Você está na página 1de 32

Texto

(conceito,
organização,
tipos, gêneros Fabiane do Nascimento
e domínios) (fabyufrrj@gmail.com)
O que
é
texto?
• Texto (latim: textum) – “tecido”/“entrelaçamento” de várias partes
menores a fim de obter um todo inter-relacionado.

• Conceito amplo – qualquer expressão que estabelece comunicação


com o leitor/interlocutor ('música', um 'filme', uma 'pintura' e, até
mesmo, 'gestos').
• “[...] qualquer passagem falada ou escrita, que forma um todo significado,
independente de sua extensão” (FÁVERO; KOCK, 1983, p. 25);

• “um evento dialógico, de interação entre sujeitos sociais, contemporâneos ou


não, co-presentes ou não, do mesmo grupo social ou não, mas em diálogo
constante” (KOCK, 2003, p. 20).
Tema/proposta
ideias – organização
interlocutor
finalidades e objetivos
situação comunicativa

Texto = espaço de interação entre


emissor, destinatário e o contexto em
que eles se inserem.
Organização
textual
FRASE:
• unidade menor que compõe um texto escrito ou falado e
que deve formar um todo comunicativo em si mesmo;
“todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer
comunicação” (GARCIA, 2010, p. 32); “unidade verbal
com sentido completo” (ROCHA LIMA, 2008, p. 232).

PARÁGRAFO:
• bloco de ideias que encerra uma sequência de
informações ou pensamentos.
• unidade de pensamento, uma divisão do texto que
gira em torno de uma ideia núcleo – expressa pelo
tópico frasal. A essa ideia, juntam-se outras
secundárias, que têm por finalidade explicar melhor
ou desenvolver a ideia principal.
• Os parágrafos servem para facilitar a compreensão e a leitura do texto;
permitem que o leitor acompanhe, passo a passo, a linha de raciocínio
desenvolvida pelo escritor: as ideias evoluem e a proposta é construída na mente
do interlocutor.

• Estrutura padrão: tópico frasal (ideia central) + desenvolvimento (ideias


secundárias) + conclusão (opcional).

“A Educação é o caminho mais eficiente para a justiça social. Estudo e cultura


tendem a aproximar os homens, fazendo-os não só mais solidários, como também
mais preocupados com a evolução uniforme da sociedade. Assim, o equilíbrio dos
direitos e a distribuição de renda proporcionam a ansiada igualdade.”
Qualidades do
parágrafo: unidade,
consistência e
concisão
• Unidade: boa relação entre todas as ideias que devem estar relacionadas a um
foco principal, a uma intenção do comunicador:
• Para conseguirmos a unidade do parágrafo, devemos:
• priorizar e preservar o que é essencial, enunciando claramente a
ideia-núcleo por meio de uma frase verbal;
• evitar pormenores impertinentes e acumulações redundantes, que
nada esclarecem e ainda “abafam” a ideia-núcleo e a sua fragmentação
em diversos parágrafos;
• pôr em parágrafos diferentes ideias igualmente relevantes,
relacionando-as por meio de expressões adequadas à transição.
Brasília é a capital do Brasil. A cidade é muito seca e
alguns moradores reclamam disso. A cidade foi
construída por um presidente que muita gente sente
saudade dele. A cidade tem um lago e muitos
parques, mesmo assim existe pouca área de lazer. Os
principais órgãos do poder público estão em Brasília.
Sendo assim, a cidade agrada a uns e não a outros.
O corpo humano divide-se em três partes: cabeça,
tronco e membros. A cabeça é a mais importante de
todas, pois contém o cérebro e os principais órgãos
do sentido. O tronco aloja o coração, os pulmões, o
estômago, os intestinos, os rins, o fígado e o
pâncreas. Finalmente, os membros, que podem ser
superiores (braços e mãos) e inferiores (pernas e
pés).
• Consistência ➔ forma (adoção do mesmo tom ou estilo em todo o texto) +
conteúdo (não se coloca uma ideia em situação diferente das demais):

Witzel é o candidato mais preparado e


competente para assumir o governo do Rio de
Janeiro. Mas, sem dúvida, Eduardo Paes é a
melhor opção.
• Concisão = ser breve, escrever apenas o necessário para transmitir a
informação desejada: economizar palavras e construções redundantes ➔ texto
mais ágil e fácil de ler.

• Deve-se atentar para: a prolixidade, que alonga e dificulta a compreensão


do assunto; a repetição das mesmas ideias já apresentadas; e a digressão,
que foge do assunto principal para tratar de questões paralelas de pouca
importância.
O jornalista, quando chegou a São Paulo, terra da
garoa e maior cidade do estado, vindo de sua
pequenina cidade natal, Pindamonhangaba, que fica
no Vale do Paraíba e é conhecida como “princesinha do
vale”, onde morava num sítio em companhia de seus
três irmãos e não conseguiram juntar recursos pois a
vida no campo é difícil, e, portanto, chegaram à capital
do maior estado do Brasil sem dinheiro para nada.

Ao chegar a São Paulo, vindo do interior, o jornalista


não tinha dinheiro.
• A revisão do texto como um todo inclui (cf. FIGUEIREDO, 1998):

• Clareza ➔ é preciso verificar tanto o conteúdo quanto a forma. As ideias


devem estar bem elaboradas na mente do autor para que a comunicação se
efetue adequadamente. Da mesma forma, o uso da forma deve corresponder
às ideias expressas. É preciso evitar vocábulos e expressões imprecisos ou
ambíguos, para que não haja interpretações errôneas.
• Respeito ao conjunto de regras da variante culta escrita, se o texto pertence a
um gênero textual em que o uso dessa norma é indispensável.
• Tamanho do parágrafo ➔ “[o parágrafo é uma] unidade de composição
suficientemente ampla para conter um processo completo de raciocínio e
suficientemente curta para nos permitir a análise dos componentes a esse
processo (...)”(GARCIA, 2010, p. 204).

• A lógica é a principal reguladora do tamanho do parágrafo. Assim, a discussão


com três características ocupa um parágrafo que engloba as três características
ou três parágrafos que tratam de cada característica.
Tipos textuais,
gêneros discursivos
e domínios discursivos
Tipos Gêneros Domínios
Definição Construções teóricas Ações sócio discursivas para agir sobre Grandes esferas ou instâncias da
definidas pela natureza o mundo e dizer o mundo, constituindo- atividade humana ou de produção
linguística de sua o de algum modo. Textos materializados discursiva em que os textos
composição (aspectos que encontramos em nossa vida diária e circulam. Não são textos nem
lexicais, sintáticos, que apresentam características sócio discursos, mas propiciam o
tempos verbais, relações comunicativas definidas por conteúdos, surgimento de discursos bastante
lógicas). propriedades funcionais, estilo e específicos.
composição característica.
Exemplos i) narrativos ➔ telefonema, sermão, carta discurso jurídico, discurso
temporais; (comercial/pessoal), romance, bilhete, jornalístico, discurso religioso etc.,
ii) descritivos ➔ de reportagem jornalística, aula expositiva, não abrangem um gênero em
localização; reunião de condomínio, notícia particular, mas dão origem a vários
iii) expositivos ➔ jornalística, horóscopo, receita culinária, deles. Constituem práticas
analíticas ou bula de remédio, lista de compras, discursivas dentro das quais
explicitamente cardápio de restaurante, instruções de podemos identificar um conjunto de
explicativas; uso, outdoor, inquérito policial, resenha, gêneros textuais que, às vezes lhe
iv) argumentativos ➔ edital de concurso, piada, conversação são próprios (em certos casos
contrastivas explícitas; espontânea, conferência, carta exclusivos) como práticas ou rotinas
v) injuntivos ➔ eletrônica, bate-papo por computador, comunicativas.
imperativas aulas virtuais
SEQUÊNCIAS
ARGUMENTATIVAS
• Baseiam-se em “algo já dito” (uma tese/ponto de vista apresentada desde o
início), e consistem, essencialmente, na contraposição de
enunciados/argumentos que a sustentam.

• ESTRUTURA: Dados (tese/premissas), o escoramento de inferências


(argumentação, raciocínio, justificativas) e a conclusão.

• GÊNEROS TRADICIONAIS: redações do ENEM, textos acadêmicos


(monografias, dissertações e teses), etc.
(cf. CAVALCANTE, 2013)
FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=NcL_CQU989g

Além desses gêneros,


sequências argumentativas
também são frequentemente
encontradas em editoriais,
letras de músicas, entre outras
possibilidades.
SEQUÊNCIAS
EXPLICATIVAS
• OBJETIVOS: responder a uma pergunta que pode ser “por quê?”, “como?”, “o
quê?”, “para quê?”, apresentando razões e informações acerca de algo.

• Constitui-se de três fases: levantar um questionamento; responder o


questionamento; sumarizar a resposta, avaliando o problema.
• ESTRUTURA: constatação inicial + problematização + resolução + conclusão/
avaliação.

• GÊNEROS TRADICIONAIS: textos didáticos e/ou científicos.


(cf. CAVALCANTE, 2013)
• “Locução adjetiva é um conjunto de duas ou mais palavras que, juntas, atuam
como um adjetivo, caracterizando um substantivo. A maior parte das locuções
adjetivas é formada pela preposição de mais um substantivo. Há, no entanto,
locuções adjetivas formadas por advérbios e pelas preposições sem, com, em.
Algumas locuções adjetivas se encontram diretamente relacionadas com um
adjetivo, outras não. Assim, em alguns casos é possível a substituição da locução
adjetiva por um adjetivo, em outros não. A utilização de locuções adjetivas
permite uma maior diversidade vocabular e enriquecimento textual:
Qual é o seu escalão de idade? (locução adjetiva)
Qual é o seu escalão etário? (adjetivo)”
(Disponível em http://professoraadrianajodjahn.blogspot.com/2014/08/locucao-
adjetiva.html)
FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=81ppA-wxUOg
FONTE:
https://www.youtube.com/watch?v=s-l-
OJctDOQ

Sequências explicativas podem


ser encontradas em tutoriais,
textos científicos e de
curiosidades em geral.
Atividade assíncrona (01/10)

• Leia o capítulo 1 - Publique ou pereça (páginas 13-25) do livro Produção Textual


na Universidade de Desirée Motta-Roth e Graciela Rabuske Hendges, disponível em
https://drive.google.com/file/d/14b6mrSq1a3W7EuJi_xSYDvC2nwCw2ZRc/view?us
p=sharing e no tópico de aula do dia 29/09/2021 do SIGAA.
Referências Bibliográficas
CAVALCANTE, M. M. Sequências Textuais. In.: CAVALCANTE, M. M. Os sentidos do texto. 1. Ed., 1ª
reimpressão. São Paulo: Contexto, 2013. p. 61 – 77.
FÁVERO, L. L.; KOCH, I. G. V. Linguística textual: Introdução. São Paulo: Cortez, 1983.
FIGUEIREDO, L. C. A redação pelo parágrafo. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1998.
GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. 27. ed. Rio de Janeiro: Ed. da FGV, 2010.
MOTTA-ROTH, D.; HENDGES, G. R. Produção textual na universidade. São Paulo: Parábola
Editorial, 2010.
KOCH, I. V. A interação pela linguagem. São Paulo: Contexto, 2003.
ROCHA LIMA, C. H. da. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. 47. ed. Rio de Janeiro: José
Olympio, 2008.

Você também pode gostar