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Ensino

Médio
Referencial Teórico 1

Nome: Nº

Série: 3º EM Disciplina: Redação Professora: Kelly Naiara Data: 04/02/2019

Mediante a palavra do Senhor foram feitos os céus, e os corpos celestes, pelo sopro de sua boca. Salmos 33:6

Leitura I
Verdadeiro Conhecimento
Quando estás numa sala de aula com mais trinta alunos, e o professor pergunta qual é a cor mais bonita do arco-
íris — aí ele tem certamente muitas respostas diferentes.
Mas se ele perguntar quanto é três vezes oito, toda a turma deveria dar a mesma resposta. Nesse caso, é a razão
que julga, e a razão é de certo modo exatamente o contrário do opinar e do sentir. Podemos dizer que a razão é
eterna e universal, precisamente porque se pronuncia apenas acerca de realidades eternas e universais.
GAARDEN, Jostein. O mundo de Sophia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p.171.

- Segundo o texto, há temas para os quais não existe uma resposta única e há outros que admitem uma
multiplicidade de posicionamentos. O que faz com que cada pessoa tenha sua própria resposta diante de uma
questão?
- A razão, segundo o texto, é “eterna e universal”. Você acredita ser possível compreender e se projetar no mundo
valendo-se apenas da razão?

Leitura II
A argumentação é parte das experiências linguísticas do homem nas atividades mais cotidianas. Acontece quando
uma mãe diz ao filho que é preciso comer verdura porque é saudável ou que não se anda sozinho na rua porque é
perigoso - e ele, com seus recursos, considera (acatando ou recusando) tais instruções; acontece quando se
contesta uma nota ou questão na escola; quando se reivindica o aumento da mesada; quando enamorados
discutem; quando se tem que explicar à família porque se prefere Artes Cênicas à Engenharia; quando se negocia
uma compra, uma venda, um resultado. A argumentação acontece quando se justifica o porquê das coisas e nós
fazemos e buscamos essa motivação o tempo todo.

- O texto menciona situações cotidianas em que a argumentação se faz necessária. Considerando os exemplos
dados, como você definiria “argumentar”?
- Identifique alguma situação que você tenha vivido hoje ou nesta semana em que a argumentação se fez
indispensável na resolução de um conflito.

Leitura III
Texto I

Ministério da Saúde, Campanha de Vacinação 2018


Texto II

Ministério da Saúde, Campanha de Vacinação 2017


Glossário
Meningite: infecção das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal; pode ser viral, bacteriana,
fúngica, medicamentosa ou carcinomatosa.
HPV- Papiloma Vírus Humano: vírus que infecta a pele e as mucosas, podendo causar verrugas ou lesões
percursoras de câncer, como o câncer de colo de útero, garganta ou ânus.
A) Trata-se de dois textos publicitários muito semelhantes. Identifique:
Texto I Texto II
Campanha 2018 Campanha 2017

Anunciante

Tema

Público-Alvo

Cores predominantes

Figurantes

Finalidade

B) Um texto publicitário atua na propagação de um produto ou de uma ideia e explora todos os elementos possíveis
para gerar em seu público alvo o sentimento de identificação. Como essa proximidade foi trabalhada nos textos?

C) Os dois textos representam a mesma campanha, em anos diferentes. Pode-se dizer, entretanto, que um deles é
mais informativo e, outro, mais apelativo. Identifique e justifique essa diferença de abordagem entre os textos.

Um gênero entre tantos

Os dois textos apresentados possuem o mesmo objetivo: promover uma campanha de vacinação. Ambos
delimitam um contexto propício à comunicação com seu público-alvo, os adolescentes, usando modelos e fazendo
referências a games e a séries televisivas apreciadas por eles; a linguagem, o contexto e a proposta estão adequados
à comunicação que se pretende fazer. Podemos notar, entretanto, que para cumprir seu objetivo um deles
empregou elementos mais persuasivos que outro, aplicando, inclusive, enunciados imperativos diretos, como “não
perca” e “proteja-se”. São textos que convocam, informam e tentam convencer seu público acerca da relevância do
tema que anunciam.
É para isso que nos comunicamos: para nos tornar mutuamente relevantes. Todos nós enfrentamos em
nosso cotidiano situações que exigem nossa atuação para interagir, ensinar, conversar, expor, debater, informar etc.
Os textos verbais que produzimos (orais ou escritos) são respostas a essas demandas sociais.
A partir dessas demandas, podemos elencar diferentes tipos textuais, como testemunhal (relato), narrativo,
descritivo, informativo, expositivo, argumentativo, injuntivo, dialogal etc; tais tipos, por sua vez, desdobram-se em
muitos gêneros textuais. A tabela a seguir, baseada nos estudos de SCHNEUWLY & DOLZ (1996), organiza o estudo
de tipos e gêneros textuais. Analise-a com atenção:
Domínio social de comunicação Tipo textual cuja finalidade é... Materialização em gêneros
Cultura literária e ficcional Narrar Conto, lenda, romance,
novela, piada, comédia...
Documentação e memorização das Relato, agenda, diário,
ações humanas Relatar crônica, carta pessoal,
depoimento, testemunho,
notícia, reportagem,
biografia...
Discussão de problemas sociais Dissertação, debate,
controversos Argumentar editorial, carta
argumentativa, manifesto,
resenha, artigo de opinião...
Transmissão e construção de saberes Aula, seminário, palestra,
Expor resumo, esquema, texto
didático, artigo de
divulgação científica...
Injunções, regulações, instruções Manual de instruções,
Prescrever receita culinária, detonado,
propaganda, horóscopo...

Essa é uma abordagem que torna o estudo dos tipos e gêneros textuais mais didática, mas não indica, de
forma alguma, uma configuração de “pureza”. Um texto publicitário, como vimos, essencialmente prescritivo, pode
apresentar características expositivas, descritivas, argumentativas... perpassando as finalidades de outras tipologias.
Isso acontece porque a comunicação é dinâmica; não são os usuários, produtores legítimos dos textos, que precisam
se adaptar a tais classificações. Os estudos descritivos só nos ajudam a compreender melhor como esses textos
funcionam, para que possamos produzi-los e interpretá-los com mais desenvoltura. Nesse sentido, é necessário
situar a dissertação nesse cenário para saber como explorar ao máximo os seus recursos de produção.
A dissertação

A dissertação é um texto que se propõe a discutir um tema social controverso, ou seja, um tema que permite
mais de uma leitura, mais de uma perspectiva de análise. Um tema dissertativo, portanto, representa um recorte
que sempre propiciará um posicionamento do autor, um ângulo de leitura que tornará seu texto diferente dos
demais. É por isso que, muitas vezes, o tema dissertativo vem expresso por meio de uma pergunta, como por
exemplo:
 FGV Rio: "A vida nas cidades: opressão ou libertação?"
 Fuvest: "As utopias: indispensáveis, inúteis ou nocivas?"
 UEG: "Neste momento de crise, qual é o melhor caminho: ser inconsciente e feliz ou consciente e insatisfeito?"
Quando o questionamento não é direto, é possível, facilmente, transformar o enunciado em uma pergunta e, a
partir daí, definir um posicionamento; é o que se comprova pelos seguintes temas:
 UEMA: "O mundo da liberdade é possível, e isso nos dá força para lutar contra a opressão e as injustiças sociais"
Questão implícita: De que forma a crença em um mundo de liberdade pode fortalecer a luta contra a opressão e as
injustiças sociais?
 UDESC: "Avareza: mediocridade humana".
Questão implícita: Poderia a avareza revelar aspectos da mediocridade humana? Como?

Dissertar é escolher um ângulo de análise. Quanto mais rico for o repertório do autor, mais perspectivas de
contemplação do tema ele terá, daí a importância de um aluno se manter informado em relação aos principais
temas em debate de um país.
Ao dissertar, o redator pode optar por duas abordagens: uma mais expositiva ou outra mais argumentativa.
Compare:
Tipos de Dissertação
Dissertação Expositiva Dissertação argumentativa
- Apresenta o tema, sob determinada perspectiva - Apresentam-se argumentos (históricos,
(histórica, econômica, geográfica...), sem defender sociais, geográficos...) para sustentar a
qualquer posição. opinião do autor acerca de determinado
tema.
- O objetivo é informar. - O objetivo é convencer.
- Refere-se ao objeto: O que. - Refere-se a causas e consequências: Por
que.

A dissertação solicitada nos exames nacionais costuma ser do tipo argumentativa. Compare o parágrafo
introdutório de duas dissertações apresentadas no ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio, sobre o tema
“Publicidade Infantil em questão no Brasil”:
Parágrafo I:
Desde o início da expansão da rede dos meios de comunicação no Brasil, em especial o rádio e a televisão, a mídia publicitária
tem veiculado propagandas destinadas ao público infantil, mesmo que os produtos e serviços anunciados não sejam destinados a
este. Na década de 1970, por exemplo, era transmitida no rádio a propaganda de um banco utilizando personagens folclóricos,
chamando atenção das crianças que, assim, persuadiam os pais a consumir.
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2016/manual_de_redacao_do_enem_2016.
pdf
Parágrafo II:
“O progresso roda constantemente sobre duas engrenagens. Faz andar uma coisa esmagando sempre alguém”. A frase, do escritor
e pensador francês Vitor Hugo, exprime a ideia de que o sistema capitalista funciona baseando-se na exploração constante de
indivíduos. Analisando esse conceito atrelado à conjuntura atual, nota-se que a publicidade direcionada às crianças, no Brasil,
possui um caráter predatório, funcionando como meio de criação de futuros consumistas e explorando relativa facilidade de se
persuadir uma criança, através do uso de elementos do universo infantil.
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2016/manual_de_redacao_do_enem_2016.
pdf
O primeiro parágrafo faz uma recuperação histórica e exemplifica a atuação da mídia publicitária ao longo
dos tempos, utilizando uma abordagem expositiva, mais comprometida com a transmissão de saberes do que com a
defesa de uma ideia. Note-se que a ressalva “mesmo que os produtos e serviços anunciados não sejam destinados a
este” não chega a configurar um ponto de vista sobre o tema “publicidade infantil”, mas sobre a adequação dos
produtos e serviços em relação ao público em questão.
Já no segundo parágrafo, a intencionalidade de se posicionar é bem mais definida. O autor deixa claro que a
publicidade age de forma “predatória” e identifica nessa ação uma manipulação indevida.
Ainda que o primeiro texto tenha desenvolvido um ponto de vista ao longo dos parágrafos e se destacado como uma
redação nota mil, a tese foi diluída; a abordagem argumentativa ficou bem mais explícita na introdução do segundo
texto.
Boxe Atenção!
A maioria dos concursos que solicita uma dissertação como parte do processo seletivo enuncia: “Escreva um texto
dissertativo-argumentativo em que você desenvolva o tema X”. Note que dois domínios são mobilizados: expor e
argumentar. Espera-se, nesses casos, que o candidato mantenha o nível de informatividade de seu texto -
apresentando fatos e exemplos para desenvolver o tema - mas, não só isso, espera-se também que ele seja capaz
de selecionar, organizar e manipular tais informações para construir um ponto de vista. São casos em que
informar e persuadir andam juntos.
O que se espera de um texto dissertativo-argumentativo?
Assim como nem toda dissertação é argumentativa (pode ser só expositiva), o modo argumentativo também
não é próprio apenas da dissertação. Vários gêneros orais e escritos com os quais lidamos diariamente estão
engajados com a disseminação de um ponto de vista e com a fomentação de temas que interessam à sociedade
como um todo. É também por isso que a maioria dos concursos esclarece: “Escreva uma dissertação em prosa”, quer
dizer, em parágrafos, texto verbal corrido, dispensando o uso do verso ou da imagem. Filmes têm argumentos, assim
como comerciais, charges, propagandas políticas, novelas, jornais, programas de auditório etc. Cabe ao leitor
observar tais materializações e depreender delas as estratégias empregadas, bem como as marcas linguísticas que as
identificam.

Discussão em sala
Considere o parágrafo a seguir, parte de um artigo que trata das diferentes fontes de informação e de sua
credibilidade na configuração do cenário político brasileiro.

A participação efetiva do povo no processo político é fundamental para a democracia na gestão pública, mas a
maioria dos eleitores brasileiros votam em candidatos mais conhecidos positivamente, esse comportamento é
baseado na percepção pessoal de cada eleitor.
A mídia, em suas diferentes formas, representa uma importante fonte de informação e de conhecimento,
porquanto está sempre presente no cotidiano da sociedade. Entretanto, não é neutra e tem o poder de influenciar
a população de acordo com seus interesses.
Viviane Formighieri Muller, FONTES DE INFORMAÇÃO SOBRE ATUAÇÃO POLÍTICA NO BRASIL. Disponível em:

Segundo o texto, a mídia brasileira não atua de forma neutra, o que significa que ela pode, segundo seus
interesses, manipular informações para persuadir. Converse com seus colegas e, juntos, tentem identificar dois ou
três momentos da política brasileira em que a ação da mídia tenha sido determinante na resolução de conflitos.
De que forma a mídia atuou naquele contexto? Que outro desfecho seria possível?

Tomemos como modelo a seguinte dissertação:


Do VHS ao Blu-Ray

Nas antigas fitas VHS, a divulgação dos novos filmes disponíveis para aparelhos de DVD tornava a criança uma
consumidora compulsória, capaz de qualquer coisa por aquele novo meio de assistir filmes. Na atualidade, isso se repete quando
os discos da Disney mostram-se disponíveis em Blu-Ray. Entretanto, até onde essa publicidade infantil influencia no
desenvolvimento da criança? Tal influência seria benéfica? Para o Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente
(Conanda), não. Essa postura representa um importante passo para o Brasil.

De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, é na infância que os indivíduos passam pelo processo de socialização, ou
seja, adquirem os valores morais e éticos da sociedade em que se encontram. Se, nesse período, a criança for bombardeada por
uma série de propagandas ideológicas, ela pensará que a felicidade só pode ser alcançada ao lanchar em determinado restaurante,
ao adquirir determinado brinquedo ou ao vestir determinadas roupas. Há, portanto, a necessidade de banir quaisquer tipos de
publicidade que utilizem a ingenuidade infantil para a obtenção de um maior mercado consumidor.
Ademais, esse banimento não deve ser feito apenas com acordos entre o setor publicitário e o governo. É necessária uma
legislação que assegure um desenvolvimento livre de manipulações para as crianças. Além de coibir tais propagandas deve-se
punir aqueles que as utilizarem. Para isso, é preciso reformular o Código Penal brasileiro, vigente desde 1941 – contexto de um
país ruralizado, com relações jurídicas menos complexas que as atuais – e insuficiente para punir tais infratores.

Não é, no entanto, responsabilidade única do Estado a atual situação da publicidade infantil brasileira. Como afirmou
Sérgio Buarque, em sua obra “Raízes do Brasil”, os brasileiros estão acostumados a tratarem o Estado como um pai, deixando
todas as questões político-sociais em suas mãos. Com a finalidade de proteger suas crianças, cabe aos pais abandonar essa
característica patrimonialista e exigir mudanças, sem depender de governo ou de agências publicitárias.

Percebe-se, destarte, que a publicidade infantil, para ser regulamentada e controlada, necessita de uma ação conjunta
entre o Estado, o setor publicitário e os cidadãos. No nível juridico, estabelecer normas para as agências publicitárias (não utilizar
personalidades infantis ou associar felicidade a consumo) é uma medida extremamente eficaz. Corrobora tal ação a fiscalização
das propagandas por parte da sociedade, a partir de reclamações publicadas em fóruns virtuais. Desse modo, assegura-se o
desenvolvimento das crianças brasileiras livre de instrumentos de alienação.
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2016/manual_de_redacao_do_enem_2016.
pdf
O texto possui cinco parágrafos – organizados e bem encadeados. Nota-se na redação o pleno domínio da
norma culta da língua, bem como a capacidade do autor em argumentar de forma consistente, usando para isso a
estrutura e os recursos previstos para uma dissertação. Não há a preocupação em ser inovador ou criativo; as
sequências são previsíveis, a estrutura é padrão, as estratégias são as esperadas; dissertar não é uma atividade que
requer inspiração, requer técnica e objetividade.
Posicionamento

Dissertar de forma argumentativa é expor e defender um ponto de vista; o texto deve inspirar confiança e
transmitir uma imagem de autoria que instigue o leitor a interagir com as ideias apresentadas. Nesse sentido, é
imprescindível apresentar uma tese logo na introdução do texto, a fim de que seja notória a perspectiva adotada
para análise e defesa do tema.
A tese é a opinião a ser defendida; deve consistir numa afirmação explícita, facilmente identificável no
primeiro parágrafo. Quanto mais ela se distanciar desse padrão, mais diluída ela estará no texto, até tornar-se nula.
Uma boa tese se volta para as relações de causa e consequência que norteiam o tema.
No texto apresentado, o autor apresenta a posição do Conanda sobre a influência da publicidade no
desenvolvimento infantil e concorda com ela, definindo a tese que será defendida ao longo do texto, a de que tal
publicidade não é, de forma alguma, benéfica:
Entretanto, até onde essa publicidade infantil influencia no desenvolvimento da criança? Tal influência seria benéfica?
Para o Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), não. Essa postura representa um importante passo
para o Brasil.

Para sustentar sua tese, o autor deve apresentar fatos, dados e informações – sobre os quais também é
necessário definir um posicionamento. Isso significa que toda referência acrescida ao texto deve estar acompanhada
de uma análise crítica, evitando o tratamento das informações como se fossem uma “colcha de retalhos”, soltas,
sem a devida manipulação do autor. Pesquisadores, filósofos e especialistas são bem-vindos, desde que sejam
citados para dialogar (confirmar ou contrastar) com as ideias do redator.

Ligando os pontos
O texto dissertativo-argumentativo é muito parecido com um artigo de opinião: os dois procuram desenvolver um
tema com o objetivo de construir um ponto de vista. Embora ambos pertençam ao domínio do debate social, há
elementos que distinguem cada gênero textual. Compare:
Texto dissertativo-argumentativo Artigo de opinião
Locução Objetivo e impessoal Subjetivo e pessoal, podendo incluir expressões como
“na minha opinião”, “eu acredito” etc
Mensage Restrito a 20 ou 30 linhas na maioria Pode ser mais extenso ou não, dependendo da
m dos concursos caracterização de cada jornal
Recepção Dirige-se a um leitor universal Tem o perfil do leitor potencial definido
Suporte Trabalhos e provas escolares Jornais e noticiários
Linguagem

Espera-se que um texto dissertativo-argumentativo seja escrito em linguagem formal, siga os preceitos da
norma-culta e contribua para delimitar o perfil do autor do texto como um leitor fluente e confiável. Faz parte do
próprio contrato de leitura; a linguagem pode ser a chave que seduz o leitor para dar crédito às ideias apresentadas
ou afastar-se delas.
Demonstrar tal domínio não significa, necessariamente, não cometer erro gramatical algum. No próprio
texto, apontado como uma redação nota mil no Enem, constata-se a colocação pronominal equivocada “mostram-
se”, em vez de próclise (1º parágrafo), a ausência de vírgula após “propagandas” (3° parágrafo) e de acento agudo
em “juridico” (5° parágrafo). Mas a propriedade vocabular, a estruturação de frases diretas e claras, o bom
encadeamento das ideias entre si e no texto como um todo contribuíram para a construção de um perfil confiável
para esse autor. Consistiram, por si só, em um argumento a favor do texto – o argumento linguístico.
Na linguagem do texto dissertativo-argumentativo prevalecem:
 O sentido denotativo das palavras, o que significa dizer que as palavras não são empregadas em seu sentido
poético ou ambíguo. Se uma figura de linguagem for empregada – o que não deve ser recorrente –
certamente será para compor uma analogia ou fortalecer determinado argumento. No caso do texto
analisado, não há uma analogia configurada, mas a palavra “bombardeada”, por exemplo, foi empregada
para acentuar a ação da publicidade e valorizar o argumento do autor, que não está “fazendo poesia”, está
se valendo de uma hipérbole para impactar ainda mais o seu leitor.
Se, nesse período, a criança for bombardeada por uma série de propagandas ideológicas, ela pensará que a felicidade só
pode ser alcançada ao lanchar em determinado restaurante, ao adquirir determinado brinquedo ou ao vestir determinadas
roupas.
 A linguagem objetiva, centrada no objeto, não no sujeito. Dissertar significa expor um determinado tema e
posicionar-se em relação a ele, fazendo uma análise crítico-social, não subjetiva do tema.
Observe que o autor do texto em análise, no terceiro parágrafo, critica o Código Penal Brasileiro, mas não o
faz de forma passional ou contaminada; demonstra o equilíbrio de quem analisa a questão de uma
perspectiva distanciada e sensata, limitando-se a usar o adjetivo “insuficiente” para caracterizá-lo:
Para isso, é preciso reformular o Código Penal Brasileiro, vigente desde 1941 – contexto de um país ruralizado, com
relações jurídicas menos complexas que as atuais – e insuficiente para punir tais infratores.
Se tivesse simplesmente atacado o Código Penal com adjetivos como “retrógrado”, “absurdo” ou
“ultrajante” o autor poderia revelar uma subjetividade excessiva e cair no descrédito.
Está no campo da objetividade tudo que é externamente observável, porque é inerente ao objeto; dizer
“esta caneta é azul” é observável e objetivo. Expressa a subjetividade tudo que passa pelo julgamento e
pelas impressões passionais do sujeito; dizer “esta caneta é “desconfortável” ou “inútil” é subjetivo, não está
na caneta, está no julgamento do sujeito.
Quanto mais subjetivas e apaixonadas forem as considerações de uma dissertação, mais se configurará um
derramamento inapropriado ao texto dissertativo-argumentativo.
 A construção impessoal, tratando o tema em sua relevância social, não individual. O objetivo da dissertação
é convencer o leitor de que a perspectiva adotada pelo autor é a mais apropriada à interpretação dos fatos,
não por qualquer mérito do próprio autor, mas pela coerência dos dados apresentados.
Nesse sentido, é preciso alcançar o distanciamento adequado para apagar o sujeito sem comprometer a
autoria. Todas as opiniões precisam estar no texto (já que é uma dissertação argumentativa), mas não
devem estar acompanhadas de expressões como “eu acho”, “na minha opinião”, “no meu modo de pensar”.
Observe como o autor do texto em análise demarca essa impessoalidade:

Generaliza o ... é na infância que os É claro que, dentre esses indivíduos, está o autor – mas
sujeito, usando o indivíduos passam pelo ele não se inclui. O uso da primeira e o da terceira pessoa
processo de socialização,
plural plural podem neutralizar a subjetividade de um texto.
ou seja, adquirem os
Observe como, em grau crescente, se dá o apagamento
valores morais e éticos da
sociedade em que se do sujeito (não de uma marca de autoria) no enunciado:
encontram. Inserir as 3 frases em cores degradê, do mais fraco para o
mais forte.
Na infância, eu passei pelo processo de socialização.
Na infância, nós passamos pelo processo de socialização.
Na infância, os indivíduos passam pelo processo de
socialização.
Oculta o agente ... é preciso reformular o O emprego da oração subordinada substantiva subjetiva
Código Penal brasileiro, (é indispensável, é necessário, é urgente etc) colabora
vigente desde 1941.
para manter a neutralidade do enunciado sem indicar
agentes diretos, mas apontando o que deve ser feito.
Emprega agentes Na atualidade, isso se Ao dizer que “os discos da Disney mostram-se
inanimados repete quando os discos da disponíveis”, o autor acaba suavizando seu discurso,
Disney mostram-se
evitando o ataque pessoal à marca, o que dilui a
disponíveis em Blu-Ray.
responsabilidade em relação à ação denunciada e
mantém o foco no que deve ser feito.
Usa o sujeito Além de coibir tais Novamente, a vantagem de ocultar o sujeito protege o
indeterminado ou propagandas, deve-se punir autor de um enfrentamento de responsabilidades: deve-
aqueles que as utilizarem.
aplica a voz se punir. Quem deve? A quem cabe tal ação? Por
passiva defender uma ação conjunta, não caberia no parágrafo
atribuir um sujeito à ação, o que mantém a neutralidade
e a temperança do texto.

Estrutura
Um gênero textual é reconhecido por sua organização estrutural e pelas marcas discursivas que o
configuram. A estrutura dissertativa é convencional; não requer qualquer inovação ou invenção do redator; requer
eficiência e técnica em sua execução. São três as partes de uma dissertação:

Introdução
A introdução é o parágrafo inicial do texto; sua função é introduzir o tema e apresentar a tese a ser defendida pelo
autor, ou seja, seu posicionamento em relação ao assunto desenvolvido no texto. Então, na prática, tudo que o
redator precisa para escrever uma boa introdução é encontrar uma boa estratégia de abertura e explicitar a sua
tese.
Introdução

Nas antigas fitas VHS, a divulgação dos novos filmes Para inserir o tema, o autor referiu-se
Estratégia de abertura

disponíveis para aparelhos de DVD tornava a criança uma


à influência dos filmes e personagens
consumidora compulsória, capaz de qualquer coisa por
aquele novo meio de assistir filmes. Na atualidade, isso se no comportamento infantil,
repete quando os discos da Disney mostram-se disponíveis demonstrando como podem ser
Contextualiza o tema e apresenta a tese

em Blu-Ray. Entretanto, até onde essa publicidade infantil


alienantes ou despertar valores éticos
influencia no desenvolvimento da criança? Tal influência
seria benéfica?
e morais equivocados.
Para o Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Como tese, o autor declara
Adolescente (Conanda), não. Essa postura representa um
explicitamente que, em sua opinião,
importante passo para o Brasil.
assim como para o Conanda, tal
Tese

influência não é benéfica.

Há bancas que solicitam ao redator inserir um título em seu texto. Quando esse comando não é explícito, o
título deixa de ser obrigatório, mas vale ressaltar que o título é um espaço privilegiado do texto, pois permite
lampejos de criatividade e surpresa; se bem utilizado, pode agregar valor à apresentação do texto.
Desenvolvimento
Fazem parte do desenvolvimento os parágrafos que apresentam e desenvolvem cada um dos argumentos
elencados pelo autor. É o corpo do texto, sua sustentação. Sua função é apresentar dados, informações e análises
que dão fundamentação à tese, que a tornam plausível e convincente. Os argumentos, por sua vez, não podem
aparecer soltos, desconectados; precisam ser selecionados, organizados, relacionados e hierarquizados de maneira a
construir o ponto de vista pretendido.
No caso do texto em análise, o redator desenvolveu três parágrafos de argumentação:

Desenvolvimento

De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, é na


infância que os indivíduos passam pelo processo de
Na construção do primeiro argumento, o
socialização, ou seja, adquirem os valores morais e éticos
Argumento

da sociedade em que se encontram. Se, nesse período, a autor dialoga com o pensamento de Émile

Ademais, esse banimento não deve ser feito O conectivo “ademais” insere o tratando
segundo
Durkeim, parafraseando, ou seja,
apenas com acordos entre o setor publicitário e o governo.
argumento. Nele o autor recorre à
É necessária uma legislação que assegure um
Argumento Argumento

desenvolvimento livre de manipulações para as crianças. legislação, ressaltando a importância de


Não é, no entanto, responsabilidade única do O conectivo “no entanto” liga a nova


para ideia
Apresenta e analisa os argumentos

mantê-la atuante e atualizada que


Estado a atual situação da publicidade infantil brasileira.
à anterior. Para fundamentar o terceiro
Como afirmou Sérgio Buarque, em sua obra “Raízes do
que sustentam a tese

Brasil”, os brasileiros estão acostumados a tratarem o parágrafo de desenvolvimento, o autor cita


o argumento de uma obra de Sérgio
Note que em cada parágrafo houve a preocupação de apresentar um argumento diferente – o pensamento
de um sociólogo, a legislação, uma obra histórico-literária -, especificado com nomes próprios e dados concretos
devidamente analisados pelo redator, que teve o cuidado de explicar de que forma tal informação se relaciona com
a tese que apresenta.

Conclusão
A conclusão consiste no encerramento do texto. Ela não deve conter ideias novas; pode retomar a tese,
sintetizar as ideias gerais do texto ou propor soluções para o problema discutido. Há redatores que gostam de
apresentar uma pergunta retórica (já respondida no texto) ou uma formulação irônica, mas essa é sempre uma
escolha arriscada, uma vez que instaura uma subjetividade e um tom conversacional dispensáveis ao gênero
dissertativo.
No caso do texto em análise, o redator optou por elaborar uma proposta de intervenção e estabeleceu
agentes, ações e meios para que a questão da publicidade infantil seja adequadamente mediada, propondo uma
articulação entre Estado, setor publicitário e sociedade. Os agentes citados na conclusão já haviam sido citados no
corpo do texto. O participante elabora, pois, uma proposta viável, abrangente e articulada ao restante de seu texto.
Percebe-se, destarte, que a O quê? – Na conclusão, o redator esclarece o que deve
Conclusão publicidade infantil, para ser regulamentada e
ser feito para a resolução do problema.
controlada, necessita de uma ação conjunta
entre o Estado, o setor publicitário e os
cidadãos.
No nível juridico, estabelecer normas para as Quem e como? – Esclarece também quais serão os
Fechamento do texto - Proposta de

agências publicitárias (não utilizar


agentes responsáveis por encaminhar tais ações e
personalidades infantis ou associar felicidade a
consumo) é uma medida extremamente eficaz. como elas devem ser operadas.
intervenção

Corrobora tal ação a fiscalização das


propagandas por parte da sociedade, a partir de
reclamações publicadas em fóruns virtuais.
Desse modo, assegura-se o desenvolvimento Para quê? Apresenta-se, ainda, a finalidade, o objetivo
das crianças brasileiras livre de instrumentos
a ser atingido com tais ações, demonstrando que o
de alienação.
autor do texto é capaz de vislumbrar os efeitos do que
propõe.

Vale destacar que essas “partes” do texto não aparecem soltas ou desconexas. Note como o redator utilizou um
repertório diversificado de recursos coesivos, sem incorrer em inadequação. Articulou muito bem as ideias, os
argumentos e as partes do texto, aplicando conectivos como “isso”; “Entretanto”; “essa”, “Tal influência”, “Essa
postura” (1° parágrafo); “nesse período”, “portanto” (2° parágrafo); “Ademais”, “esse banimento”, “Para isso”, “tais
infratores” (3° parágrafo); “no entanto”, “essa característica” (4° parágrafo); “destarte”, “tal ação”, “Desse modo”
(5° parágrafo). A boa estruturação, agregada à articulação adequada das ideias, garantem a ideia de unicidade. O
texto é um todo; suas partes devem, pois, apresentar-se em complementariedade.

Muitos alunos se perguntam quantas linhas deve ter um parágrafo dissertativo. Cabe destacar que, no caso das
dissertações escolares, o aluno tem, em média, 25 a 30 linhas para compor todo o seu texto. Deve, portanto,
haver equilíbrio entre as partes do texto, considerando o objetivo central de cada uma:

Introdução Apresentar o tema e explicitar a tese 3 a 5 linhas


Desenvolvimento Apresentar e analisar os argumentos 5 a 8 linhas cada parágrafo
que sustentam a tese
Conclusão Encerrar a discussão do tema 3 a 5 linhas

O parágrafo dissertativo
Observe que, excetuando-se a introdução, os outros parágrafos do texto analisado são formados por três
períodos. Isso acontece porque, além da estrutura global do texto dissertativo, há que se observar a composição de
cada parágrafo, configurando também para ele, uma introdução, um desenvolvimento e um fechamento da ideia-
núcleo. O parágrafo deve desenvolver uma ideia nuclear – o tópico frasal – apresentando ideias secundárias que
analisem esse tópico e relacionando o que foi dito à ideia central do texto, à sua tese. Por isso, a pontuação interna e
a articulação são tão importantes. Observe:
Tópico
Não é, no entanto, responsabilidade única do O parágrafo se inicia com um tópico frasal, ou
Estado a atual situação da publicidade infantil
seja, uma declaração que introduz o argumento
brasileira.
Parágrafo Dissertativo

frasal
Desenvolvi apresentado pelo autor de que o Estado não deve
Como afirmou Sérgio Buarque, em sua obra Para osustentar esse argumento,
ser único responsável pela cita-se a obra
coibição da
“Raízes do Brasil”, os brasileiros estão
histórico-literária de Sérgio Buarque.
acostumados a tratarem o Estado como um pai,
deixando todas as questões político-sociais em
Fechamento

Com a finalidade de proteger suas crianças, E, por fim, concluindo esse tópico, o autor
do

cabe aos pais abandonar essa característica


delimita a necessidade de engajamento dos pais,
mento

patrimonialista e exigir mudanças, sem


depender de governo ou de agências ligando-se à tese do texto.

Para que a dissertação, como um todo, alcance sua eficiência argumentativa é necessário que cada um de seus
ou aplicação

parágrafos conserve sua estrutura e a desenvolva com técnica.


Quer mais?
- Assista ao clássico “Doze homens e uma sentença” (1957/1997) para refletir sobre o poder da argumentação. Na
história, um júri formado por doze homens deverá decidir, de forma consensual, se um jovem é culpado ou não de
matar o próprio pai. Dentre os doze, há um juiz mais cético que questionará os argumentos e evidências
apresentados, tornando a dinâmica do processo bem interessante. Confira!
- Leia “O livro ilustrado dos maus argumentos”, da Editora Sextante. De forma inusitada, apresenta dezenove tipos
de argumentos que, apesar de extremamente frágeis, influenciam o pensamento das pessoas. É preciso aprender
a identificá-los e combatê-los! Assista à resenha do livro disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=D1A-n-ZrtO4.

Aplicando conhecimento
Texto para as questões 1 a 4:
Publicidade infantil: enclave à faixa etária pueril
“A palavra é instrumento irresistível da busca pela liberdade”, afirmou Rui Barbosa em relação ao direito de
expressão. No entanto, a liberdade de imprensa e propaganda, garantida pela constituição brasileira, depara-se com
limites no que tange à persuasão aos pequenos. Esses, vivenciando a fase pueril, não detêm a criticidade
desenvolvida e, consequentemente, são facilmente influenciáveis. Assim, a publicidade infantil brasileira progride
apelando às crianças e, dessa maneira, necessita de reparos que atenuem os tons abusivos e persuasivos.
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2016/manual_de_redacao_do_enem_2016.
pdf

1) Todo texto argumentativo é construído com base na apresentação e defesa de pontos de vista. A opinião do autor
pela imposição de limites à publicidade infantil apoia-se, sobretudo, na ideia de que:
(A) toda palavra desfruta de uma liberdade de expressão, garantida pela constituição brasileira;
(B) o texto publicitário, gerado pela liberdade de imprensa e propaganda, limita a liberdade do indivíduo;
(C) toda liberdade de expressão intenciona a persuasão de alguém e deve vir acompanhada de limites;
(D) as crianças não têm liberdade de expressão, só limites, uma vez que não possuem criticidade e são facilmente
influenciáveis.
(E) falta às crianças criticidade para lidar com a liberdade de expressão publicitária.

2) No parágrafo, constata-se a presença de diferentes articuladores (pronomes e conjunções) cuja função é garantir
o bom encadeamento das ideias no texto. Identifique no texto articuladores que:
(I) encadeiam ideias apresentadas em frases diferentes
(II) encadeiam ideias apresentadas em uma mesma frase

3) O parágrafo argumentativo segue a uma estrutura convencional, formada por três partes essenciais: tópico frasal,
desenvolvimento e fechamento. Informe os trechos que correspondem a tais divisões neste parágrafo e justifique.

4) O texto afirma que a publicidade infantil brasileira “necessita de reparos que atenuem os tons abusivos e
persuasivos”. Das propostas apresentadas abaixo, qual não seria indicada para atender à tese proposta no texto?
a) Restrição de horários para comerciais de produtos infantis
b) Revisão na legislação que regula a ação publicitária voltada ao público infanto-juvenil
c) Controle da manipulação estética que engrandece os produtos anunciados
d) Inclusão de personalidades e personagens na propaganda de produtos
e) Suspensão de brindes e brinquedos na venda de produtos destinados às crianças
Consolidando saberes
Leia os textos a seguir:
Texto I:
Apesar de o Brasil já ter previsto em diversas leis – no Código de Defesa do Consumidor, na resolução do Conselho
Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – a
identificação e punição de publicidade infantil, o maior volume de mídias disponíveis dificulta a aplicação de penas
às empresas que desobedecem às regras. Talvez por isso, tramitam no Congresso pelo menos 11 projetos sobre
propaganda direcionada à criança.
(Litza Mattos, Órgãos de controle da publicidade infantil não dão conta do recado, jornal “O Tempo”.)
https://www.otempo.com.br/interessa/%C3%B3rg%C3%A3os-de-controle-da-publicidade-infantil-n%C3%A3o-d
%C3%A3o-conta-do-recado-1.1997650
Texto II:
Diferente dos videogames que se tinham antes da difusão da internet, os jogos online representam um dos produtos
que são consumidos pelas crianças, pois durante as partidas dos jogos, é comum que o jogo queira oferecer algum
incremento ou melhoria para avançar de nível, mas cobrando um preço em dinheiro real, além de que aparecem
propagandas de outros games, seja para baixar ou comprar. Em 2016, 7% de crianças e jovens realizaram algum tipo
de compra de games e 40% disseram que viam propagandas através de sites de jogos, segundo a Tic Kids.
(Renata da Silva, Publicidade infantil – O consumo desde pequenos, site Rebrinc).
http://rebrinc.com.br/noticias/consumo/publicidade-infantil-o-consumo-desde-pequenos/

Texto III:
Também na internet e redes sociais, uma técnica recente merece atenção: unboxing ou unwrapping (termo em
inglês para o ato de desembalar um produto), último formato de publicidade dirigida às crianças, já virou febre entre
as menores de 4 anos. Ela traz as próprias crianças como produtoras desse conteúdo, além de consumidoras. A
publicidade consiste em vídeos no YouTube em que crianças (ou mãos adultas) desembrulham objetos, brinquedos
em especial, com uma narração. Ao apresentar e desvendar o objeto, essa técnica tem o poder de incitar o desejo
nas crianças, além de interferir no seu brincar – ditando regras e assim contribuindo para reduzir sua capacidade
imaginativa.
(Laís Fontenelle, A onipresente publicidade infantil na internet, site Outras Palavras.)

O desenvolvimento de novas tecnologias, ao mesmo tempo em que expande as possibilidades de


comunicação do homem, cria também brechas para novas formas de persuasão. A publicidade infantil é um nicho
que tem procurado driblar as leis e atingir ao público infantil, tão suscetível a seus apelos.
A) Proposta de Produção Textual I

https://www.istockphoto.com/br/foto/grupo-de-jovens-estudando-no-parque-olhando-para-laptop-gm109726649-
8794892
Elabore uma propaganda em prol da regularização da propaganda. Isso mesmo: pura metalinguagem! Elabore um
cartaz, a ser divulgado entre políticos e congressistas, buscando promover a aprovação de leis que regularizem a
publicidade voltada para o público infantil, inclusive nos meios digitais. Busque as imagens e as palavras certas para
persuadi-los a considerar, discutir e acelerar a votação dos projetos em andamento.

B) Proposta de Produção Textual II

https://www.istockphoto.com/br/foto/planejamento-de-um-novo-dia-gm508852084-85471263
Escreva uma dissertação expositivo-argumentativa, em prosa, em que você desenvolva o seguinte tema: “ Como
conter a publicidade infantil no espaço ilimitado da internet”. Para isso, selecione, organize e relacione elementos
que sustentem seu ponto de vista.

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