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Problemas Metafísicos I

Francisco

O que evoca a palavra metafísica?


Remete àquilo que está para além do campo físico, ou não se esgota no âmbito da
natureza, ou da physis, do grego. O desafio de entender a metafísica, tem haver
com o percurso histórico para chegar até aqui. A metafísica nasceu no séc. V a.C.

O que seria a physis no pensamento pré-socrático?


No pensamento antigo, você tinha uma tradição principal, que identificava como
tema primeiro do pensamento, a physis, tida como totalidade e não apenas um
setor. Na antiguidade “pagã” predomina-se a filosofia materialista, marcada pelo
estoicismo e epicurismo herdeiro de Demócrito, que somente veio a ser retomado
no renascimento.

Com Platão, são iniciados os pensamentos para além do campo físico, a noção de
ideia, que se formula de forma efetiva com Aristóteles. Não é exatamente a mesma
coisa que filosofia grega ou antiga. Porque antes de Platão e Sócrates, existiam
outros filósofos que não eram metafísicos (pré-socráticos), para nietzsche
pré-platônicos, ou também conhecidos como pré-aristotélicos. Nietzsche define a
metafísica com a figura do platão, gerando a palavra platonismo. Referindo-se ao
cristianismo como platonismo para o povo.

O termo Pré-Socrático coloca tudo o que vem antes como preparação para a figura
de maior relevância, no caso Sócrates, desvalorizando um tipo de pensamento.
Desta forma chegaram até nós, dos pensamentos materialistas apenas fragmentos.
O cristianismo resgata Platão e juntamente, a metafísica

Idígena

(ideias para desafiar o fim do mundo - Ailton Krenak)


Natureza

A gente emudece a natureza, como algo inerte significando algo que pode ser
manipulado, desativada da possibilidade de ter algo a nos dizer.
A natureza dialoga como a gente, na ordem também da imaginação.
A metafísica é essa possibilidade de colocar-se fora da natureza.
Quando eu consigo traduzir um texto, em questões, em diferentes palavras,
reconhecendo-o enquanto ele mesmo ele vai me aparecer, se manifestar. Caso
contrário ele não aparece, se recolhe.

A verdadeira causa.
O nous (mente) ordena tudo segundo o melhor, segundo Anaxágoras.
No que consistiria, para Platão, o que é a causa verdadeira e aquilo sem o que a
causa jamais poderá ser causa. Existe uma causa verdadeira que explica, dá conta
plenamente do fato. Isso, que está vinculado à ordem do invisível.
Todos os outros elementos constitutivos, não poderiam ser chamados de causa
verdadeira, no máximo, podendo ser ingredientes da explicação.
É a visão do que é o bem ou o melhor, o inteligível.

*A verdadeira causa está ligada ao inteligível INDEPENDENTE do contexto situado.


A metafísica NÃO SE PRENDE AO CONTEXTO.

Começa por Platão e faz uma trajetória por Aristóteles até se tornar uma Ciência da
natureza.

A physis para Heráclito


“A Natureza ama ocultar-se”
Para Heráclito, a sabedoria consiste em respeitar, admitir o movimento da natureza
Quando a gente acha que sabe demais sobre as coisas, elas se tornam
desinteressantes. O objeto é interessante enquanto causa provocação.

Nietzsche diz que a grande saúde não é aquela que domina ou acaba com a
doença, mas aquela que convive, se habitualiza com a doença.

Descartes diz que o homem deve dominar, explorar, subjugar a natureza.

pensamento platão que inaugura a metaphysis


Atenas era uma cidade extremamente tradicionalista, sendo muito comum a
condenação de filósofos, como sócrates condenado a morte, e |ristóteles que fuigiu
dizendo que não os deixariam cometer o mesmo erro 2 vezes

Figuras cristãs, como padres, citavam fragmentos de Heráclito para combater as


heresias que, por sinal, chamavam de Heraclitismo.

Platão coloca no mesmo barco os poetas e os Pré socráticos.


Fisiologia - os que discutem sobre a natureza.

Problemas Metafísicos - Aula II

● Anaxágoras (filósofo pre-socrático/materialista).


● A ideia é projetada em Platão como instância superior, e a
● O termo pré-socrático não existia até Sócrates, e foram definidos por
Sócrates como fisiologia.
● Existe uma visão de que esse pensamento atribuído aos pré socráticos é
subdesenvolvido inferior, ao pensamento que será estabelecido com platão,
Sócrates.
● Nietzsche chama de pensamento da idade trágica dos gregos.
a metafísica tende a promover disjunções
● No livro de Anaxágoras o nous ordena o universo.
● Anaxágoras, era considerado grande sábio, guia espiritual de Péricles,
político.
● Ordem sobrenatural/metafísico/supra sensível.
polis mós - corte, disjunção entre dois planos, o inteligível e o sensível.
● A causa verdadeira seria o bem, o melhor…
● A verdadeira causa de qualquer fenômeno é o inteligível, a ideia.
● A alegoria da caverna é a certidão de nascimento da filosofia enquanto
metafísica
● Sócrates foi condenado injustamente como corruptor da juventude.
● a alma é imortal e o corpo perecível. Na medida que o filósofo se identifica
com a alma, e nada mais o faça afastar-se desse ideal, sua vida nada mais
passa a ser que uma preparação para a morte.
● Os gregos, até o platão, eram extremamente vinculados ao corpo.
● Frase de Aquiles : “ preferiria mil vezes ser um camponês pobre, do que o rei
dos mortos”
● Essa vida aqui é uma vida apagada, e a que realmente importa é uma da
qual a alma poderia se encontrar live das paixões, do corpóreo. (ditado
chinês “pé quente mente fria”)
● O que para Platão é a morte física, para Platão é o que fazemos quando
pensamos, ou seja, nos distanciarmos do corpo. Desta realidade.
● A alma não é ela mesma a ideia, apesar de ter afinidade com ela.
● Heráclito : "Para as almas é morte tornarem-se água, para água é morte
tornar-se terra, da terra vem a ser água, da água, alma.”
● Patrão resgata Heráclito para falar de um ciclo de vida e morte, num outro
sentido.
● A apologia de Sócrates é a defesa que Sócrates faz, quando é condenado.
28 b-d. “Não se deve temer a morte, pois seria presumir que a morte é um al,
e ninguém sabe isso”
● A própria filosofia é uma prática, um exercício de morrer, caracterizando este
mundo como algo inferior, desde que se tenha em vista o mundo posterior a
este, tendo a alma purificada
● Vivendo uma vida filosófica, seria possível saber a natureza do divino.
● Na visão platônica do Fédon, o corpo é o cárcere da alma.
● Estes filósofos não estariam em busca de uma descoberta, mas aproximar-se
ao máximo desta identificação com o ato repetido de pensar.
● “purificação não seria então o afastamento do corpo” “e a morte, não seria a
libertação da alma da prisão que é o corpo”.]
● Viver honestamente, é viver de modo desprendido, de toda particularidade,
voltando-se à imparcialidade… como a ciência.

Problemas metafísicos - Aula 3

● Em Fédon está o berço da metafísica.


● No ponto de vista da religião tradicional grega, a vida após a morte não é
esperada, mas sim o Hades.
● A filosofia, nada mais é que preparar-se para a morte, muito mais
interessante.
● A morte seria, então, uma espécie de separação da alma e do corpo.
● Para a metafísica, uma libertação para a alma. O corpo seria um cárcere.
● Deste modo a filosofia, é um aprendizado, preparação para esta libertação.
● “Filósofos de diploma, de carteirinha.”
● Na visão de Platão, é um filósofo de verdade, de ousadia e tranquilidade
diante da morte. Pois ele, diante de sua vida nada mais fez, senão morrer.
● O corpo é a causa das guerras, das doenças, dos “prazeres irrelevantes”
como compensação dos sofrimentos e não como os puros como o do pensar.
Sócrates estava acorrentado, e quando soltam ele, diz que sente prazer neste
momento.

Para Sócrates, o que é corpóreo, terreno, real, produzido por nós, é precário.
Nessa perspectiva, o destino após a morte pode ser melhor ou pior, dependendo da
vida que viveu.

O mundo das ideias, faz-nos pensar como "caixas separadas”, mas não, essas
coisas não tem consistência própria e tudo o que tende a ser vem das ideias. As
ideias é o que de alguma maneira concebe a realidade às coisas sensíveis.

O real é o que a nunca se pode ver ou perceber sensivelmente, mas o que só se


tem acesso pela alma, pelo nous.

A coragem, na visão platônica, só pode estar fundada no destemor.


Só há um modo de viver, inquestionavelmente bom, o do filósofo.

Para Heráclito, a morte e a vida estão integrados como um.

Para Heráclito os contrários convergem para o mesmo, não permanecendo como


contrários.

Onde há contrários, há uma uma dupla geração. O grande se gere do pequeno e o


pequeno do grande.
Esse movimento incessante de geração cíclica, é a physis, para Heráclito
Estar conectado com o lógos é estar acordado
Aquele que sabe está ligado, acordado em relação a diferença dos contrários
o morto provém do estar vivo, e o movimento de passagem é o morrer.

Ai Platão diz

Se a vida é o contrário da morte, não há apenas o morrer, existe um movimento


contrário da morte, que é o reviver, o renascer. um tipo de movimento que nós não
vemos, supostamente de outra ordem, além da experiência, além do sensível., mas
que se pode deduzir a partir da lei dos contrários.

Pode ser que a alma do filósofo escape desse ciclo de morte e ressureição, para
Platão.

Todo conhecimento é recordação das ideias, do que vimos no inteligível e que não
podemos ver sensivelmente. Isso quer dizer que já vimos no inteligível antes da
morte, e depois no mundo sensível pode-se recordar.

recordar - anamnese
O inteligível dá o exemplo do igual (igual em si/ belo em si) que não podem ser
acessados com as coisas iguais, que não coincidem com o igual em si, que não
pode ser reduzido a casos de igualdade

De onde vem a ideia do igual em si? não pode ser com o caso da igualdade, mas
estes podem remeter, relembrar o igual/ belo em si mesmo.

“amor Platônico” - que nunca se realizou

A percepção sensível fornece a ocasião para que a gente se recorde

Perigo : tudo o que é concretizado, toda a beleza não vale nada diante do belo. X
Imaginar que existe uma forma de fazer poesia… (padrão de beleza) ideal

A partir do ideal que se pode fazer crítica. Ao criticar se é compelido ao ideal, como
forma de recordação

O platonismo é quando se acha que esse ideal pode ser alcançado, como um “está
ai”

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