Você está na página 1de 48

Caderno

de Português
2021/22

Tomás Ricardo nº24 11ºTM


Prof. Cidália Ferreira

Lições nº 1 e 2
21 setembro 2021
Sumário:

- Breve apresentação
- Programa da disciplina e critérios de avaliação
- Orientações para o projeto de leitura
- Expectativas para o novo ano

Lições nº 3 e 4
22/9/2021
Sumário:

- Tipologias textuais: o texto argumentativo.


- Visionamento e exploração de vários exemplos de discurso político.

Tipologias textuais

Para além da sua aparente diversidade, os textos orais ou escritos,


apresentam características idênticas entre si, podendo agrupar-se em tipos.
A maioria dos textos é constituída por sequências, que podem corresponder
a diferentes tipologias textuais.

Num texto narrativo, por exemplo, é habitual surgirem sequências descritivas e


sequências conversacionais.

Dentro das tipologias textuais distinguimos as seguintes:

 Texto Narrativo
 Texto Descritivo
 Texto Instrucional ou Direto
 Texto Conversacional
 Texto Argumentativo
 Texto Expositivo
 Texto Preditivo

Texto Argumentativo
- Texto que vista convencer, persuadir ou influenciar o ouvinte/leitor através da
apresentação de uma tese (ponto de vista), cuja veracidade deve ser demonstrada
e provada através de argumentos adequados.

Exemplos de textos argumentativos:


 Texto Político
 Debate
 Sermão
 Editorial de jornal
 Crítica/apreciação crítica
 Comentários
 Artigo de opinião
 Texto publicitário
 Crónica

Objetivo: Defender uma determinada ideia ou refutar uma opinião alheia.

Marcas Linguísticas:
 Predominância dos verbos no presente. O texto argumentativo recorre ao
uso de formas verbais no presente do indicativo;
 Frequência dos verbos declarativos, como, por exemplo, considerar, julgar,
achar… ou expressões como na minha opinião, segundo o meu ponto de
vista…
 A articulação de ideias faz-se através do uso de marcadores e conectores
discursivos, como por exemplo, com efeito, além disso, por exemplo, de
facto, finalmente, …;
 Para introduzir contra-argumentos utilizam-se conectores do tipo, mas,
porém, todavia, contudo, no entanto, apesar de, embora…
 O registo de língua utilizado deve ser o adequado ao(s) destinatário(s) e ao
tema
 Paralelismo de construção, de mecanismos de reiteração ou de repetição
Os argumentos utilizados neste tipo de texto podem ser variados.

Tipos de argumentos
Baseados em:
 Vivências pessoais;
 Ideias reconhecidas e aceites universalmente;
 Personalidades/instituições cm autoridade inquestionável;
 Comportamentos e/ou pessoas exemplares;
 Modelos de referência da tradição história e/ou religiosa;
 Frases populares/provérbios que atestam a sabedoria de um povo;
 Acontecimentos/factos semelhantes;
 […]

Organização:
1. Introdução: tese inicial – clara e objetiva. Por vezes, a tese aparece ao fim
do texto e funciona como conclusão.
2. Desenvolvimento: Argumentos para apoiar ou refutar a tese inicial.
Organizado em (um parágrafo = uma ideia principal). Os argumentos
devem manter entre si uma ordem e uma coerência que permitam seguir
com clareza e desenvolvimento do raciocínio do argumentador; os
argumentos devem ser diversificados e devem ser também apresentados
contra-argumentos.
3. Conclusão: Retoma a tese que se procurou provar com a exposição dos
argumentos.

Retórica – Conjunto de regras relativas à arte de bem falar, de usar a linguagem


para comunicar, cativar, convencer, de maneira eloquente e precisa. Pode
manifestar-se na ORATÓRIA, mas também na música (“musica de protesto”), na
pintura (“Guernica” de Picasso) e na publicidade
Oratória – Arte de falar bem em publico, de maneira clara e eficaz; género literário
que compreende todo o discurso oral dirigido a um auditório com a finalidade de o
convencer de uma determinada mensagem, pela razão, pela sensibilidade ou pelo
prazer que nele provoca o texto dito.

A imagem do orador
 Aspeto físico;
 Pose e atitude do corpo;
 Gestos com as mãos;
 Interação do rosto;
 Interação com o auditório, sobretudo contacto visual;
 Volume da voz (audível/alto/baixo);
 Entoação (natural/monocórdica/forçada);
 O ritmo do discurso (regular/vivo/rápido/lento/desequilibrado…);

Lições nº 4 e 5
28/09/2021
Sumário:
-
-
-

Audição dos discursos


Discurso de Barack Obama

 Identificar a tese/ponto de vista definido


- Importância da responsabilidade de cada um pela sua educação.

 Anotar 2 argumentos
- Exemplos concretos de pessoas que ultrapassaram as suas dificuldades e
tiveram sucesso
- Vivências pessoais do presidente
- Responsabilidade de cada aluno pelo futuro da nação (contributo de cada um)
- A realidade de cada um não determina o seu destino (não ter família ou dinheiro,
etc.)
- Educação ajuda a descobrir aquilo em que cada um é bom
- Necessidade de ser persistente, de não desistir e não ter medo de falhar

 Tomar das técnicas de oratória (tom de voz, gestos…)


- Pausas no discurso em momentos
- Sorrir e olhar para toda a audiência
- Reforçar a palavra ´´Tu´´
- Interpelação da audiência através de perguntas
- Mudança de tom para realçar o que está a ser dito

Discurso de Marcelo Rebelo de Sousa

 Identificar a tese/ponto de vista definido


- Responsabilidade do presidente nos incêndios de Pedrógão Grande em 2017

 Anotar 2 argumentos
- Referência à tragédia pessoal, às pessoas envolvidas – apelo à sensibilidade, à
emoção.
- Desordenamento do território, da floresta
- Fracasso/incapacidade dos poderes públicos
- Obrigar o Governo a agir

 Tomar das técnicas de oratória (tom de voz, gestos…)


- Discurso pausado e sério
- Recurso à leitura das folhas
- Estruturas repetitivas

Lições nº 7 e 8
29/09/2021
Sumário:
- Correção da ficha de trabalho sobre o discurso político.
- Orientações para a exposição oral
- Coesão e coerência

Lições nº 9 e 10
06/09/2021
Sumário:
- Coerência e coesão – exercícios

Coesão e coerência – Princípios básicos de estruturação de texto

Coesão: Conjunto de processos que, recorrendo a determinados grupos de


vocabulário ou classes de palavras, permite fazer um texto a partir de um ´´puzzle
´´ de frases soltas.

Tipos de coesão
1. Coesão frásica – unidade entre os vários elementos que constituem a
frases simples:
 Ordem das palavras;
 Concordância em género e número.

2. Coesão Interfrásica – articulação relevante e adequada de frases ou


sequências de frases (subordinação e coordenação).

3. Coesão temporal – sequêncialização dos enunciados de acordo com uma


lógica temporal através de:
 Advérbios/expressões adverbiais
Ex: Agora estou ocupado. Mais tarde telefono.
 Grupos nominais e preposicionais com valor temporal;
Ex: Choveu toda a noite. Fiquei acordado até às 3h.
 Correlação entre os tempos verbais
Ex: Ele já tinha preparado o pequeno almoço quando ela acordou.

4. Coesão lexical – obtém-se através do uso da repetição da mesma palavra


ao longo de um texto ou da substituição de uma palavra por outras que
mantêm com as primeiras relações de sentido.

4.1. Repetição
4.2. Substituição
a) Por sinonímia;
b) Por antonímia;
c) Por hiperonímia/hiponímia
Ex: A Lili gosta de peixe, especialmente de sardinhas e salmão.
d) Por holonímia/meronímia
Ex: Depois das obras a minha casa ficou mais bonita. O quarto está fantástico. A
sala uma maravilha.

5. Coesão Referencial – faz-se com recurso a termos/expressões que


retomam o discurso anterior ou que preparam o que se segue:
5.1. Anáfora/Catáfora (pronomes, advérbios, numerais, perífrases)

Ex. de Anáfora: É na bolsa que os mamíferos marsupiais, como o canguru,


transportam os seus bebés. Nela, as crias alimentam-se de leite. É também aí que
se refugiam quando se assustam.

Ex. de Catáfora: O empregado veio perguntar-lhe se o jantar não estava bom. Ele
respondeu que sim e comeu duas garfadas. Depois, o João pagou e saiu.

5.2. Elipse
Ex: Gabriel era um homem de quarenta anos. (Gabriel) Tinha feições grosseiras,
(tinha) um nariz largo, (tinha) lábios proeminentes. (Gabriel) Ria-se alto e (Gabriel)
falava alto.

Coerência: Um texto é coerente quando aquilo que transmite está de acordo com
o conhecimento que cada falante tem do mundo e quando nele são respeitados
três princípios gerais.

Princípios de coerência
1. Princípio da não contradição – assegura que as situações apresentadas
não sejam logicamente incompatíveis;
Ex: Tenho dormido pouco. No fim de semana vou aproveitar para me deitar tarde.

2. Princípio da não redundância – garante que a ausência de repetição de


informação desnecessária;
Ex: Tens de estudar duas horas por dia pois não podes deixar de te dedicar ao
estudo cento e vinte minutos por dia.

3. Princípio da relevância – obriga a que as situações apresentadas estejam


relacionadas entre si.
Ex: - Gostas de ler? – A minha mãe comprou-me um vestido nos saldos.
Ficha de trabalho
1) A) Princípio da não contradição, pois são referidas três pessoas e é
utilizada a palavra ´´ambos´´ para as identificar, visto que a palavra remete
apenas para duas pessoas.
B) Princípio da não contradição, pois é dito que o índio foi assassinado e
de seguida que o seu estado inspira cuidados, o que não faz sentido pois está
morto.
C) Princípio da não redundância, pois é referido que temos aulas todos
os dias e diariamente.
D) Princípio da não contradição, pois são referidas duas pessoas, ou
seja, não são um trio, mas sim um duo.
E) Princípio da não contradição, pois o Brasil não é um país africano.

2) Princípio da não redundância – na 3ª frase ele volta a referir que defende


os direitos das pessoas; o que já tinha dito na 1ª frase
Princípio da relevância – a informação da última frase não tem nada a ver
com o que foi dito anteriormente
Princípio da não contradição – Vieira preocupou-se com a realidade,
portanto não foi ´´alheio á realidade´´

3) A) Senhor Professor, consegue dar-me o livro que contém os sermões


completos de Vieira por favor?
B) Senhor Ministro, já leu o Sermão de Santo António aos Peixes?

4) 1-B
2-A
3-D
4-G
5-F
6-C
7-E

Lições nº 15 e 16
19/10/2021
Sumário:
- Introdução ao estudo do Padre António Vieira – visionamento de um
documentário
- Biografia e a época

Pág.25 – Biografia de Padre António Vieira

1. Principais atividades:

- Missionário no Brasil
- Sacerdote
- Escritor
- Diplomata
- Orador/pregador
- Político
- Pedagogo

2. Reinado:

- D. João IV

3. Local de nascimento:

- Lisboa

4. País e região onde se fixou e onde estudou:

- Brasil, Baia – colégio de jesuítas

5. Ordem a que pertenceu:


- Companhia de Jesus

6. Idade com que se tornou noviço:

- 15 anos

7. Data da sua ordenação:

- 1635

8. Data do seu regresso a Portugal:

- 1641

9. Cargo por que ficou conhecido:

- Ministro da propaganda do rei

10. Consequências pessoais dos seus sermões:

- Invejas
- Ódios
- Popularidade
- Castigos

11. Ações da Inquisição sobre Vieira:

- Prisão e castigo

12. Ano da morte:

Julho de 1697

13. Corrente artística da sua época:

- Barroco

14. Áreas em que se destacou:


- Religião, Literatura e Política

Lições nº 17 e 18
20/09/2021
Sumário:
- O contexto histórico do Sermão de Santo António aos Peixes do Padre António
Vieira.
- O barroco.
- O Sermão – estrutura externa e interna.

Lições nº 19 e 20
26/10/2021
Sumário:
- Leitura e análise do Capítulo I do Sermão de Santo António aos Peixes do Padre
António Vieira.
- Leitura e síntese do Capítulo II.

Teste 10 de novembro
- Discurso político
- Coerência e coesão
- Padre António Vieira (biografia, contexto político, barroco, sermão – estrutura e 1
excerto do cap. I)

Capítulo I – Exórdio
Exórdio – apresentação do plano de ideias a defender, a partir do conceito
predicável. - ´´Vós sois o sal da terra´´

Pregadores Palavra Ouvintes (povo)


de Deus
Imagem do sal – propriedade do sal é impedir a corrupção = pregadores devem
evitar o mal.

Corrupção da terra – causas:


 Porque a terra não se deixa salgar (os ouvintes)
o Os ouvintes não querem receber a verdadeira Doutrina;
o Os ouvintes preferem imitar o que os pregadores fazem e não o que
dizem;
o Os ouvintes servem os seus apetites em vez de servirem a Cristo.

 Porque o sal não salga (os pregadores)


o Os Pregadores não pregam a verdadeira Doutrina;
o Os Pregadores dizem uma coisa e fazem outra;
o Os Pregadores pregam-se a si mesmo e não a Cristo

Soluções – Que fazer se o sal não salga ou se a terra não se deixa salgar?
1º - Ao sal
 Resposta de Cristo – deitar fora o sal para ser pisado por todos
2º - Á terra
 Resposta de Santo António – mudou o auditório (o público)

Final
 Experiência pessoal do Padre António Vieira = Santo António
o Então, como Santo António o fez, também ele o decide fazer, decide
mudar de público e pregar aos peixes
 Invocação de Maria
o Pedido de ajuda e inspiração para escrever o seu discurso.

Linguagem e estilo:
 Paralelismo sintático-anafórico pela utilização de orações coordenadas
disjuntivas (l.10-16);
 Interrogações retóricas;
 Frases exclamativas;
 Citações evangélicas;
 Enumeração (l.56; l.45)
 Ironia (l.48-49)
 Jogo de palavras (l.42)

Capítulo II – Exposição/Confirmação
Exposição/Confirmação – desenvolvimento do discurso: os peixes são uma
alegoria dos homens:
 Virtudes dos peixes ≠ defeitos dos homens
 Vícios dos peixes = vícios dos homens

Louvores aos peixes em geral


 Ouvem e não falam;
 Foram as primeiras criaturas criadas por Deus;
 São as maiores e em maior quantidade;
 Têm as virtudes da obediência, quietação, atenção, respeito e devoção;
 Não se domam nem domesticam

Conclusão - Os peixes são melhores que os homens, e quanto mais longe dos
homens melhor.

Lição nº 21
27/10/2021
Sumário:
- Leitura e síntese do Capítulo III do Sermão de Santo António aos Peixes de
Padre António Vieira.

Capítulo III – Exposição/Confirmação


 Louvores dos peixes em particular para criticar os vícios dos homens, por
contraste
1 - Peixe Tobias
a) Características:
o Grande, entranhas milagrosas
b) Louvores:
o Curar a cegueira e afastar os demónios
c) Exemplo humano:
o Santo António
d) Alegoria:
o Doutrina Cristã, que serve para iluminar as mentes e afastar os
demónios
e) Crítica social:
o Heresia (os homens que não acreditam) e falta de conversão
(indiferença)

2 – Peixe Rémora
a) Características:
o Pequena no tamanho e grande na força e no poder
b) Louvores:
o Trava o caminho das naus e altera-lhe o trajeto
c) Exemplo humano:
o Santo António – denunciou os maus instintos como soberba,
vingança, etc.
d) Alegoria:
o Moderação – capacidade de gerir os instintos
e) Crítica social:
o Apatia e fraqueza humana dos homens que se deixam levar pelos
instintos
3
4 – Peixe Torpedo
a) Características:
o Pequeno, faz tremer o braço do pescador (produz uma descarga
elétrica).
b) Louvores:
o As descargas elétricas defendem-no dos pescadores.
c) Exemplo humano:
o Santo António – a sua palavra fez muitos se arrependerem dos seus
erros.
d) Alegoria:
o Arrependimento, mudança de vida.
e) Crítica social:
o Ambição desmedida, ganância, cobiça, exploração do próximo.

5 – Peixe Quatro Olhos


a) Características:
o 2 olhos voltados para cima e 2 olhos voltados para baixo.
b) Louvores:
o Conseguem defender-se dos perigos do ar e da água.
c) Exemplo humano:
o Davi – pediu a Deus para não se deixar levar pela vaidade (Inferno) e
manter os olhos no céu.
d) Alegoria:
o Céu (bem) e o Inferno (mal).
e) Crítica social:
o Vaidade, incapacidade de distinguir o Bem do Mal, preocupação com os
bens terrenos.
Lições nº 22 e 23
02/11/2021
Sumário:
- Conclusão da análise do capítulo III do Sermão de Santo António aos peixes de
Padre António Vieira.
- Leitura e síntese do capítulo IV.

Capítulo IV – Exposição/Confirmação
 Repreensões aos homens
o Exploração dos mais fracos;
o Oportunismo;
o Vaidade (na guerra, no vestuário…)
Exemplo de Ironia: “… e os Bonitos, ou os que o querem parecer, todos
esfaimados aos trapos, e ali ficam engasgados, e presos, com dívidas de um ano
para outro ano, de uma safra para outra safra, e lá vai a vida. (l.111 a 113).
Exemplo de Comparação: “… como o cão após a lebre…” (l.60 e 61).

Lição nº24
03/11/2021
Sumário:
- Dia do Externato – encontro com o Diretor Pedagógico.

Lições nº 25 e 26
09/11/2021
Sumário:
- Sermão de Santo António aos Peixes de Padre António Vieira: conclusão da
análise do capítulo V e leitura do capítulo VI.
Capítulo V – Exposição/Confirmação
 Repreensões aos peixes em particular – repreensão dos vícios dos
homens.

1 – Roncadores
a) Características:
o Pequenos, mas roncam muito e são fáceis de pescar.
b) Repreensões:
o Querem parecer maiores e mais importantes do que aquilo que são.
c) Exemplos humanos:
o S. Pedro, gigante Golias, Pilatos e Caifás.
d) Comparação com Santo António:
o Tinha poder e saber, mas era humilde e nunca se vangloriou.
e) Alegoria:
o Orgulho e arrogância, presunção.

2 - Pegadores
a) Características:
o Pequenos, agarram-se aos peixes maiores e não se pegam, morrem
quando morre o peixe maior.
b) Repreensões:
o Ganância; oportunismo; bajulação (dar graxa) – parasita (vive à custa do
outro)
c) Exemplos humanos:
o Governadores; vice-rei; herodes
d) Comparação com Santo António:
o Pegou-se a Cristo (tal como Davi) e tornou-se imortal.
e) Alegoria:
o Oportunismo; ganância; bajulação
3 - Voadores
a) Características:
o Tem barbatanas grandes.
b) Repreensões:
o Não contente em ser peixe, quer ser ave e voar.
c) Exemplos humanos:
o Simão Mago, Ícaro
d) Comparação com Santo António:
o Tinha 2 asas (sabedoria natural e sobrenatural) mas não as exibiu e era
considerado “sem ciência” (ignorante).
e) Alegoria:
o Ambição desmedida; vaidade; exibicionismo.

4 - Polvo
a) Características:
o Não tem ossos nem espinhas, capelo na cabeça parecido aos monge e
membros parecidos com uma estrela
b) Repreensões:
o Monstro dissimulado e traidor, lança tinta aos outros e assume as
cores do local onde está (versatilidade cromática)
c) Exemplos humanos:
o Judas
d) Comparação com Santo António:
o Santo António era exemplar da verdade, da sinceridade e da candura
e) Alegoria:
o Traição, falsidade e hipocrisia
Lições nº 27
10/11/2021
Sumário:
- Teste de avaliação.

Lições nº 28 e 29
11/11/2021
Sumário:
- Entrega e correção dos testes de avaliação
- Conclusão da análise do Sermão de Santo António aos Peixes de Pe. António
Vieira.

Matéria do teste de dia 19:


- Estrutura e sínteses dos capítulos do caderno.
- Síntese do sermão – pág. 68 e 69 e 27

Capítulo VI – Despedida
 Conclusão – despedida do orador com a utilização de um desfecho forte,
capaz de impressionar o auditório.

 Jugamento final dos peixes – foram excluídos do sacrifício por não


poderem chegar mortos ao altar – distinção positiva.

 Alegoria – também alguns homens chegam mortos ao altar porque vão em


pecado mortal.
Lição nº30
12/01/2022
Sumário:
- Almeida Garret – visionamento do documentário “Horizontes de Memória – O
Romantismo de Garret”.

Licões nº31 e 32
18/01/2022
Sumário:
- Frei Luís de Sousa de Almeida Garret – as fontes literárias e históricas.
- A estrutura da obra.

Almeida Garret – Biografia


 Nasceu em 1799 no Porto e morreu em 1854;
 Pertencia a uma família culta de classe média burguesa;
 Frequentou o curso de Direito na Universidade de Coimbra;
 Formação cultural disciplinada pela influência religiosa do tio bispo;
 Líder do movimento estudantil (da juventude universitária) a favor do
liberalismo;
 Exílio nos Açores, Inglaterra e França e contacto com a Realidade europeia;
 Vida política ativa:
o Responsável por algumas reformas do setembrismo (criação do
Teatro Nacional Dª Maria 2ª)
o Cargos de destaque (“Ministro dos Negócios Estrangeiros)
o Títulos e distinções (Visconde)

Frei Luís de Sousa


 Fontes literárias:
o Luís de Sousa, romance de Ferdinand Denis (1835)
o O Cativo de Fez, drama de Silva Abranches
o Manuel de Sousa Coutinho, rimance em prosa de Paulo Midosi
(1842)
o Biografia de Frei Luís de Sousa, de Frei António da Encarnação
o Memória do Sr. Bispo de Viseu, de D. Francisco Alexandre Lobo
 Fontes históricas:
o Manuel de Sousa Coutinho nasceu em 1555 e morreu em 1632,
em Lisboa
o Filho de Lopo de Sousa Coutinho e D. Maria de Noronha
o Pertencia à nobreza do reino
o Foi Cavaleiro de Malta, alcaide-mor de Marialva, provedor de
Misericórdia e capitão-mar de Almada
o Casou com D. Madalena de Vilhena, viúva de D. João de
Portugal, morto em Alcácer-Quibir
o Incêndio no seu palácio de Almada (1599)
o Teve uma única filha, que morreu em 1613
o Entrou no Convento da Ordem Dominicana em 1614

 Estrutura da obra:
Estrutura interna Estrutura externa
- Exposição Ato I
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 (Cena I a XII)
- Conflito Ato II
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 (Cena I a XV)
- Desenlace Ato III
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 (Cena I a XII)

0 = cenas

Lição nº33
19/01/2022
Sumário:
- Teste de Avaliação.
Módulo II

Lições nº1 e 2
1/02/2022
Sumário:
-

Lições nº3

Sumário:

Frei Luís de Sousa


Ato I
Didascália inicial fornece informações importantes para a compreensão da ação:

1 – Tempo representado – Princípios do séc. XVII; fim da tarde.


2 – Localização geográfica – Almada (das janelas vê-se o rio Tejo e toda a
Lisboa.

3 – Espaço cénico – sala luxuosamente decorada com vários adereços; uma


mesa com livros; obras de tapeçaria; cadeiras; vasos com flores; tamboretes; 2
janelas largas e ao fundo e 2 portas (uma para o interior e outra para o exterior).

4 – Espaço social – aristocracia (nobreza) culta e religiosa.


5 – Atmosfera sugerida – Ambiente de felicidade e tranquilidade, com um espaço
de abertura ao exterior, com liberdade de movimentos das personagens (portas) e
muita luminosidade (janelas)

Cena I
 Referencia a Inês de Castro:
o amou e foi amada à semelhança de D. Madalena, tendo sido feliz,
ainda que por breves instantes, pois não sabia o que o destino lhe
reservava.
o D. Madalena não consegue ser feliz devido ao ``medo`` e aos
``constantes terrores``, invejando o ``breve engano`` de Inês de
Castro como a felicidade suprema.

Cena II
 Referências temporais:
a) Antes de 1578 – casamento de D. Madalena de Vilhena com D. João de
Portugal.
b) 4 agosto 1578 – batalha de Alcácer-Quibir, onde desaparecem D.
Sebastião e D. João de Portugal.
c) 1578-1585 – esforços para encontrar D. João de Portugal.
d) 1585 – Casamento com Manuel de Sousa Coutinho.
e) 1586 – Nascimento da filha, D. Maria de Noronha.
f) 1599 – Ano em que decorre a ação.
 Maria de Noronha: tem 13 anos; é nobre; é bondosa; saúde; frágil;
perspicaz e inteligente; interessa-se por assuntos que não são próprios
para a sua idade.
 Telmo: companheiro de D. João de Portugal; fica ao serviço de D.
Madalena, de quem é amigo e conselheiro. Inicialmente não aceitava D.
Maria, mas depois ganha-lhe mais amor do que os próprios pais.
 D. João de Portugal e D. Sebastião: Telmo não acredita na morte
de D. João de Portugal, tal como o povo não aceitava a morte do rei D.
Sebastião. Devido ao domínio filipino, o povo acreditava que o rei iria
regressar e salvar o país.

 Mas o regresso do rei e de D. João, 1º marido de D. Madalena,


significaria a sua desonra e a da sua filha Maria.
 Simbologia do número 7: D. Madalena procurou D. João de
Portugal durante 7 anos; está casada com Manuel de Sousa há 14 anos
(2x7) a ação decorre 21 anos (3x7) depois do desaparecimento de D. João
– o número 7 está associado à conclusão de um ciclo.

Lições nº4 e 5
8/02/2022
Sumário:
- Frei Luís de Sousa de Almeida Garret – análise de cenas.

Cena III e IV
 Sebastianismo - motivo do diálogo entre Maria e D. Madalena.
o Maria: sente admiração pelo rei (linha 16 – “o nosso bravo rei, o
nosso santo rei”) e acredita no seu regresso.
o D. Madalena: contraria as crenças da filha, dizendo que os tios,
homens cultos, que lhe contaram o que sucedeu; diz que são
crenças inventadas pelo povo (linhas 11-12).
 Manuel de Sousa Coutinho e D. Sebastião - Maria estranha a
atitude de desagrado do pai em relação a este assunto, pois o seu
nacionalismo patriotismo justificam que ele também acreditasse no
regresso de D. Sebastião, para restaurar a independência de Portugal.
 Relação entre mãe e filha – relação de amor e carinho e de grande
preocupação.
 Maria – apresenta um carácter afetuoso, uma intuição e uma
imaginação invulgares, procurando pela dedução descobrir as razões para
a preocupação dos pais. Passa as noites em claro, a pensar e a rever as
suas atitudes.
 Simbologia das papoilas – associadas ao sono e ao sonho,
murcharam rapidamente, simbolizando a enfermidade da vida, a
proximidade da morte.

Cenas V a XII
 Frei Luís de Sousa – mensageiro, portador da notícia de que os
governadores do Reino (representantes do rei Filipe de Espanha)
tencionavam sair de Lisboa, por causa da peste, e instalar-se em Almada,
na casa Manuel de Sousa.
 Decisão de Manuel de Sousa – deixar o seu palácio, incendiá-lo, para
que os governadores não o ocupem, e instalar-se no palácio de D. João de
Portugal (1º marido de D. Madalena).
 Reação de D. Madalena – alerta para as consequências e possível
vingança da parte dos governadores e mostra-se apavorada com a
mudança para o outro palácio. Apresenta argumentos emocionais,
associados ao medo e ao terror de que a figura de D. João de Portugal
possa interferir na felicidade da família.
 Função da cena VI – revelar a doença de Maria, que manifesta sintomas
de tuberculose: acuidade auditiva.
 Caráter de Manuel de Sousa Coutinho – extremamente corajoso, o seu
patriotismo e honra são visíveis no despojamento de todos os seus bens
materiais e na disposição de perder a sua própria vida. Racional e
pragmático, Cavaleiro de Malta, decidido, determinado, nobre nas atitudes,
mas também afetuoso para com a família.
 Simbologia do retrato e do fogo - a destruição do retrato de Manuel de
Sousa Coutinho representa a destruição do próprio Manuel e da harmonia
familiar. O fogo tem um duplo significado: por um lado representa a paixão,
indicando que o homem é vítima de seu fogo, da sua paixão, determinando
o seu destino. Por outro lado, simboliza a luz, que servirá para esclarecer
os governadores e incentivar à revolta.

Lição nº6
09/02/2022
Sumário:
- Continuação da aula anterior.

Ato II
1 - Didascália inicial - permite contrastar com o ambiente do ato I:
a) Localização geográfica – Almada, no palácio de D. João de Portugal,
contíguo à Igreja de S. Paulo dos Domínicos.

b) Espaço cénico – salão antigo, de aspeto sério e pesado, com retratos,


armas de família, reposteiros (cortinas) longos que cobrem as portas (uma para o
interior e outra para o exterior/ e a tribuna sobre a capela do convento dos
Domínicos.

c) Espaço social – alta nobreza.


d) Atmosfera sugerida – ambiente de tristeza, melancolia, fechamento
para o exterior, austeridade.

2 – Simbologia dos retratos – três retratos representam o peso de um passado


ligado à desgraça, ao infortúnio:
 D. João de Portugal – desapareceu ao serviço de D. Sebastião.
 D. Sebastião – desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir.
 Camões – escreveu uma epopeia, que dedicou a D. Sebastião.

Cena I a III
 Intervenção de Maria – as falas de Maria permitem saber:
o o tempo decorrido desde o incêndio (8 dias);
o o mal-estar de D. Madalena, que ainda não saiu do quarto;
o que Manuel de Sousa se encontra escondido por recear represálias;
o a intenção dos governadores de esquecerem o ato de D. Manuel.
 Identificação do retrato de D. João de Portugal:
o D. Madalena fugiu aterrorizada ao ver o retrato;
o Telmo mostra-se relutante (hesitante) em revelar a identidade do
cavaleiro no retrato;
o D. Manuel revela a identidade do cavaleiro, mostrando admiração;
o Maria toma consciência da sua situação, caso D. João não tivesse
morrido.

Lições nº 7 e 8
15/02/2022
Sumário:
- Frei Luís de Sousa de Almeida Garret – análise de algumas cenas do ato II.

Cena IV a X
 Exemplo de soror Joana – D. Joana de Castro, condessa de Vimioso,
que abandonou a vida terrena, junto com o marido, para entrar no
convento – Madalena admira-a pela força e virtude demonstradas na
abdicação dos bens e amor terrenos – pressentimento da sua própria
desgraça.
 Monólogo de Frei Jorge – a sua racionalidade é posta em causa pelo
ambiente de desgraça e fatalidade que envolve a sua família.
 Simbologia do tempo: 4 de agosto – 6ªfeira dia fatal:
o Dia da batalha de Alcácer-Quibir
o Dia do seu casamento com D. João de Portugal
o Dia em que vou D. Manuel de Sousa pela 1ª vez

Cenas XI e XV
 Romeiro – “pobre velho”; “formosas barbas”,” tão alvas” – sugestão de que
se trata de alguém de condição nobre.
 Pistas sobre a identidade do Romeiro:
o 20 anos de ausência
o Recordações da família
o Noção de que a família já refez a sua vida, certa da sua morte
o Consciência de ter somente um amigo
o Confirmação de que foi preso no Norte de África na batalha de
Alcácer-Quibir
 “Ninguém” – ao identificar-se com estas palavras D. João de Portugal
anula-se enquanto pessoa com identidade própria, por não ter existência
para os outros, por não ter a vida a que tinha direito, uma vez que a sua
família construiu uma nova vida, que se sobrepõe à sua.

Ato III
1 – Didascália inicial:
a) Localização espacial – parte baixa do palácio de D. João de Portugal,
em Almada.
b) Espaço cénico – casarão vasto sem ornamentos; objetos utilizados na
igreja dispostos em diversos locais (cruzes, castiçais, tochas); duas portas (uma
para a capela e outra para os aposentos do palácio), uma mesa e tamboretes
(cadeiras).
c) Localização temporal – alta noite.
d) Atmosfera/Ambiente sugerido – sugestão de morte, isolamento, queda,
abandono dos bens materiais.
Lição nº9
16/02/2022
Sumário:
- Frei Luís de Sousa – Síntese do ato III.

Lição nº10 e 11
22/02/2022
Sumário:
- Frei Luís de Sousa – Síntese final.

Lição nº12
23/02/2022
Sumário:
- Teste de avaliação

Lição nº13
02/03/2022
Sumário:
- Autoavaliação do módulo 4
- Introdução ao módulo 5

Lições nº 14, 15, 16 e 17


04/03/2022
Sumário:
- Visita de estudo a Sintra
- Representação de “Os Maias”

Lições nº 18 e 19
08/03/2022
Sumário:
- Visionamento de um documentário sobre Eça de Queirós
- Contexto literário de “Os Maias”

Lição nº 20
09/03/2022
Sumário:
-

Biografia de Eça de Queirós


Figuras
 Pai: José Maria de Almeida Teixeira de Queirós, juiz.
 Mãe: Carolina Augusta Pereira de Eça de Queirós.
 Avós: maternos não autorizaram o casamento dos pais, foi criado pelos
avós paternos.
 Amigo: Ramalho Ortigão, filho do diretor do Colégio da Lapa, no Porto, ode
Eça foi interno.

Factos
 Data e local de nascimento: 25 novembro de 1845 em Póvoa de Varzim
 Registo de nascimento: Eça de Queirós foi registado como filho de pai
natural e de mãe incógnita.
 Batismo: Vila do Conde, sem a presença dos pais.
 Casamento dos pais: 4 anos após o seu nascimento, mas não o
assumiram logo como filho legítimo (1849)..
 Instituição onde estudou: Colégio da Lapa, no Porto, e depois tirou o
curso de Direito na Universidade de Coimbra.
 Profissões: diplomata, escritor, correspondente de jornais.
 Algumas notas sobre a sua vida:
o Forte presença da figura masculina
o Pouco contacto com a presença feminina e visão negativa das
mulheres (fúteis, dominadas pela emoção)
o Raramente há familias estruturadas nos seus romances/obras
o Reflexo da sua passagem por vários países nos títulos das suas
obras
o Anticlerialismo – crítica ao peso excessivo da Igreja

Contexto literário
Ultrarromantismo ≠ Escola Coimbrã

Ultrarromantismo
 Representante: António Feliciano de Castilho
 Características:
o Sensibilidade piegas
o Falta de originalidade

Escola Coimbrã
 Representante: Antero de Quental
 Características:
o Inovação
o Comprometimento da literatura com a realidade social
o Abertura à evolução científica e literária europeias

Geração de 70
Propôs uma profunda revolução cultural com as conferências do Casino.
 Representantes: Eça de Queirós, Oliveira Martins, Antero Quental,
Ramalho Ortigão e Guerra Junqueiro
 Características:
o Continuidade do movimento da Escola Coimbrã
 Objetivos:
o Ligar Portugal com o movimento moderno;
o Agitar a opinião pública para as grandes questões da filosofia e da
ciência;
o Tomar consciência do que se passava na Europa;
o Estudar as condições da transformação política, económica, social
da sociedade.
Realismo
 Contestação do idealismo romântico
 Observação e análise de tipos humanos e costumes sociais
 Atitude descritiva e crítica em relação à sociedade
 Temas associados à vida familiar, económica, social e cultural
 Género literário privilegiado: Romance
 Objetivo intervencionista e utilitário (ensinar e corrigir)

Naturalismo
 Realismo mais “cientifico” (aplicação de um método experimental e
científico para mostrar os mecanismos dos comportamentos humanos);
 Determinismo: influencia da raça, do meio, da hereditariedade e da
educação;
 Observação e descrição pormenorizada do meio social.

“Os Maias” é considerado um romance realista-naturalista pois retrata espaços


sociais da alta burguesia dos finais do séc. XIX, fazendo um verdadeiro retrato
caricatural da sociedade da época, sob uma abordagem científica.
A abordagem científica de Os Maias traduz-se na observação objetiva e minuciosa
da realidade, ou seja, dos espaços onde decorre a ação, e a análise das
circunstâncias sociais que envolvem as personagens, condicionando o seu
comportamento.

Lição nº21 e 22
15/03/2022
Sumário:
- Jornadas profissionais
Lição nº23
16/03/2022
Sumário:
- Estrutura interna de “Os Maias”
- As intrigas

Características do realismo e naturalismo em “Os Maias”


Realismo
- Vida familiar
- Vida económica
- Vida cultural e social
- Descrição minuciosa

Naturalismo
- Hereditariedade
- Ambiente
- Educação
- Momento histórico

“Os Maias” - intriga


Nos Maias a intriga principal surge entrelaçada com a crónica de costumes
(constituindo uma crítica à sociedade da época), algo que se refere no título e
subtítulo da obra.
O título, informa-nos que a obra vai tratar da história de uma família – Os Maias.
O subtítulo propõe – Episódios da Vida Romântica – que vão servir de pretexto
para a comédia de costumes.
1- História da família Maia
Árvore Genealógica
 Caetano da Maia
o Afonso da Maia (Liberal) + Maria Eduarda Runa (descendente dos
condes de Runa)
 Pedro da Maia (romântico) + Maria Monforte (a negreira)
 Carlos da Maia (realista)
 Maria Eduarda

1.1 - Intriga principal


A última geração – a de Carlos – tem mais relevo, daí constituir a intriga principal.
A intriga principal abrange os amores incestuosos de Carlos e Maria Eduarda da
Maia.

1.2 - Intriga secundária


A intriga principal é precedida de uma intriga secundária.

2 – Episódio da vida romântica – crónica de costumes


2.1 – Jantar no Hotel Central
2.2 – Corridas de Cavalos no hipódromo
2.3 – Jantar na casa dos Gouvarinho
2.4 – Sarau no Teatro da Trindade
2.5 – Jornais “A Corneta do Diabo” e “A Tarde”

Lições nº 24 e 25
22/03/2022
Sumário:
- Os Maias de Eça de Queirós – os amores de Pedro e Maria Monforte e de Carlos
e Mª Eduarda.

Pág. 231
1. A paixão de Pedro da Maia foi desencadeada por uma repentina troca de
olhares fatal e deslumbradora.
1.1. A paixão de Pedro é caraterizada com os verbos “assaltam”, “assolam”,
“arrancando” e “empurrando”, que traduzem o caráter excessivo, violento e
obsessivo da paixão.
2. O “violento interesse” de Pedro manifesta-se no seu “olhar aceso e perturbado”
na curiosidade em saber tudo sobre aquela mulher, nas cartas de amor que
escrevia e nas esperas à porta da casa da mulher amada.
3. Pedro é a típica personagem romântica porque:
- Deixa-se levar completamente pelos sentimentos/emoções;
- A paixão é imediata e arrebatadora;
- A mulher amada é perfeita, uma deusa;
- O amor manifesta-se através de longas cartas diárias e esperas à porta da
amada;
- Tem alterações de humor;
- Partilha os seus sentimentos com os próximos.
4. Descrição física de Maria Monforte: cabelos loiros, testa curta e clássica, olhos
maravilhosos, pálida, perfil grave, ombros e braços modelados. Psicologicamente,
Maria é descrita como: vaidosa, interesseira, gastadora, egoísta, gosta de ser
cortejada e admirada pelos homens.
5. O narrador considera Maria sem escrúpulos, revelando a sua opinião através do
uso do ponto de exclamação, que manifesta a sua ironia, e com as reticências,
que deixam em suspenso o verdadeiro caráter de Maria (a sua inconsciência e
irresponsabilidade).
6. Pedro sente-se incomodado com a atenção de que Maria é alvo. O sentimento
dominante é de tédio, por isso, Pedro isola-se, mas os seus gestos revelam
revolta e sofrimento.
7. A descrição do tempo atmosférico e de Pedro são sinais de desgraça. O “tempo
é de grande chuva e uma sombria tarde”. Pedro abre a porta violentamente e
apresenta um ar de loucura e perturbação: enlameado, desalinhado, face lívida,
cabelos revoltos e olhar de loucura.

Pág. 233
1. Senhora alta, loira, de pele branca (carnação ebúrnea), maravilhosamente bem
feita de corpo e olhos negros.
1.1. As sensações tornam o retrato mais vívido, mais sensitivo e sugestivo.
Apela-se aos seguintes sentidos: visão (“um reflexo de cabelos de oiro”),
olfato (“um aroma no ar”), tato (“linhas ricas de mármore antigo, uma graça
quente”.
2. Ambas as palavras destacam a beleza da mulher, a sua perfeição e divindade.
3. Ele utiliza a expressão francesa “Très chic” para caracterizar a elegância e o
requinte da mulher.
4. O que é comum nos vários momentos em que se retrata a figura feminina é o
andar de deusa e o corpo maravilhoso. Novos elementos que são acrescentados:
os olhos negros e a sua graciosidade.
5. Carlos sente-se envergonhado e humilhado por se comportar como “um rafeiro
perdido”, ou seja, assumindo uma atitude de submissão e de obsessão por uma
desconhecida.

Lição nº26
23/03/2022
Sumário:
- Continuação da aula anterior.

Lições nº27 e 28
29/03/2022
Sumário:
- Os Maias de Eça de Queirós: os amores de João da Ega e Raquel Cohen.
- As características do estilo de Eça de Queirós.

Lição nº29
30/03/2022
Sumário:
- Conclusão do estudo da obra Os Maias.
Matéria teste:
Maias
- Título e subtítulo e as várias linhas de ação (intriga) – pág. 246 e 224
- Características do estilo – pág. 240 a 243 e 247
- Características trágicas – pág. 254 (presságios)
- Espaço – pág. 260 e diaporama
- Tempo – pág. 226 e diaporama
- Crónica de costumes – pág. 268 e diaporama
- Narrador – ficha informativa

Lição nº 30 e 31
5/04/2022
Sumário:
- Participação na Pré-PAP do 12º ano.

Lição nº32
06/04/2022
Sumário:
- Teste de avaliação

Lições nº 33 e 34
19/04/2022
Sumário:
- Participação na PAP do 12º ano.
MÓDULO 6

Lição nº1
20/04/2022
Sumário:
- Visita de curso

Lição nº2 e 3
22/04/2022
Sumário:
- Ficha de verificação de leitura sobre Amor de Perdição de Camilo Castelo
Branco.
- Biografia de Camilo Castelo Branco.
- A estrutura externa e interna da obra.

Lição nº 4 e 5
26/04/2022
Sumário:
- Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco: leitura e análise de alguns
excertos.

Lição nº6
27/04/2022
Sumário:
- Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco – leitura de excertos da obra.

Lição nº7 e 8
29/04/2022
Sumário:
- Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco – conclusão da leitura da obra.
- A construção do herói romântico e a intriga.

Amor de Perdição
Sugestão biográfica
Título: Amor de Perdição
– Obra de ficção, em que abundam peripécias narrativas, culminando em
desfecho trágico.
Mas
Subtítulo: Memórias de uma família
- Sugestão de relato histórico e familiar verídico - Com base num documento
oficial (livro de registos de entradas na cadeia da Relação do Porto referente a
Simão Botelho, tio de Camilo Castelo Branco, que havia sido degredado para a
Índia e de que se mantinha na família um maço de cartas de amor trocadas com
Teresa Albuquerque).

Semelhanças entre Simão e o narrador

Simão O autor/narrador

Simão é preso na cadeia da Relação do Camilo é preso na Cadeia da Relação


Porto pelo facto de ter assassinado o do Porto, no seguimento do seu caso
homem que se interpunha entre si e adúltero com Ana Plácido.
Teresa.

Simão sente-se abandonado por toda a Camilo fica órfão em tenra idade
família. (primeiro de mãe, depois de pai).
Simão sente que fez muita gente à sua Camilo envolveu-se com várias
volta desgraçada. mulheres que acabou por abandonar.

O irmão mais velho de Simão, Manuel, era o pai de Camilo. A irmã mais nova de
Simão e de Manuel, Rita, foi a tia que acolheu Camilo depois da morte dos pais.
Foi esta tia que contou a história que serviu de mote à obra Amor de Perdição.
Construção do herói romântico
Herói romântico
- Simão Botelho (personagem modelada)
 Estatuto nobre.
 Sentimentos fortes:
o Antes de amar – rebelde, marginal, violento, arruaceiro;
o Ao amar (amor-paixão) – apaixonado, sincero, fiel, obstinado na
defesa da sua honra, excessivo no amor e no ódio; esforçado e
determinado para garantir a sua felicidade com Teresa; morre de
amor.
Heroínas românticas
- Teresa de Albuquerque
 Estatuto nobre.
 Jovem, pura e frágil (mulher-anjo).
 Sentimentos fortes – amor-paixão (vive o amor intensamente e morre de
amor); obstinação na recusa de aceitar a autoridade paterna.
- Mariana
 Nobreza de sentimentos – sofre em silêncio por amor (amor não
correspondido); abnegação, generosidade, dedicação.
 Indiferença em relação à sociedade.
 Morte por amor (suicídio).

Características do herói romântico


Herói romântico – individuo que se destaca a nível social, moral, físico, etc., na
afirmação dos direitos fundamentais da pessoa humana.
 Vivência de comportamentos de rebeldia;
 Força anímica na superação de obstáculos e interdições de vária ordem;
 Idealismo (ideais de liberdade, igualdade e fraternidade)
 Egocentrismo e individualismo
 Busca do absoluto em diversos âmbitos (amorosos, social, estético…)
 Desilusão ou destruição (suicídio ou loucura) por não alcançar os seus
ideais

Lição nº9 e 10
03/05/2022
Sumário:
-
-

Estrutura da Narrativa
A estrutura de Amor de Perdição é resumida pelo narrador na Introdução da obra
da seguinte forma: “amou, perdeu-se e morreu amando”.
Introdução – “amou”
 Referência a dados biográficos de Camilo.
 Apresentação global do infortúnio de Simão Botelho – o degredo.
Desenvolvimento – “perdeu-se”
 Amor de Simão e Teresa – correspondido, mas proibido.
 Amor de Mariana por Simão – não correspondido.
 Assassínio de Baltazar Coutinho.
 Condenação de Simão ao degredo.
 Ida de Teresa para o Convento.
 Morte de Teresa.
Conclusão – “morreu amando”
 Morte de Simão.
 Suicídio de Mariana.

Intriga – O amor-paixão
 Núcleo da ação;
 Sentimento avassalador, febril, egoísta;
 Desperta o desejo de vingança e de conservação da honra;
 Responsável pela sacralização dos amantes, por aproximação com a
Paixão de Cristo.
Relações entre as personagens
Simão Botelho e Teresa de Albuquerque
Oponentes
 Domingos Botelho
 Tadeu Albuquerque
 Baltasar Coutinho
Adjuvantes
 João da Cruz
 Mariana

Famílias de Simão e de Teresa – Ódio Rivalidade


 Denúncia de uma sociedade marcada pelo ódio, pela violência.

Mariana e Simão – Amor-paixão (não correspondido)


 Denúncia da autorrepressão relacionada com a classe social (povo) e com
o sexo (feminino).

As personagens
Caracterização das personagens – pág.204 e 205

A obra como crónica da mudança social


Século XIX
Ascensão da burguesia à Mudança de valores
 Crítica à estrutura social da época: Casamentos por conveniência;
honra/estatuto vs. Amor; preconceitos sociais.
 Denúncia da corrupção e arbitrariedade da justiça, à mão dos poderosos.
 Sátira ao comportamento inadequado e mundano dos membros religiosos.
 Contraste Lisboa - província
(ler pág.187)
As personagens e a crítica social
Simão e Teresa – Amor-paixão sincero, puro, excessivo, oposto às convenções
sociais e à ordem instituída.
Denúncia de uma sociedade repressiva que atua através de instituições:
 Instituição familiar (autoritarismo paterno, casamentos de conveniência,
situação de inferioridade da mulher);
 Igreja (conventos);
 Justiça (prisão).
Simão e Teresa e os respetivos pais – conflito intergeracional
Denúncia do conflito intergeracional e reivindicação dos valores dos jovens:
 Jovens (filhos) – idealismo, excesso e radicalismo de posições;
 Adultos (pais).

Narrador quanto à ciência


Flutua entre os diversos tipos de focalização (predomínio da omnisciência):
 Externa: “Ao romper da alva dum domingo de junho de 1803, foi Teresa
chamada para ir com seu pai à primeira missa da igreja paroquial” (cap.IV);
 Interna: “mas cada vez que lhe acudia à mente a imagem odiosa de
Baltasar Coutinho, instintivamente as mãos do académico se asseguravam
da posse das pistolas.” (cap. X);
 Omnisciente: “A ti mesmo perguntavas pelo teu passado, e o coração, se
ousava responder, retraía-se, recriminado pelos ditames da razão.”
(cap.XIX).

Narrador quanto à presença


 Tece juízos de valor, considerações;
 Convoca frequentemente o narratário.
Os comentários do narrador ao longo da Introdução permitem perceber o quanto
compreende e desculpabiliza o herói da sua própria narrativa.
Ex: “me causaram aquelas linhas, de prepósito procuradas, e lidas com amargura
e respeito e, ao mesmo tempo, ódio”.
(ler pág.210)
Linguagem e estilo
1. Linguagem – permite a identificação do estatuto social das personagens:
 Classes populares (João da Cruz e Mariana) – viva, popular, espontânea,
familiar.
Diálogo entre João da Cruz e Mariana
“- Meu pai, não lhe dê esses conselhos!...
- Cala-te, aí rapariga! – disse mestre João.
- Vai tirar o albardão à égua, amanta-a, bota-lhe seco. Não és aqui chamada.”

 Classes nobres (Simão, Teresa e respetivas famílias) – cuidada,


convencional, elaborada, literária.
Diálogo entre Tadeu de Albuquerque e Teresa
“– Teresa… - disse o velho.
- Aqui estou, senhor – respondeu a filha, sem o encarar.
- Ainda é tempo (…) de seres boa filha.
- Não me acusa a consciência de não o ser.”

2. Os diálogos:
 Permitem o avanço da ação;
 Imprimem ritmo e dinâmica teatral à narrativa;
 Refletem o estatuto social de quem fala.

3. Cartas:
 Características romântica. Têm um caráter lírico (prosa poética), quer no
plano do conteúdo, quer no plano da expressão (sentimentos).
(ler pág.191)

Você também pode gostar