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LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO MÉDIO
AVISO: Não precisa imprimir. Pode acompanhar pelo celular e/ou computador.
Responda no seu caderno de Língua Portuguesa.
FONTE: http://www.aficcionados.com
TEXTO 1
Discurso
Autor: Sírio Possenti,
Referências bibliográficas:
FIORIN, J. L. O pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2006.
MODALIZADORES
DISCURSIVOS
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explicação
A ARTE DE ARGUMENTAR
Sobre o Argumento
Para escrever um artigo de opinião é preciso, antes de tudo, ter
uma tese muito clara para defender diante de uma questão
polêmica. Afinal, toda a organização textual do artigo, assim
como sua consistência, estarão subordinadas à defesa dessa tese.
Por isso, todo o artigo deve poder ser resumido por um
argumento central. É com esse argumento que o autor articula
sua opinião pessoal (a tese ou a conclusão de seu raciocínio e os
dados e as justificativas que a sustentam).
O articulista precisa, então, definir seus argumentos de acordo
com o tema escolhido e, portanto, também de acordo com o
público (o auditório) para quem escreve: um artigo para um jornal
de economia, por exemplo, deverá apoiar-se em conceitos e
valores da área, assim como em dados estatísticos, entre outros;
para defender uma lei que esteja sendo criada, um articulista
deve citar exemplos de situações em que a sua aplicação trouxe
melhorias; num debate sobre novos costumes, terá de evocar
valores, lembrar dados históricos, fazer análises comparativas; e
assim por diante. Quanto mais o articulista dominar o tema sobre
o qual está escrevendo e conhecer o perfil e as expectativas do
auditório a quem se dirige, maiores serão as chances de ele
elaborar uma estratégia argumentativa eficaz.
Parte dessa estratégia consiste em perceber com precisão que
tipo(s) de argumento pode(m) funcionar melhor no contexto do
debate. Com base na relação lógica estabelecida entre os dados,
as justificativas e a conclusão ou tese, tem-se um tipo de
argumento.
FONTE: https://www.escrevendoofuturo.org.br/caderno_virtual/etapa/tipos-de-argumento/
index.html
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7
REDAÇÃO
LITERATURA
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desse infográfico
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FIGURA
ABAIXO
1ª FASE—
MODERNISMO
MATERIAL DE APOIO
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3ª GERAÇÃO
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a Videoaula! MODERNISMO
MATERIAL DE APOIO
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LIVRO
FILME
A hora da estrela é um filme sobre o livro
homônimo de Clarice Lispector em que
acompanhamos a vida da personagem Macabéia,
uma imigrante nordestina que vive em São Paulo e
trabalha como datilógrafa. Trata-se de uma das
obras mais famosas da escritora Clarice
Lispector.
Direção: Suzana Amaral | Ano: 1985 | Duração: 1h 36 min.
REVISANDO...
A BASE DA
LITERATURA
NACIONAL
SÉCULO XIX
ASSISTA AQUI AS
VIDEOAULAS
APROFUNDANDO
CLIQUE NAS FIURINHAS E ASSITA AOS VÍDEOS.
ATIVIDADES DE APLICAÇÃO
Soneto
Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!... já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!
AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.
TEXTO A TEXTO B
Nosso céu tem mais estrelas, Minha terra tem mais rosas
Nossas várzeas tem mais flores, E quase tem mais amores
Nossos bosques tem mais vida, Minha terra tem mais ouro
Nossa vida mais amores. Minha terra tem mais terra
Na primeira etapa, o Barroco literário é a linha de maior interesse. Na segunda, assistimos (1) à
transformação do Barroco; (2) às tentativas de renovação arcádica e neo-clássica; (3) à grande
fratura do Romantismo e seus prolongamentos. A terceira abrange (1) as tendências finisseculares;
(2) outra grande ruptura, que foi o Modernismo dos anos de 1920; (3) e as tendências posteriores.
Em 1808 aconteceu um fato decisivo para o Brasil, o mais importante depois de seu descobrimento
em 1500: a vinda da Família Real Portuguesa, acompanhada por parte da Corte e do funcionalismo,
fugindo à invasão napoleônica,– o que fez do Rio de Janeiro a sede da monarquia e acelerou o ritmo
do progresso, inclusive intelectual. Basta dizer que só então começou para nós a era da tipografia,
com a impressão de livros e a publicação de periódicos; e que só então a hegemonia cultural saiu
dos conventos para ter nas atividades laicas o seu ponto de apoio, inclusive graças à fundação de
escolas técnicas e superiores. Ao mesmo tempo o país adquiriu a possibilidade de comunicar-se
com outros centros de cultura além de Portugal, e recebeu deles contribuições, como uma missão
artística francesa e a visita de viajantes alemães, ingleses, franceses, russos, muitos deles
cientistas de valor, que escreveram boas descrições da sociedade local e contribuíram para nos
tornar conhecidos. Eminentes estadistas, funcionários, escritores, sábios, administradores, que
antes prestavam serviço na Metrópole, voltaram ao seu país; e os que viviam aqui encontraram
maior campo de ação. Em 1816 o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido, e quando o Rei D.
João VI voltou a Lisboa, em 1821, os brasileiros não se conformaram com a perda de
status. A independência foi proclamada no ano seguinte pelo Príncipe Herdeiro, que ficara como
Regente e se tornou Imperador com o nome de Pedro I. Nesses acontecimentos os intelectuais
tiveram papel importante e a literatura adquiriu novas tonalidades, com a poesia patriótica, o
ensaio político, o sermão nacionalista, fazendo dessa fase entre o fim do século XVIII e o advento
do Romantismo, nos anos de 1830, um momento de intensa participação ideológica das letras. Do
ponto de vista estritamente literário, a produção foi secundária, para dizer o menos. Poetas
rotineiros, alguns de tipo arcádico, outros mais propriamente neo-clássicos, raros denotando traços
que poderiam ser chamados de pré-românticos. Elementos pré-românticos podem ser considerados
o caráter afetivo que a religião foi assumindo (mais estado de alma do que devoção), o gosto pela
maceração sentimental, certa pieguice melancólica associada ao luar, aos salgueiros e aos lugares
sombrios. Por outro lado, assume conotação francamente patriótica o nativismo pitoresco, que
vinha do fundo dos tempos coloniais, assim como a celebração dos feitos militares do passado.
A Independência
Desenvolveu-se cada vez mais a consciência de que a literatura brasileira era ou devia ser
diferente da portuguesa, pois o critério da nacionalidade ganhou no mundo contemporâneo uma
importância que superou as considerações estéticas. Portanto, esse foi um momento de definições
críticas importantes, tanto mais quanto coincidiram com o Romantismo, que, num país novo, recém-
chegado à independência política, pareceu uma redenção, uma libertação dos padrões clássicos, que
foram identificados à era colonial. Entre Arcadismo e Romantismo há uma ruptura estética
evidente, mas há também continuidade histórica, pois ambos são momentos solidários na formação
do sistema literário e no desejo de ver uma produção regular funcionando na pátria.
Significativamente, os românticos consideravam seus precursores os poetas clássicos da segunda
metade do século XVIII e começo do século XIX que versavam temas indígenas e religiosos.
No Romantismo predomina a dimensão mais localista, com o esforço de ser diferente, afirmar a
peculiaridade, criar uma expressão nova e se possível única, para manifestar a singularidade do
país e do Eu. Daí o desenvolvimento da confissão e do pitoresco, bem como a transformação do
tema indígena em símbolo nacional, considerado conditio sine qua para definir o caráter brasileiro e
portanto legítimo do texto. Mas é claro que isso continuou a ser feito sob influência européia,
devido à nossa ligação orgânica com a cultura ocidental e apesar das afirmações utópicas de
originalidade radical. Ossian e Chateaubriand marcaram o indianismo mais do que Basílio da Gama
ou Durão, enquanto a poesia religiosa e sentimental seguiu os passos de Lamartine. A independência
Referência Bibliográfica:
Candido, Antonio. Iniciação à literatura brasileira: resumo para principiantes. 3. ed.– São Paulo:
Humanitas/ FFLCH/USP, 1999. (Texto adaptado)
ATIVIDADES DE APLICAÇÃO
3. De acordo com Antonio Candido “A sociedade colonial brasileira não foi, portanto
(como teria preferido que fosse certa imaginação romântica nacionalista), um
prolongamento das culturas locais, mais ou menos destruídas.”
Explique, recorrendo ao texto, como se deu a imposição sociocultural das elites na
formação da cultura nacional.
4. (FCC) A palavra de Castro Alves seria, no contexto em que se inseriu, uma palavra
aberta à realidade da nação, indignando-se o poeta com o problema do escravo e
entusiasmando-se com o progresso e a técnica que já atingiam o meio rural. Esse
último aspecto permite afirmar que Castro Alves
b) afasta-se, nesse sentido, de outros poetas, como Fagundes Varela, que consideram
o campo um antídoto para os males da cidade.
Para saber
mais, basta
clicar nessa
imagem.
No Brasil, a literatura feminina somente começa a ser visível, ou um pouco respeitada, no primeiro quartel do
século XX. Ainda que produtivas, nossas escritoras ficaram excluídas da historiografia literária, mas,
curiosamente, embora à margem, a literatura feminina foi presença constante nos periódicos do século XIX,
tanto nos dirigidos por homens quanto nos inúmeros criados e mantidos por elas próprias. Aliás, é quase
impossível estudar a literatura feita por mulheres no século XIX sem nos debruçarmos no estudo e
levantamento do que foi publicado nos periódicos dessa época. Além da produção em jornais, elas publicaram
muitos livros, uma produção, ainda que desaparecida, nada desprezível.
Na pesquisa sobre as escritoras brasileiras do século XIX, deparei-me com vários textos nitidamente
feministas de feministas ativas como as periodistas, as fundadoras de jornais e periódicos. Essas tiveram uma
quota considerável de responsabilidade no despertar da consciência das mulheres brasileiras, um papel
fundamental. Entre elas, salienta-se Josefina Álvares de Azevedo (Recife, 1851), jornalista e dramaturga, cuja
luta em prol do sufragismo foi marcante.
FONTE: MUZART, Zahidé Lupinacci. Uma espiada na imprensa das mulheres no século XIX. Estudos
Feministas, Florianópolis, 11(1): 336, jan-jun/2003.
Em 12 de outubro de 1810, nasceu Dionísia Gonçalves Pinto, que adotou o pseudônimo de Nísia
Floresta Brasileira Augusta, precursora de ideais feministas em textos publicados em jornais, na
cidade potiguar de Papari, que hoje leva o nome da escritora.
Mesmo havendo uma imprensa própria para mulheres, quem dirigia e escrevia eram apenas os
homens. Isso mudou em 1831, quando Nísia começou a escrever para O Espelho das Brasileiras,
jornal editado em Recife. Em 30 publicações, todas com Floresta como redatora, o periódico
expunha as condições precárias das mulheres, e defendia a instrução moral e cívica das mesmas.
Outros jornais foram influenciados pel’O Espelho, contando com a presença feminina em suas
redações, e logo periódicos fundados por mulheres foram se formando no país.
A maioria das escritoras começou a carreira literária nos jornais antes de se atreverem a escrever
livros, e com Nísia não foi diferente, porém o processo de transição foi incrivelmente rápido, visto
que seu primeiro livro, Direitos das Mulheres e Injustiças dos Homens, foi publicado apenas um ano
depois de sua participação na imprensa. A obra foi inspirada no livro Vindications of the Rights of
Women, de Mary
A autora tratou de muitos assuntos em sua carreira literária, como abolição, direitos indígenas,
sufrágio, mas o tema mais debatido por ela, e também o que mais lhe gerou repercussão (negativa e
positiva) foi educação e emancipação feminina. Na época, a educação era negada às mulheres por
ser considerada desnecessária, mas Nísia mantinha o argumento que elas precisavam da educação
para serem livres.
(...)
A escritora fez história ao enfrentar tudo aquilo que lhe foi imposto, desde os 14 anos, no início do
século XIX, quando fugiu de um casamento forçado com um dono rico de terras, e também durante
a vida inteira, a cada texto publicado, e ao dirigir um colégio para meninas. Nísia batalhou pelo que
acreditava e nunca desistiu. Ela merece continuar “viva” por nós, no nosso cotidiano, na literatura.
Uma mulher tão importante quanto ela não merece ficar esquecida nas estantes.
FONTE: http://www.agenciadenoticias.uniceub.br/?p=22618
OBRA DE MARIA
FIRMINA DOS REIS
AQUI!!!
PAS 2 - Úrsula - Maria Firmina dos Reis - resumo, análise e comentários. Nessa aula vamos analisar um fato curioso e muito importante para literatura
brasileira. Maria Firmina dos Reis, nossa primeira grande romancista, seu texto não foi apenas uma luta abolicionista para a época, mas uma das primeiras
bandeiras do feminismo no Brasil.
Maria Firmina dos Reis nasceu em São Luís do Maranhão, em 11 de março de 1822.
Entretanto, seu batismo ocorreu apenas em 21 de dezembro de 1825, constando na
certidão sua condição de "filha natural" de Leonor Felippa dos Reis e estando
ausente do documento o nome de seu pai (ADLER, 2017). Afrodescendente nascida
fora do casamento e vivendo num contexto de extrema segregação racial e social,
aos cinco anos ficou órfã e teve que se mudar para a vila de São José de Guimarães,
no município de Viamão, situado no continente e separado da capital pela baía de São
Marcos. O acolhimento na casa da tia materna teria sido crucial para a sua formação
(Mott, 1988).
FONTE: http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/322-maria-firmina-dos-reis
ATIVIDADE DE APLICAÇÃO
5. Após ler e ouvir os textos supra citados, responda:
Qual a importância das mulheres na formação da literatura
brasileira?
Recorra aos conhecimentos adquiridos neste material.
DEBATES ONLINE
Realismo-Naturalismo
1881
Trechos do livro:
“Dedicatória:
Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico co-
mo saudosa lembrança estas memórias póstumas.”
“O vício é muitas vezes o estrume da virtude. O que não impede que a
virtude seja uma flor cheirosa e sã.”
“A franqueza é a primeira virtude de um defunto, pois na vida, o olhar
da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças, obrigam a
gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos,
a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência.”
O MULATO (1881)
Autor Aluísio Azevedo (1857-1913)
CONTEXTO HISTÓRICO
O Realismo, no Brasil, nasceu em conseqüência da crise criada com a decadência
econômica açucareira, o crescimento do prestígio dos estados do sul e o
descontentamento da classe burguesa em ascensão na época, o que facilitou o
acolhimento dos ideais abolicionistas e republicanos. O movimento Republicano
fundou em 1870 o Partido Republicano, que lutou para trocar o trabalho escravo pela
mão-de-obra imigrante.
CARACTERÍSTICAS
A literatura realista e naturalista surge na França com Flaubert (1821-1880) e Zola
(1840-1902). Flaubert (1821-1880) é o primeiro escritor a pleitear para a prosa a
preocupação científica com o intuito de captar a realidade em toda sua crueldade.
Para ele a arte é impessoal e a fantasia deve ser exercida através da observação
psicológica, enquanto os fatos humanos e a vida comum são documentados, tendo
como fim a
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33
objetividade. O romancista fotografa minuciosamente os aspectos fisiológicos,
patológicos e anatômicos, filtrando pela sensibilidade o real.
Contudo, a escola Realista atinge seu ponto máximo com o Naturalismo, direcionado
pelas idéias materialísticas. Zola, por volta de 1870, busca aprofundar o
cientificismo, aplicando-lhe novos princípios, negando o envolvimento pessoal do
escritor que deve, diante da natureza, colocar a observação e experiência acima de
tudo. O afastamento do sobrenatural e do subjetivo cede lugar à observação
objetiva e à razão, sempre, aplicadas ao estudo da natureza, orientando toda busca
de conhecimento.
Vindo da Europa com tendências ao universal, o Realismo acaba aqui modificado por
nossas tradições e, sobretudo, pela intensificação das contradições da sociedade,
reforçadas pelos movimentos republicano e abolicionista, intensificadores do
descompasso do sistema social. O conhecimento sobre o ser humano se amplia com o
avanço da Ciência e os estudos passam a ser feitos sob a ótica da Psicologia e da
Sociologia. A Teoria da Evolução das Espécies de Darwin oferece novas perspectivas
com base científica, concorrendo para o nascimento de um tipo de literatura mais
engajada, impetuosa, renovadora e preocupada com a linguagem.
Os narradores dos romances naturalistas têm como traço comum a onisciência que
lhes permite observar as cenas diretamente ou através de alguns protagonistas.
Privilegiam a minúcia descritiva, revelando as reações externas das personagens,
abrindo espaço para os retratos literários e a descrição detalhada dos fatos banais
numa linguagem precisa.
Outro tratamento típico é a caracterização psicológica das personagens que têm
seus retratos compostos através da exposição de seus pensamentos, hábitos e
contradições, revelando a imprevisibilidade das
FONTE: http://www.nilc.icmc.usp.br/nilc/literatura/realismo.naturalismo1.htm#:~:text=Alfredo%20Bosi%
20assim%20descreve%20o,esgotar%20no%20lavor%20do%20verso
ATIVIDADE DE APLICAÇÃO
7. (ENEM) No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica
sutilmente um outro estilo de época: o romantismo.
“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais
atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já
lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é
romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e
espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha,
não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e
eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Rio de Janeiro: Jackson, 1957.
c) Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e
eterno, ...
INDICAÇÃO DE
LEITURAS
ATIVIDADES
A) A fuga repetia-se, entretanto. Casos houve, ainda que raros, em que o es-
cravo de contrabando, apenas comprado no Valongo, deitava a correr, sem co-
nhecer as ruas da cidade.” (3º parágrafo)
B) Quando não vinha a quantia, vinha promessa: ‘gratificar-se-á generosamen-
te’ – ou ‘receberá uma boa gratificação’. Muita vez o anúncio trazia em cima ou
ao lado uma vinheta, figura de preto, descalço, correndo, vara ao ombro, e na
ponta uma trouxa.” (4º parágrafo)
C) Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era
o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também a máscara de folha de
flandres.” (1º parágrafo)
D) “O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira
grossa, com a haste grossa também, à direita ou à esquerda, até ao alto da ca-
beça e fechada atrás com chave.” (2º parágrafo)
E) “Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se al-
cança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas,
à venda, na porta das lojas.” (1º parágrafo)
Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem todos
gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem
todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era apenas repreendida;
havia alguém de casa que servia de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além
disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, porque dinheiro também
dói. A fuga repetia-se, entretanto. Casos houve, ainda que raros, em que o
escravo de contrabando, apenas comprado no Valongo, deitava a correr, sem
conhecer as ruas da cidade. Dos que seguiam para casa, não raro, apenas
ladinos, pediam ao senhor que lhes marcasse aluguel, e iam ganhá-lo fora,
quitandando.
Quem perdia um escravo por fuga dava algum dinheiro a quem lho levasse. Punha
anúncios nas folhas públicas, com os sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito
físico, se o tinha, o bairro por onde andava e a quantia de gratificação. Quando
não vinha a quantia, vinha promessa: “gratificar-se-á generosamente” – ou
“receberá uma boa gratificação”. Muita vez o anúncio trazia em cima ou ao lado
uma vinheta, figura de preto, descalço, correndo, vara ao ombro, e na ponta uma
trouxa. Protestava-se com todo o rigor da lei contra quem o acoitasse.
Ora, pegar escravos fugidios era um ofício do tempo. Não seria nobre, mas por
ser instrumento da força com que se mantêm a lei e a propriedade, trazia esta
outra nobreza implícita das ações reivindicadoras. Ninguém se metia em tal
ofício por desfastio ou estudo; a pobreza, a necessidade de uma achega, a
inaptidão para outros trabalhos, o acaso, e alguma vez o gosto de servir
também, ainda que por outra via, davam o impulso ao homem que se sentia
bastante rijo para pôr ordem à desordem.
(Contos: uma antologia, 1998.)
MACHADO DE ASSIS
Nota: a foto acima, de autoria dos irmãos Bernardelli, foi retirada da terceira edição do livro Machado de Assis desconhecido, de Raymundo
Magalhães Jr. (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1957, p. 321). Para o autor, este é “um dos melhores e mais fiéis retratos de Machado de
Assis, - porque sem retoque, - até agora inédito [...]. Serviu de modelo a um desenho de bico de pena e guache de Henrique, que, no entanto,
branqueou as feições do grande escritor”.
ATIVIDADE DE APLICAÇÃO
9. O Realismo, escola literária cujo principal representante brasileiro foi
Machado de Assis, teve como característica principal a retratação da
realidade tal qual ela é, fugindo dos estereótipos e da visão romanceada
que vigorava até aquele momento. Sobre o contexto histórico no qual o
Realismo situou-se, são corretas as proposições:
Estão corretas:
e) I e V estão corretas.
SINOPSE E DETALHES
Uma analogia entre o antigo comércio de escravos e a atual exploração da miséria
pelo marketing social, que forma uma solidariedade de fachada. No século XVII um
capitão-do-mato captura um escrava fugitiva, que está grávida. Após entregá-la ao
seu dono e receber sua recompensa, a escrava aborta o filho que espera. Nos dias
atuais uma ONG implanta o projeto Informática na Periferia em uma comunidade
carente. Arminda, que trabalha no projeto, descobre que os computadores compra-
dos foram superfaturados e, por causa disto, precisa agora ser eliminada. Candinho,
um jovem desempregado cuja esposa está grávida, torna-se matador de aluguel para
conseguir dinheiro para sobreviver.
ATIVIDADES DE APLICAÇÃO
10. Qual a relação entre o conto “Pai contra mãe”, de Machado de Assis e o filme
“Quanto vale ou é por quilo”, de Sérgio Bianchi?
Recorra aos textos, principalmente ao artigo da professora Elisângela Apareci-
da Lopes (disponível na figurinha dessa atividade).
Clique aqui
para ouvir a
explicação.
Clique aqui
para ouvir a
explicação.
ORAÇÃO E PERÍODO
SUJEITO E PREDICADO
Veja o exemplo:
“Maria bebeu o suco”: nesse caso, Maria é quem realiza a ação de beber o suco,
sendo, portanto, o sujeito dessa oração. Fácil de identificar, não é mesmo?
Mas e quando há mais de um termo formando o sujeito?
Sujeito simples
Quando o sujeito é simples, ou seja, possui apenas um núcleo, as regras de
concordância verbal são as seguintes:
Coletivo
Se o sujeito representa um coletivo, o verbo será flexionado no singular. Veja o
exemplo:
“A multidão enfurecida gritou pelo estádio.”.
Porém, o verbo pode ser flexionado tanto no singular quanto no plural se:
o coletivo estiver especificado, exemplo: “a multidão de torcedores gritou pelo
estádio” ou “a multidão de torcedores gritaram pelo estádio”.
o sujeito for uma parte do coletivo, exemplo: “ele é um dos que comprou um carro
novo” ou “ele é um dos que compraram um carro novo”
o sujeito for a maioria (como em “a maior parte”, “a grande parte”, etc.), exemplo: “a
maioria das pessoas votou no candidato X” ou “a maioria das pessoas votaram no
candidato X”.
Sujeito composto
Quando o sujeito for composto, ou seja, tiver mais de um núcleo, a regra é geral: o
verbo sempre vai para o plural!
Confira os exemplos:
“João e Maria passeavam na floresta”;
“O presidente e o senador discutiram no meio da audiência”.
1. Um substantivo + um adjetivo
Quando temos um substantivo e um adjetivo em uma frase, o adjetivo deve sempre
concordar em gênero (feminino ou masculino) e número (plural ou singular) com o
substantivo. Confira os exemplos:
“Os livros velhos foram deixados na estante”: nesse caso, “velhos”, que é o adjetivo,
está concordando em gênero (masculino) e número (plural) com “livros”.
“Os governos democráticos são melhores.”: aqui, “democráticos” também está no
masculino e no plural para concordar com “governos”.
BEBA
ÁGUA!
ATIVIDADES DE APLICAÇÃO
12. Sobre a CORRETA aplicação das normas para concordância verbal e
nominal marque V (para verdadeiro) e F (para falso):
POESIA e
MÚSICA:
PROTESTO!
Um dia frio
Um bom lugar pra ler um livro
E o pensamento lá em você
Eu sem você não vivo
FONTE: http://www.mshindoiart.com
A empresa não paga aos funcionários faz dois meses; É ato de nobreza perdoar a um
amigo. São VTI quando o objeto é gente; exigem preposição a iniciando o objeto
indireto. Pagar a (alguém), Perdoar a (alguém)
- VARIEDADE COLOQUIAL (Exemplos):
A empresa não paga os funcionários faz dois meses; É um ato de nobreza perdoar um
amigo. São VTD, apresentam objeto sem preposição (objeto direto): Pagar (alguém),
Perdoar (alguém)
VERBO PREFERIR
- VARIEDADE PADRÃO (Exemplos):
Os brasileiros preferem mais o futebol que o vôlei; Você preferiu (mais) trabalhar
que estudar; Prefiro (muito mais) silêncio do que a agitação da cidade. É empregado
com expressões comparativas (“mais...que”, “muito mais ...que”, “do que”, etc.).
Preferir (mais) (uma coisa) do que (outra).
VERBO VISAR
- SENTIDO: O emprego mais usual do verbo “visar” é no sentido de “objetivar,
ter como meta”.
- VARIEDADE PADRÃO (Exemplos): Todo artista visa ao sucesso; Suas
pesquisas visavam à criação de novos remédios. É VTI, com preposição a iniciando o
objeto
indireto. Visar a (alguma coisa)
- VARIEDADE COLOQUIAL (Exemplos): Todo artista visa o sucesso; Suas
pesquisas visavam a criação de novos remédios. É VTD, apresenta objeto sem
preposição (objeto direto). Visar (alguma coisa)
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SEGUNDO GRUPO - Verbos que, na variedade padrão, apresentam mais de uma
regência (dependendo do sentido/significado em que são empregados:
VERBO ASPIRAR
- TRANSITIVIDADE (Sentido): Verbo transitivo direto (sugar/respirar) Verbo
transitivo indireto (pretender)
- EXEMPLOS: Sentiu fortes dores quando aspirou o gás. O Ex-governador aspirava
ao cargo de presidente.
VERBO ASSISTIR
- TRANSITIVIDADE (Sentido): Verbo transitivo direto (ajudar); Verbo
transitivo indireto (ver); Verbo transitivo indireto (pertencer)
- EXEMPLOS: Rapidamente os paramédicos assistiram os feridos. Você assistiu ao
filme? O direito de votar assisti a todo cidadão.
VERBO INFORMAR
- TRANSITIVIDADE (Sentido): Verbo transitivo direto e indireto (passar
informação)
- EXEMPLOS: Algumas rádios informam as condições das estradas aos motoristas.
Algumas rádios informam os motoristas das condições das estradas
VERBO QUERER
- TRANSITIVIDADE (Sentido): Verbo transitivo direto (desejar); Verbo
transitivo indireto (amar/gostar)
- EXEMPLOS: Todos queremos um Brasil menos desigual. Isabela queria muito aos
avós.
VERBO VISAR
- TRANSITIVIDADE (Sentido): Verbo transitivo direto (mirar); Verbo
transitivo direto (pôr visto); Verbo transitivo indireto (objetivar)
- EXEMPLOS: O atacante, ao chutar a falta, visou o ângulo do gol. Por favor, vise
todas as páginas do documento. Esta fazenda visa à produção de alimentos orgânicos.
Observações:
O verbo aspirar, como outros transitivos indiretos, não admite os pronomes
lhe/lhes como objeto. Devem ser substituídos por a ele (s) /a ela (s). Ex.: O diploma
universitário é importante; todo jovem deve aspirar a ele.
No sentido de “ver presenciar”, o verbo assistir não admite lhe (s) como objeto,
essas formas devem ser substituídas por ele (s) ela (s). Ex.: o show de abertura das
olimpíadas foi muito bonito; você assistiu a ele?
No sentido de “objetivar, ter como meta”, o verbo visar (TD) não admite como
objeto a forma lhe/lhes, que devem ser substituídas por a ele (s) a ela (s). Ex:
O título de campeão rende uma fortuna ao time vencedor, por isso todos os
clubes visam a ele persistentemente.
Existem outros verbos que, na variedade padrão, apresentam a mesma
regência do verbo informar. São eles: avisar, prevenir, notificar, cientificar.
Referências Bibliográficas:
Bechara, Evanildo. Moderna gramática portuguesa / Evanildo Bechara. – 37. ed. rev., ampl. E atual.
conforme o novo Acordo Ortográfico. – Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2009.
PERINI, M. A. Gramática Descritiva do Português. 2ª edição. São Paulo: Ática,1996.
VIEIRA, S.R. e BRANDÃO, S.F. Ensino de Gramática: descrição e uso. 1ª
edição. São Paulo: Contexto, 2007.
ATIVIDADES DE APLICAÇÃO
13. Sobre a CORRETA aplicação das normas para regência verbal marque V (para
verdadeiro) e F (para falso):
( ) Esqueceu-se do endereço.
( ) Não simpatizei com ele.
( ) O filme a que assistimos foi ótimo.
( ) Faltou-me completar aquela página.
( ) Aspiro um alto cargo político.
( ) Avisaram-no que chegaríamos logo.
( ) Informei-lhe a nota obtida.
( ) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem aos sinais de trânsito.
( ) Há bastante tempo que assistimos em São Paulo.
( ) Muita gordura não implica saúde.
( ) As crianças, obviamente, preferem mais os doces do que os legumes e verduras.
( ) Assista uma TV de LCD pelo preço de uma de projeção e leve junto um Home
Theater!
( ) O jóquei Nélson de Sousa foi para Inglaterra visando títulos e euros.
14. Sobre a CORRETA aplicação das normas para regência nominal marque V (para
verdadeiro) e F (para falso):
devolveu = verbo
ATIVIDADES DE APLICAÇÃO
16. (ITA) Qual das sequências abaixo jamais admitirá, de acordo com as nossas gra-
máticas, o emprego de duas vírgulas?
a) O irmão meu que estava doente não chegou na hora.
b) Mesmo que tu chegues atrasado José não deixes de trazer as revistas que te em-
prestei sábado último.
c) A mulher se divide em quatro partes cabeça tronco membros e espelho.
d) Jamais lhe poderei dizer que isto se passou na casa de uma das mais tradicionais
famílias da região os Mesquitas.
e) A muito custo após algumas horas disseram que não haviam chegado os impressos
para formalizar a petição.
17. (ESPM) Nesta frase de um imaginário outdoor:
Este é o refrigerante amigo, dos seus amigos!
a) O emprego da única vírgula é suficiente para que se entenda amigo como um voca-
tivo.
b) Falta uma vírgula depois de refrigerante, se a intenção é utilizar amigo como voca-
tivo.
c) Falta uma vírgula depois de este, se a intenção é dar ênfase ao destinatário da
frase.
d) O emprego da vírgula está correto, se a intenção é utilizar dos seus amigos como
complemento do nome amigo.
e) A vírgula deve ser abolida, se a intenção é empregar amigo como vocativo.
ATIVIDADES DE APLICAÇÃO
18. Leia atentamente o texto:
Tirana de lenço
Das danças espanholas, a Tirana de Lenço é uma das que mais se difundiu na Amé-
rica Latina. Tanto a dança quanto a canção fazem parte do Fandango gaúcho. Sapate-
ada com par solto, é executada por um ou mais casais e pode ser interrompida para
que cada par troque versinhos (“relaciones”) ou para que o violeiro entoe uma de suas
canções tradicionais. Provém de Madri, através da cantora Maria Rosário Fernandez
(1773), conhecida como La Tirana.
Seu canto não é ouvido simultaneamente à dança, cujo passo básico consiste num
deslocamento à frente com o pé esquerdo que o pé direito se une a ele e se apoia pe-
la ponta, mais ou menos à altura da metade do pé esquerdo. Corpo e cabeça viram 1/8
à esquerda, em um compasso.
Disponível em: www.terrabrasileira.com.br. (Fragmento e com algumas adaptações).
Assinale a alternativa cuja parte em destaque não funciona como locução adverbial:
( ) “Seu canto não é ouvido simultaneamente à dança […]”
( ) “[…] num deslocamento à frente com o pé esquerdo […]”
( ) “[…] mais ou menos à altura da metade do pé esquerdo.”
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19. Na passagem “Corpo e cabeça viram 1/8 à esquerda, em um compasso.”, a locução
grifada exprime a noção de:
( ) lugar
( ) modo
( ) tempo
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