação especial e inclusão escolar: história e fundamentos.
Curitiba: Ibpex, 2010.

SOUZA, R. M.; GÓES, M. C. R. O ensino para surdos na escola inclusiva:


considerações sobre o excludente contexto da inclusão. In SKLIAR, C. (Org.).
Atualidade da educação bilíngue para surdos 1. ed. Porto Alegre: Mediação, v. 1, 1999.

Lages, 10 de julho de 2023

Você também pode gostar