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Introdução a produção

de texto acadêmico

Karina Rego
Linguagem usada em contextos
recorrentes da experiência
humana – socialmente
compartilhados.
GÊNERO
Gêneros textuais

Algumas discussões atuais sobre


gêneros enfatizam a relação
estreita entre contexto e texto.
Sob essa perspectiva, os elementos
do texto resultam de uma dada
interação social e precisam ser
explicados em termos dos
elementos do contexto.
Construção de sentidos para a elaboração
textual

O modo como nos apropriamos do universo e das


informações que nos cercam e os incorporamos a
nosso repertório cognitivo, representando,
descrevendo, avaliando por meio da linguagem, é
função de nossa própria condição humana.

Entretanto, segundo Bakhtin (2006), esse processo


de apropriação é moldado pela interação dialógica
com o mundo. Embora os mecanismos do
pensamento possam ser concebidos como universais,
os conteúdos são socialmente construídos e,
portanto, são histórica e culturalmente determinados.

Nesses termos, vale dizer que o conhecimento


humano é construído através de gêneros.
Repertório de gêneros
textuais
O repertório de gêneros
discursivos engloba as atividades
humanas constituídas pela
linguagem num determinado
grupo social: a carta pessoal
entre amigas adolescentes que
trocam informações, a entrevista
de seleção para emprego, o
orçamento do marceneiro para o
cliente, o telegrama...
Cultura acadêmica
Cultura é um sistema, um conjunto de
processos sociais que são dinâmicos e
sujeitos a mudança, pois não são fixos
dentro de fronteiras sociais, econômicas ou
nacionais.

Na acadêmica temos que aprender a forma


como as informações circulam, ou seja, os
seus gêneros textuais.
Os gêneros acadêmicos
obedecem a seguinte ordem
Pré- textuais Textuais Pós-textuais

CAPA INTRODUÇÃO REFERÊNCIAS

FOLHA DE ROSTO DESENVOLVIMEN ANEXOS


TO
(CAPÍTULOS
E/OU SEÇÕES)

OPCIONAIS APÊNDICE

RESUMO/
PALAVRAS-CHAV
E

SUMÁRIO
Estilo de escrita
Objetividade

Os assuntos precisam ser tratados de


maneira direta e simples, com lógica e
continuidade no desenvolvimento da
idéias. A explanação deve se apoiar em
dados e provas e não em opiniões sem
confirmação.
Clareza
Um texto é claro quando as idéias são
expressas sem ambigüidade para não
originar interpretações diversas da que se
quer dar.
É Importante o uso de vocabulários
adequado, sem verbosidade, tendo se
como objetivo facultar a leitura e prender
a atenção do leitor.
Precisão

Cada expressão empregada deve traduzir com


exatidão o que ser quer transmitir, em especial
no que diz respeito a registros de observações,
medições e análises efetuadas. Indicar como,
quando e onde os dados foram obtidos,
especificando-se as limitações do trabalho e a
origem das teorias.

Imparcialidade
Evitar idéias pré-concedidas, não
superestimando a importância do trabalho,
nem subestimando outros que pareçam
contraditórios.

Coerência
Deve-se manter uma seqüência lógica e
ordenada na apresentação das idéias. Um
trabalho, em geral se divide em capítulos,
seções e subseções, sempre de forma
equilibrada e coesa. Na formulação de títulos
para itens não usar ora substantivos para uns,
ora frases ou verbos para outros.
O conteúdo do texto
Parágrafo
Cada parágrafo deve vir recuado
sete espaços da margem
esquerda.
Citações
As citações longas, com mais de
cinco linhas e de poemas devem
ser: alinhadas a de 3 a 4
centímetros da margem esquerda
e devem terminar na margem
direita. Transcritas em tipos
menores, sem aspas, com
espaçamento simples entre as
linhas. Destacadas dos textos
precedentes e seguinte por um
espaço duplo.
Citação livre ou paráfrase

De acordo com Lopes (2002), as identidades


sociais são construídas no discurso. Portanto, as
identidades sociais não estão nos indivíduos, mas
emergem na interação entre indivíduos.
Citação textual com mais
de quatro linhas

A crença “no progresso linear, nas verdades


absolutas e no planejamento racional de ordens
sociais ideais” sob condições padronizadas de
conhecimento e de produção era particularmente
forte. Por isso, o modernismo resultante era
“positivista, tecnocêntrico e racionalista”, ao
mesmo tempo que era imposto como obra de
uma elite de vanguarda formada por
planejadores, artistas, arquitetos, críticos e outros
guardiões do gesto refinado. (HARVY, 2006, p.
42)
Introdução
Apresentação do tema e o ponto de vista

Os objetivos do texto

A justificativa ( mostrar a importância da pesquisa)

A metodologia utilizada : Pesquisa bibliográfica de caráter


qualitativo e /ou a pesquisa de fonte primária a qual tem
diversos instrumentos metodológicos, tais como: diário de
campo, entrevistas, observações sistemáticas e assistemáticas,
questionários...
Apresentação ao leitor do conteúdo textual .
Desenvolvimento
Tempo Histórico sobre o assunto,
datas, origens, narrativas
históricas. Quando?
Espaço Locais, situações no espaço,
onde?
Definição O que é? Definir, conceituar,
explicar o significado de um
conceito.
Enumeração Lista de características,
funções, princípios, fatores,
fases, etapas...
Comparação Estabelecer relações de
semelhanças e de diferenças,
constatar .
Causas/efeitos Resultados, consequências,
fatores causais.
Exemplificação Fatos concretos, provas..

Conclusão/ dedução Dedução geral sintetizando os


dados e informações contidas
nos parágrafos.
Exemplificando a
introdução
Escrever e ler no universo das instituições de ensino
superior não é uma tarefa fácil mesmo vivendo na Era
Informação. Os alunos sentem problemas para
construir significados a partir da leitura de textos
elaborados com linguagem especifica da área. E o
mais grave é a dificuldade em expressar idéias no
momento da escrita.

Como formar seres pensantes e atuantes nas IES?


Essa é a problematização que será respondida no
decorrer das seções contidas nesse ensaio acadêmico
através de argumentos que objetivam descrever o
cenário das instituições de ensino superior, comparar
formas de ensino e refletir sobre as conseqüências do
despreparo discente em relação a sua produção
textual.

Assim, discorrer sobre a leitura e a escrita trabalhadas


nos meios acadêmicos é de fundamental importância
para que o leitor perceba a gravidade de formar
profissionais sem preparo para pensar sobre a
sociedade. Tecer considerações sobre o tema só foi
possível com a utilização da pesquisa bibliográfica a
qual utilizou como viés teórico a lingüística textual
apresentada por Ingedore Koch.

O texto está dividido em seções intituladas


respectivamente As Instituições de Ensino Superior e
suas Filosofias; Práticas de Leitura e Escrita adotadas
nas IES e Profissionais Despreparados.
Pesquisa de fonte
primária: instrumentos
• Entrevista não estruturada, também chamada de entrevista em
profundidade, ocorre através de uma conversação guiada onde se
pretende obter informações detalhadas, com o objetivo de solucionar
as questões da problemática de pesquisa. Usa-se uma guia/roteiro e
pode ser feitas perguntas no transcorrer da entrevista. Há ainda a
entrevista não diretiva que permite o entrevistado formular suas
opiniões da maneira que lhe convier, nesse caso, o pesquisador é
apenas um orientador. Nesse caso, o respondente tem total liberdade
para discorrer sobre o assunto pesquisado, cabe ao entrevistado
apenas registrar o que foi dito.

• Observação não sistemática - É uma observação mais livre, muito


embora o pesquisador já tenha previamente estabelecido algumas
relações a serem observadas.

• Diário de campo - Este instrumento de coleta de dados permite ao


observador fazer anotações, fora do envolvimento com os sujeitos
observados, principalmente no registro de informações que exigem
todo um cuidado ético.

• Falas gravadas – Essas falas serão gravadas sem a estrutura e


formalidade da entrevista, nos momentos de conversa na cantina,
corredores, portão da faculdade. Isso porque elas são expressadas
com mais naturalidade entonações, dúvidas, intenções, contradições
no agir e pensar, entre outras, que desvendam o não dito. Dessa
forma, pode-se em ato capturar significações através da linguagem,
geradas na simbolização da rede de relações.
Referências bibliográficas

LIVRO DE UM AUTOR

CANIVEZ, Patrice. Educar o cidadão?


Campinas, S.P.: Papirus, 1991.241 p.

LIVRO DE DOIS AUTORES

SODRE, Muniz e FERRARI, Maria Helena.


Técnica de redação - o texto nos meios de
informação. São Paulo: Francisco AlIves,
1980.

LIVRO DE TRÊS OU MAIS AUTORES

REIS, Daniel Aarão et alii. História do


marxismo no Brasil. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1991. 208p.
LIVRO DE DIVERSOS AUTORES E UM
RESPONSÁVEL INTELECTUAL
(ORGANIZADOR, COORDENADOR)

CARVALHO, Maria Cecília M. de (org.).


Construindo o saber: fundamentos e técnicas de
metodologia científica. 3. ed. Campinas, São
Paulo: Papirus, 1991.180p.

ARTIGOS EM REVISTAS ESPECIALIZADAS

ROCHA, Eucenir Frediní. Corpo deficiente: um


desvio da norma? Rev. Terapia Ocupacional da
USP, V.2(4): 82-87, 1991.

ARTIGOS DE REVISTA COM AUTOR


JUPIASSU, Hilton. O mito do Porto Seguro.
Reflexão, Instituto de Filosofia, PUCCAMP,
Campinas, V.7 (22): 46-54, 1982.
ARTIGOS DE REVISTA SEM AUTOR
Um começo modesto. Isto é. São
Paulo, 321,p42-43, 16 fev. 1983.

ARTIGOS DE JORNAL COM AUTOR

RESENDE, Otto Lara. Esquina, praça,


povo: São Jorge Amado, Bahia.
Folha de São Paulo, São Paulo, 9
ago. 1992, caderno 6,p.3.

ARTIGOS DE JORNAL SEM AUTOR

E.U.A. voltam a Marte depois de 17


anos. Folha de São Paulo, Seção
Ciência, p. 14, 24 set. 1992.
Expressões de estilo
Expressões que indicam Sem dúvida; Visivelmente; É
certeza sabido que...
Expressões que indicam De modo menos dogmático;
flexibilidade Em parte...
Expressões para introduzir um Trata-se aqui de ...; De início; A
assunto fim de compreender melhor o
problema.
Expressões para expor um Estamos convencidos que;
ponto de vista Estima-se que..
Expressões para propor De um lado... Do outro lado..;
alternativas poderíamos ressaltar..
Para expressar uma Concordo em absoluto com...;
concordância estou de acordo com...
Para refutar, discordar Discordo totalmente; Não
apenas... Mas também...
Outras expressões para É possível que..; quanto a...;
organizar idéias entretanto é bom frisar; vale
ressaltar; Não se deve todavia;
vamos nos limitar a ...
Para concluir Em resumo; Para pôr um
termo a esse debate...
Concluindo um texto:
Exemplo
A construção de um pensamento reflexivo deveria
ser o norte para comunicação entre o educador e
seu aluno. Assim, uma de suas principais
contribuições seria dotar o aluno de instrumentos
teórico e prático adequados para o
desenvolvimento das competências textuais e
lógicas, sem, contudo tentar apagar suas
experiências de mundo, enfim sua identidade.

O que significa torná-lo apto a interagir


socialmente com consciência crítica tanto no
campo profissional como no campo das relações
interpessoais. O estudo progressivo da
linguagem, como forma de compreensão do outro
e de si mesmo, capacitará o estudante na criação
de realidades, não apenas na sua reprodução,
exercendo um forte papel direcionador ou
redirecionador das relações sociais.
Referências

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e a filosofia da


linguagem.12º ed, São Paulo: Hucitec, 2006.

GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de


Pesquisa.. 3.ed. São Paulo: 1991.
_____________. Métodos e Técnicas de Pesquisa
Social. 4.ed. São paulo:Atlas, 1994.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. O Desafio do


Conhecimento-Pesquisa-Qualitativa em Saúde. São
Paulo/Rio de Janeiro. HUCITEC-ABRASCO, 1992.

ORLANDI, Eni. A Linguagem e seu Funcionamento-


as formas do discurso. 4º ed. Campinas, S.P: Pontes,
2006.

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