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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

Prezado(a) aluno (a)

A disciplina Metodologia da Pesquisa Científica possibilitará uma visão


reflexiva e sistemática do mundo e do homem e oferecerá técnicas de produção e
divulgação de trabalhos científicos.
A construção do conhecimento é essencial aos bacharelados das mais diferentes
áreas. A investigação científica, ou seja, a pesquisa nos permitirá desvendar a realidade
que nos cerca.
Como afirma Demo (1992, p. 44), pesquisar é produzir conhecimento, mas
também aprender em sentido criativo, partindo-se para a ―elaboração própria,
motivando o surgimento do pesquisador, que aprende construindo”.
O que propomos são estudos que levem à reflexão e posturas adequadas frente
ao conhecimento. Para isso, oferecemos meios de investigação da realidade a partir da
metodologia científica.
Esta disciplina será um instrumento propedêutico que servirá de apoio para a
realização de trabalhos: seleção de fontes, produção de textos, citação de autores,
referências, elaboração de relatórios, realização de pesquisas e projetos.
Inicialmente, apresentamos alguns procedimentos já conhecidos para a
realização dos estudos: resumos, esquemas e fichamentos.
A seguir, apresentamos alguns textos sobre o conhecimento e algumas propostas
de atividades para fixação e domínio das técnicas e dos requisitos mínimos para o
desenvolvimento do trabalho.

UNIDADES OBJETIVOS

I- Como Estudar Oferecer orientações que aperfeiçoem as práticas de estudo, em


de especial a leitura e a organização da documentação.
Maneira Eficiente
II- O Caracterizar as diferentes abordagens do conhecimento,
Conhecimento ressaltando o científico.

III- Os Projetos Identificar a lógica e a utilidade da construção de um projeto de


pesquisa.

IV- O artigo Oferecer os passos e os recursos necessários para estruturar um


Científico artigo.

V- As Normas da Aplicar as normas da ABNT na execução de pesquisa


ABNT bibliográfica e no registro escrito do trabalho científico.
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UNIDADE I - COMO ESTUDAR DE MANEIRA EFICIENTE

“Só se transforma o que se conhece e só se conhece o que se estuda”


(Jorge Semprun)

Aula 1
O que significa estudar para produzir trabalhos científicos?

―Estudar é realizar experiências submetidas à análise crítica e à reflexão, com o


objetivo de apreender informações que sejam úteis à resolução de problemas‖.
(Medeiros, 2000, p.13).

Para que desenvolva um estudo proveitoso, o estudante precisa buscar


informações sobre o assunto e estabelecer uma organização para seus estudos.

 Postura didática (autoatividade crítica e criativa)


 Bibliografia especializada (material didático)
 Procedimentos adequados (fichamentos, esquemas e resumos)

FICHAMENTO

Fichar é transcrever anotações em fichas ou folhas avulsas para fins de estudo ou


pesquisa.No que se refere ao conteúdo, há vários tipos de fichas. Selecionamos três
delas:

Ficha de autor: devem constar, resumidamente, as seguintes informações:

1º) autor –
sobrenome em maiúscula, vírgula
prenome completo, colocando-se ponto final após o nome.

* (quando houver dois ou três autores, citam-se todos da mesma forma,


separados por ponto- e- vírgula; se forem mais de três, cita-se apenas o primeiro,
acrescentando-se et al. ou e outros).

2º) título da obra-


em itálico,(ou negrito) seguido de ponto final.
*atualmente, usa-se mais o negrito

3º) número da edição (quando houver) –


anota-se o algarismo (apenas o número cardinal) seguido de ponto final
( Não se anota o ordinal) e da palavra abreviada ed.

Ex: 2.ed.

4º local da publicação-
sem abreviaturas seguido de dois pontos
Editora seguida de vírgula
Data de publicação seguida do ponto final
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Ex: GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5.ed. São
Paulo:Atlas,1999.

Ex: LACERDA, Antônio Corrêa de et al. Economia brasileira. São Paulo:


Saraiva, 2000.

Ficha de assunto: reproduz as informações da ficha de autor, mas o assunto a


que se refere vem em destaque, no alto.

Ficha de transcrição: destinam-se à reprodução fiel de trechos de artigos, livros


ou capítulos. (os trechos reproduzidos devem ser colocados ente aspas).
É importante abrir a ficha com as indicações necessárias à identificação da obra,
do autor e dos trechos.

A seguir, alguns exemplos:

AUTOR:

BARBOSA, João Alexandre. A metáfora crítica. São Paulo: Perspectiva, 1974.

DOIS OU TRÊS AUTORES:

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. São Paulo: Mc Graw –


Hill, 1975.

VÁRIOS AUTORES:

TRIPODI, Tony et al. Análise da pesquisa social: diretrizes para o uso de pesquisa em
serviço social e em ciências sociais. Rio de Janeiro: Atlas, 1987.

ASSUNTO:

PESQUISA CIENTÍFICA
REY, Luís. Como redigir trabalhos científicos. São Paulo: Edgard Blücher, 1978.
RUSSEL, Beltrand. A perspectiva Científica. 4.ed. São Paulo: Nacional, 1977.
SOUZA, Maria Suzana de Lemos. Guia para redação e apresentação de teses. Belo
Horizonte: Huguette, 1992.
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TRANSCRIÇÃO:

LEITURA

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler; em três artigos que se completam. São
Paulo: Cortez, 1984, p.21 e 47.

―Inicialmente me parece interessante reafirmar que sempre vi a alfabetização


de adultos como um ato político e um ato de conhecimento, por isso mesmo, como um
ato criador. Para mim seria impossível engajar-me num trabalho de memorização
mecânica dos ba-be-bi-bo-bu, dos la, le, li, lo, lu. Daí que também não pudesse reduzir
a alfabetização ao ensino puro da palavra, das sílabas ou das letras. Ensino em cujo
processo o alfabetizador fosse ―enchendo‖ com suas palavras as cabeças supostamente
―vazias‖ dos alfabetizados‖. ( p. 21)

..........................................................................................................................................

―É preciso, na verdade, que a alfabetização de adultos e a pós-alfabetização, a


serviço da reconstrução nacional, contribuam para que o povo, tomando mais e mais a
sua História nas mãos, se refaça na feitura da História. Fazer História é estar presente
nela e não simplesmente nela estar representando‖. (p. 47)

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Atividade de estudo (treinar em casa)


1- Faça o fichamento dos autores que tratem, em seus livros, a respeito de
um assunto de seu interesse.
2- Faça o fichamento de transcrição de trechos de um dos autores que você
leu.

Aula 2
TÉCNICA DE LEITURA

Para uma boa leitura de um livro, é preciso:

 Examinar o material de leitura como um todo.


 Fazer o reconhecimento do livro – de que trata / quem é o autor / quais os temas
abordados / quando foi publicado o livro pela primeira vez?
 Verificar a capa, contracapa, o sumário, o prefácio, a introdução, as referências
bibliográficas, o resumo (se for monografia)
 Início da leitura para identificar as ideias principais do autor.

Como identificar as ideias principais?

 Leitura integral do texto


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 Busca da ideia principal. Cada parágrafo traz uma ideia principal acompanhada
por frases que a detalham e explicam.
 Uso de técnicas: sublinhar, esquematizar e resumir.

Durante a leitura de textos para estudo, ao encontrarmos uma palavra cujo


significado nós não compreendemos, devemos continuar lendo, somente depois,
numa segunda leitura, consultar o dicionário. Isso possibilitará que, quando
recorrer ao dicionário, já tenha uma ideia geral do texto que está estudando.

Em trabalhos científicos, as teses aparecem sempre comprovadas ou justificadas.


Este fato nos possibilita identificar a ideia principal e as proposições que a comprovam.
A seguir, observe algumas técnicas que auxiliam a busca das ideias principais:

1) Sublinhar = destacar. Nunca sublinhar na primeira leitura. Quando for feita a


segunda leitura, buscar os detalhes significativos que serão sublinhados. (as palavras-
chave e ideias-chave)
 É importante que o leitor se pergunte: por que estou fazendo a leitura desse
texto?
Não devem ser sublinhados detalhes, nem deve haver excesso de informações.

Sublinhar é uma técnica empregada com diversos objetivos: assimilar melhor o


texto, memorizar, preparar uma revisão rápida do assunto, aplicar em citações e,
principalmente, resumir, esquematizar e fichar.
Para sublinhar é indispensável, antes de tudo, a compreensão do texto, pois este é o
único processo que permite a seleção do que é importante e do que é secundário.

Identificar, através da compreensão, as ideias centrais do texto é, portanto, condição


essencial para sublinhar com eficiência.

Veja um exemplo:

Uma escola para ricos e outra para os pobres

A escola da Nobreza durou até que as estruturas do mundo feudal, rígidas e


hierarquizadas se tornassem anacrônicas por causa do desenvolvimento do capitalismo
industrial.
A face do mundo transformou-se pela invenção da máquina e a utilização de
novas fontes de energia. Com a revolução tecnológica, novas classes sociais emergiram:
a nascente burguesia industrial, responsável pelo progresso técnico, tomou o poder da
velha aristocracia rural; uma classe operária formada pela concentração, em torno dos
novos centros de produção, de uma mão-de-obra pobre e desqualificada.
Neste panorama de um mundo em mudança, a escola mantinha-se reservada às
elites.
No entanto, o desenvolvimento industrial requer um número muito maior de
quadros técnicos e científicos. Esta exigência econômica leva a uma mudança radical
nos conteúdos da escola. Ela é forçada a se modernizar.
As disciplinas científicas adquiriram importância crescente ao lado dos antigos
conteúdos clássicos e literários.
Por outro lado, a burguesia dominante começou também a perceber a
necessidade de um mínimo de instrução para a massa trabalhadora que se aglomerava
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nos grandes centros industriais. Os ―ignorantes‖ deveriam socializar-se, isto é, deveriam


ser ―educados‖ para tornarem-se bons cidadãos e trabalhadores disciplinados.
Foi assim que, paralelamente à escola dos ricos, foi surgindo uma outra escola, a
escola dos pobres.
Sua função era dar aos futuros operários o mínimo de cultura necessário a sua
integração por baixo na sociedade industrial.
A coexistência desses dois tipos de escola cria uma situação de verdadeira
segregação social. As crianças do ―povo‖ frequentavam a ―escola primária‖, que não é
concebida para dar acesso a estudos mais aprofundados.
As crianças da elite seguiam um caminho à parte, com acesso garantido ao
ensino de nível superior, monopólio da burguesia. (HARPER, Babette et al. Cuidado,
escola! p. 29)

2) Esquematizar = sintetizar através de gráficos. É uma representação sintética do


texto.
O esquema pode ser definido de forma bem elementar, como um resumo não
redigido.

A maneira de esquematizar um texto é muito pessoal: podem-se usar símbolos,


palavras abreviadas, gráficos, desenhos, chaves, flechas, maiúsculas e outros recursos
que contribuam para a eficiência e compreensão do esquema. A técnica de sublinhar
facilita muito a tarefa de esquematizar um texto que não seja longo.
Ex:

Texto:
"As reuniões periódicas de avaliação do progresso são instrumento
fundamental de planejamento e controle da equipe. Como o próprio nome
sugere, o objetivo é avaliar o andamento de uma atividade ou projeto, ou
mesmo o estado geral das tarefas de uma equipe, sob o ponto de vista técnico e
administrativo, e tomar as decisões necessárias a seu controle. Uma reunião
destas também serve para reavaliar em que pé estão as decisões tomadas na
reunião anterior, e pode começar com uma apresentação feita pelo líder, sobre
a situação geral das coisas. Em seguida, cada um dos membros pode fazer um
relato das atividades sob sua responsabilidade. Depois disso, repete-se o
processo para o período que vai até a reunião seguinte, especificando-se então
quais são os planos e medidas corretivas a ser postas em prática nesse período.
Dada essa sua característica de estar orientada para uma finalidade muito
particular, uma reunião desse tipo tende a ser, quando bem administrada,
extremamente objetiva e de curta duração." (Maximiano, 1986, p.60)

ESQUEMA
Reuniões periódicas de avaliação

- Fundamental para o planejamento e controle do grupo.


- Objetivos:
- avaliar andamento;
- tomar decisões;
- reavaliar decisões da reunião anterior;
- relato de atividades pelos membros;
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- planos e medidas corretivas.

Características:
- orientada para uma finalidade particular;
- objetiva;
- de curta duração.

3) Resumir = apresentar o texto de maneira condensada

Aula 3

RESUMOS

Resumir significa condensar um texto, mantendo as ideias principais.


É importante observar que:
 A ordem das ideias e a sequência dos fatos não devem ser modificadas.
 Na acrescentar comentários e julgamentos.
 Ser fiel ao texto. Não é preciso transcrever frases do texto original; ao
contrário, deve-se empregar frases pessoais.
 Se o texto for um artigo ou um capítulo curto, ou mesmo um parágrafo, o
resumo poderá ser elaborado usando-se a técnica se sublinhar.* As
palavras sublinhadas servirão de base para a redação do resumo.
 Cada parágrafo contém uma ideia principal. (Alguns autores podem ser
repetitivos, podem usar palavras diferentes para expressar a mesma ideia
em vários parágrafos. Assim sendo, os parágrafos podem ser reduzidos a
um apenas.
 Resumo de obras ou de textos longos não poderá ser feito por parágrafo.
A síntese será feita por meio da análise das partes do todo. (O exame do
índice poderá auxiliar a percepção do conjunto da obra e de suas partes).

Um resumo bem elaborado deve:


 Apresentar, de maneira sucinta, o assunto da obra.
 Não apresentar juízo críticos ou comentários pessoais.
 Respeitar a ordem das ideias e fatos apresentados.
 Empregar linguagem clara e objetiva.
 Evitar transcrição do original.
 Apontar as conclusões do autor.
 Dispensar a consulta ao original para compreensão do assunto.

Ex: Posição de pobre

Proprietários e mendigos: duas categorias que se opõem a qualquer mudança, a


qualquer desordem renovadora. Colocados nos dois extremos da escala social, temem
toda modificação para o bem ou para o mal: estão igualmente estabelecidos, uns na
opulência, os outros na miséria. Entre eles situam-se – suor anônimo, fundamento da
sociedade – os que se agitam, penam, perseveram e cultivam o absurdo de esperar. O
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Estado nutre-se de sua anemia; a ideia de cidadão não teria nem conteúdo nem realidade
sem eles, tampouco o luxo e a esmola: os ricos e os mendigos são os parasitas do pobre.
Há mil remédios para a miséria, mas nenhum para a pobreza. Como socorrer os
que insistem em não morrer de fome? Nem Deus poderia corrigir sua sorte. Entre os
favorecidos da fortuna e os esfarrapados, circulam esses esfomeados honoráveis,
explorados pelo fausto e pelos andrajos, saqueados por aqueles que, tendo horror ao
trabalho, instalam-se, segundo sua sorte ou vocação, no salão ou na rua. E assim avança
a humanidade: com alguns ricos, com alguns mendigos e com todos os pobres...

Resumo: (redação pessoal) Sugestão:


A sociedade está dividida em três classes: o rico, o mendigo e o pobre. O pobre
explorado, tanto pelo rico como pelo mendigo, é quem sustenta o Estado, com seu suor
anônimo.

Atividade para casa: faça o resumo de um dos textos escolhidos na atividade


anterior. Esse resumo também poderá ser feito a partir do fichamento de
transcrições.

Prezado aluno

Como foi visto anteriormente, há diversas técnicas para se conseguir uma leitura
satisfatória – sublinhar, esquematizar e resumir. Após estas etapas, passaremos para
uma leitura em profundidade, compreendendo a mensagem do autor.
Para isso, leia o arquivo de apoio “Diretrizes para análise textual”.
O contato inicial com o texto nos apresenta a visão do conjunto – pensamento e
estilo do autor. Nesse momento que ainda não se sublinha nada, podemos ir observando
os pontos que exigem maiores esclarecimentos: dados sobre o autor, palavras
desconhecidas, fatos históricos presentes no texto, outros autores citados, etc.
Após a primeira lida do texto, é interessante investigar as informações que nos
faltam consultando dicionários e enciclopédias. Não devemos nos acomodar diante de
termos desconhecidos. Como declara Salomon (2001, p. 70) ―considere-o um desafio;
deixar de esclarecer a dúvida no momento oportuno é sempre prejudicial”.
A elaboração de perguntas é muito útil para a determinação do tema:
De que trata o texto? Que ideia defende? Qual é o argumento utilizado pelo
autor para defender sua ideia? Existem outros subtemas?

Terminamos a primeira unidade, que teve o objetivo de aperfeiçoar suas práticas


de estudo tornando-as mais proveitosas. Vimos como o estudo exige uma postura
crítica e sistemática de quem o realiza. Portanto, a disciplina intelectual e sua
constante prática auxiliam a construção de conhecimentos.

Aula 4

UNIDADE II - O CONHECIMENTO
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“O sábio não é o homem que fornece as verdadeiras respostas; é aquele que fornece
as verdadeiras perguntas”
(Claude Lévi Strauss)

Em um primeiro momento, a pergunta ―O que é o conhecimento?‖ parece estranha,


porque na nossa vida o conhecimento está presente de um modo muito natural. Estamos
permanentemente conhecendo, mas dificilmente questionamos sobre isso.
O termo conhecer, etimologicamente, vem da língua francesa connaissance e quer dizer
―com‖(con) e ―nascer‖(naissance). Assim, no ato de conhecer, o sujeito conhecedor
nasce como ser pensante e, simultaneamente com ele, nasce o objeto que ele pensa e
conhece.
O processo de produção do conhecimento mostra aos homens que estão sempre
nascendo de novo, quando têm coragem de se mostrarem abertos à realidade.
Para que exista o ato de conhecer, são necessários dois elementos básicos: um sujeito
conhecedor e um objeto conhecido. Dependendo da corrente filosófica, será dada maior
ênfase ao sujeito ou ao objeto.

TIPOS DE CONHECIMENTOS

Conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou fenômeno qualquer.


O conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências que acumulamos em nossa vida
cotidiana, através de experiências, dos relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e
artigos diversos.
Entre todos os animais, nós, os seres humanos, somos os únicos capazes de criar e
transformar o conhecimento; somos os únicos capazes de aplicar o que aprendemos, por
diversos meios, numa situação de mudança do conhecimento; somos os únicos capazes de criar
um sistema de símbolos, como a linguagem, e com ele registrar nossas próprias experiências e
passar para outros seres humanos. Essa característica é o que nos permite dizer que somos
diferentes dos gatos, dos cães, dos macacos e dos leões. Ao criarmos este sistema de símbolos,
através da evolução da espécie humana, permitimo-nos também ao pensar e, por consequência,
a ordenação e a previsão dos fenômenos que nos cerca.
Para Cervo e Bervian (1996), conhecimento é a relação ―que se estabelece entre o
sujeito que conhece e o objeto conhecido [...] o sujeito cognoscente se apropria, de certo modo,
do objeto conhecido”. A apropriação ocorre em diferentes perspectivas devido às diferentes
abordagens da realidade.

Fundamentos do conhecimento:
1. Racionalismo: designa a corrente filosófica que deposita ―total e exclusiva confiança
na razão humana como instrumento de conhecer a verdade‖. O racionalismo moderno
teve início com René Descartes que é considerado o fundador da Filosofia Moderna.
Seu ponto de partida é de que a razão é o instrumento por excelência na construção do
conhecimento em busca da verdade.
2. Empirismo: significa ―experiência". Trata-se de uma corrente que reagiu ao
Racionalismo. Os empiristas aparecem defendendo o primado da experiência sensorial,
ou seja, o conhecimento e as idéias só se formam em nossas mentes a partir das
percepções que nossos sentidos apreendem do mundo exterior. Um representante dessa
corrente é John Locke, para quem não nascemos prontos.
3. Dialética: representa um meio-termo entre empiristas e racionalistas. Nesse prisma,
tanto os sentidos quanto a razão têm participação determinante na origem dos nossos
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conhecimentos. Desse modo, o conhecimento humano se processa a partir da


experiência sensível e se complementa na lógica racional.

Deparamos com quatro diferentes abordagens do conhecimento:


 Conhecimento empírico ou popular.
 Conhecimento filosófico.
 Conhecimento teológico.
 Conhecimento científico.

1 - Conhecimento Empírico (ou conhecimento vulgar, ou senso-comum)


Conhecimento empírico é o conhecimento popular, sendo formado pelo conjunto de
opiniões não comprovadas cientificamente, que fazem parte de nossa rotina. É o conhecimento
obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido através de ações
não planejadas.

Exemplo:
A chave está emperrando na fechadura e, de tanto experimentarmos abrir a porta, acabamos
por descobrir (conhecer) um jeitinho de girar a chave sem emperrar.

CARACTERÍSTICAS:

 Obtido ao acaso
 Baseado em experiência cotidiana.
 Resulta de repetidas experiências.
 Transmitido de geração em geração.
 É superficial, não chega à essência das coisas.
 É sensitivo, refere-se a vivências e emoções cotidianas.
 É subjetivo e assistemático, não se pretende uma organização das ideias.
 É acrítico, não há preocupação de análise, de chegar à verdade.
 Constitui a base do saber,

2-Conhecimento Filosófico

É fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre


fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do
universo, ultrapassando os limites formais da ciência. É racional, havendo
predominância do processo dedutivo que precede a experiência, não sendo necessária
a confirmação experiencial.

Exemplo:
"O homem é a ponte entre o animal e o além-homem" (Friedrich Nietzsche)

Características:
 não perceptíveis pelos sentidos.
 São de ordens suprassensíveis, ultrapassam a experiência.
 É valorativo, pois parte de hipóteses não verificáveis.
 É racional porque seus enunciados são logicamente relacionados.
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 É sistemático por que suas hipóteses constituem uma representação coerente da


realidade.
 Procura compreender a realidade no contexto mais universal e o sentido de tudo que
envolve o homem.
 Questiona os conhecimentos científicos e técnicos, os fatos e os problemas.

3 - Conhecimento Teológico
Conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. Não pode, por sua origem, ser
confirmado ou negado. Depende da formação moral e das crenças de cada indivíduo.

Exemplo:
Acreditar que alguém foi curado por um milagre; ou acreditar em Duende; acreditar em
reencarnação; acreditar em espírito etc..

Características:
 Conjunto de verdades aceitas pelos homens a partir da revelação divina.
 É resultado da fé humana.
 Apresenta respostas a questões não respondidas pelas outras modalidades do
conhecimento.
 Apóia-se em doutrinas cujas proposições são sagradas por terem sido reveladas pelo
sobrenatural.
 São consideradas verdades infalíveis
 Não são postas em dúvida nem verificáveis pelos que têm fé.

4 - Conhecimento Científico
É o conhecimento racional, sistemático, exato e verificável da realidade. Sua origem está
nos procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. É resultante da
investigação metodológica e sistemática da realidade.
Podemos então dizer que o Conhecimento Científico:
- É racional e objetivo.
- Atém-se aos fatos.
- Transcende aos fatos.
- É analítico.
- Requer exatidão e clareza.
- É comunicável.
- É verificável.
- Depende de investigação metódica.
- Busca e aplica leis.
- É explicativo.
- Pode fazer predições.
- É aberto.
- É útil (GALLIANO, 1979, p. 24-30).

Exemplo:
Descobrir uma vacina que evite uma doença; descobrir como se dá a respiração dos
batráquios.

Características:
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 É um conhecimento real
 Lida com fatos.
 Testado pela experimentação.
 É sistemático e ordenado logicamente, formando teorias.
 É verificável.
 Hipóteses não comprovadas não constituem conhecimento científico.
 É falível, uma vez que não é um conhecimento definitivo.
Difere do popular pelos métodos e instrumentos de apreensão do conhecimento
(TEIXEIRA, 2005)

Atividades:
1- Elabore um conceito para CONHECIMENTO.
2- Identifique, no jornal, exemplos de diferentes abordagens do
conhecimento.

Os textos que seguem propiciarão a você momentos de reflexão a respeito do


conhecimento e de seu papel na compreensão e transformação da realidade.

As leituras complementares têm o objetivo de aprofundar os estudos e verificar a


compreensão da temática

Aula 5

Caro aluno, aproveite a atividade seguinte para aplicar as técnicas trabalhadas nas
unidades I e II.

Textos complementares:

NADA É IMPOSSÍVEL DE MUDAR

Desconfia do mais trivial, na aparência singelo.


Examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em
tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de
humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar.
(Bertold Brecht)

CONSIDERAÇÕES EM TORNO DO ATO DE ESTUDAR


FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. Rio de janeiro: Paz e Terra,
1981.

Toda bibliografia deve refletir uma intenção fundamental de quem a elabora: a de atender ou a
de despertar o desejo de aprofundar conhecimentos naqueles ou naquelas a quem é proposta.
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Se falta, nos que a recebem, o ânimo de usá-la, ou se a bibliografia, em si mesma, não é capaz
de desafiá-los, se frustra, então, a intenção fundamental referida.
A bibliografia se torna um papel inútil, entre outros, perdido nas gavetas das escrivaninhas.
Esta intenção fundamental de quem faz a bibliografia lhe exige um triplo respeito: a quem ela
se dirige, aos autores citados e a si mesmos. Uma relação bibliográfica não pode ser uma
simples cópia de títulos, feita ao acaso, ou por ouvir dizer. Quem a sugere deve saber o que
está sugerindo e por que o faz. Quem a recebe, por sua vez, deve ter nela, não uma prescrição
dogmática de leitura, mas um desafio. Desafio que se fará mais concreto na medida em que
comece a estudar os livros citados e não a lê-los por alto, como se os folhasse, apenas.
Estudar é, realmente, um trabalho difícil. Exige de quem o faz uma postura crítica, sistemática.
Exige uma disciplina intelectual que não se ganha a não ser praticando-a.
Isto é, precisamente, o que a ―educação bancária‖ não estimula. Pelo contrário, sua tônica
reside fundamentalmente em matar nos educandos a curiosidade, o espírito investigador, a
criatividade.
Sua ―disciplina‖ é a disciplina para a ingenuidade em face do texto, não para a indispensável
criticidade.
Este procedimento ingênuo ao qual o educando é submetido, ao lado de outros fatores, pode
explicar as fugas ao texto, que fazem os estudantes, cuja leitura se torna puramente mecânica,
enquanto, pela imaginação, se deslocam para outras situações. O que se lhes pede, afinal, não é
a compreensão, o desafio passa a ser a memorização do mesmo. Se o estudante consegue fazê-
lo, terá respondido ao desafio.
Numa visão crítica, as coisas se passam diferentemente. O que estuda se sente desafiado pelo
texto em sua totalidade e seu objetivo é apropriar-se de sua significação profunda.
Esta postura crítica, fundamental, indispensável ao ato de estudar, requer de quem a ele se
dedica:
a) Que assuma o papel de sujeito deste ato.
Isto significa que é impossível um estudo sério se o que estuda se põe face ao texto como se
estivesse magnetizado pela palavra do autor, à qual emprestasse uma força mágica. Se se
comporta passivamente, ―domesticadamente‖, procurando apenas memorizar as afirmações do
autor. Se se deixa ―invadir‖ pelo que afirma o autor. Se se transforma numa ―vasilha‖ que deve
ser enchida pelos conteúdos que ele retira do texto para pôr dentro de si mesmo.
Estudar seriamente um texto é estudar o estudo de quem, estudando, o escreveu. É perceber o
condicionamento histórico-sociológico do conhecimento. Estudar é uma forma de reivindicar,
de recriar, de reescrever – tarefa do sujeito e não do objeto. Desta maneira, não é possível a
quem estuda, numa tal perspectiva, alienar-se ao texto, renunciando assim à sua atitude crítica
em face dele.
A atitude crítica no estudo é a mesma que deve ser tomada diante do mundo, da realidade, da
existência. Uma atitude de adentramento com a qual se vá alcançando a razão de ser dos fatos
cada vez mais lucidamente.
Um texto estará tão melhor estudado, quanto, na medida em que se tenha uma visão global, a
ele se volte, delimitando suas dimensões parciais. O retorno ao livro para esta delimitação
aclara o significado de sua globalidade.
Ao exercitar o ato de delimitar os núcleos centrais do texto que, em interação, constituem sua
unidade, o leitor crítico irá surpreendendo todo um conjunto temático, nem sempre explicitado,
no índice da obra. A demarcação destes temas deve atender também ao quadro referencial de
interesse do sujeito leitor.
Assim é que, diante de um livro, este sujeito leitor pode ser despertado por um trecho que lhe
provoca uma série de reflexões em torno de uma temática que o preocupa e que não é
necessariamente a de que trata o livro em apreço. Suspeitada a possível relação entre o trecho
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lido e sua preocupação, é o caso, então, de fixar-se na análise do texto, buscando o nexo entre
seu conteúdo e o objeto de estudo sobre que se encontra trabalhando. Impõe-se-lhe uma
exigência: analisar o conteúdo do trecho em questão, em sua relação com os precedentes e com
os que a ele se seguem, evitando, assim, trair o pensamento do autor em sua totalidade.
Constatada a relação entre o trecho em estudo e sua preocupação, deve separá-lo de seu
conjunto, transcrevendo-o em uma ficha com um título que o identifique com o objeto
específico de estudo. Nestas circunstâncias, ora pode deter-se, imediatamente, em reflexões a
propósito das possibilidades que o trecho lhe oferece, ora pode seguir a leitura geral do texto,
fixando outros trechos que lhe possam aportar novas meditações.
Em última análise, o estudo sério de um livro, como de um artigo de revista implica não
somente numa penetração crítica em seu conteúdo básico, mas também numa sensibilidade
aguda, numa permanente inquietação intelectual, num estado de predisposição à busca.
b) Que o ato de estudar, no fundo, é uma atitude em frente ao mundo.
Esta é a razão pela qual o ato de estudar não se reduz à relação leitor-livro, ou leitor-texto. Os
livros em verdade refletem o enfrentamento de seus autores com o mundo. Expressam esse
enfrentamento. E ainda quando os autores fujam da realidade concreta estarão expressando a
sua maneira deformada de enfrentá-la. Estudar é também e sobretudo pensar a prática e pensar
a prática é a melhor maneira de pensar certo. Desta forma, quem estuda não deve perder
nenhuma oportunidade, em suas relações com os outros, com a realidade, para assumir uma
postura curiosa. A de quem pergunta, a de quem indaga, a de quem busca.
O exercício desta postura curiosa termina por torná-la ágil, do que resulta um aproveitamento
maior da curiosidade mesma.
Assim é que se impõe o registro constante das observações realizadas durante uma certa
prática; durante as simples conversações. O registro das ideias que se têm e pelas quais se é
―assaltado‖, não raras vezes, quando se caminha só por uma rua. Registros que passam a
construir o que Wright Mills chama de ―ficha das ideias‖.
Estas ideias e estas observações, devidamente fichadas, passam a constituir desafios que devem
ser respondidos por quem as registra.
Quase sempre, ao se transformarem na incidência da reflexão dos que as anotam, estas ideias
os remetem a leituras de textos com que podem instrumentar-se para seguir em sua reflexão.
c) Que o estudo de um tema específico exige do estudante que se ponha, tanto quanto
possível, a par da bibliografia que se refere ao tema ou ao objeto de sua inquietude.
d) Que o ato de estudar é assumir uma relação de diálogo com o autor do texto, cuja
meditação se encontra nos temas de que ele trata. Esta relação dialógica implica na
percepção do condicionamento histórico-sociológico e ideológico do autor, nem sempre
o mesmo do leitor.
e) Que o ato de estudar demanda humildade.
Se o que estuda assume realmente uma posição humilde, coerente com a atitude crítica, não se
sente diminuído se encontra dificuldades, às vezes grandes, para penetrar na significação mais
profunda do texto. Humilde e crítico, sabe que o texto, na razão mesma em que é um desafio,
pode estar mais além de sua capacidade de resposta. Nem sempre o texto se dá facilmente ao
leitor.
Neste caso, o que deve fazer é reconhecer a necessidade de melhor instrumentar-se para voltar
ao texto em condições de entendê-lo. Não adianta passar a página de um livro se sua
compreensão não foi alcançada. Impo-se, pelo contrário, a insistência na busca de seu trabalho
paciente de quem por ele se sente problematizado.
Não se mede o estudo pelo número de páginas lidas numa noite ou pela quantidade de livros
lidos num semestre.
Estudar não é um ato de consumir ideias, mas de criá-las e recriá-las.
15

Platão de Atenas – das aparências ao mundo das ideias perfeitas

Nascido em Atenas, Platão (427-347 a C.) pertencia a uma das mais nobres
famílias atenienses. Seu nome verdadeiro era Arístocles, mas, devido a sua constituição
física, recebeu o apelido de Platão, termo grego que significa ―de ombros largos‖.
Platão foi discípulo de Sócrates, a quem considerava ―o mais sábio e justo dos
homens‖. Depois da morte de seu mestre, empreendeu inúmeras viagens, ampliou seus
horizontes culturais e amadureceu suas reflexões filosóficas.
Por volta de 387 a C. retornou a Atenas, onde fundou sua própria escola
filosófica, a Academia. Essa escola foi uma das primeiras instituições permanentes de
ensino superior do mundo ocidental. Uma espécie de universidade pioneira dedicada à
pesquisa científica e filosófica, além de se tornar um centro de formação política.
Um dos aspectos mais importantes da filosofia de Platão é sua teoria das ideias,
com a qual procura explicar como se desenvolve o conhecimento humano. Segundo ele,
o processo de conhecimento se desenvolve por meio da passagem progressiva do
mundo das sombras e aparências para o mundo das ideias e essências.

O MITO DA CAVERNA

Platão criou uma alegoria, conhecida como mito da caverna, que serve para
explicar a evolução do processo do conhecimento.
Segundo ele, a maioria dos seres humanos se encontra como prisioneira de uma
caverna, permanecendo de costas para a abertura luminosa e de frente para a parede
escura do fundo. Devido a uma luz que entra na caverna, o prisioneiro contempla na
parede do fundo as projeções dos seres que compõem a realidade. Acostumado a ver
somente essas projeções, assume a ilusão do que vê, as sombras do real, como se fosse
a verdadeira realidade.
Se escapasse da caverna e alcançasse o mundo luminoso da realidade, ficaria
livre da ilusão. Mas, estando acostumado às sombras, às ilusões, teria de habituar os
olhos à visão do real: primeiro olharia as estrelas da noite, depois as imagens das coisas
refletidas nas águas tranquilas até que pudesse encarar diretamente o Sol e enxergar a
fonte de toda a luminosidade.

O método dialético de Platão

A primeira etapa do conhecimento é dominada pelas impressões ou sensações


advindas dos sentidos, responsáveis pela opinião que temos da realidade.
Entretanto, para ser autêntico, o conhecimento deve ultrapassar a esfera das
impressões sensoriais, o plano da opinião, e penetrar na esfera racional da sabedoria, o
mundo das ideias. Para atingir esse mundo, o homem não pode ter apenas ―amor às
opiniões‖ (filodoxia); precisa possuir um ―amor ao saber‖ (filosofia).
O método proposto por Platão para atingir o conhecimento autêntico é a
dialética. No que consiste a dialética? Consiste na contraposição de uma opinião com a
16

crítica que dela podemos fazer, ou seja, na firmação de uma tese qualquer seguida de
uma discussão e negação desta tese, com o objetivo de purificá-la dos erros e equívocos.
E qual a diferença entre conhecimento e opinião?
Quem possui conhecimento tem conhecimento de alguma coisa, isto é, de algo
que existe, pois o inexistente não é nada. Assim, o conhecimento é infalível, já que é
logicamente impossível que se equivoque. Mas a opinião pode estar errada. Como isto é
possível? Não se pode opinar a respeito do que não existe, pois isto é impossível, nem
tampouco a respeito do que existe, pois isto seria conhecimento. Portanto, a opinião tem
que ser tanto do que é como do que não é.
Mas, de que modo é isto possível? A resposta é que as coisas particulares
contêm sempre caracteres opostos: o que é belo é também, sob certo aspecto, feio; o que
é justo é, sob certo aspecto, injusto; e assim por diante. Todos os determinados objetos
sensíveis, afirmava Platão, possuem esse caráter contraditório; são, pois, o intermédio
entre o ser e o não ser e apropriados como objeto de opinião, mas não de conhecimento.
Somente quando saímos do mundo sensível e atingimos o mundo das ideias é
que alcançamos também o domínio do ser absoluto, eterno e imutável. Nesse mundo das
ideias só podemos entrar, segundo Platão, através do conhecimento racional, científico
ou filosófico.

(COTRIM, Gilberto. Fundamentos de filosofia. São Paulo: Saraiva, 1997, p.107-8-9.)

Atividade:
Leia os textos e sublinhe as principais informações.
Comente a respeito do tema predominante.
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Ao final da unidade II, cuja temática foi o CONHECIMENTO, esperamos que as


reflexões sobre o homem e o mundo tenham contribuído para o aprofundamento
de seus estudos.
17

Aula 6
UNIDADE III - OS PROJETOS
“(...) não tem conta o número de respostas que estão à espera das perguntas.”
(José Saramago)

A PESQUISA
O que é, afinal de contas, uma pesquisa?

Ruth Rocha (1996, p. 5-6) nos dá a resposta:

A pesquisa escolar é uma maneira inteligente de estudar e


aprender. Não é simplesmente, um trabalho que você faz
para entregar ao professor.Não se trata de descobrir uma
porção de trechos de livros ou enciclopédias e copiar uns
depois dos outros.Para que a pesquisa cumpra seu papel,
ela não deve somar conhecimentos, mas multiplicá-los.Se
isso não acontecer, a pesquisa terá sido perda de tempo.

Se você está começando seu primeiro projeto de pesquisa, talvez, sinta-se um


tanto intimidado pela aparente dificuldade da tarefa.
Como procurar um assunto? Onde encontrar informações relevantes, como
organizá-las depois?
Seja qual for a sua preocupação no momento, todos os pesquisadores já a
tiveram – e muitos ainda a tem.
Todo projeto começa com um plano que objetiva produzir um documento com
formato específico para ajudar os leitores a identificarem seus objetivos, seguindo um
planejamento mais padronizado, que torne mais fácil o trabalho a ser produzido.
Temos um recurso eficiente para aumentar nosso conhecimento: a pergunta.
A pesquisa é como um jogo no qual formulamos perguntas e nós mesmos iremos
buscar as respostas. É uma espécie de ―brincadeira de detetive que brincamos sozinhos.‖
A necessidade de elaborar um trabalho de conclusão, geralmente causa entre os
alunos, dos mais diversos cursos, certa sensação incômoda: a pesquisa é encarada e
compreendida como um trabalho difícil, que o aluno não consegue imaginar ―como
começar‖ e nem tem ―ideia de como terminar‖.
A destruição dos preconceitos criados em torno da pesquisa e a diminuição dessa
ansiedade acontecem através de um bom relacionamento durante a pesquisa e as
orientações.
O primeiro passo para o início do trabalho de Conclusão é elaborar um bom
projeto que servirá de guia durante o nosso trabalho de pesquisa.

Aula 7
O que é um projeto de pesquisa?

Talvez um bom exemplo de projeto seja, como afirmou Elisa Gonçalves, citando
o professor Dr. Ettore Gelpi, da Universidade de Paris: ―uma planta que se faz para
construir uma casa: é o desejo que está contido ali. A casa não é o melhor momento, não
é fase mais criativa, é o que deu para fazer‖.
18

A casa é o produto final, mas é no projeto, é no pensar sobre as necessidades da


família, que estão os desejos, onde está a criação.
Assim o projeto de pesquisa deve funcionar como uma planta, como um guia do
pesquisador em relação aos próximos passos a serem seguidos. Para que o projeto seja
eficiente, precisa ser bem pensado, bem elaborado e redigido, permitindo que o aluno
tome-o como guia, levando em consideração o tempo e os recursos.
O projeto não é, entretanto, engessado e imutável. Longe disso! Durante a
pesquisa a ele podem ser incorporados novos elementos de interesse do pesquisador,
assim como na casa se, de repente, descobre-se uma economia extra que tinha sido
esquecida ou a surpresa de uma herança.
A elaboração de um projeto de pesquisa implica lidar com pelo menos três
dimensões, que estão interligadas:
 A dimensão técnica, que remete para as regras instituídas sobre a
elaboração de um projeto de pesquisa científica, já que existe um
consenso na comunidade científica sobre o núcleo básico que todo
projeto deve contemplar.
 A dimensão teórica, que corresponde às escolhas do pesquisador (tema,
referencial teórico, etc.) que norteiam a reconstrução de um objeto de
conhecimento com procedimentos próprios e consensuais no campo da
ciência.
 A dimensão afetiva, que revela o envolvimento do pesquisador com o
tema escolhido.

Não existe um padrão único para os projetos de pesquisa. Por isso, é necessário,
quando se vai apresentar um projeto para programas de pós-graduação, solicitar
antecipadamente informações sobre sua formação e organização.
A forma mais clássica de apresentação talvez seja aquela onde aparecem: o
tema, a justificativa, os objetivos, a metodologia, o cronograma e a bibliografia
consultada.
Todo projeto de pesquisa deve responder às seguintes perguntas:
 O que pesquisar? (definição do problema, hipóteses, base teórica)
 Por que pesquisar? (justificativa da escolha do problema)
 Para que pesquisar? (propósitos do estudo, seus objetivos)
 Como pesquisar? (metodologia)
 Quando pesquisar? (cronograma de execução)

Projeto: Após as ideias iniciais, o Projeto de Pesquisa é a primeira etapa formal de uma
pesquisa. É o documento explicitador das ações a serem desenvolvidas ao longo do
processo de pesquisa. Deve funcionar como um guia do pesquisador em relação aos
próximos passos a serem seguidos, levando em conta o tempo e os recursos.

Estrutura:
 Itens pré-textuais:
 Capa
 Folha de Rosto
 Itens textuais:
19

 Introdução
1. Tema Geral
2. Delimitação do Problema
3. Objetivos
4. Justificativa
5. Metodologia
6. Cronograma
 Itens pós-textuais:
7. Referências Bibliográficas

Formatação: Normas ABNT

Aula 8
A ESCOLHA DO ASSUNTO

O desenvolvimento de toda pesquisa segue etapas logicamente encadeadas.


Inicialmente, ocorre a definição do assunto a ser abordado pelo trabalho.
Na medida do possível, a pesquisa deve ser feita junto com o estudo das
disciplinas do curso ao qual o aluno pertença, de preferência a partir da análise conjunta
com o professor orientador de projetos de pesquisa, de assuntos alternativos de interesse
do aluno, que poderiam ser objeto de uma monografia, um artigo ou um relatório.
O foco de atenção do aluno, se possível, deve ser o seu trabalho, para que a
monografia prática consolide todas as atividades desenvolvidas, no curso e na sua
organização.
Leve em conta que um tema para o trabalho deve ter um certo grau de
originalidade, importância e, ser viável.
A esse respeito, Sônia Vieira, em ―Como escrever uma tese‖, expõe:

(...) um projeto que propusesse a descoberta do elixir da


juventude, por exemplo, estaria tratando de um tema original e
importante, mas não é viável. Um outro que propusesse levantar o
nível socioeconômico das famílias dos alunos das universidades
paulistas estaria tratando de um assunto que tem importância e é
viável, mas não é, absolutamente, original. Já um trabalho que
pretendesse estudar a cor das gravatas dos repórteres dos jornais
das emissoras de televisão seria um tema original e viável, mas
não teria qualquer importância.

É a mesma Sônia Vieira que nos dá uma certa noção dos significados de
―importante‖, ―original‖ e ―viável‖:

Um tema é original quando tem potencial para surpreender, então,


não basta que o assunto não tenha sido estudado.(...)
20

Um tema é importante quando está de alguma forma, ligado a


uma questão que afeta uma quantidade razoável de pessoas e
também ligado a uma questão teórica recorrente na literatura
especializada. Ainda é importante o tema que tem potencial para
vir a interessar muitas pessoas.(...)
A viabilidade é a característica de mais fácil compreensão. Basta
perguntar: ―considerados os prazos e os recursos disponíveis, é
possível terminar o trabalho?

Na definição do assunto, ocorre a escolha de um tema digno de estudo, com o


levantamento prévio da bibliografia relacionada, de forma a viabilizar a própria escolha
do assunto. Este levantamento pode ser feito nas fontes bibliográficas convencionais,
como bibliotecas e acervos técnicos, e também na Internet.
O interesse por um tema que mereça ser desenvolvido surge nas mais diferentes
maneiras:
 Em função de seu trabalho;
 Momento profissional em que se encontra (mudança de emprego, por
exemplo);
 Leitura de livros e artigos de revistas especializadas de sua área de
interesse;
 Consultas a catálogos de teses, dissertações e monografias em geral,
disponibilizadas de forma convencional nas bibliotecas e via Internet;
 Leitura de mensagens/artigos de ―listas de distribuição‖ – mailing list na
Internet;
 Troca de mensagens via Internet;
 Informações obtidas via Internet sobre livros e demais publicações
disponibilizados por livrarias e bibliotecas on line;
 Dados e informações obtidos em home pages/ sites da Internet.

O assunto ou tema pode surgir de situações pessoais ou profissionais. Tais


situações podem advir da experiência própria, da leitura de obras de autores
consagrados ou de pesquisa na Internet, entretanto, não é qualquer assunto que justifica
a realização de um estudo. Alguns demandam apenas um pouco de reflexão ou uma
rápida troca de ideias, não justificando, portanto, um estudo nos moldes propostos. Da
mesma forma, não é recomendável a leitura exaustiva de obras nem intensa pesquisa na
Internet, se o aluno não tiver uma ideia do que pretende desenvolver.
A sugestão é que se escolha um tema ligado às suas atividades profissionais.
Desta forma, pode capitalizar os resultados da pesquisa para seu ambiente profissional,
facilitando a especialização em uma área específica de seu campo de atuação.
Recomenda-se que o assunto, uma vez escolhido, seja delimitado para que se
possa aprofundar e verticalizar conhecimento, aplicáveis a um pequeno conjunto de
fatores/variáveis que compõem o campo de estudo abordado. Ou seja, é preferível
escrever de forma detalhada e consistente sobre poucas coisas do que falar
genericamente sobre muitas coisas.
O aluno deve evitar escolher temas como ―o valor da Ciência‖, ―o estudo da
administração‖, que devido a sua extensão e generalidade, não permitem um tratamento
sério e com profundidade.
Uma vez escolhido o assunto, a próxima tarefa é demarcar seus limites.
Demarcar o assunto significa fixar sua extensão, delineando uma melhor compreensão
do tema. É preciso distinguir o sujeito e o objeto de uma questão. O sujeito é o
21

universo de referência, o assunto que pode dar ensejo ou lugar a alguma coisa. O objeto
é o tema propriamente dito. Consiste no que se quer saber a respeito do sujeito. É o
conteúdo do trabalho.
Por exemplo: no tema ―A formação de recursos humanos‖ tem-se como sujeito,
que é o universo de referência, os recursos humanos, e como objeto ou conteúdo do
trabalho a formação. Em ―A comercialização do produto X‖ , o produto X é o sujeito, e
comercialização é o objeto.
Posteriormente, é necessário fixar a extensão do sujeito e do objeto.
No primeiro exemplo citado, o sujeito refere-se aos recursos humanos em
geral. Um estudo monográfico, entretanto, exige que se reduza a sua extensão, a fim de
se chegar a um tema objetivo e preciso. No caso, pode-se reduzir o sujeito a ― Formação
dos recursos humanos na empresa A‖.
Assim, determinar a extensão do sujeito é fixar o seu universo de referência.
Fixar a extensão do objeto é selecionar os setores, áreas ou tópicos do assunto
que serão focalizados, de forma preferencial em relação a outros. No exemplo citado,
poder-se-ia focalizar a ―formação humana‖, a ―formação profissional‖ e afins.
Circunstâncias de tempo e espaço contribuem para limitar a extensão do assunto.
No caso de ―formação de recursos‖, é relevante acrescentar ―na empresa A‖, dentre
outras possibilidades relacionadas tanto à noção de espaço quanto à de tempo (... no
período de 1995 a 1998).

De um tópico amplo a um específico

Ex: A história da aviação comercial. ( muito geral)


A contribuição do Exército para o desenvolvimento do DC3 nos
primeiros anos da aviação comercial.

É importante relembrar os conceitos básicos de objetivo e meta. Objetivo é


aquilo que se deseja fazer; meta é o que se deseja fazer em determinado período de
tempo e em determinada dimensão. Por exemplo, fazer um curso de pós-graduação é
um objetivo, fazer um curso de pós-graduação em gestão empresarial moderna no ano
de 1999 é uma meta.

Atividades:

1- Escolha um assunto de sua preferência: ___________________

2- Relacione, por escrito, o maior número possível de material (livros,


revistas, jornais, sites) que você encontrou, que tratem do assunto escolhido.

 Para realizar o registro de revistas, jornais e sites, observe as orientações


da página 43 - 44.

Aula 9
DEFINIÇÃO DO TÍTULO

O aluno não deve ter, logo de início, uma preocupação excessiva com o título,
uma vez que pode ser alterado ao longo do desenvolvimento do trabalho.
22

O título é direcionado pela delimitação do tema.


O título deve ser condizente com os objetivos do trabalho, deve deixar claro para
o leitor, do que se trata na pesquisa.
Como exemplo, poderíamos citar um trabalho realizado sobre stress realizado
pelos alunos do professor Eduardo Leal Legal no segundo semestre de 1999. O grupo
estava interessado em comparar o nível de stress de professoras que ministram aulas no
ensino fundamental em escolas públicas, privadas e especiais (para crianças com
necessidades especiais). Então, o título foi o seguinte: ―Níveis de stress em professoras
de Escolas da rede Pública, Particular e de Ensino Especial‖.
Evite usar títulos vagos como ―depressão‖, ―ansiedade‖, ―stress‖. Esses temas,
assim como tantos outros, são extremamente amplos. Seja mais específico indicando o
que, como e em quem. Por exemplo: ―Riscos de depressão em idosos asilados e não-
asilados‖.

Aula 10
DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

A seguir deve-se afunilar a visão macro do tema, para o problema a ser


pesquisado. Deve-se delimitar que aspectos ou elementos do problema você irá tratar.
Seja claro e preciso nesta parte. Lembre-se de que a identificação e delimitação clara do
problema são o primeiro passo para o êxito na execução de seu projeto.

“O coelho Branco colocou os óculos


e perguntou:
- Com licença de Vossa Majestade,
devo começar por onde?
_ Comece pelo começo – disse o
rei, com ar muito grave – e vá até o fim.
“Então, pare.”.
(Lewis Carroll)
Regras básicas:
 Delimitar bem o campo da pesquisa
 Propor uma questão (pergunta, problema) clara sobre o tema.
 Planejar cuidadosamente o trabalho
 Elaborar um cronograma viável.
 Consultar bibliografia apropriada.
 Organizar os dados.
 Citar corretamente as fontes.
 Apresentar adequadamente o trabalho.

NESTE ESTÁGIO, TÊM-SE OS ELEMENTOS INDISPENSÁVEIS À


ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DO TRABALHO.

Aula 11
Justificativa ou relevância
23

Apresente a relevância técnica de seu trabalho. Justifique técnica e


cientificamente sua proposta. Arrole e explicite argumentos que indiquem que sua
pesquisa é significativa, importante ou relevante. Apóie-se em autores que já trataram
do assunto para demonstrar cientificamente a importância de seu trabalho.

Atividades:

1- Delimite o tema de seu assunto.


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

2- Redija a justificativa. Lembre-se de que é importante introduzir o assunto e


comprovar a relevância dele com citações de autores que já escreveram sobre o
mesmo.

Aula 13

Metodologia

Método: conjunto de princípios e procedimentos aplicados pela mente para


construir, de modo ordenado e seguro, saberes válidos.

Método Dedutivo
Partindo da verdade geral tira-se conclusões sobre aspectos particulares.
A partir de estruturas lógicas, você parte de premissas e chega a conclusões.
A conclusão não pode possuir conteúdos que excedam o das premissas.

Método Indutivo
O método indutivo baseia-se na crença de que é possível confirmar um enunciado
universal (lei) através de certo número de observações singulares.

O Método Experimental

Baseia-se no método científico comum à maioria das ciências. É defendido pelo


Behaviorismo mas utilizado por outras correntes de psicologia. O seu objetivo é
permitir conhecimentos sobre comportamentos comuns a um grupo de pessoas. O
processo de investigação é resultado fundamentalmente da experiência. Estes métodos
possibilitam revelar as relações essenciais e as características fundamentais do objecto
de estudo, através de procedimentos práticos com o objeto e diversos meios de estudo.
Sua utilidade destaca na entrada em campos inexplorados.

Aqui você desenha sua pesquisa. Em outras palavras, indica como pretende
executá-la. Isto é, se for uma pesquisa qualitativa, de que maneira você pretende coletar
e analisar os dados qualitativos (observação/entrevistas, etc.). Se for uma pesquisa
24

quantitativa, de que maneira você pretende coletar dados. Apresente em linhas gerais o
método a ser utilizado para a execução da pesquisa.
É de fundamental importância a metodologia a ser aplicada, pois sem uma
definição clara sobre como vai ser feito o trabalho, possivelmente não haverá
consistência técnica.
A pesquisa pode ser:
1-Quantitativa-conceitos-chave= variáveis; operacionalização; hipóteses;
confiabilidade; validade; significância estatística;
2-Qualitativa – conceitos-chave= sentido; compreensão; construção social; símbolos;
experiência vivida.
As pesquisas Quantitativas e Qualitativas oferecem perspectivas diferentes, mas não
necessariamente pólos opostos. Elementos de ambas as abordagens podem ser usados
conjuntamente em estudos mistos, para fornecer mais informações do que poderia se
obter utilizando apenas um dos métodos isoladamente.

Conheça a diferença entre elas:

QUANTITATIVA QUALITATIVA

Objetivo subjetivo

Testa a Teoria Desenvolve a Teoria

Redução, controle, precisão, descoberta, descrição, compreensão


interpretação partilhada

Mecanicista: partes são iguais ao todo. Organicista: o todo é mais do que as


partes

Possibilita análises estatísticas. Possibilita narrativas ricas e


interpretações individuais.

Os elementos básicos da análise são os Os elementos básicos da análise


números. são as palavras e ideia.

O pesquisador mantém distância do O pesquisador participa do processo.


processo.

Independe do contexto. Depende do contexto.

Teste de hipóteses. Gera ideias e questões para pesquisa.

Raciocínio é lógico e dedutivo. O raciocínio é dialético e indutivo.

Estabelece relações de causas. Descreve os significados, descobertas.


25

Busca generalizações. Busca particularidades.

Preocupa-se com as quantidades. Preocupa-se com a qualidade das in –


formações e respostas.

Conforme a área de atuação, utilizar:


População e amostragem: você deve identificar a população da qual você está tirando
a sua amostra. Por exemplo, se sua pesquisa envolve os ex-alunos de Letras de 1980,
sua população é o número total destes alunos, por exemplo 75. Se você decide então
fazer uma amostragem, digamos de 30%, então sua amostra para fins de pesquisa será
de 23 alunos.
Coleta de dados: neste item você indica como irá operacionalizar a coleta de dados
(enviando questionários por Correio ou pessoalmente; anotando os resultados, etc.)
Análise e interpretação dos resultados: descreva como vai analisar os resultados da
pesquisa.
Cada ciência possui uma gama de sistemas metodológicos próprios que, unindo-se uns
aos outros e de forma ordenada, conduzem a investigação científica a resultados
satisfatórios.
Procedimentos: são etapas concretas da investigação.
Os métodos, em geral, englobam dois momentos distintos: a pesquisa, ou coleta de
dados, e a análise e interpretação, quando se procura desvendar o significado dos
mesmos.
Na Metodologia qualitativa, as técnicas fundamentais de coleta de dados são:
observação, entrevista e história de vida (depoimentos que evidenciam valores e
padrões culturais. Pode complementar dados já levantados). Na Metodologia
quantitativa, lida com números, usa modelos estatísticos para explicar os dados.

Técnicas de Pesquisa
 Documentação indireta = fase da pesquisa realizada com intuito de
recolher informações. O levantamento de dados é feito de duas maneiras:
1- pesquisa documental (fontes primárias) – restrita a documentos, escritos
ou não.
2- pesquisa bibliográfica (fontes secundárias)=toda bibliografia já tornada
pública, desde publicações avulsas, boletins, revistas, livros, pesquisas,
monografias, teses, material cartográfico, etc. até meios de comunicação
oral: rádio, fitas,e audiovisuais (filmes e televisão).

Escritos - primários Escritos- secundários


Compilados na ocasião pelo autor Transcritos de fontes primárias
contemporâneas
Exemplo: Exemplo:
Documentos de arquivo público Relatórios de pesquisas baseados em
Publicação parlamentar e administrativa trabalhos de campo de auxiliares
Estatística (censos) Estudo histórico recorrendo aos
Documentos de arquivos privados documentos originais
Cartas Pesquisa estatística baseada em dados do
Contratos recenseamento
Pesquisa usando correspondência de
26

outras pessoas
Compilados após o acontecimento pelo Transcritos de fontes primárias
autor retrospectivas
Diários Pesquisa recorrendo a diários ou
Autobiografias autobiografias
Relatos de visitas a instituições
Relatos de viagens

Outros- primários Outros-secundários


Feitos pelo autor Feitos por outros
Exemplo Exemplo
Fotografias Material cartográfico
Gravações em fita Filmes comerciais
Filmes Rádio
Gráficos Cinema
Mapas Televisão
Outras ilustrações
Analisados pelo autor Feitos por outros
Objetos Filmes comerciais
Gravuras Rádio
Pinturas Cinema
Desenhos Televisão
Fotografias
Canções folclóricas
Vestuário
folclore

A pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito, mas
propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a
conclusões inovadoras.
 Documentação direta= levantamento de dados no próprio local onde os
fenômenos ocorrem. Podem ser obtidos através de pesquisa de campo ou
pesquisa de laboratório

Pesquisa de campo é utilizada com o objetivo de conseguir informações acerca de


um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se
queira comprovar, ou ainda, de descobrir novos fenômenos ou a relação entre eles.
Fases:
1ª) pesquisa bibliográfica
2ª) determinar as técnicas que serão empregadas na coleta de dados
3ª) estabelecer técnicas de registro desses dados
Tipos:
A) Quantitativa-descritiva: (coleta sistemática de dados) = investigação de
pesquisa empírica com a finalidade de delinear ou analisar características de
fatos ou fenômenos, de avaliar programas ou isolar variáveis principais.
Utilizam técnicas como entrevistas, questionários, formulários e empregam
procedimentos de amostragem.
B) Exploratória: investigação de pesquisa empírica com objetivo de formular
questões ou problemas com a finalidade de desenvolver hipóteses, familiarizar o
27

pesquisador com o ambiente, fato ou fenômeno, modificar ou clarificar


conceitos. Podem ser utilizadas entrevistas, observação participante, etc.

 Vantagens:
Acúmulo de informações e facilidade na obtenção de uma amostragem de
indivíduos.
 Desvantagens:
Pequeno grau de controle sobre a coleta de dados e a possibilidade de que
fatores, desconhecidos para o investigador, interfiram no resultado.
O comportamento verbal ser relativamente de pouca confiança, pois os
indivíduos podem falsear suas respostas.

Pesquisa de Laboratório descreve e analisa o que ocorrerá em situações


controladas. Exige instrumento específico, preciso e ambiente adequado

Para a observação direta intensiva, a entrevista é um excelente instrumento de


trabalho em vários campos: sociologia, antropologia da psicologia social, da
política, do serviço-social, do jornalismo, das relações públicas, das pesquisas de
mercado.
Tipos de entrevista:
 Padronizada (segue roteiro pré-estabelecido)
 Despadronizada (há liberdade para explorar a questão)
 Focalizada (a perspicácia do entrevistador encaminha as questões)
 Clínica (perguntas específicas)
 Não dirigida (entrevistado tem a liberdade total de se expressar (opinião e
sentimentos)
 Painel (repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas pessoas).
Questionários =coleta de dados constituída por uma série ordenada de perguntas,
que serão respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.

Tipos de perguntas:
Abertas (livres) o informante responde livremente as questões. Ex:
Qual é sua opinião sobre a lei do aborto?
Fechadas (alternativas fixas) aparecem duas opções: Sim ( ) Não ( ). Ex:
Você é favorável ao aborto? Sim ( ) Não ( )
Múltipla escolha (série de alternativas a serem escolhidas)

Atividade:

1- Defina os objetivos de seu trabalho.


2 – Escreva a respeito de como pretende desenvolver seu trabalho de pesquisa.
Qual será o tipo de sua pesquisa?

Aula 14

Cronograma

Demonstra os passos do projeto, e em que tempo, será realizado. Você identifica


cada parte de sua pesquisa e relaciona com o tempo necessário para executá-la.
28

Exemplo: 2009
Atividades Jan fev mar abr Maio jun julh agost set Out Nov
Seleção do tema X
Pesquisa X
bibliográfica
Elaboração do X
projeto
Redação final do X
projeto
Desenvolvimento X X X X X X X X
da pesquisa
Coleta de dados X X X
Análise dos X X X
Dados
Redação final X X

Ou
Exemplo:
Atividades Período

1. Projeto Fevereiro/2011
1.1. Discussões sobre o tema Março- junho/2011
1.2. Redação do projeto
2. Monografia/Artigo/Relatório Agosto - setembro/2011
2.1. Coleta de dados
2.2. Pesquisa Bibliográfica e documental
2.3. Tratamento dos dados Outubro – novembro/2011
2.3.1. Análise bibliográfica/documental
2.3.2. Comparação dos resultados
2.3.3. Redação Final
4. Entrega do TCC Novembro-dezembro/2011

Bibliografia
29

No campo bibliografia, devem-se inventariar as fontes bibliográficas que


viabilizem o desenvolvimento do trabalho. Este levantamento Pode ser feito em
bibliotecas e acervos técnicos, assim como na Internet.
Inicialmente a bibliografia é sempre pobre. Tão logo se descubra alguma obra
relacionada ao seu objetivo, é aconselhável consultar a página no final da obra
inicialmente identificada, para daí extrair outras obras consultadas pelo autor.
No caso de a bibliografia identificada se mostrar insuficiente, você deve
repensar e, eventualmente, alterar o tema.

Aula 15
COMO PESQUISAR?
Caro aluno,

Muitas vezes as respostas para nossas indagações estão nos livros. Não de forma
pronta, acabada, num livro só, de um único autor. As informações estão em vários
livros, em revistas especializadas, em documentos dos cartórios, museus, centros de
documentação.
Se procurarmos dados sobre variação do dólar entre 1990 e 2000, podemos nos
reportar ao acervo de jornais da capital, O Estado de São Paulo ou a Folha de São Paulo,
porque sabemos que o caderno de Economia editora desses jornais traz informações
diárias a respeito dos valores de câmbio.
Se procurarmos dados sobre a variação do preço de escravos negros no Brasil,
entre 1850, (quando se deu a proibição do tráfico), e 1888 (quando se deu a abolição da
escravatura), devo me reportar aos arquivos do judiciário, onde estão os inventários
antigos porque como escravos, os negros eram bens patrimoniais, seus valores eram
descritos e variavam de acordo com a idade e sexo, passavam a ser propriedade de
outros de uma hora para outra.
Se desejamos saber quantos garotos, quantas garotas frequentam a Jet 7, ou
ainda, lá dentro, quantos frequentam cada ambiente, devo fazer uma pesquisa de campo,
indo ao local de pesquisa, anotar as frequências e as preferências.

Atividade:
Espero que com estas informações, mais as que você coletar na literatura
especializada, seu projeto de pesquisa já possa ser elaborado.
Experimente relacionar o conteúdo estudado e escreva seu “projeto de pesquisa”.
Bom trabalho!
___________________________________________________________

Aula 16

UNIDADE IV - ELABORAÇÃO DE TRABALHOS


“A mente humana é como paraquedas, funciona melhor aberta”
(Charlie Chan)
30

A tradição cultural brasileira privilegia a condição da Universidade como lugar


de ensino, entendido e, sobretudo praticado como transmissão de conhecimentos. Mas
apesar da importância dessa função, em nenhuma circunstância pode-se deixar de
entender a Universidade igualmente como lugar priorizado da produção de
conhecimento e, consequentemente, como lugar de pesquisa.
Apresentaremos as orientações para elaboração do trabalho acadêmico
procurando seguir as orientações da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas).

O ARTIGO CIENTÍFICO

Estrutura:
Pré-textuais:
• Resumo – palavras-chave (5)
• Abstract – key-words
• Título do artigo
• Nomes dos autores (com respectivas identificações)
Textuais:
• Introdução
• Desenvolvimento
• Considerações Finais
• Referências

1. Título: deve refletir o assunto discutido no texto. Título e subtítulo (se houver)
devem estar na página de abertura do artigo na língua do texto e na língua inglesa. O
autor deve evitar sobrecarregá-lo com informação expressa em forma de abreviatura
(salvo casos em que são universalmente conhecidas ou nomes de projetos) e entre
parênteses.
2. Resumo: texto com quantidade predefinida de palavras, onde se expõe o objetivo do
texto, a metodologia aplicada, e as soluções encontradas. O abstract é o resumo
traduzido para a língua inglesa.
3. Palavras-chave: são palavras características que devem identificar o artigo em bases
de indexação. Constituem item obrigatório e devem estar abaixo do resumo, antecedidas
da expressão palavras-chave separadas entre si por traço.
4. Introdução: deve situar o leitor no contexto do tema estudado, oferecendo uma visão
global da pesquisa realizada, situando a hipótese, a justificativa e a metodologia
empregada.
5. Desenvolvimento e explanação dos resultados: é a fundamentação lógica do
trabalho, na qual o autor deve fazer uma exposição e uma discussão das teorias que
foram utilizadas para o entendimento e o esclarecimento do problema pesquisado e que
devem apresentar uma estreita ligação com a dúvida investigada. Dependendo do
assunto tratado no manuscrito, há a necessidade de subdivisão em etapas que seguem
em seções e subseções.
6. Considerações finais: apresenta os resultados obtidos ao longo do manuscrito que
foram extraídos da pesquisa ou apontados por ela, sendo relacionadas às diversas
questões desenvolvidas ao longo do trabalho, sintetizando os resultados fundamentais,
com comentários do autor e as contribuições resultantes da pesquisa. É importante a
observação de que trata-se do encerramento do trabalho estudado, devendo responder
às hipóteses propostas e aos objetivos apresentados na introdução, não devendo, sob
31

condição alguma, que sejam apresentadas informações novas, que já não tenham sido
apresentadas no desenvolvimento do trabalho.
7. Referências: Conjunto de informações que devem permitir identificar, no todo ou em
parte, documentos impressos ou produzidos em diferentes materiais que foram citados
no decorrer do texto, devendo seguir as normas da ABNT que estão explicadas na
apostila de Metodologia.
8. Linguagem do artigo: O artigo científico é um texto condensado, é importante que
sejam observados a correção e precisão da linguagem, coerência das ideias
apresentadas, inteligibilidade, objetividade e fidelidade às fontes citadas. A redação do
artigo deve ser buscar:
a) impessoalidade: O trabalho é resultado da investigação cientificamente fundamentada
do autor sobre determinado assunto, não cabendo um relato pessoal sobre o trabalho,
haja vista que o estudo deverá ser acessível à comunidade científica sempre que outro
estudioso necessitar explorar o assunto em questão, logo deve ser redigido em terceira
pessoa, caracterizando o teor universal da pesquisa desenvolvida;
b) objetividade: deve ser direto, preciso, sem expressões que possibilitem interpretações
medíocres, sem valor científico. Sendo assim, termos como ―eu penso‖, ―eu acho‖,
―parece-me‖, e outros que denotem dúvida ou desconhecimento de causa devem ser
abolidos do texto;
c) estilo científico: deve ser informativo, racional, baseado em dados concretos, onde
podem ser aceitos argumentos de ordem subjetiva, desde que explanados sob um ponto
de vista científico;
d) vocabulário técnico: a comunicação científica deve ser feita com termos comuns, que
garantam a objetividade da comunicação, sendo, porém que cada área científica possui
seu vocabulário técnico próprio que deve ser observado;
e) correção gramatical: a observação da correção do texto deve ser feita com cuidado,
evitando-se o uso excessivo de orações subordinadas em único parágrafo, o excesso de
parágrafos, lembrando que cada parágrafo encerra uma pequena ideia defendida no
texto, logo, encerrada a ideia, muda-se o parágrafo.

O RELATÓRIO CIENTÍFICO

1. CONCEITO DE RELATÓRIO
Exposição escrita na qual se descrevem fatos verificados mediante pesquisas ou se
historia a execução de serviços ou de experiências. É geralmente acompanhado de
documentos demonstrativos, tais como: tabelas, gráficos, estatísticas e outros.

2. OBJETIVOS
De modo geral, podemos dizer que os relatórios são escritos com os seguintes objetivos:
 divulgar os dados técnicos obtidos e analisados;
 registrá-los em caráter permanente.

3. TIPOS DE RELATÓRIOS
Os relatórios podem ser dos seguintes tipos:
 técnico-científicos;
 de viagem;
 de estágio;
 de visita;
 administrativos;
 fins especiais.
32


4. RELATÓRIO TÉCNICO-CIENTÍFICO
Documento original pelo qual se faz a difusão da informação corrente, sendo ainda o
registro permanente das informações obtidas. É elaborado principalmente para
descrever experiências, investigações, processos, métodos e análises.

5. FASES DE UM RELATÓRIO
Geralmente a elaboração do relatório passa pelas seguintes fases:
a) plano inicial: determinação da origem, preparação do relatório e do programa de seu
desenvolvimento;
b) coleta e organização do material: durante a execução do trabalho, é feita a coleta, a
ordenação e o armazenamento do material necessário ao desenvolvimento do relatório.
c) redação: recomenda-se uma revisão crítica do relatório, considerando-se os seguintes
aspectos: redação (conteúdo e estilo), sequência das informações, apresentação gráfica e
física.

6. ESTRUTURA DO RELATÓRIO TÉCNICO-CIENTÍFICO


Os relatórios técnico-científicos constituem-se dos seguintes elementos:
6.1 Capa
Deve conter os seguintes elementos:
 Nome da organização responsável, com subordinação até o nível da autoria;
 Título;
 Subtítulo se houver;
 Local;
 Ano de publicação, em algarismo arábico.

6.2 Folha de rosto


É a fonte principal de identificação do relatório, devendo conter os seguintes elementos:
a) nome da instituição/
b) título;
c) subtítulo, se houver;
d) nome do responsável pela elaboração do relatório;
e) local;
f) ano da publicação em algarismos arábicos

6.3 Sumário
É a relação dos capítulos e seções no trabalho, na ordem em que aparecem.

6.4 Listas de tabelas, ilustrações, abreviaturas, siglas e símbolos


Listas de tabelas e listas de ilustrações são as relações das tabelas e ilustrações na ordem
em que aparecem no texto. As listas têm apresentação similar à do sumário. Quando
pouco extensas, as listas podem figurar, sequencialmente, na mesma página.

6.5 Resumo
Resumo é uma síntese do conteúdo apresentado em forma de texto reduzido.

6.6 Texto
Parte do relatório em que o assunto é apresentado e desenvolvido.
Conforme sua finalidade, o relatório é estruturado de maneira distinta. O texto dos
relatórios técnico-científicos contêm as seguintes seções fundamentais:
33

a) introdução: parte em que o assunto é apresentado como um todo, sem detalhes.


b) desenvolvimento: parte mais extensa e visa a comunicar os resultados obtidos.
c) resultados e conclusões: consistem na recapitulação sintética dos resultados obtidos,
ressaltando o alcance e as consequências do estudo.
d) recomendações: contêm as ações a serem adotadas, as modificações a serem feitas, os
acréscimos ou supressões de etapas nas atividades.

6.7 Anexo (ou Apêndice)


É a matéria suplementar, tal como leis, questionários, estatísticas, que se acrescenta a
um relatório como esclarecimento ou documentação, sem dele constituir parte essencial.
Os anexos são enumerados com algarismos arábicos, seguidos do título.

Ex.: ANEXO 1 – FOTOGRAFIAS, ANEXO 2 - QUESTIONÁRIOS


A paginação dos anexos deve continuar a do texto. Sua localização é no final da obra.

6.8 Referências bibliográficas


Constituem a relação das fontes bibliográficas utilizadas pelo autor.
Todas as obras citadas no texto deverão obrigatoriamente figurar nas referências
bibliográficas. A padronização das referências é seguida de acordo com a ABNT e
Manuais de Trabalho de Conclusão de Curso e Artigo Científico institucionais.

6.9 Apresentação gráfica


Modo de organização física e visual de um trabalho, levando-se em consideração, entre
outros aspectos, estrutura, formatos, uso de tipos e paginação.

6.10 Negrito, grifo ou itálico São empregados para:


a) palavras e frases em língua estrangeira;
b) títulos de livros e periódicos;
c) expressões de referência como ver, vide;
d) letras ou palavras que mereçam destaque ou ênfase, quando não seja possível dar esse
realce pela redação;
e) nomes de espécies em botânica, zoologia (nesse caso não se usa negrito);
f) os títulos de capítulos (nesse caso não se usa itálico).

ESTRUTURA da MONOGRAFIA
Os trabalhos acadêmicos são divididos em elementos pré-textuais, textuais e pós-
textuais. Para maior entendimento, acompanhe o quadro abaixo:
Quadro estrutural do trabalho
Pré-textuais Textuais Pós-textuais
Capa* Introdução* Bibliografia*
Folha de rosto* Desenvolvimento* Anexos
Errata Conclusão* Crédito das ilustrações
Folha de aprovação* Crédito de tabelas
Dedicatória Lista de abreviaturas
Agradecimento Índice onomástico
Epígrafe Índice de ilustrações
Resumo em português*
Resumo em inglês*
(abstract) (pós)
34

Sumário*
*indispensáveis

1.1 - Elementos pré-textuais


1.1.1 Capa
As informações devem aparecer como apresentadas abaixo:

Utilizar papel formato A4 (210x297 mm) e utilizar fonte TIMES NEW ROMAN, 16/14
Deve conter: Nome da instituição (centralizado, na margem superior)
Nome do autor (abaixo do nome da instituição)
Título do trabalho (centralizado na página)
Local (centralizado, na margem inferior)
Ano de entrega (centralizado, abaixo do local)

(modelo de capa)

1.1.2 Folha de Rosto


35

Colocar as mesmas informações e formatação da capa, com a adição de informações


essenciais, como nome do professor e finalidade do trabalho (estes últimos com fonte
12 e deslocados à direita).

(modelo de folha de rosto)

1.1.3 Sumário
Elemento obrigatório, o sumário é a listagem das principais divisões, seções e outras
partes de um documento refletindo a organização do texto (FRANÇA, 2003). O sumário
é regido pela NBR 6027 revisada em maio de 2003. Não se deve confundir sumário
com índice.
De acordo com a ABNT (2003) a diferença entre eles é a seguinte:
Índice: lista de palavras ou frases, ordenadas segundo determinado critério, que localiza
e remete para as informações contidas no texto.
Sumário: enumeração das divisões, seções e outras partes de uma publicação,na mesma
ordem e grafia em que a matéria nele se sucede.
36

Aula 17
Elementos textuais:

Introdução:

COMO REDIGIR A INTRODUÇÃO:

A introdução deve conter:


 Descrição do problema a ser investigado.
 Fundamentação para as variáveis que serão estudadas.
 Objetivo da pesquisa.
 Além dessas, outras informações que podem fazer parte da introdução de um
trabalho são:
 1-Histórico mostrando surgimento do problema a ser investigado.
 2- Fundamentação mostrando a importância do problema investigado.
 3- Definição de termos específicos.
37

 4- Validade dos objetivos operacionais a serem utilizados.


 5- Importância teórica e / ou prática do objetivo da pesquisa.

Na introdução, parte inicial do texto se expõe o assunto como um todo. Inclui


informações sobre a natureza e a importância do trabalho, relação com os outros estudos
sobre o mesmo assunto, razões que levaram à realização do trabalho, suas limitações, e,
principalmente, seus objetivos. Devem contar também as partes principais que
compõem o trabalho.

Desenvolvimento:

É a parte mais extensa do trabalho. É o corpo do trabalho. Seu principal objetivo


é comunicar ao leitor os resultados da pesquisa. O desenvolvimento será dividido em
partes. Aconselha-se a subdivisão do trabalho em capítulos. Cada capítulo deve conter
início, meio e fim, e devem ser articulados uns com os outros numa sequência lógica de
ideias.

Aula 18
Conclusão ou Considerações Finais:

A conclusão deve resumir o conjunto das conclusões extraídas dos capítulos da


monografia de forma coerente com os objetivos propostos inicialmente. Nada se cria de
novo além do que já foi abordado anteriormente. Devem apresentar a solução para a
problematização colocada inicialmente (descrição do tema). É o fechamento do texto,
em que se faz uma recapitulação ou síntese interpretativa dos resultados obtidos,
permitindo sua relação com a teoria apresentada. Podem constar também
recomendações e sugestões.
Os assuntos derivados do desenvolvimento da monografia que não foram
devidamente explorados no trabalho, por fugirem de seu objetivo, podem ser
apresentados como sugestão para futuras pesquisas/trabalhos.

Atividade: Inicie a redação da introdução de seu trabalho (o término só poderá ser


feito após a finalização total de seu trabalho).

Aula 19
Elementos pós-textuais

Bibliografia:

É o conjunto de indicações que possibilitam a identificação de documentos,


publicações.
O registro das obras deve ser feito em ordem alfabética, de acordo com o
sobrenome do autor.
Os livros são consulta obrigatória de qualquer pesquisa. Portanto, conhecer o
livro e saber usá-lo faz parte do avanço na direção de estudar bem e pesquisar melhor.
É bom lembrar que o direito de cópia é regulamentado por lei. Desta forma,
quando você for transcrever parte de livro, deve registrar a fonte de autoria.
38

Os jornais e as revistas são fontes interessantes de consulta porque apresentam a


matéria sempre atualizada.
Há também a possibilidade de consulta a documentos que podem oferecer
informações variadas sobre pessoas, localidades, etc. Os arquivos, que podem ser
públicos ou privados, possibilitam a coleta de dados sobre a população de uma cidade,
numa determinada data e são fontes seguras de pesquisa.
A entrevista é uma técnica de coleta de opiniões, ideias e pensamentos de uma
pessoa, e pode ser utilizada como fonte de pesquisa. Para que a entrevista seja bem
sucedida e sirva como instrumento é importante que o entrevistador tenha conhecimento
prévio da área de atuação ou da obra intelectual do entrevistado. Deve ter um objetivo
definido.
Para o registro da entrevista como fonte é importante anotar: nome completo do
entrevistado / local e data da realização da entrevista.

MODELO de registro bibliográfico:

Livros
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. São Paulo: Mac Graw-Hill,
1975.

(quando o autor for o mesmo, em obras diferentes)


IMENES, Luiz Márcio. Descobrindo o Teorema de Pitágoras. São Paulo: Scipione,
1987.
___________ Geometria das dobraduras. São Paulo: Scipione, 1987.

Dicionários
JOFFILY, Bernardo. Brasil 500 anos: Atlas histórico. São Paulo: Editora Três, 1998.

Biografias
HAMON, Herve. A vida de Ives Montand. Tradução de Raul de Sá Barbosa. São:
Paulo: Siciliano, 1993.

Enciclopédias
THE FOCAL encyclopedia of photography. 3.ed. Boston: Focal, 1993.

Normas Técnicas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informação e
documentação: trabalhos acadêmicos, apresentação: NBR 14724. Rio de janeiro:
ABNT, 2002.

Dissertações e teses
SOARES, Rosana de Lima. Imagens veladas, imagens reveladas: narrativas da AIDS
nos escritos do Jornal Folha de São Paulo (1994-1995), 1997. 256 f. Dissertação
(Mestrado em Ciências da Comunicação, Jornalismo) – Escola de Comunicação e Artes,
Universidade de São Paulo, 1997.

Congressos e outros eventos científicos


39

SIMPÓSIO BRASILEIRO DE FAULT-TOLERANT COMPUTING, 9, 2001,


Florianópolis, Proceedings of the IX Brazilian Symposium on Fault-Tolerant
Computing. Florianópolis: UFSC, 2001.

Relatórios oficiais
CETESB. Relatório anual de qualidade do ar no estado de São Paulo: 1996. São Paulo,
1997. 86 p. il. (relatórios).

Publicações periódicas
REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro: IBGE, 1939.

Artigos de revistas
ZANARELLA, Luiz Carlos. Ciclo de vida de um restaurante – parte 2. Hotelnews, São
Paulo, n. 287, p. 38-39, nov. / dez. 1998.

Filmes e vídeos
O ANJO AZUL. Direção Josef Von Stemberg. São Paulo: Altaya, 1936. 1 DVD
(95min.), son., pb. Legendado em português.

Fotografias
SALGADO, Sebastião. Trabalhadores. 1997. 1 álbum (28 fot.): color.;17,5 x 13 cm.

Arquivos em disquetes
SAMPAIO, Caio Munhoz. Apostila. Doc. Curitiba, 12 de dezembro de 2002. 1 arquivo
(605 bytes), Disquete 3 ½ , Word 2001.

Bases de dados em CD-Rom


INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÂO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA.
Bases de dados em ciências e tecnologia. Brasília: IBICT, 1996, 1 CD-Rom.

Documento sonoro
RIEU, André. Vienna Master Series. São Paulo: RCA Victor, 1999, 1 CD.

Informações em meios eletrônicos


SILVA, R. N.; OLIVEIRA, R. Os limites pedagógicos do paradigma da qualidade total
na educação. Disponível em ............................................................. Acesso em: 21 jan.
1997.
Artigo de jornal

 autor definido: WATANABE, Marta. Aumenta uso de incentivo ao terceiro setor.


Gazeta Mercantil, São Paulo, 14 jan. 2000. Caderno A, p. 10.

 autor não identificado: ESTRELA consolida preferência nacional. Jornal do


Brasil, Rio de Janeiro, p. 3, 15 dez. 1999.

 sem indicação de seção ou caderno: LEAL, L. N. MP fiscaliza com autonomia


total. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, p. 3, 25 abr. 1999.
Nota: paginação precede a data.
40

 cadernos especiais: ELEIÇÕES. Folha de São Paulo, São Paulo, 20 ago. 1998.
Especial, p. 1-8.

 eletrônico CDROM: JACKSON, Tim. Ensino virtual desperta novo nicho de


lucro. CD-ROM Folha: edição 2000, São Paulo, 31 dez. 1999. Dinheiro, p. 2 -5. 1
CD-ROM.
 eletrônico online: DANTAS, Fernando. Crescimento interno é maior desafio para
o BC. O Estado de S.Paulo, 12 fev. 2001. Disponível em:
<http://www.estado.estado.com.br/>. Acesso em: 12.02.2001.

( Em monografias)
Lista de ilustrações:

Consiste na relação das ilustrações, na ordem em que se sucedem,


acompanhadas do respectivo número da página. Recomenda-se a elaboração de lista
própria para cada tipo de ilustração (desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias,
gráficos, mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outros)

Lista de tabelas:
Consiste na relação das tabelas, na ordem em que se sucedem, acompanhadas do
número da página.

* assim como as ilustrações, as tabelas devem ser numeradas, possuir legendas


explicativas e mencionar fonte de onde foram extraídas.

Lista de abreviações e siglas:

Consiste na relação, em ordem alfabética, das abreviaturas e siglas utilizadas


no texto e seu respectivo significado. Recomenda-se a elaboração de uma lista própria
para abreviaturas e outra para siglas.

Anexo e Apêndice:

É todo o material suplementar de sustentação do texto: questionários, roteiro


de entrevista. O apêndice é elaborado pelo autor do trabalho, o anexo refere-se a
informações ou documentos elaborados por terceiros.

Dicas

 Não deixe para escrever apenas quando terminar a pesquisa. Procure elaborar
textos a partir dos elementos que já tem em mãos. Quando faltar dados para a
composição do texto, deixe indicações para completar posteriormente.

 Use frases curtas ao escrever seu texto. Seja claro, preciso, objetivo e conciso.

 Procure não repetir as palavras, use um dicionário, procure sinônimos.

 Sempre leve seus textos para o orientador e peça orientações críticas.


41

 Relatos individuais também devem ser evitados. Não use frases feitas
desgastadas. Evite o uso exagerado da voz passiva (será realizado, será iniciado).

 Não começar períodos ou parágrafos seguidos com a mesma palavra, nem usar
repetidamente a mesma estrutura de frase.

 Recorrer aos termos técnicos somente quando absolutamente indispensáveis e


nesse caso colocar o seu significado entre parêntese.

 Evitar o uso de palavras e formas empoladas ou rebuscadas, que tentem


transmitir mera ideia de erudição.

 Evitar o uso de gírias ou termos coloquiais. (galera, detonar, rolar, grana,


bacana...)

 Encadear o assunto de maneira suave e harmoniosa, evitando a criação de


parágrafos que se sucedem uns aos outros como compartimentos estanques.

 Comece a redação de sua monografia pelo capítulo que você estiver mais
familiarizado, não necessariamente pelo primeiro.

 Impessoalidade: o emprego do pronome pessoal não é recomendável.

Aula 20
CITAÇÕES
Citação é "menção de uma informação extraída de outra fonte". (ABNT, 2002b,
p.1).
Também como descreve França et al. (2003, p. 109)
As citações são trechos transcritos ou informações
retiradas das publicações consultadas para a realização do
trabalho. São introduzidas no texto com o propósito de
esclarecer ou complementar as idéias do autor. A fonte de
onde foi extraída a informação deve ser citada
obrigatoriamente, respeitando-se desta forma os direitos
autorais.
Sobre as citações:
 Citações menores (até 3 linhas) devem ser feitas entre aspas, no corpo do
texto.
*se a citação inicia o período, as aspas fecham depois do ponto final: ―A
monografia é desgastante, demanda tempo (...) mas é gratificante.‖
*se a citação não inicia o período, as aspas fecham antes da pontuação: A
monografia ―é desgastante, demanda muito tempo (...) mas é gratificante‖.
*caso haja referência bibliográfica, o ponto vem depois dela, em qualquer dos
casos acima mencionados: ―A monografia é desgastante, demanda muito tempo
(...) mas é gratificante‖ (Unesp, 1994).
* Todas as citações devem ter a referência bibliográfica correspondente.
42

Exemplos
Wilmore (1988, p. 56) define-a como "a habilidade para executar níveis de ‗AF‘ que
variam de moderados a enérgicos sem fadiga excessiva e a capacidade de mantê-la
durante toda a vida".

"um conjunto de atributos que as pessoas possuem ou conseguem relacionar com a


capacidade de realizar atividade física" (CASPERSEN et al., 1989, p. 31).

 Citações diretas, maiores de três linhas:

* recuar 4 cm da margem esquerda, separada por um espaço do texto que a


precede e a sucede.

1. letra menor que a do texto utilizado e sem as aspas


2. registrar o sobrenome do autor
3. registrar o ano da obra mencionada
4. registrar o número da página

Esses dados podem aparecer de duas formas:


 ( antes da citação)

Ex: Para Medeiros (2000, p. 190),

A estrutura da monografia compreende introdução,


desenvolvimento e conclusão. Na introdução, o pesquisador
formula claramente o objeto da investigação. Apresenta
sinteticamente a questão a ser solucionada. Portanto, há
necessidade de problematizar a realidade para se buscar uma
solução. Se não há problemas para resolver, não há por que
iniciar a pesquisa e a redação da monografia.

 (depois da citação)

A estrutura da monografia compreende introdução,


desenvolvimento e conclusão. Na introdução, o pesquisador
formula claramente o objeto da investigação. Apresenta
sinteticamente a questão a ser solucionada. Portanto, há
necessidade de problematizar a realidade para se buscar uma
solução. Se não há problemas para resolver, não há por que
iniciar a pesquisa e a redação da monografia. (MEDEIROS,
2000, p. 190).

 Citações indiretas, maiores de três linhas

A citação indireta é aquela em que se escreve baseando-se em textos de outros


autores, mas não é uma transcrição literal. Coloca-se o sobrenome do autor e o ano, mas
não é necessário colocar a página.
43

Ex: A lei não pode ser vista como algo passivo e reflexivo, mas como uma força
ativa e parcialmente autônoma, a qual mediatiza as várias classes e compele os
dominantes a se inclinarem às demandas dos dominados. (GENOVESE, 1974).

 Citação de citação

Indica-se o sobrenome do autor do texto original, seguido do termo ―apud”


(que significa citado por), seguido do sobrenome do autor em cuja obra a citação foi
feita e da data.

Ex: Marinho (apud MARKONI e LAKATOS, 1982) apresenta a formulação do


problema ―como uma fase de pesquisa que, sendo bem delimitado, simplifica e facilita a
maneira de conduzir a investigação‖.

 na bibliografia coloca-se os dados da obra consultada. Nesse exemplo, o


livro de Marconi e Lakatos.

Ações que podem ajudar o desenvolvimento da pesquisa:

 Durante a pesquisa, você vai encontrar muita coisa interessante e curiosa.


Arranje um caderno e anote tudo o que se refere à sua pesquisa. Não use
folhas soltas, pois dificulta a organização do trabalho de leitura.
 Anote todos os dados: nome do livro, do autor, editora, ano da publicação.
 Se for utilizar entrevista, anote tudo: endereço, telefone, nome da pessoa,
profissão, horário marcado.
 A finalidade da entrevista é conhecer opiniões, ideias e pensamentos da
pessoa entrevistada ou dados sobre sua área de trabalho. É preciso saber
claramente o que se deseja do entrevistado. Organize as perguntas básicas: O
quê? Quem? Onde? Quando? Como? Por quê? Quais as condições? Quais as
consequências? Marque o encontro com antecedência. Não se esqueça de
dizer qual é o tema e a finalidade da entrevista e quanto tempo mais ou
mesmo irão conversar. Leve caderno e gravador. Avise o entrevistado que
vai gravar e coloque o aparelho em um lugar discreto, onde não atrapalhe. Se
o entrevistado não quiser que grave, não insista.
 Faça suas anotações. Ao final da entrevista você deve tentar tirar as
conclusões para que o entrevistado possa corrigir em caso de erro.
 Questionários aberto (solicitado por escrito, ou eletronicamente). São
perguntas abertas que admitem um número ilimitado de respostas. A amostra
não pode ser muito pequena, nem muito grande para que se possa tabular e
interpretar os dados.
 Questionários fechados (há um número limitado de respostas possíveis).
Possibilitam rápida tabulação.

Observação: Deve-se manter o mesmo padrão em todo o trabalho, qualquer que


seja o método adotado.

Número da página. Se possível, no alto, à direita. A contagem das páginas


inicia-se a partir da folha de rosto, porém ―a numeração é colocada a partir da primeira
folha da parte textual, em algarismo arábico, no canto superior direito da folha, a dois
44

cm da borda superior direito da folha (...) havendo apêndice e anexo, as suas folhas
devem ser numeradas de maneira contínua e sua paginação deve dar seguimento à do
texto principal‖ (NBR 14724:2002).

Espaço após títulos e subtítulos = 2 enters antes de começar o texto


Títulos:
INTRODUÇÃO, CAPÍTULOS, CONSIDERAÇÕES FINAIS E
BIBLIOGRAFIA
 Centralizados
 Negrito
 Caixa alta (maiúsculo)

Subtítulos
 alinhados à margem esquerda
 separados do texto que os precedem por dois espaços e do texto que os
sucede por um espaço.

Chegamos ao final de nossas atividades. Esperamos que desenvolva, com


segurança, seu trabalho de pesquisa.
Lembre-se! Esta disciplina, que é instrumental, irá servir como apoio nas
leituras, fichamentos e elaboração e apresentação de trabalhos e pesquisas.

BIBLIOGRAFIA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informação e


documentação: trabalhos acadêmicos, apresentação: NBR 14724. Rio de janeiro:
ABNT, 2002.

BARRETO, Alcyrus Vieira Pinto e HONORATO, Cezar Teixeira. Manual de


Sobrevivência na selva acadêmica. Rio de Janeiro: Objeto Direto, 1998.

BASTOS, Cleverson e KELLER, Vicente. Introdução à metodologia científica.


Petrópolis: Vozes, 1993.

CARVALHO, Maria Cecília M. de (org) Construindo o saber- metodologia


científica: fundamentos e técnicas. Campinas: Papirus, 1994.

CERVO, A L. e BERVIAN, P. A . Metodologia científica. São Paulo: Makron Bools,


1996.

FARIA, Ana Cristina; CUNHA, Ivan da; FELIPE, Yone Xavier . Manual Prático para
elaboração de monografias: Trabalhos de Conclusão de Curso, Dissertações e Teses.
Petrópolis: Vozes, 2007.

ECO, Umberto. Como se faz uma tese – metodologia. São Paulo: Perspectiva, 2003.
45

GALLIANO, A Guilherme. O método científico – teoria e prática. São Paulo: Editora


Harbra Ltda, 1986.

KOCHE, José Carlos. Fundamentos da metodologia Científica: teoria da ciência e


prática da pesquisa. 19.ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

LAKATO, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de pesquisa. São


Paulo: Atlas, 1982.

LIMA, Roberto Pastana Teixeira. Metodologia do trabalho Científico – manual de


normatização de trabalhos de Conclusão de Curso das faculdades Integradas de
Amparo. Amparo, 2004.

MORAES, Irany Novah. Elaboração da pesquisa científica. Rio de Janeiro: Editora


de Publicações Médicas, 1978.

PASSOS, Jeane dos Reis, VIEIRA, Simone Maria do Prado, ROKICKI, Cristiane
Camizão (organizadores). Guia de normalização de monografias, dissertações e teses
para alunos das Faculdades SENAC. São Paulo: SENAC, 2003.

ROCHA, Ruth. Pesquisar e Aprender. São Paulo: Scipione, 1996.

SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes,
1991.

SALVADOR, Ângelo Domingos. Métodos e Técnicas de pesquisa bibliográfica.


Porto Alegre: Editora Sulina, 1986.

SANTOS, Gildenir Carolino. Manual de organização de referências e citações


bibliográficas para documentos impressos e eletrônicos. Campinas: SP: Editora da
Unicamp, 2000.

SERAFINI, Maria Teresa. Como se faz um trabalho escolar – da escolha de um


tema à composição do texto. Lisboa: Editorial Presença, 1986.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo:


Cortez, 2002.

TACHIZAWA, Takeshy e Mendes Gildásio.Como fazer monografia na prática.Rio


de Janeiro: editora Fundação Getúlio Vargas, 1999.

ZENGRAF, Maria Cristina. Manual de metodologia científica. Guia de estudos. Rio


de Janeiro: UCB, 1996
46

ANEXO 1
Tipos de trabalhos científicos ou informação científica
1. Artigo científico
2. Comunicação Científica
3. Monografia
4. Periódicos, Anais e Revistas eletrônicas
5. Relatório
6. Seminário

1. Artigo científico
Artigos são comunicações escritas, publicadas em revistas especializadas, com o
objetivo de divulgar junto à comunidade científica os resultados, ainda que parciais, de
pesquisas em uma área específica. Os artigos não costumam ser muito extensos,
variando de 5 a, no máximo, 30 páginas. Quem define o tamanho máximo de um artigo
e a sua formatação básica é, geralmente, a revista na qual ele será publicado.
Exemplo: O que motiva e determina a compra e o consumo de chocolate

2. Comunicação Científica (inclui o paper)


É a informação apresentada em simpósios, reuniões, academias, sociedades científicas.
Paper é o texto escrito de uma comunicação oral.

3. Monografia
Uma monografia é um trabalho escrito, sistemático e completo sobre um determinado
tema, geralmente fruto de uma pesquisa rigorosa. Uma monografia deve ter um tema
claramente definido, apresentar o resultado de uma pesquisa pormenorizada, detalhada e
aprofundada sobre o tema e que traga contribuições importantes para a área de
conhecimento a que se refere.
Existem vários tipos de monografia:
- TCC
- Monografia da pós graduação lato sensu
- Dissertação de mestrado
- Tese de doutorado.
Exemplo: Monografias feitas pelos alunos de MBA em Gestão Estratégica de Negócios

4. Periódicos, anais e revistas eletrônicas


Periódico é todo tipo de publicação regular, como revistas e jornais. Eles têm uma
função importante na circulação de informações atualizadas nas comunidades
científicas, por meio da publicação de artigos.
Anais são publicações dos resumos de trabalhos apresentados em eventos científicos
como Congressos, Encontros e Reuniões.
Muitos periódicos não são mais publicados em papel, mas circulam apenas em meio
eletrônico. Estas são as revistas eletrônicas. Muitos eventos também estão deixando de
publicar seus anais em papel, e passam a adotar os ―Anais eletrônicos‖, publicados em
CR-ROM ou disponibilizados na internet.
Exemplo: Anais do Congresso da SBPC
Anais do Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação

5. Relatório
O relatório é a redação dos resultados de uma pesquisa. Sua função se assemelha à do
artigo científico, mas sua utilidade é a de uma comunicação mais técnica e, portanto,
47

bem mais detalhada. Normalmente usa-se fazer relatórios ao longo de uma pesquisa
para prestar contas à agência de fomento que estiver financiando as investigações. Uma
pesquisa comporta, portanto, relatórios parciais e um relatório final. Práticas didáticas,
como estágio, também pedem seus relatórios.

6. Seminário
É a apresentação para debate de um estudo aprofundado de uma questão:
- um estudo aprofundado que não se restrinja às características de um fichamento
- um estudo com vistas à comunicação e discussão
- um estudo que só pode ser bem debatido se partir de um texto-roteiro,
preferencialmente entregue aos demais participantes.
48

ANEXO: A QUESTÃO DA AUTORIA

TEXTO 1
Leia a seguir um fragmento de um parecer sobre um caso de plágio em trabalho
acadêmico-universitário:

Plágio é a apresentação do trabalho alheio como próprio mediante o aproveitamento


disfarçado e está em desacordo com o bom‐senso e com a boa legislação CF/88 art. 5º,
XXVII, art.184 do Código Penal.
Ou como nos diz, baseando‐se na hipótese do "furto intelectual", José Carlos Costa
Netto:
Assim, certamente, o crime de plágio representa o tipo de usurpação intelectual mais
repudiado por todos; por sua malícia, sua dissimulação, por sua consciente e intencional
má‐fé em se apropriar — como se de sua autoria fosse — de obra intelectual
(normalmente já consagrada) que sabe não ser sua (do plagiário) [...] No crime de
plágio, a avaliação dos aspectos subjetivos, especialmente no que concerne à efetiva
intenção do agente, é primordial. Trata‐se de ação dolosa de usurpação
(convenientemente "camuflada") da obra alheia [...]

FONTE:
MARTINEZ, V. C. Plágio em trabalho universitário e o papel do educador. Revista JUS
NAVIGANDI.
Publicado em 06/2006. Disponível em: http://jus.uol.com.br/revista/texto/16692/plagio-
em-trabalho-universitario-e-o-papel-do-educador/2, acesso em 02/12/2010.

TEXTO 2

QUEM ESCREVEU ISSO?: AUTORIA E INTERNET


(Alex Castro)

A Internet vem ressuscitando alguns hábitos milenares.


Antigamente, quando escrever não era profissão nem gerava benefícios
concretos,era praxe atribuir textos a autores mais famosos. Nem Moisés escreveu o
Gênese, nem Salomão, o Cântico dos Cânticos. Mas seus autores acharam que o
trabalho seria levado mais a sério se "endossado" por personalidades de prestígio.
A estratégia não poderia ter sido mais bem-sucedida: ambos são textos
canônicos para boa parte da humanidade. Naquela época, aliás, o próprio processo de
disseminação dos escritos era caótico e irregular: cada obra tinha que ser copiada
individualmente e sabe-se lá as distorções que cada copista acrescentava.
Com o advento da imprensa, tudo mudou. Cervantes começou a escrever Dom
Quixote enquanto estava preso por seus credores. Ele seguiu todos os trâmites da lei
para registrar a autoria da obra e, graças a isso, viveu seus últimos anos em conforto - e
sem dívidas. Na nossa época de produção em massa de livros, os autores fazem questão
de se identificar e amealhar os frutos pecuniários do seu trabalho.
E lá veio a Internet mudar tudo mais uma vez. Pessoas que jamais teriam acesso
a uma editora - ou a um copista medieval - agora podem disseminar livremente seus
49

textos. E como tornar aquela sua crônica bobinha sobre uma família classe média em
algo respeitável? Simples: assine Luís Fernando Veríssimo.
Essas fraudes, apesar de dolorosamente óbvias, acabam sendo aceitas pela
maioria dos leitores. Não é de se surpreender, como exposto em outra coluna, que
matérias de sites humorísticos como o Cocadaboa sejam retransmitidas sem menção da
fonte e tomadas como a mais sacramentada verdade.
Entretanto, esse fenômeno antigo, devidamente ressuscitado pela Internet, está
ameaçando arrastar aos tribunais brasileiros o nome de uma de nossas maiores autoras:
Clarice Lispector.

Mude, de Edson Marques ou Clarice Lispector

Em 2001, a agência publicitária Leo Burnett criou uma campanha para


comemorar os 25 anos da Fiat no Brasil. Um dos pontos altos do comercial era um
belíssimo poema sendo narrado em off. Em release divulgado pela agência, o poema é
atribuído à Clarice Lispector. Uma matéria no Estado de São Paulo chegava a dizer: "O
publicitário Alexandre Skaff mergulhou na obra de Clarice Lispector e achou inspiração
nos versos de Mude para criar o filme de 25 anos da Fiat".
Entretanto, o poema Mude, de larga circulação na Internet, já foi atribuído, além
de à Clarice, também a Paulo Coelho e Cecília Meireles. Paulo Coelho, com
integridade, elogiou o poema, mas não o reconheceu como seu. Cecília e Clarice,
falecidas, não tiveram chance de fazer o mesmo.
O poeta Edson Marques afirma ser o autor da poesia, registrada por ele na
Biblioteca Nacional. Além disso, Mude também já foi interpretada por Antonio
Abujamra, na peça Mefistófeles, e por Pedro Bial, no CD Filtro Solar, da Sony Music,
sempre creditada a Edson Marques. Matéria da Veja, de julho de 2003, também cita a
poesia Mude como sendo de Edson, apesar de comumente atribuída a Clarice.
Talvez tudo seria mais fácil se Edson fosse um autor à moda antiga. Mas Mude
nunca foi publicada em meio impresso. A poesia existe na Internet, nos sites de Edson e
em diversos outros sites que a atribuem a ele.
Conversei longamente com o Edson. Ele diz não querer dinheiro de ninguém. Só
deseja que a Leo Burnett faça uma retratação pública do release onde afirma que Mude
é obra de Clarice.
A Leo Burnett não quis comentar o assunto. Sua posição oficial é que comprou
os direitos de uso do poema legalmente do herdeiro de Clarice Lispector. Ponto.
O herdeiro de Clarice Lispector, seu filho, Paulo Gurgel Valente, da empresa
Profit Projetos & Consultoria, se recusou a falar comigo. Sua secretária avisou que ele
nunca fala para a imprensa sobre Clarice Lispector, a não ser via fax ou email. Todos
meus vários emails não foram respondidos.
A Rocco, editora de Clarice Lispector, também tirou o corpo fora: disse ser
somente responsável pelos direitos de publicação da obra da autora. Uma agência que
desejasse direitos de licenciamento para um comercial teria que negociar diretamente
com o herdeiro.
Edson está oferecendo US$10 mil para quem provar que Mude é de Clarice.
Nenhum voluntário se apresentou. Na obra completa da autora, não há livros de poesia.
Além disso, fontes extra-oficiais dentro da Leo Burnett me confirmaram que Alexandre
Skaff realmente encontrou a poesia enquanto navegava na Internet. Mais uma vez, a
Internet. Será ela a culpada de tudo?
A história está excessivamente mal-contada. Temos três cenários hipotéticos,
cada um com um mentiroso diferente:
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1) Edson Marques está mentindo. A poesia é de Clarice e seus direitos foram


legalmente cedidos por seu herdeiro à Leo Burnett. Pergunta: onde está essa poesia na
obra de Clarice?
2) A Leo Burnett está mentindo. Encontraram a poesia na Internet com
atribuição indevida, usaram sem pedir autorização e, quando Edson reclamou,
inventaram ter comprado os direitos do herdeiro. Pergunta: por que o herdeiro não está
fazendo um escândalo? Eu não iria gostar se dissessem que eu vendi algo que não vendi,
ainda mais se esse algo não for meu para vender.
3) O herdeiro de Clarice está mentindo. Quando foi procurado pela Leo Burnett,
vendeu a eles o direito de uso de uma obra que não possuía. Pergunta: por que a Leo
Burnett não reconhece o inocente erro inicial (afinal, muitas outras pessoas também
atribuíram esse poema à Clarice) e não faz um escândalo contra o herdeiro, no mínimo,
exigindo seu dinheiro de volta?
Por fim, no mês passado, Edson Marques enviou uma notificação extra-judicial à
Leo Burnett. Exige ver o tal contrato de licenciamento. Afinal, se ele não existe, a briga
de Edson é com a Leo Burnett; se existe, é com o herdeiro.
Infelizmente, parece que a história mal começou.

Links Relacionados:
Desafiat - Blog sobre a polêmica, criado por Edson Marques
Mude - Blog principal de Edson Marques

18 de junho de 2004

FONTE: Disponível em http://www.sobresites.com/blog/artigos/quemescreveu.htm

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